35" Surpresas e conflitos "

1638 Words
Priscilla Pesadelo_ Vai ficar de graça com outro cara na minha frente mesmo?_ Ele perguntou, a voz carregada de um tom possessivo que me pegou de surpresa. Priscilla_ Qual é o problema, Pesadelo?_ Perguntei sem desviar o olhar do meu copo. _Você mesmo disse que não temos nada, então eu posso fazer o que bem entender_ respondi, tentando manter a calma enquanto despejava a bebida no copo. Pesadelo_ É isso aí, Priscilla. Tu tá certinha, pô. Vai lá curtir então, filha da p**a_ ele disse com desprezo, antes de sair dali. Fiquei parada por um instante, sentindo uma mistura de raiva e tristeza tomar conta de mim. Aquele garoto só podia ser maluco. Um minuto ele me tratava como se eu fosse importante, e no outro, me jogava para escanteio como se não significasse nada. Esse garoto é maluco só pode.._ pensei Sacudi a cabeça, tentando me livrar daqueles pensamentos, e voltei até onde Emanuel estava. Ele estava encostado em uma parede, observando a festa, e quando me viu se aproximar, abriu um sorriso amigável. Eu precisava esquecer aquela troca de palavras com Pesadelo, então me foquei em Emanuel, que parecia disposto a me distrair. Emanuel_ Tá tudo bem?_ perguntou ele, percebendo que eu estava um pouco abatida. Priscilla_ Tá sim_ respondi, forçando um sorriso. _Só meu "ex" um pouco complicado, só isso _ confessei, tentando não parecer tão afetada. Emanuel_ "Ex", né? Bom saber_ ele disse, com um brilho divertido nos olhos, tentando aliviar o clima. Conversamos por mais alguns minutos, e quanto mais o tempo passava, mais eu conseguia relaxar ao lado dele. Emanuel tinha um jeito leve e despreocupado que me fazia esquecer, ao menos temporariamente, dos problemas com Pesadelo. Ele me fazia rir, e o sorriso dele era contagiante. Ele era diferente, e aquilo, naquele momento, era tudo o que eu precisava. A festa continuava animada, e eu me via cada vez mais envolvida nas conversas com Emanuel, que estava se revelando uma ótima companhia. A música alta, as luzes, e a energia das pessoas ao nosso redor criavam um ambiente que me ajudava a deixar meus problemas para trás. Pelo menos até aquele momento. Estávamos conversando sobre viagens, quando senti o olhar de Pesadelo sobre mim de novo. Olhei discretamente na direção dele, que estava parado do outro lado do salão, conversando com C2, mas seus olhos estavam fixos em mim. Era como se ele estivesse me vigiando, avaliando cada movimento meu e de Emanuel. Aquilo me incomodava, mas ao mesmo tempo me dava uma estranha sensação de poder, como se por algum motivo, minha presença ainda importasse para ele. Emanuel percebeu meu olhar distraído e virou-se para seguir minha linha de visão. Quando viu Pesadelo, riu baixinho. Emanuel_ Ele tá incomodado, não tá?_ disse Emanuel, num tom quase provocativo. Priscilla_ Deixa ele_ respondi, tentando não demonstrar o quanto aquilo me afetava._ Ele é assim mesmo, não sabe o que quer. Emanuel_ Então deixa ele ver o que ele tá perdendo_ Emanuel disse, com um sorriso malicioso, antes de me puxar para mais perto. Pesadelo Eu tinha mandado aquela pra provocar a Priscilla, na moral mesmo, mas qual foi? A mina nem ligou, ficou lá trocando ideia com outro cara. Nem sei porque isso me deixou tão bolado, nem tenho nada sério com a Priscilla, tá ligado? Mas ver ela dando moral pra outro cara, na minha frente ainda, isso me deixa puto de verdade. Sabe quando tu tá tentando se convencer de que não tá nem aí, mas, na real, tudo dentro de ti tá queimando? É isso. Não sei explicar direito o que sinto por ela, mas uma coisa eu sei: não consigo, não suporto ver ela com outro. Agora tô aqui com os caras, bebendo e conversando, mas minha mente tá longe. Tô só de olho na Priscilla e no Emanuel de canto de olho, os dois de papo, ela sorrindo pra ele... Aquilo tá me corroendo por dentro. Emanuel, p***a! Conheço o cara desde que a gente era moleque. O pai dele era o melhor amigo do meu pai, então a gente cresceu junto. Tenho maior consideração pelo pai dele, de verdade. Quando meu pai morreu, o pai do Emanuel foi quem deu suporte pra minha mãe, me ajudou a me criar. O amor que sinto por ele é como de pai pra filho, mano, é forte. Mas mesmo com essa consideração toda, ver ele com a Priscilla tá me deixando louco. Tava só na minha, observando tudo de longe, até que vi a Priscilla saindo de mãos dadas com o Emanuel. Meu sangue ferveu, mano, na hora. Fiquei mais puto ainda. Th_ai cuzão! Não adianta ficar com essa cara aí agora, tú mesmo fez isso acontecer, foi tú que disse que não tinha nada com ela, tá ligado?_ Assenti, sem muito o que falar. Ele tinha razão. Pesadelo_ A mina é solteira, faz o que quiser da vida, mas não precisava ser na minha frente, né?_ eu respondi, negando com a cabeça, sentindo aquela amargura subir. C2, sempre de opinião forte, completou: C2_ Vocês tinham tudo pra dar certo, vocês dois têm até filha agora, mas você tinha que estragar, né, filho da p**a? Perdeu uma mina da hora por bobagem sua. Th, concordando com C2 dessa vez: Th_ Perdeu por bobagem mesmo, mano. Eu tentei encerrar o assunto, dando mais um gole na bebida: Priscilla_ Agora já era, pô. Deixa a mina curtir a festa dela lá, e eu vou curtir daqui, e é isso. Th_ Que deixar o quê, Pesadelo! Vai atrás da mina, pô! Tú vai deixar ela ir assim tão fácil pro Emanuel? Tú nem gosta do cara de verdade, tá ligado. C2_ Vai que é tua, pô._ Falou, rindo Fiquei ali parado, absorvendo aquelas palavras por uns segundos. Minha cabeça girava. f**a-se o orgulho, pensei. Se eu não fizer nada agora, vou me arrepender pro resto da vida. Decidi ir atrás deles. Fui na direção que eles tinham ido, e quando cheguei, a cena me acertou como um soco no estômago. Os dois estavam se beijando. Aquele momento explodiu algo dentro de mim. Sem pensar duas vezes, fui pra cima do Emanuel e empurrei ele com força. Ele caiu no chão. Priscilla_ Que isso, Pesadelo, tá maluco?_ gritou, assustada Ela correu pra ajudar o Emanuel, mas eu não conseguia pensar direito, só agia por impulso Pesadelo_ Sai de perto desse cara, Priscilla_ eu falei com raiva, me aproximando mais. Priscilla_Sai você de perto, Pesadelo. Você só pode tá drogado._ me olhou com desprezo Emanuel, levantando-se e limpando o sangue da boca, tentou se defender: Emanuel_ Qual foi, Pesadelo? Tú falou que não tinha nada com a Priscilla, por isso que eu fui pra cima, mano. Aquela raiva que estava dentro de mim, aquela que eu tava segurando, transbordou: Pesadelo_ Não tinha, mas agora tenho. Priscilla, eu quero trocar ideia com você_ falei, encarando ela sério. Priscilla_ Não vou pra lugar nenhum com você desse jeito._ Balançou a cabeça negando. Minha paciência se esgotou. Puxei a arma, e vi o medo nos olhos dela. Naquele momento, ela parou de discutir. Pesadelo_ Você vem comigo por bem ou por m*l, você escolhe, p***a!_ Minha voz saiu carregada de raiva. Emanuel, percebendo o perigo, se afastou rapidamente: Emanuel_ Vou deixar vocês conversarem aí_ e sumiu da minha vista. Priscilla, agora com lágrimas nos olhos, me olhou com tanto desprezo que doeu: Priscilla_ Você é ridículo, sabia? Você é um ogro, ridículo! Guardei a arma, o estresse ainda pulsando dentro de mim: Pesadelo_ Custava você vir falar comigo? Eu te chamei na moral, você que ficou de graça_ tentei justificar, mesmo sabendo que tava errado. Priscilla_ Agora a culpa é minha? Fui eu que cheguei socando a cara de outra pessoa, né, Diogo?_ riu amarga O jeito como ela disse meu nome, a ironia na voz dela, me fizeram sentir mais raiva ainda: Pesadelo_ Dei um soco nele porque você tava beijando ele na minha frente, sua filha da p**a. Eu podia ter metido uma bala na cara desse desgraçado. Priscilla_ E por que você tinha que ter feito isso? Me diz. Porque o que eu me lembro é que você falou que nós não temos nada além da Sophia, não foi? E pra falar a verdade, nem a Sophia nós temos, porque ela não é sua filha. Aquelas palavras me atingiram como uma facada no coração. Qualquer coisa que ela dissesse, qualquer insulto, mas não isso. Sophia pode não ser minha filha de sangue, mas ela é minha filha sim. Ela me chama de papai, pô! Eu daria minha vida por aquela garotinha. Me aproximei da Priscilla e peguei no pescoço dela, não com força, mas o suficiente pra ela entender o recado: Pesadelo_ Nunca mais fala isso, entendeu? A Sophia é minha filha sim_ soltei ela e dei um passo pra trás, ainda sentindo a raiva queimando. Priscilla me olhou com tanta raiva que quase doeu, mas eu vi algo mais nos olhos dela, algo que me fez congelar: Priscilla_ Você é um escroto. Não sei como fui gostar de você_ as palavras escaparam da boca dela, e assim que percebeu o que tinha dito, ela levou a mão à boca, como se quisesse apagar o que tinha acabado de confessar. Eu não pude deixar de sorrir, aquele sorriso meio louco, meio feliz: Pesadelo_ O que você falou? Que você o quê? Ela desviou o olhar, tentando recuperar o controle: Priscilla_ Falei p***a nenhuma. Vou voltar pra lá,_ e saiu apressada. Eu fiquei ali parado, em choque. A ficha não caiu de primeira, mas quando caiu, não pude conter a felicidade que brotou dentro de mim. Ela gosta de mim, p***a! Eu sabia que tinha algo ali, mas ouvir da boca dela... isso me deixou felizão, de verdade. Gosto dessa maluca pra c*****o, tá ligado?
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD