O Encontro Nada Amigável

3957 Words
(Pither) Saí de casa antes que Papai chegasse da clínica. Não estava afim de dar explicações! Naná me viu saindo... Mais não perguntou nada! Só disse que eu estava "Muito cheiroso". Eu não contei a Esther onde íamos, mais era como se tivesse contado. Ela estava de tênis AllStar, calça jeans e jaqueta. Seu cabelo feito em um r**o de cavalo, bem no topo da cabeça. - Você está linda! Falei quando ela entrou no carro. - Você está muito bem também, Neto! Ela me olhou sorrindo. - Eu mereço esse apelido! Revirei os meus olhos. - Não é apelido! É o seu Nome! Ela me disse animada. Saímos do condomínio, já estava escurecendo. Coloquei uma música para tocar no carro e coincidentemente estava tocando, a música " Photograph, de Ed Sheeran". - Eu amo essa música! Falei aumentando o volume do som. Eu sabia que em poucos dias teria que me desfazer do meu carro; não seria fácil! Por isso estava tentando sair o máximo com ele. Enquanto pensava numa boa desculpa para vende-lo. O Parque ficava do outro lado da cidade. Quando fomos no aproximando dentro do carro já podíamos ouvir a música alta, e o barulho das pessoas gritando. Os olhos de Esther brilharam ao ver todas aquelas luzes acesas. - Você me trouxe num parque? Estava boquiaberta. - Sim. Respondi rindo. - E a gente não vai sair daqui enquanto não brincarmos em todos.... Saí do carro e abri a porta para ela sair. Entramos no Parque, e fui comprar os ingressos. Os olhos curiosos de Esther registravam tudo. E eu estava muito animado, feito uma criança num parquinho. - Vem! Peguei a mão dela.- Vamos em qual primeiro? Esther olhava para todos sem saber qual ir. - Não sei! Ela deu de ombros sorrindo. - Tá! Que tal aquele? Escolhi um que parecia ser tranquilo para Esther ir se acostumando. Ela assentiu e fomos no chapéu mexicano. Pra mim não era nada ameaçador, mas Esther gostou muito. Ela sorria sem parar olhando tudo lá de cima. Depois fomos na barca, e em seguida no Loop. Esther gritou tanto que quase me deixou surdo. Ela ria e gritava, e tapava os olhos tudo ao mesmo tempo! Depois que o brinquedo parou ela desceu zonza, e eu a segurei. - Eu não acredito que você não gritou ! Ela me disse em meio a música alta. - Não fica bem para um cara da minha idade! Falei rindo em meio as pessoas, que iam e vinham em nossa direção. Esther me arrastou para o brinquedo samba, ele não tinha onde se apoiar. Então ela segurou sem parar na minha camiseta, e gritava feito louca junto com uma porção de adolescentes. O último brinquedo que fomos foi no Crazy! Eu já estava tontinho... E olha que eu nem tinha bebido nada! Esther soltou os braços e gritava feito uma maluca, eu congelei o sorriso. Da próxima vez com certeza eu iria beber antes de ir, quem sabe assim eu não sentia tanto medo. Depois que rodamos sem parar, fui eu que sai cambaleando. Esther e eu sentamos num banco, e esperei o m*l estar passar. - Nunca mais faço isso na minha vida! - Por que ? Foi tão divertido! Esther disse ainda afobada em meio a adrenalina do corpo. - Acho que estou ficando velho... Falei. - Aah! Você aguentou bem até... Nem vomitou! Já é um avanço! Mal sabia ela que faltou pouco pra isso! Eu estava tão enjoado, que comprei um cachorro quente só pra ela. Porque tive medo de passar m*l. Enquanto Esther se deliciava com ele, eu pedi que ela me esperasse ali. E fui até a barraca do tiro ao alvo. Paguei para dar três tiros. Há tempo que eu não fazia isso, com certeza estava enferrujado. Não sei se foi sorte, ou pontaria... Mas eu acertei os três! E escolhi o ursão de pelúcia rosa como prêmio do jogo. Lá se vai eu com aquele tremendo urso em meio ao Parque. Ele era branco e rosa, e tinha orelhinhas caídas, era ridículo! Mas foi o melhor que eu encontrei. - Esther! Quando ela me viu com o urso, levantou-se do banco e arregalou seus olhos. Veio em minha direção correndo. Esther pulou em cima de mim, e quase derrubou eu e o urso no chão. - Obrigada! Ela me abraçou, e eu fiquei ali segurando ela e o peludo no colo. Ela me apertou em um longo e intenso abraço. E eu sorri sem graça com aquela demonstração de afeto. Depois ela abraçou seu urso como uma criança pega seu primeiro brinquedo. Eu achei tão lindo, o jeito que ela segurou ele, como se realmente tivesse gostado. Eu via sinceridade nos olhos dela! Esther desceu no chão com aquele urso feio nos braços. Chamei-a para ir embora. Enfim eu estava me sentindo melhor. Então peguei meu carro e fomos embora. Quando estacionei na garagem de casa, faltavam quinze minutos para meia noite. Então tiramos nossos sapatos e entramos de pé por pé em casa. Para não fazermos nenhum barulho e sermos surpreendidos. Esther quase se desequilibrou na escada, com aquele ursão gigante nas mãos. Eu a segurei e continuamos caminhando. - Vamos! Sussurrei em meio a escuridão. Quando chegamos no corredor de cima, levei Esther até a porta do seu quarto. Ela olhou pra mim. Estava feliz! Isso refletia no seus olhos. - Obrigada pelo presente! E pela noite maravilhosa! Sem dúvidas, foi o dia mais feliz da minha vida! - Para com isso! Balancei a cabeça olhando para o chão e depois para ela. - Foi só um parque! - Mais eu nunca tinha me divertido assim... Você é incrível! Quando Esther me disse isso tão espontaneamente, que outra vez fiquei sem reação. Cara! Eu não sei como ela conseguia me deixar sem graça. - Boa Noite Esther.... Falei saindo, e indo para o meu quarto. - Boa noite! Ouvi quando ela respondeu, e ficou me olhando até eu entrar no quarto. Fechei a porta e encostei me nela. Acendendo as luzes, em meio a escuridão. - Eu também Esther! Nunca me diverti assim com ninguém... Falei sozinho, sem testemunhas... só eu e o meu quarto. (Esther) Acordei! O sol estava brilhando lá fora... Olhei no relógio, já passavam das dez. Nunca acordei tão tarde na minha vida. Sentei na cama o corpo ainda doía, e eu lembrei do parque de ontem. Sorri! Olhei para o meu urso que estava ao lado. Nunca tinha ganhado um, e fiquei muito feliz quando Pither me surpreendeu com o presente. Em cima da escrivaninha tinha um bilhete. Esther... Hoje é o dia da Valdete, vim fazer a faxina... Não se preocupe! Ela tem um jeitinho ''estranho'' mas é totalmente inofensiva.... Espero que você tenha um ótimo dia! Bjs ... Néto PS: Se não quiser, não precisa responder as especulações, é só mudar de assunto, que ela para! Ler aquele bilhete dele me fez rir! Com certeza, ele levantou-se super cedo para ir trabalhar. E deu uma passadinha aqui no quarto antes, deixando esse bilhete na escrivaninha. Lavei meu rosto, e escovei meus dentes. Troquei de roupas, e abri a porta do quarto para sair. Quando cheguei no corredor me deparei com uma mulher. Baixinha, morena clara, e de coque. Ela estava com um esfregão, polindo o piso de madeira. Quando olhou para o lado e me viu. -Égua! Que susto você me deu aí parada feito uma estátua! Ela falava olhando pra mim. - Desculpa, não foi minha intenção assusta-la! Falei. - A senhora é a Valdete? - Sou eu! Valdete em pessoa! Ela disse apontando pra sim mesmo, e eu comecei a rir. Ela falava arrastado e tinha um jeito extremamente engraçado. - E a senhorita? - Meu nome é Esther! Ela ficou me olhando por um instante, parecia pensativa. Eu fiquei analisando-a sem entender. - Claro... Ela falava com ela mesma. -Só pode ser a noiva... - Quê? Perguntei, chamando a sua atenção para mim. - Você é a noiva do patrãozinho?! Fiquei mais confusa do que antes. Do que essa mulher estava falando? Noiva, que Noiva? - Mas Mana! Muito bonita você, hein! Principalmente esses 'Olhão azul' assim... Ela gesticulava com as mãos enquanto falava. - Parece que brilha pra gente! - Aaah obrigada! Falei. - Com licença, eu vou descer lá na cozinha. - Aah se a patroinha está atrás de café?! Uma hora dessas, já vai encontrar o almoço... Sorri para ela e desci as escadas devagar. Meu Deus! Agora entendo o bilhete preocupado de Pither. Valdete falava coisas que eu não entendia, e seu sotaque arrastado a fazia muito engraçada. Tive medo de rir na hora errada, e deixar uma má impressão. Quando desci o último degrau a campainha tocou. Eu abri a porta da sala, e uma moça de óculos de sol entrou. Ela tirou eles dos olhos, e me olhou de cima à baixo. - Quem é você? Ela perguntou com desprezo. Quando a olhei melhor pude ver que seu rosto não me era estranha, tentei lembrar de onde a tinha visto. Cabelos negros e compridos, era alta, magra, rosto fino e pele morena. Quando ela colocou seu óculos de sol na cabeça, eu olhei na mão e vi o anel. "Meu Deus! Não pode ser! Era ela! A moça do anel.... Ela realmente existia! E seu anel brilhante também.... O que será que ela fazia na casa do Pither? E por que me olhava desse jeito? Será que ela sabia que eu tinha feito um desenho igualzinho a ela?" Pensei. - E então, vai me responder? Quem é você, e o que faz na casa do meu noivo? - Noivo? Senti como se a minha cabeça tivesse virando sentido ao contrário. Pude ver o sofá no teto, e o lustre no chão. Acho que ainda estou dormindo. (Pither) Naquela manhã, eu acordei feliz. O relógio não tinha nem despertado, e eu já estava de pé. Era super cedo! E eu estava morrendo de fome... Efeito de dormir sem jantar. Desci as escadas e fui até a cozinha. Naná ainda fazia o café, eu cheguei e beijei o rosto dela. - Bom dia! Falei sorrindo. - Nossa! Caiu da cama? - A fome me fez acordar mais cedo! Falei pegando uma maçã e dando uma mordida. - Quero um café bem reforçado! Com direto a pão na chapa, e queijo branco! Segurei a risada, pois sabia da reação de Naná. - Aaah folgado! Não quer que eu te dê na boca, também? - Pode ser! Em nome dos velhos tempos.... Gargalhei em seguida. Naná me fitou com seus olhos verdes e me deu uma cotucada. - Vá sentar lá na mesa que eu levo! Fui para a sala de jantar, e lembrei que hoje era quinta feira. Dia da diarista vir fazer faxina. Também era o aniversário do meu primo Miguel, precisava ligar mais tarde para lhe dar os parabéns. Peguei meu bloco de notas, e comecei a escrever... Era um bilhete para Esther! Eu sabia do jeito peculiar de Valdete, e eu queria deixa-la de sobre aviso. Enquanto eu fazia o bilhete, lembrei me da expressão de Esther quando ganhou o seu urso. Seu sorriso... O modo como me agradeceu... Era tão inocente, ingênua e pura! Me peguei rindo sozinho. Naná apareceu com a bandeja de café, e colocou sobre a mesa. Guardei o bloco de notas, e comecei a me servir. - Senta comigo Naná! Me faz companhia! Ela puxou a cadeira ao lado e se sentou. Comecei a comer, tudo ao mesmo tempo. Parecia um esfomeado! Ela me observava assustada. - Nossa! Faz quantos dias que você não come? Falou sorrindo. - Que eu não me alimento bem à vários... Mas ontem eu dormi sem jantar! Naná balançou a cabeça. Olhei pra ela e continuei. - É eu sei! Nunca mais vou fazer essa loucura... - É uma loucura também, chegar quase meia noite e entrar em casa de pé por pé!! Com os sapatos nas mãos.... Não pude deixar de rir. - E você ficou de sentinela atrás da escada?! - Não bem atrás da escada... Mais eu vi quando você chegou! Naná sorriu, enquanto eu dava uma mordida no pão com geléia. - Fomos no parque ontem! Limpei minha boca com o guardanapo e tomei um pouco do suco. - Você foi num parque de diversões? Ela perguntou impressionada. - Sim! Por que a surpresa?? Ah Naná!! Foi tão divertido! Esther e eu brincamos em todos os brinquedos possíveis! No fim vim embora até zonzo! Fiquei sorrindo só de lembrar. - Você está feliz! Ela fitou seus olhos nos meus. - Feliz, como eu não o via, há muito tempo.... - E por que o tom de preocupação? Parei de mastigar e a encarei. - Pither! Você já disse a ela que é noivo? Essa foi uma pergunta que mais me parecia um tapa. Senti como se um nó descesse pela minha garganta, rasgando tudo, incluindo minhas cordas vocais. - Não disse ainda né? Ela perguntou, um pouco comovida. Eu somente respondi que não. - Déborah e eu brigamos Naná... Ela não atende às minhas ligações á dias, e... - Você tem esperanças de ela desistir do casamento! Naná completou a frase do jeito mais sensato que se poderia dizer. -Filho você sabe o que eu penso desse casamento. E eu já desisti de fazer você rever essa decisão maluca de se casar com essa moça mas... Olhei pra ela, meu maxilar tremia. Eu temia os conselhos de Naná. Pois na maioria das vezes, sempre davam certo. - Pither! Você precisa contar para a Esther que tem uma noiva. Meus olhos perderam o foco. - Você já imaginou que essa garota, pode estar se apaixonando por você? Minha tensão, e minha boca de preocupado se tornou em um riso, que ecoou por toda a sala. - Aaaah Por favor Naná ! Gargalhei sem parar. Enquanto ela me olhava séria. E ficando impaciente. - Posso saber o motivo da graça? Ela ergueu sua sombrancelha irritada.- Por que você acha que essas coisas nunca acontecem? Não com você?! - Naná, a Esther sabe do carinho que tenho por ela... A nossa relação é de irmãos... Naná sorriu como se duvidasse. - Agora eu que tenho vontade de dar risadas da sua cara Pither!... Esther te vê como um herói!! Você tirou ela daquele lugar!Depois deu presentes, e ainda a leva pra passear! - E o que tem a ver isso? Ela balançou a cabeça, e colocou sua mão sobre a minha. - Aah Pither... Você é tão incrédulo no amor, que acha que isso nunca vai acontecer com você! - A Déborah me ama! Do jeito torto dela, mais sei que sim... Agora Esther?... Não! Ela não sente nada por mim. A não ser gratidão!! Olhei pra ela com ternura -Naná! Eu sei que se preocupa comigo. Ultimamente eu tenho estado muito com ela, mais quero que saiba que eu sou o último homem na vida que mereça a Esther! - Eu não concordo!! Ela me olhou triste. - Trate de se conformar! Essa possibilidade está fora de cogitação! Eu vou me casar! Mais tardar o fim do ano, e logo trarei vários netos para te abraçar nos finais de semana. Naná encostou sua testa no meu queixo. - Eu vou sentir tanto a sua falta... - E eu a sua! Papai chegou de repente na sala e nos olhou abismado. - Bom dia! Naná se afastou de mim e olhou para ele. - Então é vocês que estavam rindo o tempo todo?! Eu não sei se foi uma pergunta, mas sei que ninguém respondeu. - Bom dia senhor Álvaro! Já vou providenciar o seu café. Naná se levantou e foi para a cozinha. Eu me levantei também, pegando meu jaleco sobre a cadeira. - Você já vai ? Ele perguntou. - Sim pai, tenho várias coisas pra resolver hoje... Com licença! Ia saindo da sala de jantar, mas antes pude ouvir quando ele reclamou. - É sempre assim... Eu chego e todo mundo muda de assunto e sai! " Tadinho nem sabe porque isso acontece..." Pensei. (...) Fui até o quarto de Esther, puxei a maçaneta da porta e ela se abriu. Ela estava dormindo feito um anjo... "Que novidade Pither! Ela sempre parecia um anjo." Deixei o bilhete na escrivaninha, e dei uma última olhada pra ela. Seu urso estava do seu lado, ela dormiu com ele... Tirei sua franja do rosto, e acariciei sua pele. -Hoje eu vou te contar a verdade, prometo!" Sussurrei. Saí fechando a porta e indo para o consultório. Depois que entrei em um acordo com Lúcia sobre o carro, eu sabia que precisava de grana para comprar outro. Por isso atendi todos os pacientes possíveis que ligaram marcando uma consulta com a Pâmela. E pedi que ela fizesse uma agenda bem cheia pra mim, nos próximos dias. Tentei ligar duas vezes para Miguel, o celular dele só dava caixa postal... É Claro! Ele acordado antes das onze, era um milagre! Fui até a recepção. Pâmela mexia com alguns papéis. - Posso ajudar Doutor? - Pâmela! Eu não tenho mais nenhum paciente agora,né? - Não Doutor! O último acabou de sair... Ela olhava para o seu caderninho. - O próximo será só as duas horas! - Tabom... E meu pai? - Continua no consultório, com aquele paciente de rotina... - Nossa! Isso vai demorar... Eu vou pra casa tá?! Depois do almoço eu volto. - Bom almoço Doutor! - Obrigado! Saí com o meu carro da clínica, e fui direto para casa. Estava ansioso para ver Esther! Queria falar com ela! A gente nunca tinha conversado, e eu precisava saber mais sobre ela. Sobre a sua vida no orfanato! E também avisa-la que hoje meu tio tinha dado início ao processo legal de adoção. E provavelmente se Lúcia cumprisse com a sua palavra, logo teríamos a guarda dela. Cheguei no condomínio e o portão se abriu para mim. Eu estava confiante, dobrei a esquina da minha rua e olhei para minha casa. Meu sorriso se fechou... "Meu Deus não pode ser! Era o carro de Déborah!" Estacionado em frente a minha casa. Certamente ela já se encontrou com Esther! Isso não era pra ter acontecido... Mais que Droga!! Deixei meu carro atrás do dela, e desci fazendo o mínimo de barulho possível. A porta da sala estava aberta, Déborah estava atrás dela. Pude ouvir quando ela perguntou, a ''Esther o que ela fazia na casa de seu noivo?''... Bati com a minha testa na parede. Não era assim que eu queria que ela ficasse sabendo... Não desse jeito! Esther repetiu a última palavra, 'Noivo?' de um jeito tão surpreso, que me senti um cafajeste no mesmo instante. Foi nessa hora que ouvi a voz de Naná ecoando pela escada. - Déborah! Que prazer em vê la... - Como vai Diana? Déborah respondeu com aspereza, ao encontro de Naná. - Quem é essa moça ? Pude espiar pelo vão da porta a reação assustada de Esther. Naná pelo contrário, se manteve firme. Colocando seu braço sutilmente nos ombros de Esther, mostrando confiança. - Essa é Esther!... Naná era uma perfeita dama! Soube controlar a situação desagradável em que estava.- Ela faz parte da família! Lamento que ainda não a tenha conhecido! Se veio procurar Pither, infelizmente ele ainda não chegou. Agora se quiser esperar?... - Não! Eu volto outra hora! Déborah não estava convencida, com a explicação de Naná. - Okay! Eu aviso que a senhorita esteve aqui... Eu saí detrás da porta e me aproximei do carro. Vi quando Déborah saiu furiosa, levantando sua cabeça e me vendo. - Aaaah o senhor está aí ?! - Como vai? Perguntei como se não soubesse que ela estava irritada. - Eu cheguei aqui, com a melhor das intenções... E me deparo com uma mulher na sua casa! - Quem, a Naná? Ela mora com a gente á anos, querida! Falei descontraindo. - Pither!! Não se faça de tonto! Uma tal de Esther... Ela mexia com as mãos como se fosse surtar. - Calma Déborah! Esther é apenas uma menina, tem 17 anos... - Tá e por que você não me disse que ela estava na sua casa? - Se você tivesse atendido as minhas ligações, talvez saberia.... Levantei uma sombrancelha só em defesa. - Pither, o que essa menina faz na sua casa? - Ela é da família! Veio fazer companhia pra nós... Meu pai se sente muito sozinho! (Que ele não saiba, que estou usando o nome dele.) - Nossa! O Senhor Álvaro, está entediado? Adotem um cachorro! - Déborah! Não seja tão malvada! E vamos entrar?! Aqui não é lugar pra gente conversar! Peguei no braço de Deborah e a levei comigo. Ela me abraçou, e fomos para dentro da casa. Senti um alívio quando abri a porta da sala e não vi ninguém. - E você está bem? Perguntei tirando o meu jaléco, e jogando sobre o sofá. - Sim! Estava com saudades.... Ela colocou sua mão em meu peito, e me beijou. - Ah é? E por que me ignorou por três dias? - Estava deixando você de castigo.... Ela passou sua mão pelo meu rosto. - Aquele dia eu saí, muito brava sabia?! - Quase não percebi.... Respondi sorrindo. Ela olhou para os lados, e sussurrou baixinho como se não quisesse que ninguém a ouvisse. - Vamos para o seu quarto? Ela me olhava com desejo. - Agora ? Foi a única coisa que consegui responder. Eu tinha dado um fora em Déborah na segunda feira, com a desculpa do cansaço. Agora eu não tinha pra onde correr. - Sim amor agora... Eu quero ficar com você! Ela sorriu. E eu me arrependi de não ter chegado, cinco minutos mais tarde. - Nossa cara! Eu esqueci de comprar a... (Não, que já não tenhamos feito sem) - Eu tenho! Ela foi direta. E eu não tinha mais nenhuma carta na manga. " Se Concentra Pither! Se Concentra! " Foi a informação que meu coração mandou para o cérebro. Agora só falta o cérebro mandar a informação para o restante do corpo, que não estavam colaborando muito com situação. Eu adoraria saber o que estava acontecendo comigo?! Cara! Eu não sou assim... Eu não era assim! Por que eu não consigo?! Déborah me beijou na boca, e eu juro que tentei sentir alguma coisa. Não sei ! Antes era mais fácil! Uma porta de um dos quartos lá em cima bateu, e eu ouvi quando alguém vinha em direção a escada. Me afastei de Deborah, e olhei para atrás. Era a Val toda atrapalhada com seus utensílios de limpeza. Déborah se virou para o vaso de porcelana, que fazia parte da decoração da sala. E eu ofereci ajuda a faxineira. - Quer uma mãozinha aí Val? Ela olhou pra mim sorrindo. - Ooow Patrãozinho, nem vi que estava aí! Não precisa não! Já estou acostumada a baldiar' isso pra cima e pra baixo. Ela falava com a voz cantada, e extremamente alta. Mas era boa pessoa! - Vem devagar então.... Pude ver pelo canto do olho, que Déborah revirava os olhos. - Eu estava limpando o quarto da moça! Val estava quase perto de mim, quando continuou falando. - Muito bonita a sua noiva! Déborah virou se para nós, com a expressão mais convencida que eu já vi. Dando uma levantadinha no ombro. - Você acha é? Perguntei sorrindo e olhando para Déborah. - Sim! Val terminou de descer as escadas. -Ela me disse que se chamava Esther! Parabéns o senhor tem muito bom gosto! Val deu um toque de leve no meu ombro, e saiu da sala pedindo licença.
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