Capítulo III

2662 Words
Henrik Cartier. A carruagem vinha acelerada do castelo vizinho aonde decorreu uma discussão sobre o futuro do reino. Eu sou o príncipe regente de Eldravia, um reino extremamente rico e reconhecido por inúmeros feitos mundialmente, isso quer dizer que eu sou o responsável por cuidar dele, sendo eu o ocupante do posto de governante. O que também, basicamente significa ser forçado a exercer tudo o que eu estava adiando. Fugir, é algo impossível. Ninguém foge do seu destino, mais cedo ou mais tarde o tempo faz questão de acabar com toda a diversão e não necessariamente essa foi alguma vez uma opção para mim. Chovia torrencialmente pelo caminho, e era suposto nos apressarmos por conta do anoitecer para evitar um possível ataque, nessa época principalmente com todas essas mudanças, os inimigos resolvem atacar, a caminhada decorria perfeitamente, quando as carruagens pararam abruptamente. O que está acontecendo? Foi essa a questão que eu me fiz, pegando na espada no mesmo instante. Uma voz feminina fez-se chegar até a mim, e a única questão que me veio à mente, foi: O que uma moça estaria a fazer sozinha no meio dessa chuva e da floresta? O meu primeiro instinto foi descer da carruagem, e deparei-me com uma moça jovem, dos seus possíveis vinte anos, encharcada pela chuva e com as suas pernas, pés e braços sujos de lama, como se tivesse sofrido uma queda. O que não seria nenhuma surpresa. Quem andaria com sapatos como esses no meio da chuva, numa estrada de terra? Só alguém... estrangeiro. Ela parece realmente estrangeira, a sua estatura é média, razoavelmente baixa, e é demasiado atraente, até para uma moça vestida indecentemente e suja de lama. Os seus cabelos são longos, visivelmente cacheados embora estejam mais esticados e escorridos por conta da chuva. Os seus traços faciais são extremamente efeminados e subtis, angelicais eu diria... mas com um acréscimo de sedução indevida e não proposital, descreveria eu. Os seus lábios são rosados e os seus olhos de cor castanho-claro são extremamente chamativos, eu diria convidativos. Eu deveria me controlar mais e prestar atenção no que realmente interessa. Eu não sei que panos são esses que a cobrem, eu diria que pertencem a uma meretriz como o guerreiro a acusou de ser e ela mostrou-se indignada. Mas simultaneamente o feitio das suas roupas e o tecido é completamente diferente. A sua... eu nunca vi uma saia tão curta e não sei se devo considerar isso como uma, mas ela exibe as suas pernas e o pano que cobre os seus s***s, e que por conta da chuva, deixa visível o formato deles através do tecido molhado e não era suposto deixar-me como eu estou agora, ela exibe os seus braços, a sua barriga, as entradas que compõem a sua pequena cintura. Gotas de água escorrem pela sua pele visivelmente suave e convidativa, o tom da sua pele n***a, é de cor amendoada claro. Ela definitivamente não pertence a esse lugar, eu a conheceria, são muitos habitantes, mas as suas características físicas marcantes, teriam chamado a minha atenção, o suficiente para eu me recordar se já tivesse a visto antes. Ela definitivamente é estrangeira, o seu palavreado é diferente, a sua maneira de estar e agir é diferente, ela nem sequer sabe quem eu sou... Algo impossível per se. A forma com que ela fala, as suas roupas, o objeto que ela está visivelmente preocupada e está fixa no seu pulso... a forma com que ela chegou até aqui, me intrigada, e eu nunca estive tão curioso sobre uma situação e mulher nenhuma como estou agora. Sem intenção de deixá-la debaixo da chuva, vestida desse jeito e sozinha durante a noite, a trouxe para o palácio, ela muito provavelmente fugia de alguém e bateu com a cabeça. Após ser examinada e descansar, poderá falar com mais consciência sobre como ela chegou até aqui e quem ela é. Não demoramos muito após esse encontro inesperado na floresta, para chegar ao palácio e a moça, cujo afirmou se chamar Celleney, visivelmente entrou em estado de pânico. Seja lá o que tiver acontecido no seu caminho para cá a deixou atormentada, pois, ela não parava de falar como se ela estivesse em algum tipo de jogo, como se estivesse confusa até com o ano em que estamos. Ela saiu de dentro da carruagem m*l ela foi estacionada, apressada e quando eu decidi a trazer para cá, eu já sabia da reação que viria junto assim que vissem uma moça no estado em que está, mas eu não a podia deixar lá no meio do nada. A Cora, a minha irmã mais nova tomou a dianteira e a saudou, porém, a mesma não a respondeu e os olhos da Cora vieram até mim confusos, porém o meu olhar observou os olhos da Celleney se arregalaram de medo, eu diria, observando tudo ao seu redor e logo em seguida o objeto no seu pulso como se tivesse descoberto algo proibido. Quando simplesmente perdeu a consciência, e felizmente consegui a segurar antes que ela se machucasse. O que será que aconteceu com ela? - Meu irmão, quem é ela? - a Cora questiona tentando acompanhar o meu passo, enquanto eu a levo para um dos aposentos, aonde as damas de companhia a possam vestir decentemente antes do doutor a vir examinar. - É claro que é uma meretriz. - a Lyra afirma, e eu estou realmente preocupado com o que pode ter se passado com ela, para a dar atenção agora. - Porque a trouxe aqui? - a Lyra questiona curiosa, enquanto eu entro no quarto e a depósito na cama. - Oh, ela é bonita. - o Charles, meu irmão diz a encarando e eu me limito em o encarar chamando a sua atenção. - A vistam com roupas mais apropriadas. - eu ordeno as damas de companhia que vieram logo atrás e assentem ruborizadas e volto o meu olhar para a porta, aonde o Virgil, meu primo e duque adentra, e o seu olhar vai para a Celleney desacordada na cama e o seu sorriso animado acende o seu rosto me fazendo revirar os olhos, e sair de dentro do aposento puxando todos eles dali, para que as damas de companhia a possam trocar. - Quem é ela? - ele me questiona. - Saberemos assim que ela acordar. - eu o respondo. - Aonde a encontrou? Ela está ensopada. - a Cora questiona curiosa e eu encaro os seus olhos indagadores. - Na floresta. - eu respondo-a. - Estava Aparentemente perdida ou fugindo de alguém. - eu os conto e eles encaram-se. - Mas ela não é daqui. - a Lyra afirma. - A minha modista sempre vê as últimas tendências e tecidos, principalmente com o baile de época se aproximando, e nunca me mostrou feitios como aqueles. - ela comenta e é óbvio que esses tecidos, ao menos o feitio deles, não foram fabricados por nenhuma fábrica têxtil ou artesãos conhecidos. - Onde está o doutor? - eu questiono para o Virgil. - Ele está a vir. - ele me responde e eu assinto, eu preciso me mudar. - Voltem para as suas funções. - eu digo querendo que eles se dissipem e caminho para os meus aposentos. As duas saem dali murmurando, não dou cinco minutos para regressarem a porta daquele aposento, já o Virgil e o Charles caminham comigo pelo corredor. - E como foi o encontro? - o Charles questiona. - Normal. - eu o respondo aborrecido o suficiente para não querer repensar no que foi dito naquele encontro. - A Christine está a vir. - ele diz mudando de assunto e eu assinto, ela está preparando com a Lyra o baile, são suas obrigações. - Ver uma meretriz como a que está nos aposentos, será um caos, ela já avistou as possíveis candidatas para apresentar a você no baile. - ele diz e eu levo o meu olhar para o seu rosto com a feição insultuosa. - Ofender a dignidade de uma mulher cujo você desconhece a proveniência, não é uma atitude de cavalheiro, Charles. - eu falo retirando o meu olhar dele e ele sorri. - E desde quando você se importa com isso, Henrik? - ele questiona sorrindo. - Desde que você só tem a mim agora, para ensinar a você como um homem é suposto agir. - eu o respondo o óbvio. Eu tenho que passar a agir como um irmão mais velho, sem opção de falhas propositais, agora. - Eu sou mais cavalheiro que você, o que está dizendo? - ele questiona retoricamente rindo e a sua questão não é contestável. Ele é um, já eu fui criado para ser um, eu sei quando agir como um e ele simplesmente se perde no meio do seu cavalheirismo genuíno e são nesses momentos que eu ingresso. - Enfim, o que pensa em fazer com a moça? - o Virgil me questiona curioso e eu observo os guardas abrirem a porta dos meus aposentos. - Eu saberei assim que compreender como ela chegou até aqui e quem ela é. - eu os respondo, e os encaro. - Vocês têm responsabilidades por efetuar, não? - eu os questiono. - O jantar será servido brevemente. - o Charles diz como desculpa. - Continua a ser tempo suficiente para reduzir as vossas tarefas antes do jantar. - eu digo. - Vão. - eu lhes digo, com um sorriso pretensioso entrando nos meus aposentos e os dois sorriem, e saem. Obviamente não farão mais nada, mas tudo bem, por hoje. Eles ficaram encarregados de inúmeras tarefas durante a minha ausência. Retirei a minha camisa que está molhada caminhando para o cómodo guarda-roupas, com milhares de questões enfadando a minha mente. Quem é aquela mulher? O que fazia sozinha, na calada do anoitecer, no meio da floresta inabitada, vestida de maneira peculiar? De onde ela veio e por que razão veio? Eu reconheço o formato do objeto no seu pulso, é um relógio, porém nunca tinha visto um daquele jeito. Quer dizer, o meu pai tinha um que passou dos meus antecessores até ele, feito em mil oitocentos e dez pelo relojoeiro Abraham Louis-Breguet, mas não é exatamente um relógio, é como uma pulseira decorativa para mulheres. Ele pertencia a minha mãe, e ele guardou essa peça. Mas o que estava no seu pulso, se parece com um relógio de bolso, mas, simultaneamente diferente. Essas questões só ela poderá responder. Eu troco-me, e deixo o meu banho para depois do jantar para puder saber do médico qual é o estado da mulher. Saio em direção ao aposento aonde eu a deixei, me aproximando da porta os guardas reais a abrem e eu entro, a encontrando ainda deitada inconsciente na cama, agora mais propriamente vestida, sendo examinada pelo médico. - Vossa majestade. - ele diz assim que nota a minha presença e fazendo a reverência e eu assinto, tirando o meu olhar dele, para uma das moças mais atraentes que os meus olhos já viram, genuinamente preocupado. - Ela tem algum problema? Fraturou a cabeça? Possui algum ferimento? - eu o questiono, e ele se levanta recolhendo o seu material. - Não, vossa majestade, a moça está em perfeitas condições físicas, não possui nenhuma fratura ou hematoma. - ele diz e dá de ombros, voltando o seu olhar para ela. - Embora os seus pés estejam marcados e vermelhos. - ele menciona o que eu já tinha observado na estrada de terra. - Provavelmente passou horas em pé, correndo, isso explicaria a exaustão física que é notável que ela tem. - ele diz e eu assinto. - Porque ela continua desacordada? - eu o questiono a observando. - Eu já ia acorda-lá, vossa majestade. - ele diz e eu observo-o voltar para perto dela, colocando amónia num pano, aproximando-o do seu nariz, e os meus olhos vão para o seu rosto, observando a mesma franzir o cenho, por conta do cheiro forte, e o médico retira o mesmo em seguida. Ela abre os seus olhos com certa dificuldade, os cerrando minimamente como se não estivesse a ver nada nitidamente, piscando uma e outra vez, claramente confusa. Os seus olhos castanhos são atraentes, sedutores eu diria, com um formato amendoado que adiciona um toque de mistério ao seu rosto angelical, e feminino, trazendo um certo atrevimento para o seu rosto delicado. Sob cílios longos e escuros, os seus olhos castanhos claros brilham mesmo no meio da confusão da sua mente. Ela ficou desse jeito por alguns instantes, quando então arregalou os olhos, os mesmos foram para o que penso ser um relógio no seu pulso, e se levantou para nós e o desespero nos seus olhos é notável. Por que está tão assustada? - O que aconteceu? - ela questiona se levantando, colocando os seus pés no chão, com os tornozelos avermelhados por conta dos sapatos que usava, como se não tivesse estado desmaiada. - Por que vocês continuam aqui? E assim? - ela fala descendo o seu olhar sob os nossos trajes e as damas de companhia que aqui estão ruborizam. Que problema ela tem com os trajes? Eu estou realmente curioso, agora. - Onde estão às câmaras? - ela questiona como se fosse querido por ela estar numa, como se fosse algo óbvio e esperado, o que sinceramente eu não entendo. - As câmaras de tortura são apenas para criminosos e prisioneiros, senhorita. - eu respondo a observando e os seus olhos vêm na minha direção indignada. - A senhorita fez alguma coisa, para querer estar numa? - normalmente ninguém pede, mas eu estou curioso e a mesma revira os olhos. Para mim, mais uma vez. E não realmente me importo com a sua intrepidez agora. - Não fiz, mas se vocês continuarem com isso eu juro que farei. - ela fala e eu suspiro já sem muita paciência e querendo entender o que está acontecendo. O doutor acabou de afirmar que ela não fraturou nada, logo ela está em condições de explicar coerentemente o que está acontecendo. - Eu vou pedir para que se sente e se acalme para podermos conversar. - eu falo e ela fecha os olhos suspirando fundo como se pedisse por paciência e calma. Eu acho que devia ser eu fazendo isso, mas tudo bem. Ela senta-se, e eu ordeno a saída deles, que assim o fazem, deixando-nos os dois aqui e eu encaro-a, os seus olhos expressaram timidez e logo em seguida desceram sobre si, fazendo o seu rosto ganhar um certo rubor. - Quem tirou as minhas roupas? - ela questiona, me obrigando a descer o meu olhar sobre ela, algo que eu estava procurando não fazer. - De quem são essas roupas? De alguma avó? - ela questiona indignada e eu sorrio. Realmente não valoriza muito o que vi mais cedo, mas não é tão mau para ser considerada uma roupa de avó. - As suas roupas foram trocadas pelas damas de companhia. - eu a respondo e os seus olhos oscilam pelos meus, como se estivesse se questionando, se eu estivesse falando sério. - E não, esse é apenas um vestido que lhe foi colocado para que pudesse ser atendida pelo doutor de maneira mais decente. - eu lhe digo e ela me encara como se eu tivesse a ofendido, o que espero não ter feito. - É a segunda vez que você diz que eu estava vestida indecentemente, Henrik. - ela diz se sentando indignada e confusa. E a única coisa que eu consigo pensar é no quão atraente é ver os seus lábios e a sua voz pronunciarem o meu nome. E eu não estou com pretensão alguma de corrigi-lá. - Não foi a minha intenção ofendê-la, senhorita. - ela me encara. - Celleney, por favor pare de me chamar senhorita. - ela diz visivelmente frustrada passando às suas pequenas e delicadas mãos pelo seu rosto. Eu não entendo o que aconteceu, mas definitivamente alguma coisa de errado se passa.
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