16| Ótima Memória.

1358 Words
| Styles | Clhöe dorme com a cabeça apoiada em meu peito, e eu tento não me mexer para não acorda-la. Não quero que ela se assuste com a minha presença. Sei que isso é clichê, mas não posso evitar. Posso fazer m*l para ela, e não devia estar aqui, mas não consegui ficar longe depois que a vi com aquele homem. Precisava ter certeza de que ela não estava na cama com ele, sei que ela nunca faria isso, mas só o sorriso que ela abriu para ele, a maneira como foi convencida fácil por ele a beber a cerveja, o jeito como ela se preocupou com ele me deixou realmente enciumado. Ela se mexe um pouco batendo a cabeça em meu queixo, e eu tiro seus cabelos de seu rosto. Sua mão agora está em meu rosto e a outra junto ao corpo. Cubro ela até o pescoço enquanto a brisa fria da madrugada sopra contra meu rosto. Eu poderia ficar aqui para sempre vendo ela dormir. Talvez eu poderia fazer isso todas as noites, mas isso me resultaria em constantes insônias e eu só vim aqui porque estou preocupado com o que aconteceu. Clhöe me faz sentir uma mistura de sentimentos. Ela consegue me acalmar, e ao mesmo tempo consegue fazer com que eu me desespere e me sinta incapaz de entendê-la. Quero muito descobrir o que houve com ela antes de vir para Brighton. Os olhos dela dizem tudo e ao mesmo tempo nada. Alguém fez m*l para ela. Algo muito c***l. Clhöe tem os olhos mais tristes que já vi em minha vida. Ela é tímida e arisca com qualquer um que chegue perto. E isso é triste. É triste ver uma garota tão encantadora se escondendo de algo. Se escondendo dela mesma. Encaro o teto branco e adormeço apertando Clhöe junto a mim, sem me importar se ela vai acordar ou não. . . . Desperto com o corpo pegando fogo, minha camiseta está molhada e uma gota de suor escorre da minha testa. Clhöe está suada também e eu percebo que é por causa das cobertas que cobrem sua cabeça e chegam até meu pescoço. Porém, ela continua dormindo como um anjo com os cabelos grudados do rosto e o pijama horrendo grudado em seu corpo deixando–a mais linda do que qualquer outra pessoa no lugar dela. O despertador em cima do criado mudo irá desperta–la em poucos minutos e p***a, preciso vazar daqui, antes que ela acorde. Suas pernas estão entrelaçadas nas minhas e eu tenho vontade de leva–la embora para sempre, mas ao invés, tiro suas mão do meu pescoço e deito sua cabeça no travesseiro, tiro uma das cobertas de cima dela e jogo em qualquer lugar, ela se vira para o lado soltando um suspiro e eu tropeço em um baú cheio de livros, Clhöe se mexe novamente e eu resolvo pular a janela, mas acabo batendo o pé na cama e acabo gemendo de dor. –Styles? – ela diz sonolenta e antes que ela acorde por completo, salto para fora do quarto. | Clhöe | Estou completamente molhada de suor, por um minuto, tento pensar que Styles não estava aqui. Porém o cheiro de sua colônia em minhas cobertas, me impede de pensar isso. O despertador está prestes a apitar, então eu o desativo e viro–me para o lado tentando tirar um rápido cochilo. O vento frio entra pela janela escancarada dando–me calafrios e eu vejo no relógio que estou atrasada para a faculdade. Salto da cama e corro para o banheiro, tomando um banho rápido e em seguida visto a calça jeans de lavagem escura, a blusa de moletom cinza e meu par de tênis pretos, deixo meus cabelos soltos para esquentar meu pescoço e arrisco a passar um corretivo para melhorar minhas olheiras. – Clhöe? – tio Will entra em meu quarto sonolento. – Eu fiz muito barulho? Desculpe tio – pego a bolsa pronta para descer as escadas. – Aonde você vai? Você vai para a faculdade? – Sim – respondo apressada. – Será que eu posso te levar? – Meu pai sempre me leva. – Mas ele ainda está dormindo. – Dormindo!? Ah não – abro a porta correndo – Você vem? – pergunto antes de fechar a porta e sair em disparada. – Sim. Claro – ele pega seu casaco vermelho de botões grandes, passa a mão no cabelo e eu gargalho enquanto ele tenta ajeitar os cabelos, mas desiste e coloca seu chapéuzinho preto e vem correndo atrás de mim. – Meu Deus Clhöe, que frio. – É. – O campus é muito longe? – n**o – Ah Meu Deus, estou congelando – ele faz drama – Você também está congelando. Por que não veio enrolada nas cobertas? – eu gargalho – Depois da sua aula podemos fazer alguma coisa? – assinto – Eu venho te buscar, tudo bem para você? – Sim. – Meu carro chega hoje dos E.U.A, nós podemos ir ao cinema, você pode chamar alguma amiga bonita sua para ir junto. – Pode ser – digo ofegante e me despeço dele. Abro meu armário e pelo corredor vejo Niall passar de cabeça baixa por mim, e eu arregalo os olhos ao ver um grande hematoma roxo em seu olho esquerdo, ele parece perceber minha surpresa e aperta antes que eu possa ir falar com ele. Quando entro na sala, só encontro lugares perto da janela por onde entra o frio, sem opção sento–me na frente do lugar de Styles que está vazio na fileira da janela. A sala permanece em silêncio enquanto a professora caminha de um lado para o outro explicando um novo tema, e os alunos fazem algumas anotações em seus cadernos. Já eu, rabisco a última folha de meu caderno com a caneta preta, esperando as horas passarem ansiosa para ver tio Will novamente. O que houve com Niall? Ele me parece ser uma pessoa boa demais para se estranhar com alguém. Ninguém em sã consciência bateria em uma pessoa tão boa como Niall. A não ser que Louis tenha feito isso. Sei que é errado pensar que só por que uma coisa r**m aconteceu, que a culpa deles. Mas não sei o que pensar sobre isso. Talvez tenha sido uma briga qualquer, ou talvez ele tenha batido em um poste. Sem notar, percebo que meus rabiscos formaram uma perfeita borboleta n***a. Styles. Como consegue ser tão presente mesmo quando está ausente? Por que estava no meu quarto aquela hora da noite? Eu devia ter gritado. Mas não consegui reagir. As batidas de seu coração. Sua respiração calma. Suas mãos em minha cintura. A lua iluminando seus olhos reluzentes refletindo um verde único, o verde mais lindo que já vi em minha vida, mas também o mais sombrio. Como pode ser uma criatura tão angelical e tão sombria ao mesmo tempo? – Você tem uma excelente memória fotográfica – sua voz rouca soa atrás de mim e meus olhos se arregalam, eu fecho o caderno rapidamente sentindo meu rosto corar, mas ele escapa da minha mão e vai parar no chão. Calma, eu não estou tão desesperada assim. Me abaixo para pegar o caderno e meus dedos se encontram com os dele. Puxo o caderno e o escondo debaixo da carteira, enquanto a professora inicia um pequeno texto no quadro n***o. Como Styles foi parar ai? Como passou por mim e eu nem sequer notei? Sua colônia masculina toma conta do ambiente me impedindo de pensar direito e um leve cheiro de canela entra pelo meu nariz assim que ele dirige a palavra a mim novamente. Abro o caderno na matéria de francês e copio o titulo do texto. A professora se vira para voltar à explicação mas é interrompida por três batidas na porta. Abaixo a cabeça encarando minha caligrafia tremida, esperando a professora. – Senhorita Beaumont? – chama ela me fazendo erguer a cabeça – Você está liberada – arqueio as sobrancelhas sem entender, e um sorriso se abre em meu rosto ao ver tio Will com a cabeça enfiada no vão da porta acenando para mim.
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