20| Ponto Fraco.

1637 Words
"Acabe com ele, antes que ele acabe com você" – Megan . . . "Cala a boca! Eu estou cansada! Cansada dos seus joguinhos!" Berro tentando me soltar de suas mãos. "Cansada? Você está cansada do que? Isso está acontecendo por sua culpa! Porque você é assim" ele me segura fortemente. "Me solta! Você está... " sou interrompida com a sua mão que se choca contra meu rosto fazendo com que eu cambaleia para trás. O despertador me desperta, e eu acordo no pulo. Me sentando na cama ofegante. Minhas cobertas estão no chão e estou suada. Eu achei que isso já tinha passado. Achei que estavam enterradas e que não voltaria a me assombrar. Mas é como se... Como se ele fosse entrar aqui dentro a qualquer momento, me pegar pelo braço e me levar de volta para minha antiga casa. Eu preciso dos meus remédios. Me levanto caminhando até a cômoda em busca dos comprimidos e tomo o remédio de sempre e vou tomar banho. Minha mão direita onde fiz o corte ontem está formigando e eu fico feliz por escrever com a mão esquerda e não com a direita. Além de ser estranha por causa do meu jeito e da Onomatofobia, também tem o lance de escrever com a mão esquerda. Meu pai não está em casa e presumo que ele deve ter ido mais cedo para o trabalho. – Clhöe, tome esse remédio para dor, leve mais um caso a mão doa demais, qualquer coisa me ligue – diz minha mãe. – Cadê tio Will? – pergunto tomando o remédio. – Está dormindo. – abro a porta – Tenha um bom dia no colégio – ela deposita um beijo em minha testa e eu sorrio. O dia não está tão frio, mas também não está tão calor para sair pior ai andando com uma blusa sem manga. Puxo as mangas de meu swetter e um carro azul marinho passa por mim, o mesmo diminui a velocidade e o vidro é aberto. – Clhöe? Olho para o lado e sorrio para Niall. – Niall – cumprimento. – Quer uma carona? – Seria muito gentil da sua parte – sorrio e ele destrava a porta para que eu entre. – E então o que houve com a sua mão? – Foi um acidente. Não trocamos muitas palavras, Niall liga uma música para ocupar o lugar do silêncio e estaciona na primeira vaga do estacionamento assim que chegamos e nós descemos juntos. – Obrigada pela carona – agradeço enquanto caminhamos rumo ao corredor dos armários. – A gente se vê então. – A gente se vê. Empurro a porta da quadra e só agora percebo que cheguei atrasada na minha primeira aula extracurricular que para o meu azar é Esportes. – Senhorita Beaumont! – grita o treinador com um apito entre os lábios. – Me desculpe o atraso senhor – peço notando que ele deve ser bastante rígido com horários e participação já que ele ignora minhas desculpas e profere, – Vá se vestir – dando as costas e eu dou os ombros caminhando até o vestuário. Entro no vestiário e visto a calça preta elástica a camiseta branca com o logotipo da faculdade e prendo o cabelos num coque. Saio do vestiário e dou de cara com Marcelly. – Em primeiro lugar Oi, e em segundo, quem era aquele gostoso que veio te buscar ontem? – eu gargalho –  Me diz logo quem é. – Em primeiro lugar Oi, e em segundo, ele é meu tio e está passando um tempo conosco. – Posso ir na sua casa depois da aula? Eu gargalho junto com ela, e nós nos sentamos na arquibancada. – Seu tio é gostoso demais você não acha? –Não sei. – Ele é solteiro? – assinto – Como se chama? – Willian, mas nós o chamamos de Will. – Will–Gostosão. – Será que as senhoritas poderiam voltar para a aula? – o treinador apita e Marcelly revira os olhos. Nós caminhamos para junto das meninas mas mais uma vez, o treinador volta a apitar e grita meu nome. – Senhorita Beaumont! – me viro para ele – O que houve com sua mão? – Eu cortei. – Então quer dizer que vocês estão combinando de se machucar? – ele resmunga – vá fazer companhia para a srta Fox na grade – ele aponta para a grade da quadra descoberta onde os garotos jogam uma partida de futebol americano e eu avisto Megan concentrada no jogo com os dedos cravados na grade, seu braço esquerdo está ingessado, e os cabelos negros caem sobre seu ombro chegando até abaixo da cintura. – Olá Clhöe – ela diz sem olhar para mim – Bem vinda ao time das garotas que se livraram da d***a da coreografia de Tabbita. – Oi. – E então, o que houve com você? –Cortei a palma da mão e você? – Eu caí de moto e quebrei o braço. Estava aprendendo. – ela diz indiferente – poxa Tyler! – ela grita protestando o jogo – Joga direito meu! Tá parecendo uma bixinha! – Cala a boca! – ele grita da quadra. – Cala você, e joga direito! – ela retruca e Tyler dá o dedo do meio para ela. Fico em silêncio ao lado dela e observo as arquibancadas, procurando por Styles, mas ele não está lá, nem em lugar nenhum. – Está procurando o garoto das drogas? – ela me olha pela primeira vez e sorri ao me ver confusa – Styles. – N-Não – me viro para a grade e observo os garotos jogarem. – É melhor mesmo ver se ele não está aqui, já que ele não quer a gente perto uma da outra – ela comenta – Você sabia que Styles me ameaçou por causa de você? – Me desculpe por isso – cravo os dedos na grade e mordo o lábio. – Tudo bem, ele não pode fazer nada contra mim. As minhas ameaças são mais fortes que as dele. Aliás, você também deveria ameaçar ele, Styles é só um merdinha. – Megan – não sei se isso soou como uma reprovação, ou se estou chamando ela. – Diga. – O que houve entre vocês dois? – claro que eu sei o que houve, mas gostaria que ela me dissesse. – A gente... Namorou – ela dá os ombros e eu assinto como se isso fosse uma informação nova para mim. – O que houve no passado dele? – vejo que ela engole o seco e balança cabeça negativamente. – Não posso Clhöe. Eu sei muito bem o que está acontecendo entre vocês dois e sinto muito por isso. Não posso te contar o que sei, mas posso te dar um conselho: Acabe com isso, antes que ele acabe com você e por favor, não volte aquele casarão. – Por que, ele não quer que ninguém saiba sobre Emilly? – digo e os olhos dela se arregalam junto com sua boca em um perfeito 'O' – Foi o Niall não foi? – Não. – O que você sabe sobre ela? – Me diz por que ele não quer que saibam – ignoro a pergunta e vejo que ela está perplexa. O azul intenso de seus olhos, agora é só mais um azul comum sem brilho. – Você é uma v***a de primeira – resmunga ela. – Vestiário! – grita o treinador – A aula acabou! – Até logo Pequena v***a – ela dá as costas mas eu a seguro. – Diz logo. – Ponto fraco – responde ela enquanto algumas garotas a chamam. . . . – O que você estava conversando com Megan? – Marcelly pergunta de boca cheia. – Sobre como ela se machucou. – Ahh espero mesmo. Se você me trocar por ela, eu te mato. – eu gargalho e ela me cutuca. – E então, ficaram sabendo da festinha que vai ter? – João se senta na mesa junto conosco com seu lanche. – Que festa? – Marcelly pergunta. – No cemitério – Responde Violette – Tyler está organizando junto com os outros garotos. – Isso é tão i****a e ao mesmo tempo tão interessante – comenta Marcelly. – Vocês vão ou tem medinho demais pra isso? – João gargalha. – Falou o destemido que c***u nas calças quando eu trolei ele cortando a energia da casa dele no dia que os pais dele foram viajar 'Marcelly? Posso passar a noite ai na sua casa? Eu to sem energia' – ela imita ele que por sua vez revira os olhos. – i****a. – Foi engraçado – as duas falam em uníssono. – Eu não fiquei com medo, eu só não tinha uma lanterna ou velas. – Ah claro, nessa época isso não existia – Marcelly levanta a mão para a alto. – Isso é papo só pra não responder minha pergunta. Diz logo se vocês vão. – Lógico que vamos. Ninguém aqui tem medo de gente morta. – Violette responde por nós, mas eu n**o. – Por que não Clhöe? – Não gosto. – Tudo bem, se não quer ir, ninguém vai te forçar. – Marcelly se levanta da mesa e sai sem aviso. – O que deu nela? – João diz. – Marcelly é o tipo de pessoa que gosta do bem das pessoas, e quando não consegue isso, se chateia com ela mesma – Violette explica me olhando – Clhöe, ela só quer que você se sinta bem conosco. – Não sei se minha mãe deixaria eu ir ao cemitério – explico. – E quem disse que ela precisa saber de tudo? Diga só que vai ter uma festinha e que horas você vai voltar. É só um cemitério, a única coisa que pode acontecer é um morto te puxar para dentro do túmulo – ela me abre um sorriso maligno. – Uuuuuuh – João estende a mão para mim num tom brincalhão. – Tudo bem. – Por Marcelly? – eles dizem em coro. – Por Marcelly – assinto.
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