– Dá o fora daqui Styles, ou entre na fila – um deles vocifera para Styles que caminha em nossa direção com os punhos fechados.
– Eu mandei tirar as mãos dela Eithan! – Styles berra acertando o primeiro soco no de camisa xadrez que cambaleia para trás.
– Você nem deveria estar andando nessa parte de Brighton Styles, nós temos um acordo.
– Clhöe, vai para o carro e me espera lá – Styles ordena para mim que agora estou atrás dele – Vai agora! Eu não quero que escute o que eu tenho para falar – assinto e rapidamente dou as costas, mas noto um deles tentar avançar para me impedir de ir.
– Eu já disse para deixar ela ir – Styles diz barrando ele.
– Você está mesmo desafiando a gente, no nosso lado da cidade? – dessa vez já estou a centímetros de abrir a porta do carro, mas antes que eu a abra e entre, ouço Styles esbravejar.
– Que se f**a a p***a desse acordo de m***a! Essa parte da cidade é de vocês, mas ela não é para vocês e se eu ver vocês se metendo com ela de novo, eu sentar a p*****a em vocês c*****o! – Styles esbraveja e eu dou um passo para trás tropeçando em meus próprios pés, sentindo minhas pernas fraquejarem e a Onomatofobia fazer meu coração disparar, como se eu tivesse corrido uma maratona inteira e agora meus pulmões imploravam por ar, e minha mente gritava repetindo as palavras que Styles acabara de proferir ao tal de Eithan.
Eu sinto meu corpo paralisar ali mesmo, e sem que eu possa controlar os movimentos de meus corpo, minhas mãos atacam meu rosto, como se quisessem fazer o eco da voz de Styles se calar em minha cabeça e eu grito. Grito alto, tentando fazer com que minha voz seja mais alto do que as palavras de Styles em minha cabeça.
Me agacho ali, observando Styles acertar o de vermelho prensando o mesmo contra a parede, acertando o rosto do mesmo algumas vezes, e os outros rodeiam ele que se vira por um momento para mim.
– Entra no carro Clhö... – e aí ele se interrompe ao ver meu estado, mas antes que ele possa vir até mim, é puxado pela camiseta branca e um deles o acerta com um golpe no estômago, e os outros dois caras seguram os dois braços dele – CLHÖE! – ele grita meu nome tentando se soltar das mãos deles e geme de dor enquanto um dos caras acerta ele de forma c***l.
Já esteve em uma situação em que você não sabe o que fazer, e mesmo que soubesse não seria capaz?
Eu estou me sentindo dessa maneira. Preciso ajudar ele, mas a Onomatofobia tem o total domínio sobre mim nesse momento, me puxando para o chão, me impedindo de fazer seja o que fosse.
Pingos grossos começam a cair formando poças de água pelo beco, aonde eu posso ouvir o corpo de Styles se chocando e por Deus, eu preciso fazer alguma coisa, mas eu simplesmente não consigo me mexer e não tenho forças para me levantar dali para pedir ajuda.
Cubro o rosto ao vê–lo ali caído no chão enquanto os caras chutam seu rosto. Ele ergue a cabeça para me olhar e fecha os olhos fortemente se encolhendo no canto da parede.
– Clhöe levanta, – a voz dele falha enquanto ele diz e eu tento respirar e expirar fechando os olhos fortemente tentando me concentrar somente em minha respiração.
Abro a porta e entro. Procuro pelo celular dele e encontro no console, mas assim que a tela acende, noto estar bloqueado por uma senha.
Clico em chamada de emergência e ligo para a polícia.
– Delegacia de Brighton, no que posso ajudar?
– Eu preciso de... – respiro e expiro engolindo o seco – ajuda... Tem 4 quatro caras, – fecho os olhos fortemente – Por Deus moça,... Eles vão m***r ele se não parar, – cubro o rosto tentando acalmar minha respiração.
– Preciso que se acalme e me mande a sua localização okay.
– Eu... Eu não sei,... eles estão em um beco, eu sou nova aqui, eu não conheço.
– Não podemos ajudar sem uma localização.
– PELO AMOR DE DEUS, EU NÃO SEI A LOCALIZAÇÃO, ELES ESTÃO EM UM BECO, PERTO DO COLÉGIO, MOÇA, POR FAVOR.
– Tá, mas sem a localização não tem como corrermos, mas vou mandar uma viatura para vistoriar a área perto do colégio, eu preciso que se acal... – encerro a chamada assim que noto os caras saírem de dentro do beco, eles caminham comentando coisas nas quais não escuto e assim que eles viram a esquina, saio de dentro do carro e corro de volta para o beco aonde Styles se apoia na parede, tentando se levantar e eu rapidamente corro para ajudá–lo servindo de apoio.
– Styles, – chamo – Meu Deus, eu sinto muito, – choramingo tirando os cabelos molhados pela chuva do rosto dele.
–Não chore Clhöe, eu vou ficar bem – ele diz com a voz rouca e ele balanço a cabeça envolvendo seu rosto em minhas mãos.
– Eu achei que eles fossem te m***r– comento o abraçando forte, me esquecendo de seus hematomas e e geme alto.
– Se eles não podem me matam, os rapazes... – e aí ele se interrompe segurando minha mão fortemente – você está gelada, e... Vem cá, – ele me puxa para seu peito e acaricia meus cabelos – pPor Deus, se acalma Clhöe, eu estou aqui – ele afasta meus cabelos do rosto e suspira me guiando até o carro.
Assim que entramos ele trava as portas e no banco de trás ele pega o sobretudo preto e me entrega.
– Veste isso, você está tremendo muito.
– Eu preciso ir para casa. Eu tenho que tomar meus remédios Styles. Agora. Por favor, a minha cabeça... – um soluço escapa da minha boca e ele arregala os olhos sem saber o que fazer – Elas não param de gritar..
– Clhöe, olha para mim – ele me chama envolvendo meu rosto com as mãos – Você precisa respirar, – balanço a cabeça tentando fazer com que as palavras saiam da minha cabeça e ele me segura fortemente.
– Eu não consi... – sou interrompida por ele que cola os lábios nos meus, pedindo passagem e eu sinto sua língua encostar na minha, enquanto ele me puxa pela numa e com a outra mão aperta a minha, e tudo ao meu redor se cala, como se ele tivesse baixado o volume e colocado no mudo.
Sinto um leve gosto de sangue por conta de seu lábio estar cortado mas logo ele quebra o beijo e cola sua testa na minha.
– Por favor Clhöe, eu preciso que fique calma, e respire fundo – eu assinto enquanto ele trava as portas.
– Eles iam... – um soluço escapa de meus lábios – se você não tivesse aparecido..
– Não pense nisso Clhöe, já passou, e eles não vão mexer com você, nunca mais, eu prometo. Enquanto eu estiver aqui, – ele pousa a mão em minha perna enquanto dirige.
– Eu sei, mas olha o seu rosto como está e...
– Já estive em brigas muito piores Clhöe, não se preocupe comigo, eu faria de novo por você. Só concentre–se em ficar calma – assinto fazendo o que ele me pede e ele para o carro em frente de casa.