Capítulo 11

1042 Words
Pov. Narrador Álvaro ficou surpreso quando a noviça rebelde jogou o abajur no chão e saiu correndo. Sua expressão se tornando séria enquanto a observava desaparecer pela porta. Desesperado, o homem saiu do quarto em sua perseguição, franzindo a testa, irritado com sua velocidade. O coração acelerando a cada passo próximo e distante do seu alcance. Olhando em volta, tentando localizar o esconderijo da jovem que habilmente se escondia no jardim, entre as folhagens da árvore. - Merda!.. Maldição, onde você se escondeu? Resmunga furiosamente, caminhando apressadamente pelos corredores. A escuridão envolvia a árvore, criando sombras profundas que poderiam ser o suficiente para se camuflar. No entanto, Álvaro não era facilmente enganado. Ele chegou perto da árvore, seus olhos vasculhando as folhas com atenção. A brisa suave da noite balançava as folhas, criando um leve farfalhar que era quase imperceptível para qualquer um que não estivesse atento. Se não fosse pelo chiado na árvore ao lado, causado por um gato de rua. A presença do jovem teria sido descoberta pelo Padre e no momento em que tropeça nos próprios pés graças a falta de equilíbrio e prática. Teria deslizado facilmente para os seus braços ao invés de cair para o outro lado do muro. Encontrando quem menos esperava, tornando a situação ainda mais constrangedora - Oh, meu deus, você está bem? - Irmã Carolina_ O galho da árvore quebra e para amortecer a sua queda a mulher salta segurando seus cotovelos. Por pouco ambos não acabam se machucando devido a manobra arriscada. - O que está fazendo no topo de uma árvore irmã Suellen?... Usando camisola. - Ah, eu faço isso as vezes_ Quero dizer, a lua estava tão bonita... Samuel tenta parecer discreto, mas era muito difícil esconder o seu nervosismo depois de tanta adrenalina percorrer pelas suas veias. A mulher percorre seus olhos pelo corpo da noviça, traçando um caminho discreto pelas suas curvas e de forma inesperada suas mãos tocam o seu peito apalpando a região cuidadosamente, analisando como se fossem os próprios s***s. - Nossa, os seus s***s são tão pequenos e rígidos, eu não esperava por isso_ - Irmã Carolina? O que você está fazendo? A noviça leva algum tempo para entender a situação, seus olhos fixos nas mãos bobas da mulher. Foi tão inesperado que o seu cérebro deletou completamente a sensação das suas mãos, como se nada tivesse acontecido. - Ah, me desculpa! Eu sinto muito_ A mulher da um grito alarmante e tentando controlar a situação para que não acabasse sendo descoberto pelo Padre. O rapaz tampou a sua boca e empurrou os seus ombros contra os muros da parede, gesticulando um pedido desesperado de silêncio. Depois de tantos anos sendo ridicularizada e, observar como as pessoas manipulavam a situação, se aproveitando da sua dificuldade para enaltecer o próprio ego numa demonstração falsa de empatia. Ao ser tocada pela noviça, suas mãos quentes e gentis, despertaram um sentimento inesperado, difícil de descrever em palavras. Sua boca secou e por um breve momento a mulher prendeu a respiração encantada pelos olhos amendoados da jovem noviça. Samuel, escuta atentamente o som do ambiente, suspirando pesadamente ao perceber o silêncio da voz do homem. Era difícil concluir se havia partido ou se estava apenas esperando que pulasse o muro de volta a propriedade do convento. As vozes ansiosas gritando em sua cabeça, por um breve momento, o distraem da presença de Carolina, que, observava atentamente suas expressões conflitantes. - O que está acontecendo, irmã Suellen? Por acaso, está tentando fugir do convento? - Oh, não, não_ Eu não estou tentando fugir do convento. - Então, porque está tampando a minha boca? Como se estivesse com medo de ser descoberta. - Bem, irmã Carolina, acontece que é proibido sair dos aposentos durante o horário de repouso, então, estou com medo do Padre Marcos, descobrir minha escapada, enquanto vigia os dormitórios... Pior, que estar fora da cama é estar fora do convento. - Entendo... Por um momento esqueci que você é uma freira. A mulher ri nervosamente tentando disfarçar o constrangimento que sentia, por ter despertado um sentimento de forma tão carente e desesperada. - Bem, como vão as suas filhas, irmã Carolina? Não consigo imaginar como pode ser difícil para você, manter o controle. - Eu nunca tive tanto controle de qualquer forma... As meninas, estão morando com a minha mãe, enquanto resolvo os papéis de divórcio. - Não é perigoso estar na mesma casa que aquele homem? - Sim, por isso, eu troquei as fechaduras de casa e quando saio muito tarde do trabalho, passo a noite na casa de algumas amigas, trabalhando como babá. - Quando eu te dei o dinheiro para visitar os seus pais, nunca pensei que voltaria... Ah, eu não estou dizendo que a sua presença seja um incômodo, muito pelo contrário. - Não precisa se explicar, diferente das outras pessoas, você foi a única que realmente se importou comigo... Por isso, eu resolvi voltar. - Não entendi, irmã Carolina, o que está dizendo? Um sorriso largo se forma em seus lábios, suavizando as linhas de expressão no semblante cansado do seu rosto, demonstrando uma ternura singela e encantadora difícil de resistir. - Quando você sorri desse jeito, parece ainda mais bonita. Samuel, elogia a mulher, admirando o brilho em seus olhos e como seu rosto se avermelha num piscar de olhos envergonhada com o gesto. - Irmã Suellen, eu só... Penso que, não é justo ele seja recompensado, depois de ter comprado os móveis e pagado o aluguel por tantos meses com o meu próprio dinheiro. Não, se trata do dinheiro, entende? - Sim, você tem toda a razão, irmã Carolina. - Além disso, eu preciso mostrar para as pessoas dessa comunidade a verdade. Meu marido_ Meu ex-marido costuma manipular a situação ao seu favor e mentir frequentemente sobre as suas atitudes. A varoa segura a mão da noviça delicadamente, firmando os seus dedos na palma da sua mão. Tentando ignorar o seu coração acelerado com a sensação das mãos se tocando, os dedos largos da noviça e levemente calejados, lembravam a força de um homem. Seus olhos se encontraram e por um momento uma conexão imediata foi criada, o mundo ao redor pareceu desaparecer, deixando apenas os dois naquele momento intenso.

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