Narração por Mariana Cipriano.
- Ah, oi. - Falo.
Que menininha nojenta. - Ela bufa quando a mãe se afasta indo atrás do seu marido.
Eu não achei, gostei muito do jeito dela, mas ela é muito diferente. Você acabou não me respondendo… Quem são eles?
Seu pai e seu marido fecharam uma parceria com uma multinacional de whisky. Sabe a casa de festa que eles têm? Pois bem, eles vendem bebida alcoólica lá, e levando em conta que é uma empresa bem renomada, globalizada, eles resolveram contratá-los. Os donos são o marido da Vânia, e o filho dela, Vinícius Barone. - Assinto. - Fiquei sabendo que esse Vinícius é também delegado civil, o que é ótimo, sinal de que não há nenhum furo nessa empresa.
Nossa, ele é dono de uma loja de bebidas alcoólicas e também delegado? - Pergunto surpresa. - Coisas completamente diferentes.
Sussurra “uhum” e levantamos quando Mauro e meu pai vêm até nós.
- Minha filha, você está linda. - Meu pai me abraça e alisa meu rosto. Sorrio com a demonstração de carinho que era raro.
Oi papai, obrigada! - Ele se afasta indo para perto da minha mãe e Mauro se aproxima beijando meus lábios. O que também era raro, quase nunca beijávamos na boca.
Eles se entretêm e eu varro meus olhos em volta do local, mesmo sem querer, meu consciente sabia quem eu estava procurando, e quando meus olhos o encontraram, o susto foi inevitável. Laiza, Vânia conversavam com ele e mais um senhor alto, com o físico em forma. Os dois estavam bem elegantes vestindo um terno azul, e como se ele percebesse, automaticamente virou e me olhou, e como uma flecha que me acerta, olho para o lado numa intenção catastrófica de fingir que nada tinha acontecido. Será então que ele é o tal Vinícius Barone?
Mauro aperta meus braços e meu coração acelera por, de repente, ter sido pega no flagra por olhar um homem desconhecido.
Oi. - Volto minha atenção a ele percebendo que estávamos apenas nós.
Tá em que mundo hoje, c*****o? - Ele me olha com o cenho franzido, totalmente estressado.
Eu só estava olhando a estética do local, aqui é muito bonito e você sabe que eu gosto de decorações, combinação de móveis, tons…
Foda-se. Acabei de pagar um mico aqui na frente do seu pai, porque ele te fez uma pergunta você não respondeu, estava olhando para o vento. - Ele me interrompe, e eu concordo, me desculpando.
Vamos logo antes que eu te enfie a porrada aqui na frente de todo mundo. - Ele murmura perto de mim, para que apenas eu ouça e eu arregalo os olhos, com o coração acelerado.
Achei que íamos embora, mas com uma brutalidade fora do comum, ele me leva até uma área do salão composta por um palco e diversos jogos de cadeira e mesa. Sou conduzida até a mesa em que estava a minha mãe, e ela sorri quando eu me sento. Mauro sai e meu pai já não estava no mesmo local. As luzes do palco abaixam, e meu pai junto com o Mauro sobem no palco.
Amigos, clientes e sócios. Hoje começa uma nova etapa na nossa casa de festa Lectus, a empresa multinacional Barone’s Whisky estará conosco nessa empreitada, juntos, pretendemos faturar mais de 100 mil reais por mês. Hoje, a marca de Whisky deles é uma das mais famosas do país, então, tenho certeza que não será difícil cumprir esta meta. - Meu pai finaliza o discurso e Mauro se mantém ao seu lado.
Todos uivaram e bateram palmas, até que ele e o senhor que conversavam ao seu lado sobem no palco. Estranhamente, meu coração acelerou só de vê-lo, algo que nunca tinha sequer acontecido antes na minha vida e eu não entendi o porquê dessa situação, mas estava eufórica para ouvi-lo falar.
Boa noite, senhoras e senhores. Meu nome é Vinícius Barone e esse é o meu pai, Ivan Barone. Gostamos muito de fechar parceria com vocês - diz se referindo ao papai e Mauro.
Ele tinha uma postura diferente, conseguia cativar curiosidade com sua voz firme e grave. Vinícius era bem alto, sua cor bronzeada dava um contraste com os seus olhos claros que eu não fazia a mínima ideia da cor, mas sabia que era claro. O físico esportivo, claramente frequentava e fazia algum tipo de esporte, sua barba era grande e perfeitamente delineada e ajustada ao seu rosto, era definitivamente o homem mais bonito que eu já tinha visto na Terra. Mas, decidi afastar estes pensamentos, afinal, eu estava casada e morreria ali com o Mauro porque ele é o único homem da minha vida.
Enquanto eles apresentavam suas propostas e a forma como trabalhariam, eu conversava com a minha mãe e ela me contava algumas fofocas da família. Por exemplo, fiquei sabendo que esse Vinícius era um homem devasso, não tinha uma esposa e vivia na vida festeira e de luxúria. Fiquei abismada, como um homem não tinha uma mulher dentro de casa para cuidar e proteger?
É, minha filha, essa geração está muito doente. - Minha mãe n**a com a cabeça e eu acompanho.
Realmente…
Quando o evento acaba, decido não divagar com o olhar por aí, preferia manter minha cabeça ocupada com algumas dicas caseiras que mamãe me contava. E quando Mauro chega, nos despedimos da minha família e fomos para casa. No carro, tentei puxar assunto mas quase não era respondida, então entendi que era pra ficar quieta, infelizmente meu marido não era o mais falador do mundo, e às vezes preferia só ficar na dele. Eu respeitava. Subi direto para o meu quarto enquanto ele estacionava e fui tomar banho, tirei aquela maquiagem e a água quentinha caía perfeitamente sobre meu corpo, e depois disso, me sequei e vesti meu roupão para colocar meu pijama. Quando saio do quarto, Mauro estava pelado na ponta da cama com o seu m****o em suas mãos, fazendo movimentos de sobe e desce.
Eu queria sair correndo dali, eu odiava essa parte do casamento: o sexo. Eu estava tão feliz com o dia que esqueci que de repente, ele iria querer e como isso não acontecia com frequência, era sempre um martírio.
Ajoelha e mama o meu p*u. - Ele dizia rouco.
Respirei fundo, e calmamente ajoelhei na sua frente na cama. Ele segurava seu m****o e posicionou nos meus lábios, eu abri a boca para recebê-lo e o cheiro r**m de urina me dava ânsia, mas abocanhei aquilo e seguro em sua coxa enquanto ele impulsionava sua pélvis cada vez mais rápido contra minha boca, eu sentia ânsia muitas vezes e ele não respeitava, até que para não vomitar, forcei minha cabeça para trás e respirei fundo.
Você é uma frouxa mesmo, p**a que pariu.
Ele me pegou pelo cabelo me levantando do chão e me empurrou na cama, a dor fininha me incomodou mas ele subiu em cima de mim beijando minha boca, meu pescoço e tirando a toalha do meu corpo. Abriu minhas pernas cuspindo uma grande quantidade de saliva na minha i********e, posicionou seu m****o dentro de mim e enfiou de uma vez só, me fazendo gritar de dor. Sem se importar, ele arreganhou minhas pernas e entrava com tudo, ele falava coisas desconexas enquanto eu virava o rosto pro lado olhando os móveis antigos do meu quarto. Ouvia seu gemido, e torcia pra acabar logo porque doía muito, antes doía mais, agora eu me acostumei.
Depois que ele acabou, foi para o banheiro e eu fui junto, sentando na privada e me lavando com o chuveirinho. Vesti meu pijama, programei o despertador do meu celular antigo e aguardei o Mauro, que deitou do meu lado e virou de costas pra mim, sussurro um “boa noite” e a resposta é um ronco bem alto. Penso no Vinícius, na sua família, na Laiza… Uma família com propósitos e ideais tão diferentes dos meus e me pergunto como seria a minha vida se eu pudesse ter a liberdade que a Laiza tem, por exemplo. Com certeza seria muito feliz trabalhando em um escritório de Arquitetura, por que não fazer uma faculdade? E com esses pensamentos, adormeço.
No dia seguinte acordo já na minha rotina, meu marido desce já pronto pro trabalho e eu o sirvo com café quentinho da cafeteira, dessa vez ele não reclamaria. Me sento em sua frente enquanto ele olha o jornal e o sirvo com uma fatia de pão com queijo, como metade de um para não aumentar o peso e aliso a Amora, que estava me observando comer tudo, jogo um beijo para ela que balança o r**o e eu dou um pouco do meu pão rindo do desespero da coitada, parece atpe que não comeu um balde de ração agora a pouco.
Dormiu bem? - Pergunto.
Sim.
Hum… Queria te fazer uma pergunta.
Pode falar.
Ele levanta e eu levanto junto, sabendo que estava na hora dele sair para trabalhar. Veste seu paletó e eu acompanho-o na porta, abro e pergunto:
O que você acha de eu fazer uma faculdade?
Sorrio, temerosa com uma resposta, mas ele dá risada, segura no meu rosto com força e fala bem próximo de mim:
Se preocupe em arrumar minha casa, fazer minha comida e lavar seu r**o, definitivamente é a única coisa que fará na vida.
Ele solta meu rosto e sai, eu seguro as lágrimas e um rapaz no carro do outro lado da rua me olhava, mas quando viu que eu olhei, ligou o carro e pôs-se em movimento. Entrei, fiz minhas coisas e por fim, sentei na sala pra assistir alguma coisa na televisão. Senti meu celular vibrando lá na cozinha, meu celular era simples, era bem antigo comparado ao da minha amiga Pâmela, que era advogada. Eu raramente usava, apenas quando Mauro me ligava, mamãe, Marina ou Pam. E ao sentir vibrar, estranhei, normalmente toca. Espero dar comercial na novela mas ouço vibrar de novo, minha curiosidade não me permitiu que eu continuasse sentada, levantei e fui caminhando lentamente até o telefone celular.
Haviam duas mensagens de um número vompletmente desconhecido.
Oi Mari. - Número desconhecido.
Meu rosto torce numa careta. "Mari"? Mas, quem é essa pessoa e que i********e é essa? Ninguém além da Pam me chamava assim.
Quem é? Pam? - Pergunto e segundos depois recebo outra mensagem.
Não, Mari. Sou outra pessoa, um alguém que te observa muito. - Número desconhecido.
Oi? Como assim? Eu m*l saio de casa, como é possível uma pessoa me obdervar muito?
Não me mande mais trotes, por favor! - Digito rápido, nervoso e jogo o celular na bancada da cozinha.
Que coisa mais estranha, nunca na vida recebi esse tipo de mensagem.
Fica calma, não quero que você fique nervosa. Eu sou um admirador secreto, uma pessoa que admira a sua devoção para o seu marido, mesmo que ele não mereça. - Número desconhecido.
Claro que merece, quem é você pra falar isso? Nem o conhece, nem me conhece. - Digito indignada.
Eu te conheço mais do que você imagina. - Número desconhecido.
Vou te bloquear. - Mando e em seguida, bloqueio.
Meu coração estava acelerado, eu estava inquieta, olhei pela janela como se alguém tivesse me observando. E se de repente fosse o Mauro para ver se eu trairia ele?