Narração por Vinícius Barone.
A ansiedade me corroía, eu não sei o que exatamente eu sentia por essa mulher, mas só de ouvir o nome dela eu sentia uma palpitação completamente desconhecida nos meus 32 anos de vida. Quando fui fazer a busca na casa do Mauro e a vi, foi como se eu visse um anjo, lindo, perfeito, mas a expressão dela de dor pela possível agressão, me corroeu. Não é possível que um homem velho daquele tamanho, machucaria uma mulher tão pura como a Mariana. E o que mais me impressionava, era a lealdade que ela tinha por ele, ou apenas o medo, mas eu juro pra mim mesmo que isso mudaria completamente.
Eu tenho duas mulheres na minha vida: minha irmã e minha mãe. Duas mulheres completamente independentes, donas de si, empoderadas e sempre mostraram tanto a mim quanto ao meu irmão, como deveríamos tratar uma mulher. Já levamos muita porrada da minha irmã, da minha mãe, sempre buscamos ser os melhores homens possíveis e somos assim graças ao meu pai também, que sempre executou um papel importantíssimo dentro de casa, arcando sempre com uma figura paterna excelente.
Eu estava tão encantado por ela, que eu seria capaz de qualquer coisa para tirá-la das mãos desse filho da p**a. Não só por isso, mas por saber que ela era uma mulher nova, não estava vivendo em cárcere privado mas era nítido que ela não tinha expectativa nenhuma de vida e vivia uma história medíocre pela pressão dos pais, que negociou a filha. Pra mim isso não eram pais, eram um bando de sanguessuga filho da p**a, e eu não tinha prova disso tudo senão eu colocava todo mundo na cadeia.
Antes de ir para casa dela, passei na rede de telefonia e internet que era contratado por ela e pelo marido, negociei com o dono e aluguei o uniforme do instalador e o responsável pela manutenção. Era um macacão cinza, boné, a bolsa de ferramentas e a bota, saí de lá, entrei no meu carro e fui para o condomínio, falei para o porteiro que iria averiguar algumas internet que precisavam de reparação de rede, ainda bem que ele facilmente caiu. Estacionei meu carro numa distância considerável, atravessei duas ruas e vi o portão dela, já era 08:50 quando eu bati e esperava retorno, mas ela não atendeu, acho que estava com medo, eu também estava, mas precisava que ela confiasse em mim pra que pudéssemos enfrentar isso juntos.
E quando ela abriu, p***a, ela conseguia ficar linda cada vez mais. Mas, o olhar dela estava tristonho, não sei se era o medo, ou alguma outra coisa. Ela se afastou me dando a******a pra eu entrar, eu tirei meu uniforme e a reação dela foi a melhor. Na verdade, eu já imaginava que ela ficaria assim, ela tinha me visto um dia antes, talvez não tenha lembrado de mim no evento mesmo me encarando em alguns momentos, eu sabia que ela ficaria completamente surpresa, e a minha risadinha não poderia ficar ausente.
A conversa com ela foi tranquila, infelizmente a Mariana era uma mulher ainda muito ingênua, por ser alienada e totalmente submissa ao marido, ela achava que o mundo girava em volta daquilo, dele, mas no dia que ela descobrir que nada daqui cabe e serve nela, a mente dela explode. E eu quero estar lá pra ser o abraço de cada descoberta, pra ser o peito que ela vai dormir, pra ser o conforto e a segurança. Puxo-a num gesto involuntário para um abraço, e ouço seu gemido, a princípio não entendo, mas depois percebo: Mariana sempre está de vestido, hoje ela está de calça e casaco. Como um meteoro no meu cérebro, levanto soltando fumaça e pedindo para ela tirar a roupa.
Óbvio que não era para nada demais, mas eu não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo. Não acredito que aquele filho de uma p**a bateu nela, o choro compulsivo dela quebrou meu coração e a minha única reação foi abraçá-la e niná-la, Mariana era pura e eu estava perdidamente apaixonado por ela, bobo, sem ela nem precisar fazer nada. Eu gostei de poucas pessoas na vida, mas paixão? Não me lembro quando aconteceu, talvez na minha adolescência mas era um relacionamento muito raso, sem futuro. Beijei sua testa e ela permaneceu aqui, entre soluços e choros. Eu queria pegar ela pela mão e levar embora comigo, mas seria pior, eu precisava conquistar a sua confiança 100% para depois, enfim, conseguir tirar ela de casa.
Eu já estava certo que saindo daqui, ele estava fodido pra c*****o. E se ele tocasse nela de novo, eu matava ele. Esse homem é tão viado, que nunca fez ela gozar, ela é a boneca de luxo dele. A boneca de vitrine, que ele expõe, que ele mostra e que ele maltrata porque sabe que sozinha, ela não conseguiria sair de um relacionamento tão abusivo e tóxico. Eu não sei nem o que eu faço se ele entra na minha frente, eu vou pra cadeia e ele pro cemitério.
- Mari. - Falo, depois dela permitir que eu entre na vida dela de vez.
- Oi.
- Posso te dar um beijo? - Pergunto, meu coração acelerado. c*****o, o que aconteceu comigo, p***a?
- Um beijo? Onde? Na boca? - Ela pergunta, impressionada.
- Sim.. Como eu falei, quero que você seja minha mulher, quero te tirar das mãos do Mauro, quero te fazer feliz. Mas, primeiro, precisamos começar pelo básico, eu quero muito beijar sua boca. - Falo, me afastando, segurando sua mão e alternando o olho entre os olhos e a boca.
- Eu também quero beijar a sua, mas se o meu marido descobrir estou ferrada. - Ela diz e eu solto o ar que estava respirando.
- Olha em volta.
Passamos os olhos em volta da casa.
- Ele está aqui? Tem alguém aqui? - Pergunto e ela n**a. - Então vem cá.
A puxo para perto de mim, coloco meus dedos dentro dos seus fios, aliso seu rosto com o polegar e beijo seu nariz. Aproximo meu rosto do dela e sussurro: você não imagina o quanto é linda, e o quanto é especial pra mim. Dou um selinho casto em seus lábios, sentindo a maciez da sua boca. Ela abre a boca dando espaço para mim, e eu invado com a minha língua. Senti o nervosismo dela, então apenas segurei seu rosto e alisei enquanto ela apoiava suas mãos na lateral do meu corpo.
Nosso beijo é lento, gostoso, sinto meu p*u ficar duro e marcar no tecido da bermuda e intensifico o beijo, puxando ela com cuidado para o meu colo sem desgrudar da boca dela. Aperto sua b***a quando ela curva o corpo para perto de mim, e nos desgrudamos por falta de ar. Mariana estava com a maçã do rosto vermelha e a boca mais vermelha ainda, seus olhos tinham um brilho diferente e eu vibrei internamente por isso, era sinal de que ela estava gostando e confiando.
Puxo o rosto dela para me beijar novamente, mas ela trava e diz:
- Você precisa ir.
Ela olha para o lado, com certeza estava se sentindo m*l.
- Você não gostou do nosso beijo? - Pergunto e ele assente. - E o que houve?
- O Mau.. - Diz, novamente pensamento no i*****l.
- Você gosta dele? - Pergunto.
- Gosto. - Ela diz.
- Gosta porque gosta, porque ele te faz bem, ou porque você é obrigada a gostar? - Pergunto e ela abaixa a cabeça.
- Não preciso te dizer o que ele faz pela suas costas, não precisa se sentir m*l por estar nos meus braços. Acostume-se, eu vou te tirar daqui.
Ela assente e dá um sorriso. Decido ir embora para ela processar o que tinha acabado de acontecer, mesmo querendo muito ficar o resto da tarde com ela, cuidar, zelar. Levanto e ela me olha confusa.
- Vou embora, meu amor.
Falo e ela abaixa a cabeça concordando.
- Eu vou voltar, ok? - Falo e ela levanta pra me dar um abraço, sem eu ao menos pedir, felicíssimo, abraço de volta.
Antes de ir embora, beijo sua boca novamente e entrego um celular.
- Este celular você usa apenas pra falar comigo, se ele fizer qualquer coisa contra você, me liga na hora.
Ela concorda, coloco meu uniforme, beijo novamente a boca a minha mulher e saio, triste por não poder levá-la junto comigo.