Nervosa

1312 Words
Desde que chegou em casa, Sophia não sabia o que fazer. m*l comeu. Tomou um banho, pensando que assim relaxaria, no entanto isso não aconteceu. Sua mãe e pai estavam assistindo àquela entrevista. Ela já estava em maus lençóis por ter assumido um namoro com o maior galinha de Hollywood sem que ninguém soubesse, e então estava noiva? A mentira estava crescendo como uma bola de neve prestes a cair no chão e se desfazer. Nada poderia pará-la mais. Na verdade, Christian queria pará-la com o braço. Desde o início sabia que acabaria em apuros por ter aceitado essa merda. Tudo ao redor dele se tornava um problema, mas esse era um problema que ela aprendeu a gostar, mesmo não querendo. Soph repetia todos os dias que era só uma mentira que a deixava livre de flertes indesejados e do produtor safado. Não queria gostar ou se acostumar com esse “relacionamento”. Christian era irritante, sempre fazia piadas, não levava nada a sério e gostava de provocá-la, de ligar para ela quando ela não queria ser incomodada, de pegar na sua mão do nada, mesmo eles estando a sós, e de beijá-la olhando em seus olhos. A boca dele fazia uma maravilha no corpo dela. O fogo aumentava quando eles estavam sozinhos. Sophia deixou que as coisas se complicassem, que ela se envolvesse mais do que deveria, portanto se via desesperada, tanto por estar em uma má situação, quanto pelo fato de que Chris acabaria com tudo. Esse era o ponto preocupante e surpreendente. Soph acreditava que Christian Harrison não se importava com nada além dele e que a sua carreira era a única paixão que ele tinha, por isso lhe fez aquela proposta. Era um namoro de aparências que se tornou meio real, meio falso. As aventuras se tornaram um tipo de preliminar que não a deixava quieta. Sophia queria, sim, dormir com Chris. Era o que mais desejava desde que começaram com aquilo. Só que ela não era mais uma menina tola; sabia que o encanto dele por ela acabaria, assim como acabou por todas as outras. No momento, Christian poderia, simplesmente, convencê-la a embarcar nessa novamente, só mais um pouquinho. Mas não. Ele saiu aflito, querendo matar seu agente, desejando acabar com tudo que construiu, para não envolver Sophia mais em seus problemas. Isso era novo. Um cuidado dele que Soph nunca tinha visto em relação a ela. Então, ela parou de andar de um lado para o outro e começou a pensar se esse era um sinal de que as coisas não estavam totalmente perdidas. Chris era um menino de 41 anos, inconsequente, no entanto poderia crescer em algum momento. Foi aí que ela balançou a cabeça e pensou: “Christian Harrison não mudaria por ninguém. Ele sempre será esse homem problemático e safado.” Só que ela gostava da pedra em seu salto. Gostava de ficar ao lado dele, de beijá-lo e de provocá-lo. Lembrou-se de tudo que eles já tinham feito desde que ela deixou de parecer uma menina boba, e começou a sentir, outra vez, o corpo febril. Era impossível não ser afetada por aquele corpo definido, pelo sorriso pervertido no rosto, pelo seu olhar de caçador e pela boca que a enlouquecia de todas as formas possíveis. Sophia saiu na varanda do seu quarto, no andar superior, olhou para o jardim e para a noite escura não muito fria. Ela sabia que naquela hora Christian já teria enfrentado o seu agente, voltado para casa e bebido alguns goles para pensar em como lhe explicar aquele fim. Ela também estava preocupada. Não queria terminar. Eu não quero terminar! Seu pensamento a deixou amedrontada. Como assim ela queria continuar com essa loucura? Seu telefone não parou um segundo desde que aquela bomba foi solta. Sua mãe estava preocupada. Pouco tempo depois do telefonema, Sophia mencionou um noivado. Por que isso? Seus pais eram o seu maior bem, por isso ela estava chateada e com medo. Porém, não era totalmente culpa dele. Até as loucuras de Christian tinham um limite. Ela entrou no quarto, procurou o celular e rejeitou a ligação insuportável da sua agente. Ela estava longe, ou já teria batido em sua porta. Soph discou o número de Chris, inquieta, andou de um lado para o outro e quis morder as unhas, assim como fazia quando estava nervosa. Foi uma tortura esperá-lo atender. Pensou até que ele já tinha acabado com o namoro. — Sophia. Ouvir sua voz a deixou mais relaxada. Insuportavelmente, ela gostava do desgraçado. Como podia? O cara mais safado da cidade, seu ex-crush cafajeste. Ela deveria ser mais inteligente. — Preciso que venha até a minha casa — ela falou, séria. Seu coração acelerou. Poderia não estar pensando direito, e não estava, mas seu corpo chamava o dele desesperadamente. — Rápido! — E desligou. Do outro lado da linha, Chris olhou para o aparelho. Estava ofegante e cansado, sem saber o que de r**m havia acontecido. Correr o ajudava, por isso precisou daquele tempo. Mesmo depois de alguns quilômetros, não parou de pensar nela por um segundo. Estava pensando em voltar para casa, tomar um banho e se deitar, só que o telefonema repentino da sua namorada falsa, que lhe tirava a paciência, assustou-o. Achou que ela poderia estar em perigo, doente ou com qualquer outra coisa grave que a forçou a ligar para ele. Geralmente, Sophia não fazia muito isso. Era sempre ele quem ligava. Era um acordo silencioso. Ele gostava de irritá-la, e ela de ser importunada por ele, sendo questionada sobre algo. Ouvir as gracinhas dele pelo celular lhe permitia rir da situação sem que ele visse que a mulher gostava do que ele falava. Por isso Chris correu até sua casa, que não era muito distante. Na realidade, a maioria dos famosos morava em condomínios de luxo. E Sophia estava a algumas quadras dele. Ofegante, ele chegou à sua porta, andou cautelosamente e olhou ao redor. Nada parecia estar fora do lugar. Confessou a si mesmo que estava apreensivo. Algo no meio do caminho fez com que Christian se apegasse à menina, que desejasse estar com ela e a proteger. Isso era novo. Ele tocou a campainha e esperou que não fosse nada grave. Claro que é grave. Ela nunca ligaria para mim, pedindo que eu viesse, se não fosse. Sophia, com o coração na boca, sem saber se a sua sanidade estava acordada, abriu a porta com urgência. Ela o encarou. Ele estava suado, com o rosto avermelhado, e seu olhar era de preocupação. Mas nem mesmo o estado em que ele se encontrava o deixava menos bonito. Nada o faria ser menos atraente do que já era. — O que houve? Está bem? — Afligiu-se, entrando pela porta. Conferiu a garota e a casa, esperando encontrar uma boa justificativa. — Veio correndo? — Ela franziu o cenho. — Eu estava correndo, então você ligou. Achei que estivesse em perigo. Por um segundo ela pensou que exagerou em ligar daquela forma. Depois ficou surpresa e encantada com a sua preocupação com ela. Isso a deixava ainda mais desesperada para se jogar em seus braços, sem importar o suor. Era excitante. — Minha sanidade está em perigo agora, e você vai me ajudar. — Ela se jogou em cima dele e lhe tascou um belo beijo que o fez dar passos para trás antes de segurar seu corpo magro e retribuir. — Um minuto. — Ele a afastou e a olhou com surpresa e apreensão. Sophia não fazia essas coisas, e ele não fazia isso de perguntar à mulher o porquê de ela estar o agarrando como uma louca. Mas Soph era diferente. Ela não deixava se levar, não se entregava tão fácil. — Você bebeu ou é um surto psicótico? — Se começar a fazer perguntas, o desejo vai passar — ela o alertou.
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