Quando Chris pensou em Sophia para ser sua namorada de mentira, sentia que poderia aproveitar a afeição no seu olhar e suas provocações, que o deixavam maluco. Nos seus olhos, ele via uma Sophia que ninguém enxergava. A mulher o provocava em vários níveis, e ele acabou se apegando a isso. Todavia, os dias se passaram. A convivência, a forma como eles se conectaram de verdade, a doçura dela e tudo nela o deixaram empolgado por estar ao seu lado.
Ele nunca imaginou que faria algo desse tipo. Não tinha dificuldade de achar uma parceira, mas sabia que estar com a única que resistiria a ele, mesmo achando isso um porre, seria uma medida de proteção. Se Soph fosse a cabeça-dura de sempre, nada além dos beijos e do desejo aconteceria entre eles. Entretanto, Christian aprendeu a gostar da danada muito além do que esperava. Ele passou a desejá-la mais do que nunca, sentia a sua falta, pensava nela e queria protegê-la até mesmo das porcarias que ele fazia.
Parando para pensar, depois do que houve naquela entrevista, Chris se importava com ela o bastante para acabar antes do tempo com tudo que planejou. Pior foi notar que não queria isso por motivos fúteis, mas sim por ter se acostumado com a presença irritante dela, com seus olhares pervertidos, o sorriso malicioso e as mãos que o atiçavam; sem falar na boca. Aquela boca era deliciosa, tanto junto à sua, quanto em volta do seu p*u.
As duas doses de vodca não ajudaram, só o deixaram de cabeça quente. Tudo por conta do i*****l do seu agente, que resolveu ser mais espertinho, usando seu nome e o de Sophia para os prender ainda mais nessa mentira. Satisfação é o que ele foi buscar ao ir ao apartamento do i****a. Estava furioso, tanto pela mentira cabeluda, quanto por ter que acabar tudo com sua falsa namorada.
Christian bateu na porta com muita força, parecendo desesperado. Antes de abri-la, o careca do outro lado olhou pelo olho mágico. Ele pensou: “Aposto que é por causa da notícia mentirosa que eu soltei”. Respirou fundo. Como planejado, daria uma boa desculpa esfarrapada. Acreditava que Chris se importava com sua carreira e se satisfaria se soubesse que isso o ajudaria a crescer, a fincar os pés no chão, assim como os produtores queriam. Portanto, abriu a porta com determinação, achando que ele lhe daria tempo para explicar a confusão.
Mas isso não aconteceu. Ele foi pego pelo colarinho e colocado contra a parede com tanta raiva, que poderia fazer um buraco nela.
— Que p***a você fez? — Chris estava muito puto.
Ele estava gostando do clima leve. A única coisa que saía nos sites de fofocas era sobre como ele e Sophia pareciam perfeitos um para o outro. Então, do nada, um casamento estava sendo marcado.
— Quer f***r com tudo?
— Christian... — Eduard, quase sufocado, estava nas pontas dos pés, desesperado, sem saber o porquê de tudo isso. Claro que ele não tinha combinado nada com Chris, mas achava que ter sido posto contra a parede foi exagero. — Me solta. Vou explicar...
— Espero mesmo que você tenha uma boa justificativa, seu merdinha — disse entre dentes. Não sabia como estava se segurando, pois seu real desejo era socar o rosto do velhote safado e i****a. — Porque estou a um passo de levar você ao hospital.
— Achei que ficaria irritado, porém isso é exagero. — De novo, pegou em sua mão, que quase o sufocava, e tentou se libertar.
Christian soltou o i*****l, arrumou os cabelos, nervoso, e respirou fundo. Ainda estava com as roupas da aparição no programa. Sophia estava uma pilha de nervos.
As mulheres são mais exageradas.
— Vai ser bom para os dois. Os produtores e os jornalistas estão amando vê-los juntos. — Uma justificativa de merda.
Chris sabia desse fato, pois ficava atento às redes sociais, mas pular para o altar sem ter planejado antes com sua nova companheira seria um absurdo.
— Combinamos de andar de mãos dadas, não de colocar um anel — falou entre dentes, apertando o punho e o ameaçando.
Sua raiva era justificável. Para Chris, ele perderia sua verdadeira amiga e algo a mais. Os dois não começaram bem e ela era difícil, irritante e provocativa, entretanto ele começou a se acostumar a gostar de sussurrar ao seu ouvido, de rir das suas provocações e de olhar em seu rosto e saber o que ela diria de determinadas situações. Todavia, teriam que terminar. Eles não se veriam com tanta frequência e ele não poderia provar os seus beijos ou os seus orgasmos de quando a chupava com desejo.
— Sophia não quer isso, e eu não quero isso, ainda mais sabendo que eu a levaria para o buraco que cavei por todos esses anos.
— É só usar seu charme. Será bom para os dois. O público ama o casal — insistiu, tentando convencê-lo.
Para Eduard, toda essa situação valia a pena. Eles estavam em alta, o público os aprovava e muitos trabalhos viriam. Só que Christian não era o melhor homem do mundo para se casar com Sophia. Era assim que ele pensava. Tudo bem uns meses de namoro e uns pegas atrás das câmeras, mas casar? Ela não aceitaria. É algo que marcaria a mulher para sempre. E quando acabasse? O que diriam? Que não deu certo ou ele a traiu? Pior... E se cavassem o passado problemático dele? Sophia estaria no meio do furacão.
— Os fã-clubes estão a todo vapor. Tem vídeos, fotos... Eles amam vocês juntos. Tem até diretor querendo outros filmes com esse casal.
— Sou bom em atuar, mas ser um cafajeste com Sophia Thompson, não! — Chris estava inquieto. Pensava em diversas situações de como acabaria isso e do que aconteceria depois. — Ela é boa, doce e uma pessoa incrível. Namorar comigo já é um risco, mas casar seria o fim do mundo para ela. Apesar de sermos bons na frente das câmeras e de até termos nos tornado bem próximos, Sophia ainda tem o pé atrás comigo, e com razão.
— Sei que pode conseguir. — Ele tomou a liberdade de dar um soquinho de leve no braço do loiro, que o encarou com fogo nos olhos.
— Sou eu quem vou terminar com isso, seu i*****l. — Afastou-se e, ao sair da casa, olhou para o céu de LA, quase não vendo estrelas. A grande cidade com suas luzes ofuscava a imensidão celeste. — Não quero mais prejudicá-la.
— O quê?! — O baixinho se preocupou, indo atrás dele. — Não pode fazer isso.
— Posso e vou. — Voltou a encarar o homem. — Por sua causa. Se tivesse ficado de bico calado, não estaríamos nessa enrascada.
— É só noivar. Não precisam casar, apesar de que disseram que já tinham uma data.
— Vou acabar decepando essa sua língua. — Cerrou os olhos. — Estou a um fio de demiti-lo.
— Não pode fazer isso — duvidou.
— Posso fazer o que bem quero.
— Temos um contrato.
— r***o-o em dois segundos.
— Sei de muitas merdas suas. Sou eu quem tapo os buracos.
Christian se surpreendeu com a ousadia, já que o homem estava em uma péssima posição no momento.
— Então, acho que vou ter mais um prejuízo se te matar. — Aproximou-se dele aos poucos, ameaçando o baixinho com a sua fúria e altura. Eduard suou frio. Era só um blefe dele, mas, naquele instante, foi uma má ideia. — Já que estou na merda, não vou me importar de me sujar mais um pouco.
— Não exagere.
— Não se meta na minha vida novamente. — Chris não parou até que Eduard estivesse quase próximo da parede. Ele quase caiu com o pequeno degrau antes de passar pela porta. — Eu resolvo tudo, e você fica de bico calado. Ninguém saberá o que aconteceu, ou vou processar você. Melhor, eu mesmo o mato.