Namoradinha

1052 Words
Está na hora de agir, Sophia. Está na hora de ser a mulher determinada que você finge ser e tomar as rédeas das coisas. Sua carreira está em jogo. Finja que é verdade ou torne a mentira real. Ela realmente estava com os nervos à flor da pele, pensando em milhares de respostas. — Na verdade, eu o fiz correr atrás de mim — tomou postura, sendo firme e irônica, como as pessoas costumavam vê-la. Na frente dos famosos de Hollywood, a menina humilde que conquistou as telas da TV mentia sobre ser confiante desde os 15 anos. Na realidade, ela era um coelhinho sendo caçado pelos paparazzi desde cedo, e, com isso, precisou se moldar ao habitat. Ou mudava ou seria comida. — Acredita que ele ainda se esforça? — ela comentou. O roteiro não era exatamente esse. Eles diriam que se conheceram no set e que foi rolando durante as gravações, mas nada de Christian Harrison correndo atrás da garota do momento. No entanto, ele gostou da resposta, a qual fez Leny rir. — Eu diria que foi amor à primeira vista, mas achei ela irritante — ele prosseguiu. Quanto mais absurda a história, mais verdade se via. E não era mentira: ele corria atrás dela e ela era irritante, aos seus olhos. — A única mulher que resiste a mim. Os dois se entreolharam, gostando do enredo. — Isso é história para todos ouvirem, mas agora vamos aproveitar a festa. Leny não queria dividir os holofotes, todavia foi impossível. Todos estavam vendo, em primeira mão, o novo relacionamento do momento. E era com Christian Harrison. A mídia apostava que ele ficaria solteiro, aproveitando o status até os 50; não o via como um homem que se casaria e teria filhos. Então, do nada, uma jovem em ascensão conseguiu o que nenhuma outra conseguiu: o coração dele. Os que ali estavam, conversaram e tentaram tirar mais informações deles, porém eles foram vagos e fugiram; não queriam que isso fosse exposto, a não ser na frente de quem fosse preciso. Naquele evento, eles se distanciaram por alguns minutos. Ao longe, um pensou no que o outro estava pensando e dizendo. Será que seguiriam, dessa vez, o roteiro acordado? Em alguns instantes, eles procuraram os olhares um do outro, e, em determinada hora, notaram que queriam estar juntos; não só para saberem o que cada um falava, mas porque gostavam da presença um do outro. Isso tornava aquilo menos chato e as conversas eram sempre cheias de ironia e sensualidade. — Cara, o que aconteceu com você? — um dos amigos de Christian lhe perguntou, como se isso fosse um absurdo. Claro que ele tinha motivos para estar impressionado, assim como todos. — Você, o solteirão aos 41? — Ok... Até quando vão passar isso na minha cara? — Ele estava levando tudo na brincadeira; não queria fazer dessa situação um caso. Afinal, até pouco tempo se orgulhava disso. — Uma hora eu tive que parar, e quando aconteceu, Sophia estava lá. — Então ela foi sua primeira opção porque estava na sua frente? — Ele franziu o cenho e os demais homens concordaram com o pensamento do amigo. — Não. — Ele achou isso um absurdo. Chris pensou em todas as vezes que escolheu uma mulher para sair ou só t*****r. Elas eram a primeira que ele via, e não importava nada mais. Mas Sophia não era assim. Na verdade, quando ele a olhou, pensou: “Bonita. Eu super pegaria”. Contudo, ela abriu a boca e ele passou a se chatear. — Sophia é bonita e muito gata. Achei isso na primeira vez que a vi. Mas depois... Ela é mesmo o meu oposto: correta, exigente e leva as coisas a sério. Só... tem lados bons. É engraçada, responde à maioria das coisas na ironia, me irrita sempre que pode, me provoca e faz greve de sexo. — O quê?! — Certo... Ele se expressou alto demais, chamando a atenção dos que estavam ao redor, até mesmo da Sophia, que conversava com outra pessoa não muito longe dali. — Espera! — Ele não era o único que estava surpreso. O cara das cantadas e do sexo à vontade estava passando por greve de sexo? — Você está namorando alguém que lhe botou na coleira e veste uma calcinha de ferro? — Chris revirou os olhos, sem ter medo de parecer grosso. — Alguém matou o Christian Harrison e o substituiu por um santo. — Nem tudo é sobre sexo. — Isso provocou ainda mais surpresa nos amigos dele. — Só de estar ao lado dela é legal, me sinto vivo. E não é porque ela não me dá sexo, que eu não posso tornar as coisas difíceis para nós dois. Ele não diria mais nada, era muita i********e. Mas Chris imaginou que deveria dar uma realidade a eles para que não parecesse algo forçado e repentino. — Cara, estou achando que vai dar o lugar de safado cafajeste para Philip Douglas. — Aquele babaca não tem a mesma dor de cabeça que eu tenho — ele reclamou ao beber um gole do champanhe. — Só porque faz por baixo dos panos. — Não tem que se preocupar mais com isso. — Ele e os outros caras olharam para a Sophia, fazendo com que Chris se irritasse. — Ela é mesmo gata. — Tirem os olhos dela, ou vou arrancá-los — ele foi grosso, e os amigos riram. — Não tem graça. — Tem sim. — Ele revirou os olhos outra vez e respirou fundo. — Então... Vai direto para casa com a sua nova namoradinha ou vai nos acompanhar na noite? Christian sabia do que eles estavam falando. Em tempos normais não recusaria esse convite, seria o final de noite perfeito. Mas daquela vez ele não se sentia animado para sair e curtir a noite. Seria um erro, pois queria limpar seu nome e... Parando para pensar, ao encarar a falsa namorada, achava que a noite com ela iria ser mais animada. Ela disse que queria vê-lo mudar, e indo a uma festa particular em uma boate duvidosa não seria o melhor caminho. — Não preciso mais caçar encrenca ou mulheres nas boates, tenho a minha garota, e aposto que o meu final de noite vai ser mais satisfatório.
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