Te conhecendo

1346 Words
Muitas mulheres já haviam entrado naquela casa enorme, mas Sophia não. Era a primeira vez dela naquele lugar. E ela era uma mulher muito observadora, estava sempre procurando detalhes. Não era para ela dormir ali, na cama em que outras podiam ter dormido, porém, inusitadamente, Christian a convidou. Sophia poderia ter recusado, mas não, lá estava ela, observando a casa, enquanto ele fazia sabe-se lá o quê. Ela pediu para que sua assistente lhe levasse uma roupa confortável para passar a noite. Suas residências não eram vizinhas, mas não demorava nem 20 minutos para chegar ali. Depois de um banho no qual ela pensou, diversas vezes, em estar com ele, botou um blusão enorme de crochê, cor creme, que deixava um dos seus ombros expostos e batia nas coxas. Estava com quase nada por baixo. Ela passou pela enorme sala, que tinha uma imensa parede de vidro, dando a visão de um belo jardim, e pelos corredores simples, onde se mesclavam a cor verde-musgo e um tom acinzentado meio amarronzado e tinha alguns objetos de decoração. Depois passou pela sala de jantar e pela cozinha aberta. Soph gostava desse estilo moderno. No andar de cima ficavam os quartos. Eram quatro, todos suítes, e o maior deles era do dono da casa. O corrimão de metal combinava com o conjunto arquitetônico, dando uma impressão de casa industrial. Ela viu a sala de leitura com imensas estantes com livros, duas poltronas e um centro de sala. Sophia se lembrou de mais de dez anos atrás, quando queria chegar perto de Christian Harrison só para lhe dizer o quanto o amava, que era sua fã de carteirinha e que seu maior sonho era ter uma foto com ele e um autógrafo dele. Todo aquele encanto acabou devido à arrogância de Chris. Ele tinha quase 30 anos e era um i****a que só pensava em curtir e em sexo. Na verdade, Chris ainda era assim, só que deixou esfriar aquela empolgação de anos atrás. E, no momento, ele era dela. Um acordo de namoro que, a cada instante, tornava-se mais real. Parada na frente de um imenso sofá-cama fofo cor de vinho, diante de uma tela imensa de um cinema particular, ela imaginava como dar o troco nele. Sophia resistiu e ainda resistia ao Chris, tanto por não ser como as outras mulheres com quem ele já tinha saído, quanto por temer se enfeitiçar novamente pelo cafajeste. Contudo, aquela menina já não existia, ela deu lugar a uma mulher forte, sedutora e esperta o suficiente para o fazer comer em sua mão. Christian tinha o plano de tornar a vida dela um inferno por ela não querer ser dele, e Sophia tinha uma nova ideia na sua jovem cabecinha: seduzir o cafajeste o bastante para o fazer pagar e provar do próprio veneno. O homem era sempre quem seduzia, quem deixava as mulheres de boca aberta, querendo mais. Estava na hora de ela mudar as coisas. Christian não fazia ideia do que aconteceria naquela noite. Ele simplesmente decidiu chamá-la para dormir na sua casa, sem pretensão alguma, apesar do que falou aos colegas. Ele gostava cada vez mais de estar ao lado dela. Mais cedo, no píer, nem tocou nela de verdade, mas já se sentiu dono do seu corpo, o único que poderia lhe dar o prazer que ela pedia, mesmo em silêncio. Chris parou, ao colocar sua calça de moletom, e pensou: “O que estou fazendo? Ou o que quero fazer? Por que me importo e desejo tanto a ter por perto?” Era para essa ser uma história muito bem contada, no entanto ele estava mudando o rumo das coisas por ter notado que, realmente, estava gostando disso. O homem balançou a cabeça e tirou esses devaneios da mente; achou que já estava de bom tamanho. Saiu do quarto e desceu os degraus, à procura da pimentinha que estava roubando os seus pensamentos. Ele a chamou diversas vezes na sala, no corredor e na cozinha. Aquela casa era grande, e nesse momento ele estava chateado com isso. Acabou achando que a morena havia ido embora sem lhe avisar. — Tive uma ideia muito interessante. — Ela apareceu, vindo de alguma parte daquela casa. Os dois se surpreenderam; não estavam esperando por aquilo. Ela quase engoliu a língua ao vê-lo só de calça, deixando de fora aquele peitoral definido e tatuado, com alguns pelos. Ela já havia tido o belo prazer de tocar naquilo tudo, só que eles não estavam a sós, como no momento, e o seu íntimo não estava assim, tão quente como o fogo. Já ele estava começando a gostar da pouca roupa que ela usava, das suas belas pernas ao lado de fora e do ombro à mostra. Podia apostar que ela só tinha a calcinha por baixo disso tudo. Maldita! Você quer me matar? — É meio que uma forma de nós nos conhecermos melhor, só que no seu estilo — ela comentou. Ele riu, pensando no que seria do seu estilo. — Inclui bebida ou sexo? — Aproximou-se dela. Ela estava menos confiante do que antes. Soph respirou fundo e se concentrou nos olhos azuis dele, tentando ignorar aquele corpo másculo, resultado de um bom tempo na academia. — Na verdade, sim — ela disse, surpreendendo-o. — Sexo não, mas podemos conversar sobre. — Você tem o plano de me matar no final dessa noite? — Franziu o cenho. — Não me dá bebida e conversa sobre sexo comigo, usando esse pedaço de pano, e depois me deixa dormir de p*u duro. — Vai gostar do que eu tenho em mente. — Ela riu. Um belo riso pervertido que fez Christian se questionar sobre esse convite inusitado que fez. Sophia o pegou pela mão e o carregou dali. Ele ainda estava se questionando mentalmente. Viu-se nervoso e inseguro, como nunca antes. Foi levado à sala de cinema e achou que eles assistiriam a um filme. Isso o fez relaxar. Entretanto, não era bem isso que iria acontecer. Sophia colocaria Christian no seu lugar, usando seu próprio truque. E esperava que essa atitude não a deixasse em maus lençóis. — Espero que não se importe, peguei uma de suas bebidas. Ele olhou para os copos e para a bebida forte os esperando no chão daquele lugar, com um cobertor embaixo, onde eles se sentariam. O que Sophia está fazendo? — Não me importo — ele falou, cauteloso. Ela ainda segurava a sua mão. Do mesmo jeito que isso lhe dava confiança, tirava a sua paz. — O que tem em mente, pimentinha? — Franziu o cenho novamente. — Ué. Você costuma curtir às sextas. — Ela o encarou, e seu olhar gerou dúvida nele. — Vamos beber. — Nunca vi você beber mais do que duas taças de vinho. — Não preciso tirar fotos de uma noite de bebedeira, diferente de você. — Ela soltou sua mão e se sentou no seu lugar, em cima da coberta. Isso fez com que a sua roupa subisse um pouco, dando a Christian outro problema. O que era só uma brincadeira ou provocação, algo com o qual ele já estava acostumado. Mas houve um pular de nível enorme. Ele se sentia atraído por ela, só não sabia que era em um nível além do que já tinha provado. — Não vai se sentar? Chris estava achando estranho essas atitudes, o olhar dela e o sorriso no seu belo rosto. Sentou-se cautelosamente, estreitando os olhos. — Você está me assustando. — Ele a viu botar a bebida no copo e lhe oferecer. — Espero que não se arrependa. — Não vou. — Ela estava confiante demais. — Então... Primeiro tópico: família. Ela realmente queria conhecer o que ninguém conhecia. Sophia sabia o mesmo que todo mundo, pois Chris era reservado quanto à família dele. Sabia que ele tinha um irmão mais novo e que sua mãe era viúva e morava no Texas, só que não passava disso. Tudo que Christian viveu em LA desde os 10 anos era conhecido, mas daí para trás era um mistério.
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