Com burburinhos em toda a Hollywood, comentavam e se perguntavam se a notícia de que o cafajeste de LA estava em um relacionamento sério era verdade. Os comentários se dividiam entre aqueles que achavam que era marketing para o filme que havia acabado de estrear e aqueles que não acreditavam em nada disso.
Todos naquele evento estavam ao ar livre, com o final do dia sendo o plano de fundo. Era lindo quando o litoral de Santa Mônica entardecia e o sol tomava uma cor mais alaranjada, que, no céu que se destoava entre azul-claro e azul-escuro, dava um clima relaxante.
Era ali que todos estavam, e não perceberam que os dois convidados mais falados de toda a LA chegavam ao evento. Particularmente, Sophia não queria ir, ainda mais ao lado de Christian. Além de os dois serem o assunto do momento, seriam fotografados juntos, questionados sobre a relação e motivo de fofocas no lugar. Não queria ter que lidar com tudo isso no mesmo dia em que, no píer, bem perto dali, Chris a surpreendeu com aquele encontro e com aquele abraço inusitado que ainda mexia com ela e a deixava com os pensamentos longe.
Só que ela não podia viver no mundo da lua naquele instante. Eles tinham que atuar na vida real, sendo que, no momento atual, mais pareciam um casal de verdade, com segredos, desejos e interesses em comum.
Depois daquele encontro, Sophia decidiu que mudaria a forma como trataria o seu namorado falso e agiria com ele.
— Até ontem eu entrava em lugares assim, sozinho, em busca de uma mulher qualquer que sorrisse e me desse atenção.
— Que bom que notou que as coisas mudaram.
Ele sorriu.
Eles estavam de mãos dadas. Era estranho para os dois. Assim que subiram os degraus e entraram no salão aberto, de madeira, enfeitado com luzes e balões chamativos, receberam os primeiros olhares de surpresa.
— Se eu não vir, acredito que todas essas pessoas verão. Então, toma jeito — ela pediu.
— O que acha que vou fazer? — Franziu o cenho, puxou-a para mais perto de si e beijou seu pescoço, provocando arrepios no corpo dela, lembrando-lhe de minutos antes. — Veja as pessoas. Parece que algo absurdo acabou de acontecer.
— Christian Harrison com uma mulher? — ironicamente, ela disse, franzindo o cenho também, ao virar o corpo e ficar cara a cara com ele. — Oficialmente? Isso é um acontecimento. Por isso eu queria ficar em casa.
— Como se fôssemos nós os errados. Ou está com vergonha de aparecer associada a mim? — Ele ficou meio chateado. Como assim ela tinha vergonha de aparecer ao seu lado?
— Nada disso. Eu só odeio essa atenção, como se fôssemos uma atração no circo — ela se justificou, bem perto dele, sussurrando, para que ninguém pudesse ver seus lábios.
— Como se já não tivéssemos ido a diversos eventos juntos e sido sempre o centro das atenções.
— Desta vez é diferente.
Aproximando-se, o anfitrião vinha até eles com um sorriso de orelha a orelha. Ele não estava gostando muito de todo o escarcéu em cima desses dois. Queria ser o único a ser o centro do falatório, mas ali estavam duas pessoas opostas que ele conhecia há um bom tempo. Na única vez que os tinha visto juntos foi no tapete vermelho do lançamento do filme. Claro... Quando trabalhavam, eles se viam, conversavam e atuavam, só que era estranho dois opostos estarem em um relacionamento secreto.
“Por que esconderam por tanto tempo e só revelaram agora?”
Essa era a dúvida de todos. Era bom eles terem respostas para todas essas lacunas, pois a partir desse dia, todo mundo estaria atrás deles, buscando fotos e informações. Além disso, todos ao redor deles iriam ser alvos de perguntas, pois, na teoria, eram os únicos que podiam saber do romance.
— Christian e Sophia. — O homem de pele n***a e terno colorido de alta costura e perfeito corte chamava a atenção. Era o que Leny queria. Ele gostava de ostentar e de se exibir. — O casal do momento.
Chris e Soph riram e fingiram estar envergonhados pela intromissão e palavras ditas, embora não fosse falso o nervosismo de Sophia. Ela estava mentindo de verdade para as pessoas.
Sua mãe sempre dizia: “Mentira tem perna curta. Toma cuidado com o que você faz, que um dia volta para você.”
Chris não podia negar que também estava com receio. Naquele meio tempo passou a, realmente, gostar da companheira mais do que gostaria de admitir. Além do mais, sua carreira estava em jogo. A mentira serviria para calar as bocas famintas dos produtores e fomentar seu nome e de Sophia, mas se alguém desconfiasse de algo, os dois estariam perdidos. Sendo assim, era melhor levar isso a sério.
Na cabeça dele, ele queria levar tudo, tudo mesmo, a sério. Só que não podia, de forma alguma, forçar Sophia a ser dele e a aceitar todas as suas investidas. Dizia a ela que a faria ficar maluca de desejo, e era verdade, no entanto não passaria disso se ela dissesse “não”. Afinal, foi criado para ser um homem, não um covarde que abusa do poder ou do título.
Até aquela tarde Sophia queria manter as coisas distantes da realidade. Ela interpretaria o papel e não precisaria passar de beijos e carícias com Chris, porém o sentiu desmontar seu corpo com pequenos gestos. Achou-se fraca, mas gostou muito, tanto que queria repetir.
Naquela situação, os dois eram namorados. Até quando? Ela não sabia. Não desejava ser mais uma em sua cama, só que a cada minuto que se passava e ele tomava poder sobre o seu corpo, as coisas iam mudando por completo, fazendo-a duvidar das suas próprias palavras e pensar em dar alguma brecha a ele, nem que fosse pequena, só para experimentar um pouco o que era ser de Christian Harrison, sua paixão de adolescente.
— Estamos na boca do povo? — Chris questionou, franzindo o cenho. Óbvio que foi uma pergunta retórica, ele sabia que sim. — O que dizem?
— Não negou. Então, acho que é verdade — Leny continuou, com os olhos na Sophia. Tímida, ela se mordia por estar paralisada. — Sério... Como você conseguiu fazer esse milagre?