35" Entre a tentação e o abismo"

1422 Words
Águia Alguns segundos depois, tomei total controle da minha consciência. O que eu estava fazendo? Levantei-me rapidamente, tirando Maria Luiza do meu colo com cuidado para não machucá-la. Malu_ O que foi?_ me olhou confusa. O rosto dela estava vermelho, o cabelo bagunçado. Sei que o que ela está sentindo são os sintomas da droga que tomou. Águia _ Vou dormir no outro quarto!_ falei, calçando minhas sandálias Kenner. Malu_ O que? Por que?_ ela se levantou. Águia_ É melhor assim._ falei e saí do quarto. Eu não ia conseguir me segurar. Era difícil, pô. A tensão que sentia era quase insuportável, e a imagem dela me perseguia. Entrei no quarto e me joguei na cama, ficando deitado de barriga pra cima, olhando pro teto, tentando controlar a respiração. O ventilador girava lentamente, espalhando o ar quente e abafado pelo ambiente. Alguns minutos depois, comecei a escutar uns barulhos, baixos no início, mas se intensificando aos poucos. Levantei-me devagar, cada passo cuidadosamente calculado para não fazer ruído. O som vinha do meu quarto. Eram gemidos, suaves e entrecortados, e eu já sabia o que era. A porta estava um pouco aberta, e através da fresta, uma luz suave escapava para o corredor. Cheguei perto e olhei lá pra dentro, com o coração batendo forte no peito. Maria Luiza estava deitada de barriga pra cima, com metade do corpo coberto pelo edredom, uma mão no peito e a outra em sua i********e. Seus olhos estavam fechados, e os lábios entreabertos deixavam escapar suspiros de prazer. Ver ela daquele jeito me deixou duro, pô. Ela é gostosa demais, e a cena era irresistível. Fechei os olhos, respirando fundo, tentando acalmar a excitação que pulsava dentro de mim. Passei a mão no meu m****o por cima da bermuda, sentindo a pressão aumentar. Com um último olhar para a porta entreaberta, voltei pro quarto onde estava e me sentei na ponta da cama, a imagem de Maria Luiza gravada na minha mente, incendiando meus pensamentos. Águia_ Essa diaba vai me matar algum dia! – passei a mão no cabelo, me deitei na cama, e alguns minutos depois, apaguei. Maria Luiza Acordei sentindo minha cabeça doer muito, algumas partes do meu corpo doloridas. Olhei pro lado e não vi o Guilherme. Sentei-me na cama, passando a mão no cabelo, e logo fui me lembrando do que aconteceu na noite anterior. Balancei a cabeça para afastar aquelas cenas vergonhosas. Fui até o banheiro, lavei o rosto e escovei os dentes com a escova que usava quando vinha aqui. Quando voltei pro quarto, Guilherme estava sentado na cama, mexendo no celular. Ele me olhou e deu um sorrisinho. Águia _ Como tá a ressaca? _ me olhou de cima a baixo. Malu _ Péssima. Minha cabeça tá doendo muito! _ sentei-me no colo dele. Águia _ Imaginei. Trouxe um remédio pra você, mas antes coma alguma coisa. _ apontou pra mesinha ao lado da cama. Lá tinha uma bandeja com dois mistos quentes, suco de maracujá, alguns morangos e uvas. Malu _ Obrigada! _ dei um selinho nele e me levantei. Peguei a bandeja, sentei na cama e comecei a comer. Dei um dos mistos para ele porque não ia conseguir comer tudo. Malu _ Me leva pra casa! _ olhei pro mesmo que estava escrevendo algo no celular. Ele me olhou. Águia _ Vou pedir pra algum dos meninos da contenção te levar. Tenho que resolver umas coisas agora. Malu _ Vê se tem alguém que eu conheço. Não confio nos seus meninos. _ ele me olhou. Águia _ Por qual motivo? Algum deles já mexeu com você? _ neguei com a cabeça, dando de ombros. Ele saiu. Estava trocando de roupa quando Águia voltou. Malu _ Quem vai me levar? Águia _ Eu mesmo! _ olhei pra ele, confusa. Malu _ Você não tinha que resolver suas coisas? Águia _ Mais tarde eu resolvo. Já pegou suas coisas? _ falou estranho. Concordei com a cabeça, e fomos saindo. Ele abriu o portão para mim. De longe, vi j**a em pé e outros meninos que eu não conhecia, com fuzis nas mãos. j**a se virou e olhou pra mim, abrindo um sorriso no rosto. Malu _ Oi j**a, tudo bem? _ acenei pra ele. Japa _ Iaí, tô bem, pô. E você? Tá melhor? _ veio se aproximando. Águia _ Não te p**o pra ficar de papinho. Vai trabalhar! _ falou em um tom de raiva. Olhei pra ele, incrédula, e fui para o carro. Logo depois, ele entrou. Virei-me para ele, cruzando os braços. Malu _ Precisava falar com ele daquele jeito? _ ele me olhou. Águia _ Que jeito, Maria Luiza? _ cruzou os braços. Malu _ Não se faz. É por isso que você tá me levando embora? Porque ele é o único ali que eu conheço? _ exaltei o som de voz Águia _ Não viaja, Maria Luiza. Se quiser, peço pra ele te levar _ falou, abrindo a porta do carro. Malu _ Ei, volta aqui! _ segurei o braço dele. _ Para de gracinha, vamos logo.* Ele nem me olhou. Só fechou a porta com força e deu partida no carro, indo para a minha casa. O caminho todo ficamos em silêncio. Ele parou o carro na porta da minha casa, desligou o motor e virou-se, me olhando. Águia _ Não sei se vou te ver hoje mais tarde. Tenho muita coisa pra resolver na boca. Malu _ Tá bom. Inclinei-me para dar um selinho nele, mas ele virou o rosto, fazendo com que meus lábios tocassem sua bochecha. Afastando-me, olhando para ele confusa. Malu _ O que foi? _ franzi o cenho Águia _ Pra você tanto faz, né? Se vamos nos ver ou não. Malu _ Tá falando de quê? Tá doido? _ falei confusa Águia _ É melhor você entrar, Maria Luiza. _ se virou, ligando o carro. Fiquei alguns segundos tentando entender o que havia acabado de acontecer. Guilherme tinha surtado do nada e eu ainda estava processando suas palavras e ações. Respirei fundo e saí do carro, sentindo o peso da situação. Sinceramente, não entendo Guilherme. Ele surta do nada, sem qualquer aviso. Caminhei em direção à casa, a cabeça ainda confusa com os pensamentos sobre o que tinha acabado de acontecer. Assim que abri a porta e entrei, o cheiro familiar da comida caseira me envolveu. Minha mãe estava na cozinha, mexendo uma panela. Ela virou a cabeça rapidamente quando ouviu o som da porta batendo e, ao me ver, seus olhos se encheram de preocupação. Mariana _ Eu estava tão preocupada com você, Malu! _ me apertou mais. Malu _ Eu estou bem agora, mãe. Fica tranquila. Lobo _ Já vou avisando que você não vai mais para baile nenhum! _ falou, saindo do quarto. Ele estava com o cabelo molhado, uma cara de cansaço. Provavelmente não dormiu. Malu _ Pai, não exagera. Eu vou tomar mais cuidado agora. _ me sentei no sofá. Lobo _ Já falei que não, Maria Luiza. Imagina o que aqueles filhos da p**a iam fazer com você e com a Rebeca se o Águia não tivesse chegado lá? _ cruzou os braços, me olhando. Malu _ O que o senhor fez com eles? _ o olhei Lobo _ Torturei eles a madrugada inteira, e depois mandei para o forno. _ falou com um sorriso assustador no rosto. Mariana _ Credo, Deus me livre. Por que você não vai dormir? Ficou lá naquele lugar a noite toda, vai descansar. _ falou com meu pai. Lobo _ Tô de boa. À tarde, eu durmo um pouquinho. Tenho uma reunião agora com uns caras. _ olhei pra ele. Malu _ Guilherme vai estar nessa reunião? _ ele concordou. Lobo _ É hoje que mato aquele merdinha. Ele é dono dessa p***a toda e ainda deixou que isso acontecesse. Malu _ Não é culpa dele, pai. Fui eu quem saiu do lado dele. Ele pediu para eu ficar lá, mas eu fui teimosa. _ ele me olhou com raiva. Lobo _ É exatamente por isso que você não vai mais! _ se levantou. Os olhos do meu pai brilhavam com uma fúria contida. Não sabia se era pior encarar a raiva dele ou a culpa esmagadora que sentia. O peso das decisões de ontem à noite pendia sobre mim, e enquanto meu pai marchava pela sala, o eco de sua frustração reverberava nas paredes. Sentia-me prisioneira das minhas próprias escolhas, perdida entre a proteção do meu pai e a confusão com o Águia.
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