39" Paixão sob a superfície "

1427 Words
Maria Luiza O dia foi longo e exaustivo. Enquanto finalizava a unha da minha última cliente, não conseguia afastar os pensamentos que martelavam na minha mente. As palavras de Amanda reverberavam como um eco sombrio: a traição, o filho que eles tiveram juntos, e como fui ingênua ao acreditar nas mentiras dele. Suspirei profundamente, tentando afastar a dor que latejava em meu peito, e comecei a arrumar minhas coisas. No momento em que estava pronta para sair, Rebeca entrou na sala, me arrancando dos pensamentos. Rebeca _ Amiga, o Gb já chegou. Ele está lá fora esperando por nós. Já terminou? _ perguntou com aquele tom animado de sempre. Malu _Estou terminando. Rebeca_ O que foi, amiga? _aproximou-se, notando a tristeza em meus olhos. Malu _Não é nada... Já terminei, vamos?_ disse, tentando parecer normal. Mas Rebeca me conhecia bem demais para aceitar aquela resposta evasiva. Ela me encarou, esperando por uma explicação, e com um simples olhar, me senti desmoronando. Sentei-me na cadeira e respirei fundo, incapaz de segurar as lágrimas que finalmente começaram a cair. Contei tudo a ela a traição, o filho, como me sentia destruída. Rebeca _Meu Deus, que babaca, Malu! Eu estou chocada!_ exclamou, incrédula, enquanto passava a mão pelos cabelos em sinal de frustração. _Amiga, não chora... Ele não vale nem uma lágrima sua, tá bom?_ disse, secando minhas lágrimas com gentileza. No meio dessa conversa, Gb entrou, impaciente. Gb_ Vocês morreram aí ou o quê?_ perguntou com um sorriso brincalhão. Rebeca_ Ei, eu falei para esperar no carro!_ respondeu ela, com uma falsa raiva. Gb_ Eu sei, mas vocês estão demorando demais. A Letícia já dormiu no carro. Malu_ Vamos logo, estou cansada. Só quero tomar um banho e cair na cama._ disse enquanto limpava meu rosto e me levantava. No caminho até o carro, mantive-me em silêncio. Gb subiu o morro e, ao chegarmos em casa, meu coração acelerou ao ver a moto do Guilherme parada na porta. Rebeca_ Amiga, me liga qualquer coisa, tá bom?_ disse, me dando um olhar preocupado. Malu_ Tá bom, obrigada pela carona, Gb. Gb_ Nada, pô. Fica bem aí! Desci do carro e entrei em casa, tentando me preparar para o que estava por vir. Na sala, encontrei meu pai e o Águia conversando. Senti um misto de alívio e tensão ao vê-lo ali. Lobo_ Oi, princesa!_ disse meu pai, me abraçando calorosamente. Malu_ Oi, pai. O que está fazendo aqui?_ perguntei, olhando para o Águia. Águia_ Vim falar com seu pai sobre algumas coisas._ respondeu ele, casualmente. Malu_ Entendi._ concordei com a cabeça, tentando não demonstrar o turbilhão de emoções dentro de mim. _Cadê a mãe? Lobo_ Está tomando banho. Vamos jantar lá em casa hoje. Malu_ Ah, que bom. Ela está precisando sair de casa mesmo, fica muito presa aqui. Lobo_ Você também vai, minha querida. Malu_ Me desculpa, pai, mas estou péssima hoje. Minha cabeça está doendo muito, só quero descansar_ disse, esfregando a têmpora para enfatizar o quanto eu estava exausta. Lobo_ Aconteceu alguma coisa?_ perguntou ele, com aquele olhar desconfiado de pai protetor. Malu_ Não é nada, vou para o quarto. Fui direto para o meu quarto, onde me joguei na cama, ainda vestida com as roupas do dia. Não queria pensar em mais nada, só precisava de um pouco de paz. Águia Fiquei observando a Maria Luiza enquanto ela se afastava. Era evidente que algo a estava incomodando profundamente. Ela estava abatida, e eu não podia simplesmente ignorar isso. Lobo_ Vocês brigaram?_ perguntou ele, me olhando com seriedade. Águia_ Não, pô. Ela tá assim porque a amante do Gabriel apareceu aqui com um menino, dizendo que é filho dele. Ela ficou m*l depois disso. Lobo_ E quem é esse Gabriel? Águia_ O ex da Maria Luiza, pô. Aquele que eu matei. Lobo_ Ah, tinha me esquecido desse canalha. O filho da p**a depois de morto ainda atormenta a vida da minha filha. Águia_ Vou lá falar com ela._ disse, levantando-me decidido. Bati na porta do quarto dela e, ao ouvir um "entra", abri a porta devagar. Lá estava ela, deitada na cama, o rosto virado para o teto, perdida em seus pensamentos. Águia_ Vai ficar nessa até quando?_ perguntei, sentando-me ao lado dela. Malu_ Não sei._ ela virou-se para me olhar._ Vai pra casa do meu pai também? Águia_ Não, seu pai disse que é um jantar em família. Por que a pergunta? Malu_ Fica aqui comigo. _ disse ela, surpreendendo-me. Águia_ Tem certeza? Ela assentiu e, sem hesitar, deitei-me ao lado dela. Puxei-a para mais perto, segurando seu rosto com ternura. Nossos lábios se encontraram em um beijo lento e profundo, carregado de emoções que nenhum de nós conseguia expressar em palavras. Senti o calor do corpo dela contra o meu, e a tensão entre nós cresceu rapidamente. Ela subiu em cima de mim, posicionando-se de modo que cada movimento seu provocava uma onda de prazer em mim. Enquanto ela rebolava, senti meu corpo responder ao dela de forma quase instantânea. Estava completamente envolvido naquela dança íntima quando, de repente, alguém bateu na porta. Ela saiu rapidamente de cima de mim, sentando-se na cama enquanto eu tentava recuperar o fôlego. A porta se abriu e a mãe dela entrou, claramente surpresa com a cena que encontrou Mari_ Desculpa, não queria atrapalhar. Eu só vim avisar a Malu que já terminei o banho e que é pra ela ir tomar o dela. Malu_ Já tô indo, mãe._ respondeu, nervosa. Assim que Mari saiu, nós nos entreolhamos e começamos a rir, quebrando um pouco da tensão que se formara. Águia_ c*****o, é a primeira vez que fico nervoso desse jeito._ admiti, ainda rindo, enquanto me sentava ao lado dela. Malu_ Percebi. Vou tomar meu banho! Águia_ Vou lá em casa tomar um banho também. Já, já estou de volta._ disse, dando um beijo rápido nela antes de sair do quarto. Na sala, passei pelo Lobo, que assistia ao jornal, visivelmente irritado com algo que o repórter dizia. Assim que me viu, cruzou os braços e me lançou um olhar severo. Águia_ Qual foi? Lobo_ Achei que você tinha ido lá no quarto da minha filha pra conversar, não pra ficar de pegação. Águia_ Tia Mari mó x9. Sabe o que acontece, né? Lobo_ Quero ver quem vai encostar um dedo nela. Não tem doido no mundo pra isso, e o único que tinha tá sentado no colo do capeta uma hora dessas. Águia_ Fiquei com medo._ brinquei, enquanto fazia um toque rápido com ele antes de sair. Maria Luiza Assim que o Águia saiu, fui direto para o banho. Sentir a água quente escorrendo pelo meu corpo trouxe um alívio que eu estava desesperadamente precisando. Era como se a água levasse embora parte da dor e da confusão que me consumiam. Terminei o banho, vesti um pijama confortável, penteei o cabelo e fui para a cozinha preparar algo para comer. Fiz arroz, feijão, batata frita, bife, uma saladinha e um suco de maracujá. Meus pais já tinham saído, deixando a casa em um silêncio quase reconfortante. Enquanto terminava de arrumar a mesa, ouvi batidas na porta. Ao abrir, lá estava o Águia, com aquele sorrisinho de lado que me deixava sempre com o coração acelerado. Ele entrou sem cerimônia, me puxando para um abraço apertado e, antes que eu pudesse dizer algo, seus lábios estavam nos meus, em um beijo cheio de desejo. Malu_ Espera aí._ murmurei, me afastando levemente. _Já comeu? Águia_ Tava pensando em comer outra coisa hoje._ disse ele, olhando-me de cima a baixo, o desejo evidente em seus olhos. Malu_ Larga de ser tarado, vamos jantar e depois assistimos a um filme._ respondi, tentando manter a calma, mas com um sorriso malicioso que entregava que a ideia dele não era tão r**m. Águia_ Tenho uma ideia melhor._ disse ele, me puxando para mais perto, suas mãos já explorando meu corpo enquanto beijava meu pescoço com fervor. Malu_ O que você tem, hein?_ perguntei, rindo com a excitação crescente. Águia_ Só quero continuar o que começamos mais cedo, mas que sua mãe atrapalhou._ ele murmurou contra minha pele, me arrepiando por inteiro. Malu_ Vamos comer e depois a gente continua._ disse, olhando-o nos olhos com uma provocação que ele não poderia ignorar. Ele me olhou com um sorriso, sabendo que a tensão entre nós só aumentava, mas assentiu, aceitando a minha condição. Sentamo-nos para jantar, e enquanto comíamos, o clima entre nós era palpável. Cada gesto, cada olhar, carregava um desejo latente, como se a qualquer momento um de nós fosse explodir de tanta tensão.
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