Dominic passara o dia inteiro relaxado e nem mesmo seus ‘superiores’ conseguiram lhe tirar do sério, mas aquela dúvida, estava o matando. Tinha que ter certeza o quanto antes, eram incríveis as semelhanças, era impossível que uma pessoa fosse tão parecida com Samara, e não fosse ela. Mas ao mesmo tempo achava que não podia, não podia acreditar que a sua Samara tivesse se tornado o que Pérola é, e se fosse, teria que lhe dar boas e belas explicações a respeito.
Ele sabia que se fosse a mesma, nada tinha haver com isso, mas sentia necessidade de explicações, apesar de há muito não sentir nada ao pronunciar, ouvir ou contar a história daquele seu namorico do passado, para ele era isso, tudo que tiveram não passou de um namorico.
Sentiu o celular vibrar sobre a mesa produzindo um som estranho, o pegou e olhou a tela que brilhava com o nome de Norman.
– Como está o trabalho? – perguntou Dominic ao atender. – Descobriu algo?
– Descobri o endereço. – disse Norman, entediado. – O que ao certo você quer saber?
– Primeiramente, o nome. – respondeu Dominic. – De preferência, o nome completo.
– Ok, vou checar o endereço e ver o nome da proprietária, até hoje a noite, eu tenho essa informação. – Norman desligou o telefone e voltou a fazer seu serviço.
Dominic sorria, sabia que Norman nunca falhava com os serviços que lhe dava. Ainda com o celular em mãos ligou para o número de Tânia.
– Sr. Nevil, o que deseja? – ela atendeu.
– Quero marcar um encontro. – ele disse. – Hoje com Pérola, as 23h45m – a mulher riu do outro lado da linha.
– Pelo visto gostou dos serviços de Pérola.
– Sim. – ele disse simplesmente, seco.
– No mesmo lugar? – perguntou ela.
– Sim, enviarei a quantia para a agência bancária ainda hoje. – ele disse e desligou o telefone, se concentrando nas papeladas que estavam sobre sua mesa. Na verdade, sua mesa parecia estar sempre cheia de papéis para assinar, ultimamente.
...
Samara tomava banho, já passavam das 12h00m e ela havia descansado bastante, esperava sinceramente que tivesse outros clientes hoje, só para fingir que a noite com o Nevil não passara de um sonho, ou pesadelo, não sabia dizer.
Estava na banheira, coberta de espumas e com o corpo totalmente relaxado, botara uma música para tocar no celular na borda da banheira, e fechara os olhos com a cabeça para cima, sentindo os jatos de água massagear todo seu corpo. Definitivamente, não viveria sem aquela banheira para tirar as tensões do corpo. Ela abriu os olhos ao ver que sua música parara e o celular vibrar, por pouco não caindo com tudo dentro da banheira.
– Alô?
– Menina! – era Tânia, não estranhava, ela ligava quase todos os dias. – Como foi a noite com o novo cliente?
– Bem, pra dizer a verdade...
– Fora ótima, não é? Ele marcou um encontro com você, novamente! – ela fora interrompida, e sentiu os olhos arregalar com aquilo, não queria e não podia encontrar-se com Dominic de novo.
– Não! – disse Samara. – Tânia, por favor, não! Cancele.
– Mas, por quê? – a loira não entendera, a Hadnor nunca rejeitara clientes.
– Eu conheço o Dominic! E ele também me conhece! Pode me reconhecer e adeus a discrição. – disse como desculpa para que Tânia aceitasse não marcar mais encontros dela com ele, mas a loira riu.
– Ele não faria nada, senão a discrição com ele também acabaria! Não seja boba, ele está pagando ele tem que receber o que quer! – Tânia falou. – Quando tiver um motivo de verdade, estarei disposta a ouvir. – a Hadnor conhecia bem sua ‘chefe’ e sabia que essa seria sua resposta. As meninas de Tânia nunca recusaram clientes.
– Ok. – disse desanimada.
– E não se importe com isso, sabe que se ele faltar com discrição farei com que tudo se resolva, como sempre. – isso a Hadnor não podia reclamar, Tânia sempre cuidara para que tudo ficasse bem e dentro dos conformes. – E agora, a agenda da semana tem dois clientes essa noite. – Samara sorriu, aproveitaria para esquecer de vez que estivera na companhia de Dominic. – Bom, um no Noemi às 20h00m e o outro as 23h45m no ‘The Presidential’ o das 20h00m tem compromisso as 21h00m, acho que dá tempo de ir para casa e voltar.
– Sim, dá mesmo. Tudo bem, não é a primeira vez que atendo dois no mesmo dia. – Tânia desligou o telefone, como era de costume, nunca se despedia. Samara levantou esvaziando a banheira, não teria mais graça ficar ali. Precisava conversar, com alguém que não tivesse segredos, que soubesse de tudo sobre sua vida, enrolou-se na toalha ainda com o celular em mãos e ligou para Tamara. – Tamara... – disse quando a morena atendeu.
– Olá Sam! – sua voz era feliz.
– Está livre hoje? - riu, parecia um homem chamando uma mulher para sair.
– Sabe que sim! – Respondera Tamara. – Só dizer a hora.
– Agora, aqui em casa! – Fora para o quarto após ouvir um ‘Hai’ como resposta e colocou uma roupa. Vestiu-se com um short jeans e uma camisa rosa e foi para a cozinha, onde a comida parecia ainda estar quente por cheirar tão bem. Kelly fora embora antes que acordasse, seria melhor, assim teria mais liberdade para conversar com a amiga que estava pra chegar.
Abrira o computador enquanto aguardava Tamara e viu que na sua conta haviam sido depositados mais de 50 mil. Agora, para ela, já era normal ter essa quantia disponível, não que antes de sair da casa de seu pai lhe faltasse luxo, pelo contrário, mas seu pai - dono de uma empresa importante- adorava jogar-lhe na cara que o dinheiro era dele, e, apenas, dele.
Perguntava-se como estariam todos, sua irmã que agora já deveria ser uma moça, seu amado primo, e, principalmente, se perguntava se seu pai ainda seria tão irredutível ou se estaria agora mais maleável. Sabia que em Nova Iork, havia uma sede das Empresas Hadnor e que lá poderia pedir o contato de seus familiares, mas não faria isso, nunca. Apesar das saudades, ela fora expulsa por seu pai e não precisava dele para nada. Transferiu parte do dinheiro para o orfanato que ajudava e para o abrigo de animais, e agora iria procurar uma boa câmera para começar seu curso na semana seguinte.
Não havia passado por muitas lojas quando viu uma câmera lilás e branca, que julgou ser a sua cara e não resistiu a comprar. Agora era só esperar ser entregue, pensou sorrindo. Olhei para o relógio e já haviam passado 40 minutos e sua amiga ainda não chegara. Será que Tamara havia dado o bolo nela? Ela nunca fizera isso antes, na certa, só estava ocupada ou algo do tipo. Fechou o computador pessoal e levantou para colocá-lo no quarto, em seu lugar. Ouviu a companhia, e voltou para abrir a porta ainda com o notebook nas mãos.
– Finalmente! – abriu a porta sorrindo, e viu uma Tamara ainda mais sorridente.
– Desculpe Sam. – Ela corou. – Eu, bem, estava com alguém. – Samara não podia acreditar que sua amiga estava, finalmente, namorando.
– Vem, entra! Me conta tudo. – a Hadnor deixou que a amiga passasse e fechou a porta, sentando-se com pressa no sofá de antes para ouvir sobre o caso da outra.
– Bom, o conheci a algumas semanas, na verdade, esbarrei nele na rua. – Isso era a cara de Tamara, sempre com tanta pressa que não via as pessoas em seu caminho. – Sam, ele é lindo, alto, sexy, sério é incrível. Ele me chamou para um café e – ela estava envergonhada com a história. – Dormi na casa dele de ontem para hoje. – A Hadnor ouvia tudo e ria da cara envergonhada da amiga ao contar, não acreditava que ela estava se amarrando, Tamara era muito independente e costumava dizer que homens atrapalhavam a vida da mulher, algumas vezes até pensara que a amiga fosse lésbica.
– E qual o nome do felizardo? – Perguntou Samara curiosa para saber quem havia fisgado a amiga.
– Noah Hadnor – Samara, simplesmente, não acreditou no que ouviu. O homem que Tamara falava era seu primo, o mesmo que há minutos atrás pensara que sentia falta e como ele deveria estar?! Será que todo seu passado ia surgir de novo na sua vida? – Sam, não é o seu sobrenome? - Tamara não havia pensado nisso antes, mas aquele era o mesmo sobrenome de Samara, tinha certeza.
– Sim, acho que esse homem é meu primo! – vira os olhos da amiga se arregalar quando falou e os dela estavam do mesmo jeito, mas diferente de quanto viu Dominic, saber que seu primo estava próximo ao ciclo de amizade a deixava feliz, iria poder reencontrá-lo depois de tantos anos.
– Sam! Eu to saindo com seu primo, bem, Eu dormi com seu primo! – Tamara parecia histérica.
– Sim. – Samara sorriu. – E se casarem será minha prima. – a mais velha não pensava em casamento. - Será que tem alguma forma de eu vê-lo?
– Sim Sam, posso marcar para que vocês se vejam. – Por isso Tamara era sua melhor amiga. – Mas e se ele descobrir? Você sabe, ele não reagiria bem. – Também passava isso pela cabeça da Hadnor, mas como Tânia dissera discrição era algo que ela nunca deixaria faltar para Samara, não havia como ele descobrir e poderia ter alguém de sua família de novo em sua vida, após tantos anos, teria notícias do primo e perguntaria a ele de sua irmã, e claro, o que ele fazia em Nova Iork.
– Ele não vai saber nada, Tamara. - Samara sorria. – Vai ser tão bom poder encontrar Noah depois de tantos anos.
– Imagino que sim Sam. E vou ajudá-la. – a mais velha sorria. – Mas agora me conte o que houve que a fez me chamar aqui? – agora ela contaria sobre o reaparecimento de Dominic em sua vida, o Dominic que a amiga a vira chorando tantas vezes por tê-la deixado, o Dominic que ela ainda amava apesar do tempo e de tudo.
...
Dominic passara o dia atolado com reuniões e documentações, parece que inauguraram uma nova praça e todas as permissões legais passavam por sua mão. Ele estava concentrado no trabalho, nem sequer reparara ainda – naquele dia – no balanço dos quadris de Anko, mas largara tudo o que fazia quando no fim da tarde recebeu, novamente, uma ligação de Norman.
– Dominic, descobri as informações que pediu. – disse ele quando a chamada fora atendida.
– Então, ande, diga-me, qual o nome dela? - ele estava impaciente precisava tirar a dúvida.
– Seu nome é Samara Hadnor, ela tem 26 anos, vive sozinha, aparentemente, não tem família na cidade. – Então o Nevil estava certo o tempo todo, e agora ele tinha certeza, Pérola era mesmo Samara.
– Me dê o endereço! – Anotou em um papel qualquer sobre sua mesa o endereço e ligou imediatamente para Tânia, trocaria o encontro com Pérola, queria a noite inteira com ela, agora queria a ver dizer que não conhecia ninguém com o nome de Samara, ela o havia tentado fazê-lo de i****a.
Teve seus planos frustrados quando Tânia dissera que a Pérola já tinha compromissos a noite e que não poderia trocar seu encontro para que fosse a noite inteira, por sorte ela respondera uma pergunta sem ao menos perceber, o serviço era antes do seu logo ela voltaria para casa antes de encontrá-lo e ele a estaria esperando. Exigia explicações dela.
...
A noite chegara e a muito Samara já havia se despedido de Tamara, trancara o apartamento e rumava seu carro, para encontrar-se com o primeiro cliente da noite. Não tinha ideia de quem seria, mas também não importava, pelo menos, sabia que não era o Nevil. Estava impecavelmente arrumada e, como sempre, sexy.
Largou o quarto na frente do hotel e entrou na suíte, o Black a esperava já deitado na cama. Mas dessa vez não era Aro e sim seu irmão mais novo Leonardo.
– Há quanto tempo Pérola. – disse ele, realmente, fazia um tempo, Leonardo só a procurava quando precisava relaxar, então eram poucos seus encontros.
– Sim, nossos encontros são raros. – respondeu despindo-se lentamente na frente dele, como ele gostava que fizesse.
– Porém inesquecíveis. – Ele completou a puxando para cama antes que ela retirasse todo o vestido. Seus lábios foram tomados com avidez e em seu corpo sentia as mãos de Leonardo a tocando intimamente. Os lábios foram soltos e os conseguia sentir um tanto inchados pelas mordidas em meio ao beijo.
Leonardo sugava o pescoço da pequena e saborosa mulher abaixo de si enquanto tirava a própria roupa. A queria e tinha pressa, não poderia atrasar-se, mas não sairia dali sem tomar Pérola para si mais uma vez. Terminara de descer o vestido dela, e ela já o havia o deixado sem uma peça de roupa no corpo, enquanto a sugava os maravilhosos s***s e a ouvia gemer, ele trocou as posições, colocando sobre seu corpo.
Samara sentiu ser posta sobre o corpo dele, e sabia o que ele queria, sabia que ele gostava de tê-la cavalgando sobre si, encaixou o m****o dele em sua entrada e não hesitou ao sentar, ouvindo um urro alto e masculino abafado por sua pele escapar de seus lábios toda vez que ela subia e voltava a sentar sobre seu m****o com velocidade, fazendo-o sumir dentro de si.
...
Dominic saíra do escritório sem se despedir de ninguém, pegara o carro, dirigindo ele mesmo como na noite anterior, mas não fora para nenhum hotel luxuoso, já iam dar 22h00m e ele rumava a casa de Pérola, ou melhor Samara, antes que ela saísse para ir ao seu encontro, ele a surpreenderia. E teriam uma conversa.
Ele não entendia bem o porquê, na verdade, ele não entendia nada, mas sentia como se ela lhe devesse explicações. Em sua mente só se repetia uma pergunta, como alguém que fora namorada de Nevil Dominic levava essa vida? Não acreditava que havia se envolvido emocionalmente com alguém desse ‘tipo’. Estava furioso, mas do que o normal.
Parou o carro em frente ao condomínio no qual Norman lhe dera o endereço. O porteiro não o parou, na verdade, ficara boquiaberto quando notou que era o governador em sua frente, abriu o portão para ele e perguntou se precisava de algo.
– O apartamento de Samara Hadnor, qual é? – perguntou Dominic, havia esquecido de anotar o número do apartamento, mas isso não o impediria agora.
– Décimo andar Dominic. – disse o porteiro. – Apartamento 1007. – Dominic seguiu sem agradecer ao senhor que parecia ter ganhado o dia por recepcionar alguém tão importante. Entrou no elevador vazio, pela hora avançada e apertou para o décimo andar.
Samara olhava os vestidos em seu guarda roupa, enrolada na toalha, tinha pouco tempo para se arrumar e voltar ao trabalho respirava fundo. Não queria ter que encontrar-se com ele, mas não tinha escapatória. Ouviu a campainha tocar e estranhou, não esperava ninguém ainda mais que teria que sair. Riu, devia ser novamente a filha da vizinha que ficara trancada para fora ao fugir para ir a uma festa com o namorado.
Fora abrir a porta, ainda rindo. A campainha tocara novamente.
– Já vai! – disse alto antes de chegar à porta.
Quando ela abriu a porta o seu sorriso desaparecera, não podia ser a filha da vizinha, a não ser que essa houvesse se transformado em um loiro bronzeado extremamente alto e forte que a olhava com fúria no olhar.
– Não conhece nenhuma Samara, não é mesmo? – Ele a empurrou para dentro do apartamento fechando a porta.