CAPITULO 10

1255 Words
Momentos antes... Regina caminhava pelo hall da pousada com sua bagagem quando observa Helena na recepção, o que lhe deixa com um sorriso de satisfação. Finalmente iriam voltar para São Paulo e Regina poderia voltar a convencer sua filha a retomar o relacionamento com Leandro. Claro que a mãe de Helena ainda teria de conversar com a mãe do rapaz, mas ela via isso apenas como um mero detalhe no meio do seu plano de finalmente conquistar uma vida confortável. Augusto sem dúvida morreria ao saber que ela e a filha estavam muito bem instaladas no Ibirapuera. Regina já conseguia se imaginar movimentando seu corpo nos amplos gramados do Parque Ibirapuera. Ela está tão alegre em seus pensamentos que nem nota a aproximação de Helena que não parece muito feliz. — O que foi agora, Helena? - Questiona Regina. —Nada... —Fez o check-out? Não vejo a hora de estarmos respirando os ares de São Paulo. — Respirando o ar poluído de São Paulo, você quer dizer. - Corrige Helena ajeitando seu vestido longo e florido. — Engraçado, até alguns dias atrás você não reclamava dos ares de São Paulo... — É, mas eu ainda não havia tido a oportunidade de conhecer esse paraíso aqui. — Hummm, nada que não se encontre no litoral paulista. - Menospreza Regina colocando os óculos escuros. —Onde está Marcelo? - Pergunta Helena mudando de assunto. —Marcelo nesse momento já deve ter feito o que você não foi capaz de fazer. Nem demora muito e Marcelo surge na entrada da pousada acenando para elas, causando um aperto no coração de Helena. A loira se pergunta qual deve ter sido a reação de Bruno diante da presença de Marcelo, o que conversaram e como foi que tudo se findou. Será que Bruno também sentira sua falta? Essa última pergunta ela sabia que não teria resposta... — Feito. - Fala Marcelo. —Ótimo. - Solta Regina, aliviada. — Quantos nos custou essa palhaçada de bicicleta? —Nada. Ele não cobrou nada. - Afirma Marcelo encarando a irmã que está de cabeça baixa. — Bom, o pessoal do transporte já está aí. Vamos? —Claro! - Responde Regina entregando suas malas para Marcelo. —Helena, suba e pegue suas malas. Nos encontramos no carro. O irmão e a mãe de helena caminham em direção a rua enquanto Helena continua no mesmo lugar, ação que não passou despercebida por Regina que se vira, séria: —Vamos, Helena. - Ordena Regina . — Suba e pegue suas malas. — Sinto muito, mamãe. - Pede Helena que se mantém imóvel. — Como é? - Pergunta Regina arqueando as sobrancelhas. — Pare de pirraça. Suba e pegue suas malas. — Sinto muito, mas eu não vou com vocês. — Ah é, e como você vai fazer para ficar aqui? - Questiona sua mãe. — Você acabou de fazer o check-out. —Sim, eu fiz, mas do quarto de vocês. Bem como remarquei somenta a passagem de vocês. - Revela Helena, calmamente. — Eu não irei com vocês e a senhora não pode me obrigar. —Tudo isso por causa de um bicicleteiro? - Questiona Regina, com desprezo. — No caso ele é ciclista. - Corrige Marcelo recebendo um olhar irado de sua mãe. — Só dizendo... — Não importa o que ele é! - Reage Regina. — É impossível você estar assim com poucos dias que conheceu esse homem. —Se bem que ele é um bom motivo... - Comenta Marcelo. —Não estou ficando por causa do Bruno e em nenhum momento eu sequer mencionei ele. - Responde Helena. — Estou ficando por mim. Eu preciso de um tempo, mamãe. Eu preciso de um tempo para esfriar minha cabela, me reorganizar e me preparar para minha vida em São Paulo. Eu preciso dessa viagem por mim e mais ninguém. — Tudo bem, então ficamos todos. - Afirma Regina. —Não, vocês podem ir. Não quero atrapalhar mais a vida de vocês. E como a senhora deixou bem claro: a senhora quer voltar para São Paulo. Não quero que fique aqui contra sua vontade. — Quantos dias você precisa para pensar? - Questiona Regina, irritada. —Eu só ficarei até completar os sete dias. - Informa Helena. Ela segura na mão de sua mãe e continua: — Confie em mim, mamãe. — Só o fato de me pedir para confiar em você já me causa uma queimação no estômago, uma angústia no peito e uma dor de cabeça. - Alega Regina colocando a ponta dos dedos em sua cabeça. —Bom, então confie em seus ensinamentos. Ensinamentos que passou para mim. - Pede Helena. Regina estreita os olhos em direção a sua filha. Nada daquilo era o que esperava, mas se fosse contra , sentia que poderia causar um efeito muito pior, tal como está acontecendo agora. O que lhe resta é ser flexível. — Ok. Nos vemos em cinco dias. - Afirma Regina a contragosto. Ela dá um beijo no rosto da filha e então diz: — Juízo. —Tchau, maninha. - Fala Marcelo abraçando a irma forte. Ele encosta os lábios no ouvido da irmã e sussurra: — Vá atrás dele. — Vamos, Marcelo. - Chama Regina. Mãe e filho caminham em direção ao motorista da van que já esperava por eles. O motorista ajuda com as malas deles, enquanto Regina entra rapidamente no veículo. Não quer ficar mais nenhum minuto na cidade. Marcelo entrega as últimas malas e então entra no veículo. Tudo isso sendo visto de longe por Helena. Então o veículo sai e de repente surge a silhueta de Bruno, surpreendendo a Loira que caminha em direção a ele. *** Helena abre os olhos devagar enquanto se afasta do beijo de Bruno, ofegante. Ela o encara sorrindo, ao mesmo tempo em que acaricia o rosto do rapaz sem acreditar que ele está ali. Bruno então abre os olhos torcendo para que Helena fosse real e não apenas um sonho. Eles sorriem um para o outro e então Helena se afasta um pouco mais, segurando na mão do rapaz: —É sério, o que você faz aqui? — Eu vim aqui interceder pela sua partida. Não achei justo você ir embora por minha causa. - Explica Bruno sem jeito. —Somente por isso ? - Pergunta Helena, curiosa. —Sim. E você ? Por que ficou? - Pergunta Bruno. — Ah... porque eu gostei da cidade... Por mim. - Ela responde, séria. Então Helena sorri de forma marota para Bruno e continua: —E também porque você me deve alguns passeios de ciclismo. —Só por isso? — Sim. - Responde Helena. — E quanto a nós? - Pergunta Bruno, curioso. —Nós? O que tem nós? — Existe um nós? — Você quer que exista um nós? - Pergunta Helena mordendo os lábios. Por alguma razão aquela conversa estava lhe conduzindo para algo mais sério com Bruno, o que lhe assusta um pouco. — Talvez seja muito cedo para falar de nós... - Conclui Bruno, nervoso. —Ou talvez a gente não precise falar de nós. Na verdade, prefiro que a gente apenas viva esses dias. - Fala Helena. — Topa? — Eu topo qualquer coisa com você, Helena quase Albuquerque. - Responde Bruno puxando Helena novamente para os seus braços. — Então, qual o próximo passeio, Bruno , meu guia turístico? - Pergunta Helena tocando no peitoral de Bruno. — O próximo passeio é no céu da sua boca. - Responde Bruno antes de voltar a beijar Helena.
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