CAPITULO 16

1127 Words
— Helena, por favor, me dê uma chance de acertar as coisas. Eu percebi meus erros e estou pronto para mudar. Deixe-me provar que ainda te amo. – Diz Leandro, sinceramente. Helena hesita, ainda está dividida entre seus sentimentos que sente por Leandro e o que aconteceu entre ela e Bruno. — Leandro, eu não sei... Eu segui em frente, e não tenho certeza se voltar atrás seria a escolha certa. – Responde Helena. A chuva começa a cair intensamente, fazendo com que as ruas brilhem com a água. Enquanto ela tenta se proteger e o pacote dos pingos fortes, Leandro continua dizendo: — Então me deixe ao menos te levar para casa. Podemos conversar durante o caminho, e você pode decidir o que é melhor para nós dois. Helena considera a oferta por um momento, contemplando suas opções. A chuva se intensifica, deixando claro que andar até em casa seria desconfortável, no mínimo. HELENA (a contragosto) — Está bem, Leandro. – Aceita Helena a contragosto. — Mas isso não significa que algo mudou entre nós. É apenas uma carona para casa. Não quero conversar sobre nada. Eles saem sob a chuva intensa, Leandro segurando um guarda-chuva sobre Helena para protegê-la da tempestade. Eles seguem em direção ao carro de Leandro, suas roupas rapidamente encharcadas. *** Helena e Leandro chegam à casa de Helena, ambos encharcados da cabeça aos pés. Regina, mãe de Helena, os cumprimenta com preocupação. —Oh, vocês estão encharcados! – Disse a mãe dela, preocupada. — Oi, Dona Regina. – Cumprimentou Leandro. — A gente pegou uma tempestade no caminho. — Sim. – Concordou Helena, sem graça. Ela se virou para Leandro e continuou: — Obrigada por me trazer. Tenha um ótimo dia. — Certo... – Soltou Leandro sem jeito. Não esperava que ela fosse mandá-lo embora tão rápido. — Então eu vou indo... — Mas de jeito nenhum! – Negou Regina rapidamente. — Numa tempestade dessa, mas não vai mesmo. — Mamãe... — Não , Helena. Imagina, mandar o rapaz todo molhado pegar o trânsito de São Paulo nessa tempestade. – Argumentou Regina balançando a cabeça. — De jeito nenhum. Leandro, ainda tem roupas suas no guarda-roupa da Helena. Você deixou algumas aqui em casa, lembra? —Lembro sim. Bons tempos... – Comentou Leandro olhado para Helena. — Entra lá e troque de roupa. E você também, mocinha. – Falou Regina para a filha. — Não quero ninguém resfriado aqui dentro de casa. O olhar de Helena se encontrou com o de Leandro, trocando um olhar desconfortável antes de irem para o quarto dela. *** Helena e Leandro entraram no quarto da jovem, onde as roupas dele estavam guardadas ordenadamente no guarda-roupa. Eles começaram a se despir, suas roupas molhadas grudando em seus corpos. Enquanto Helena escolheu um conjunto de roupas secas para si mesma, Leandro se aproximou dela, seus olhos cheios de uma mistura de saudade e esperança. Sem dizer uma palavra, ele se inclinou e a beijou suavemente, pegando Helena de surpresa. A surpresa inicial de Helena rapidamente se transforma em confusão e emoções conflitantes. Ela hesitou, sem saber como responder. O beijo é suave, cheio de memórias compartilhadas e desejos reprimidos. O momento se prolonga, o peso de sua história se misturou com o rosto de Bruno surgindo em sua mente. Helena se entregou ao momento por um instante, mas logo se afastou, confusa e perturbada. — Leandro, não. Não agora. – Recusou Helena, olhando para Leandro perplexa. — Desculpe, Helena. Eu não deveria ter feito isso. Eu só... eu sinto falta de nós. – Explicou Leandro com remorso. Helena tentou se recompor rapidamente. Ela colocou um sorriso forçado no rosto, tentando disfarçar seu desconforto. — Leandro, isso não é justo. – Disse Helena sussurrando. — Foi você quem me largou na igreja e terminou tudo. Eu não posso simplesmente esquecer tudo o que aconteceu. A expressão de Leandro muda de esperança para decepção, percebendo que sua ação impulsiva pode ter complicado ainda mais a situação já frágil entre eles. — Eu sei que estraguei tudo. Mas, Helena, eu te amo. E quero fazer de tudo para reconquistar sua confiança. Leandro se aproximou e segurou a mão de Helena, puxando a ex noiva devagar para perto do seu corpo. Helena olha nos olhos de Leandro, vendo a sinceridade em suas palavras. Ela está prestes a responder quando um trovão estrondoso ecoa do lado de fora, seguido por um relâmpago brilhante. — Parece que a chuva está ficando mais forte. Talvez você devesse dormir aqui. – Sugeriu Helena. — Seria bom. Obrigado, Helena. – Agradeceu Leandro sorrindo. — Verei com o Marcelo se está tudo bem você dormir lá no quarto dela. – Disse Helena recebendo um olhar triste de Leandro. — Eu preciso de tempo para entender as coisas. Por favor, entenda. — Você está certa, Helena. Eu não deveria ter feito isso. Vou respeitar sua decisão e lhe dar o espaço que você precisa. Eles trocaram um último olhar prolongado antes de terminarem de trocar de roupa, suas mentes cheias de incerteza e uma infinidade de perguntas sem resposta. *** A saída de Helena para seu quarto com Leandro apresentou uma oportunidade para Regina, sua mãe, agir. Regina olhou rapidamente ao redor da sala, certificando-se de que ninguém está observando, antes de seus olhos se fixarem no pacote que Helena deixara sobre a mesa. Intrigada, ela se aproximou dele, pegando-o cuidadosamente. Regina examinou o pacote, observando o rótulo do endereço nele. Ela o leu em silêncio para si mesma, absorvendo a informação. Um sorriso travesso se formou em seu rosto quando ela percebeu a importância do destino. — Então, é para onde isso deve ir, né? – Disse Regina sussurrando para si mesma. Sabendo que Helena poderia voltar a qualquer momento, Regina decidiu aproveitar a oportunidade. Ela se moveu discretamente em direção a um armário próximo e o abriu, escondendo o pacote lá dentro. Satisfeita com seu ato furtivo, ela fechou a porta do armário, não deixando vestígios de suas ações. Assim que Regina conclui seu ato furtivo, ela ouviu o som de passos se aproximando pelo corredor. Ela rapidamente se recompôs, assumindo uma expressão casual, à medida que Helena e Leandro retornaram à sala de estar, agora vestidos com roupas secas. — Pronto. Estamos devidamente secos. – Comentou Helena para sua mãe. — Ótimo, querida. Vocês dois estão muito melhores agora. – Respondeu Regina de forma doce enquanto observada o casal. — Que tal um chá quente? Só para garantir que não ficarão resfriados... Os dois sorriam para Regina e assentiram com a cabeça, aceitando a sugestão. A atitude de Regina parecia inocente e afetuosa, escondendo seu conhecimento secreto do pacote escondido. Helena e Leandro pareciam alheios às suas ações, sem saber das verdadeiras intenções de Regina.
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