Eram por volta das 18h, quando termino todas as anotações. Como a empresa está com os lucros bons, eu poderia acompanhar de casa. Tom sairia mais tarde, então me despedi dele e saí da empresa.
A noite a cidade ficaba bem movimentada, luzes acesas por todos os lados, barracas abertas, lojas. Sorri ao observar, era gratificante está vivendo isso de novo.
— Oi.—Olho para trás e vejo Jonh.
— Ei, tudo bem? —Pergunto com cara de surpresa.
— Estou bem, e você? —Ele pergunta.
— Bem, não esperava ter encontrar por aqui.—Respondo.
— Não moro tão longe daqui do centro, esqueceu? Você está com pressa? —Ele pergunta agoniado.
— Não, o que aconteceu? —Pergunto preocupada.
— Aceita tomar alguma coisa ou comer? —Ele pergunta.
— Sim.—Respondo e ele caminha e eu o sigo.
Atravessamos a rua e paramos em uma lanchonete, ele pediu 2 sanduíches e 2 sucos. Nos sentamos e aguardamos enquanto eles preparavam nossos pedidos.
— O que está rolando, Jonh? —Pergunto colocando minha bolsa na Cadeira ao meu lado.
— Eu não sabia que era noiva, e principalmente do Tom.—Ele fala e eu o encaro sem entender — Droga.. Deixa isso para lá, não tem porque eu relembrar o que aconteceu.—Ele responde.
— Qual é? Eu quero saber, é sobre meu noivo, então é do meu interesse, até porque se não fosse, você não me chamaria para essa conversa.—Respondo um pouco alterada.
— Calma! Eu não posso sair falando as coisas para alguém que perdeu totalmente a memória e está vivendo uma nova vida, certas coisas devem permanecer ocultas! —Ele responde no mesmo tom.
— Eu tô cansada das pessoas decidirem por mim, eu tenho o direito de saber do meu passado, você não acha isso justo? —Pergunto irritada e os nossos pedidos chegam.
A garçonete nos olha assustada, coloca nossos pedidos na mesa e se retira.
— Emma, eu quero te falar, mas não cabe a mim falar isso, eu te chamei por outra coisa. Mas não vai ter mais importância para você.—Ele responde e dá um gole em seu suco.
— Você tem razão, não me importa. Sabe por que? Enquanto às pessoas continuarem decidindo o que é bom ou r**m para mim, eu nunca vou dar um passo a frente. Pois sempre vou está com sentimentos de dúvidas em meu coração, você sabe o quão torturante é tudo isso que estou sentindo? Você não tem ideia do fardo que estou carregando, eu não confio em ninguém. E isso é r**m, machuca. Então se for decidir por mim se vai doer ou não, então não diga, guarde para você.—Respondo e uma lágrima desce.
Me levanto e saio da lanchonete e pego o primeiro táxi que vejo pela frente, vejo Jonh vim atrás, mas o motorista da partida.
Eu cansei das pessoas fazerem isso, eu vou lidar com tudo isso sozinha, não me importo o que eu venha descobrir, se será r**m para mim ou não, eu preciso descobrir quem é Emma Cooper.
Chego em casa e a primeira coisa que fiz foi pegar a caixa dos diários, começo a ler um deles. Eu estava na parte da minha adolescência, dei altas risadas, até que para minha idade eu era bem serelepe. Vi algumas antigas fotos, eu estava na parte em que eu conhecia tom.
O Tom até agora sempre foi bom para mim, não sei o que as outras páginas me reservam, mas tenho um certo receio. Meu celular vibra, paro a leitura e vejo uma mensagem de um número desconhecido.
— Abre aqui.
Olho pela janela e vejo o rosto do Jonh, o que ele veio fazer aqui? Caminho até a porta e abro.
— Podemos conversar? —Ele pergunta e eu lhe dou espaço. Vejo em suas mãos uma rosa.—Trouxe para você como pedidos de desculpas.—Ele me entrega e eu a pego.
— Obrigada, é linda. Mas o que você veio fazer aqui? —Pergunto.
— Bom, o que me disse na lanchonete me tocou, não saí da minha cabeça. E você tem toda a razão de querer saber mais sobre você, afinal de contas, é sobre você mesma.—Ele responde e se senta no sofá.—Senta, o assunto pode ser um pouco delicado.
Ele fala com tensão em sua voz, ele estava nervoso, era nítido notar.
— Aonde você está querendo chegar? —Pergunto.
— Você e eu já nos conhecíamos antes de tudo acontecer com você.—Ele responde e eu o encaro.
— Então você é o Jonh que eu menciono nas páginas do meu diário.—Respondo incrédula.— Por que não me disse isso antes? —Pergunto.
— Não tive coragem, você por alguma razão o escolheu, então eu decidi não atrapalhar sua vida e fui embora, quando eu soube do acidente dos seus pais e o que aconteceu com você, eu decidi retornar. Eu estava disposto a conquistá-la novamente, mas o Tom a levou para o Chalé da família dele. A Megan me disse que havia conhecido a noiva do Tom, e eu já sabia que era você. O problema disso tudo é que eu ainda amo, e dói, eu fiz de tudo por você, eu sei que não se lembra de nada. Mas se você pudesse ver e sentir o que eu sinto, saberia que tudo é verdade.—Ele responde e abaixa a cabeça.
Eu ainda estava refletindo tudo o que ele estava me dizendo, então, éramos amantes? Mas o peso na consciência pesou, e escolhi a Tom. Mas por qual motivo eu escolheria a Tom, se o que Jonh diz sentir por mim talvez fosse recíproco, ou não?
— Jonh, eu o amava também? —Pergunto e ele levanta a cabeça me olhando.
— Sim. Por isso eu nunca entendi porque o escolheu, fazíamos juras de amor, planos e no final de tudo você preferiu a ele. Antes de te conhecer, eu não ligava para compromisso, pois eu já me decepcionei com isso, eu pensei que com você seria diferente, desde o primeiro dia que te vi, você despertou algo bom em mim. Algo que nunca senti por ninguém. Você era meiga, atraente, divertida e radiante.—Ele responde sorrindo e percebo o brilho em seu olhar ao falar de mim.
— Sorriu fraco.— Jonh, como nos conhecemos? Eu já era noiva do Tom? —Pergunto apreensiva.
— Quando nos conhecemos não, você estava sempre comigo, até que um dia você estava estranha, perguntei o porquê e você só dizia que era uns problemas bobos, que eu não precisava me preocupar. Você estava durante semana estranha, afastada, padecia querer falar algo. Até que um dia você chegou, você estava fria, seu semblante estava sério. E você me disse que aquela era a última vez que nos víamos, pois você estava noiva. Eu não acreditei naquilo e nunca entendi, eu me senti um i****a, pois pensei que a todo momento era aquilo que você queria, e outra pessoa tomou a iniciativa. E eu fiz o que me disse, eu a deixei.—Ele responde e vejo seus olhos lacrimejar.
— Jonh, eu.. Eu não sei o que falar, eu só sei sentir muito e muito pelo o que aconteceu. Desde que te vi cantando naquele luau, algo em mim acendeu, padecia que eu já o conhecia, está explicado agora. Mas, eu estou com o Tom agora. Eu não posso responder mas nada além disso.—Respondo desconfortável.
— Eu sei, eu sei. Eu entendo, eu só queria que você soubesse, você tem o direito de saber o seu passado. Assim como eu um dia eu a deixei ser feliz, eu novamente irei fazer isso. Eu só quero que encontre a felicidade, mesmo que seja ao lado de outra pessoa, eu espero que um dia me perdoe por não ter feito mais por nós. Por você.—Ele responde e caminha na direção da porta e abre.
Fecho os olhos e abaixo minha cabeça, escuto o barulho da porta se fechar. Fico pensando no que ele me disse, eu não consigo entender porque escolhi o Tom se é tão nítido que o Jonh me ama tanto.
Esses diários vão ser a peça chave dessa história. Pego novamente o diário e o começo ler.