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3° Capítulo.

Joyce Spencer:

Depois que Rodrigo saiu, eu fiquei um tempo brincando com a Ella no quarto que ela está dormindo.

Já que iríamos almoçar no shopping, eu a fiz tomar banho, enquanto isso eu separei as roupas que ela irá usar, deixei em cima da cama, uma calça jeans, uma blusa rosa com estampa florida, além de um colete, e tênis branco, como ela já é uma mocinha de 10 anos, ela consegue se vestir sozinha, avisei ela que eu iria tomar um banho também, depois iria pentear seus cabelos.

Entrei no banheiro da suíte, e tomei um banho rápido, como não iria molhar os meus cabelos, eu fiz um coque.

Quando terminei de tomar banho, eu fui escolher o que vesti e optei por uma legging preto e uma bata branca leve, já que está calor aqui em Portland, nos pés eu coloquei uma sapatilhas também preta, amarrei meus cabelos em um rápido de cavalo.

Ella entrou no quarto onde eu estava depois de se vestir, ela estava linda com as roupas que eu havia deixado em cima da sua cama.

Sentei com ela na minha frente eu diz uma trança estilo boxeadora com ela queria.

Ela ficou eufórica ao ficar sabendo que eu irei levar ela para o shopping, ela listou cada brinquedo que iria querer, ela continuou falando sobre isso durante todo o percurso e acabei me distraindo, quem nem percebi que tínhamos chegado.

-Senhora Spencer, chegamos. Sawyer me avisa, já que estava distraída e nem percebi que ele havia estacionado o carro no estacionamento do shopping center.

-Desculpa, Sawyer estava distraída. Digo assim que ele abre a porta do carro pra mim.

Ajudo Ella a descer também, coloco minha bolsa no ombro e subimos no elevador até o terceiro andar.

Pensei em passar numa loja de brinquedos, mas assim que Ella viu a lanchonete MC'Donald ela me arrastou para lá, pedindo hambúrguer e batatas fritas.

-Sawyer, você pode almoçar ou lanchar também, pois primeiro vou alimentar essa ferinha, antes de fazer algumas compras.

-Eu farei isso senhora, mas primeiro permitá-me pegar o lanche de vocês primeiro, a bandeja ficará pesada para você carregar.

Agradeço pela gentileza dele, e escolho o que vamos comer no cardápio, e Sawyer foi para a fila fazer o pedido, após dá-lo o dinheiro para isso.

Ella fez a festa quando o seu lanche chegou, ela logo se lambuzou com sua batatas fritas, tive que rir quando uma gota de ketchup grudou na sua bochecha.

-Filha vai devagar que seu lanche não vai fugir, meu amor.

Ela nem liga para o que eu disse, e continuou comendo suas batatinhas.

Comecei a lanchar também, Sawyer preferiu sentar duas mesas atrás da nossa, para ficar de olho na área.

Quando terminamos eu limpei a boca e as mãos da minha filha com um guardanapo, saímos dali enquanto tomávamos sorvete, estava tão distraída com Ella falando dos brinquedos que ela queria que eu comprasse pra ela na loja de brinquedos que nem vi quando esbarrei em alguém.

Meu sorvete até caiu no chão, eu ouvi uma mocinha me pedindo desculpa pelo esbarrão, mas quando eu olhei para seu rosto, meu mundo caiu. Era ela, a minha Layla, como isso foi acontecer, o universo está conspirando ao meu favor.

-Desculpa senhora, eu estava distraída com o celular, a senhora se....

-Layla! Sussurrei seu nome, mas ela me ouviu, já que parou de falar e ficou me olhando sem entender nada.

Eu reconheceria esse rosto em qualquer lugar, já que passei os últimos dias duas decorando seus traços naquelas fotos que Rodrigo me deu.

Ela era ainda mais linda pessoalmente, realmente ela se parece muito comigo, eu não acredito que o destino me fez encontrar minha filha dentro de um shopping aqui em Portland.

Meus olhos encheram de lágrimas, e provavelmente minha pressão caiu, já que minha vista escureceu de repente, se não fosse Sawyer me segurar, provavelmente eu teria caindo no chão.

Mesmo quase desmaiando, eu vi que a Layla se debruçou ao meu lado, ela parecia bastante assustada, talvez pensando que foi por conta do esbarrão que eu passei m*l.

-Senhora, eu não quis lhe causar nenhum m*l, me desculpa, eu não fiz por m*l. Ela atropelava as palavras, enquanto me analisava.

-Não foi sua culpa, minha pressão apenas caiu, eu já estou bem, não se preocupe. Alisei seu rosto, secando uma lágrima que escorreu de um dos seus olhos.

-Senhora, eu vou te levar para o médico. Sawyer disse enquanto me ajudava a ficar de pé, ele me deu um lenço para eu pudesse limpar a minha boca que estava suja de sorvete.

-Não precisa, Sawyer, só me leva para o hotel. Eu precisava deitar um pouco, foi emoção demais por um dia.

-Será que posso ir com você,? Vou ficar mais tranquila, quando te ver realmente bem. Layla perguntou enquanto pegava na minha mão, eu fiquei surpresa com sua atitude, e com o coração alegre por tê-la perto de mim um pouco mais.

-É claro que você pode vim conosco. Digo alegre demais, eu sei que estou dando muita bandeira, mas eu não posso evitar, afinal 15 anos depois eu estou diante da filha que tanto quis ter de volta.

-A propósito, eu me chamo Melissa Mendes Fernandes. Ela diz seu novo nome estendendo uma mão e tenho vontade de corrigir, mas por enquanto tenho que deixar pra lá, afinal ela não sabe de nada ainda.

-Eu sou Joyce Spencer, e essa é minha filha Ella Spencer, mas pode me chamar só de Joyce. Digo pegando na sua mão.

-Prazer em conhecê-las. Ela diz sorrindo pela primeira vez depois do susto, e quase choro outra vez, afinal seu sorriso é igual ao do Rodrigo.

Saímos do shopping com Sawyer me segurando, entramos no carro e fomos direto para o Heathman.

Assim que adentramos na suíte, Ella foi assistir seus desenhos na sala, enquanto Melissa me levava para o quarto, já que Sawyer foi ligar para o Rodrigo, mesmo eu dizendo que não precisava.

Estava difícil ficar perto da minha filha, sem começar a dizer a verdade, mas com muito custo eu segurei a minha língua.

Melissa me pareceu muita adulta, embora tenha apenas 15 anos, o tempo todo ela ficou ao meu lado, perguntando se eu estava bem, ou alisava minha barriga, Gael até mexeu quando ela colocou a mão no meu ventre pela primeira vez, como se ele soubesse que a irmã mais velha estava ali.

-Tem certeza que a senhora está bem? Talvez fosse melhor ter ido para um hospital. Ela perguntou aflita.

-Eu estou bem querida, foi só minha pressão que baixou, eu vou ficar bem.

Ficamos conversando bastante, até trocamos o número de celular, ela pediu para me ligar de vez enquanto para poder ter noticias minhas, eu adorei por ter a oportunidade de ter contato com minha filha pelo menos por telefone.

Um tempo depois Rodrigo entrou no quarto igual um foguete que nem percebeu que nossa filha estava aqui comigo.

-Amor, Sawyer me ligou para dizer que você passou m*l dentro do shopping, o que você tem? Vou te levar agora mesmo no hospital. Ele estava bastante nervoso.

-Eu estou bem, Rodrigo, foi só uma queda de pressão. Tentei explicar, mas ele não me ouviu.

-Você passou m*l do nada? Rodrigo questionou, mas a voz de Layla chamou sua atenção.

-Na verdade a culpa foi minha senhor Spencer, eu estava distraída olhando para o meu celular, quando esbarrei na sua esposa sem querer.

Vejo o exato momento que Rodrigo ficou mais branco que um papel, seus olhos lacrimejou e ele respirou fundo para segurar o choro.

Ele olhou para mim outra vez, querendo uma explicação.

Depois eu te explico. Sussurro em seu ouvido para que só ele pudesse ouvir enquanto limpo uma lágrima que escorreu em seu rosto.

-A propósito, eu sou Melissa Mendes Fernandes. Ela estica a mão em direção ao pai e esse gesto me deixa muda, porém bastante emocionada.

Rodrigo arranha a garganta para recuperar a voz, que estava embargada.

-Rodrigo Spencer. Ele responde e pegou na mão da nossa filha.

-Eu tenho que ir, agora que o senhor chegou, eu vou me embora mais tranquila, espero vê-los outra vez, posso te ligar mais tarde, senhora Spencer? Ela olhou pra mim em expectativa.

-Claro que sim, linda, a hora que você quiser. Digo segurando o choro.

-Obrigada por cuidar da minha mulher e ficar lhe fazendo companhia, Melissa, meu motorista vai te levar aonde você quiser, vou te acompanhar até a porta.

-Eu agradeço a gentileza, senhor Spencer.

Enquanto assisto pai e filha saindo juntos do quarto, eu fico ali revivendo as últimas horas, e começo a chorar de emoção por ter tido alguns momentos ao lado da minha filha.

Continua...........