Dana Mendes Fernandes:
-Senhora Mendes Fernandes, eu já posso servir o almoço? Estava na cozinha terminando de tomar uma taça de vinho, quando a governanta da casa apareceu.
-Pode sim, Olivia, eu já estou indo pra mesa, Antônio já está lá? Pedi colocando a minha taça dentro da pia da cozinha.
-Está sim, senhora Fernandes, e já perguntou pela senhora e a menina Melissa.
-Coloquei só dois pratos, pois minha filha não irá almoçar hoje conosco.
Explico e sigo para a sala de jantar, e encontro meu marido sentado digitando algo no seu celular.
Me sento ao seu lado, enquanto Olivia nos serve a comida.
-Melisss não irá almoçar conosco, querida? Meu marido me perguntou enquanto cortava a sua carne.
-Não ela foi almoçar no shopping com a Ingrid.
-Tudo bem, ela é jovem, tem mais é que se divertir com os amigos, do que ficar aqui na companhia de dois velhos. Ele diz fazendo uma brincadeira, mas eu estou com um m*l pressentimento, depois que conversei com a nossa filha.
-Antônio acho que nossa filha está desconfiada de alguma coisa. Digo aquilo que está me afligindo.
-Desconfiada de quê, Dana, do que você está falando? Ele para de comer e olha pra mim.
-Antônio hoje quando fui ao quarto dela, eu vi vários álbuns de fotos espalhados pela cama dela, era todos dela desde a época que pegamos ela, você sabe. Digo a última parte mais baixo, para que a empregada não nos ouça.
-Acha que ela já descobriu que não é nossa filha? Ele perguntou depois que Olivia voltou para a cozinha.
-Eu não sei, Antônio, mas acho que pelo menos ela desconfia de algo, já que ela me fez várias perguntas sobre o porque não temos fotos do nascimento dela e nem no hospital, e também perguntou porque ela não se parece fisicamente com a gente. Esse era o meu maior medo.
-De onde essa menina tirou isso, ela não pode desconfiar de nada do que fazemos Dana, ou nos trará muitos problemas, mas o que você respondeu pra ela? Pelo tom de voz, meu marido ficou preocupado com o que eu disse.
-Ela disse que era para um trabalho da escola, mas diante de tantas perguntas eu não acreditei que fosse apenas isso, por isso eu disse pra ela que essas fotos que ela estavam procurando foram perdidas no meio da mudança que fizemos aqui para Portland e a respeito da falta de semelhança físicas entre nós, eu falei que ela se parecia com a minha mãe, só espero que isso tenha feito ela parar de mexer nesta história.
-Fez bem, porque se você mentisse dizendo que ela foi adotada, provavelmente ela iria querer saber quem seria seus pais biológicos e isso não pode acontecer de jeito nenhum, ela precisa continuar acreditando que somos seus pais verdadeiros. Ele bate o pulso em cima da mesa.
-Eu sei disso meu bem, eu só espero que ela esqueça essa história. Tento tranquilizar ele, já que ele ficou muito nervoso.
-Eu também espero, agora mudando de assunto, eu irei precisar viajar e quero que você vá comigo. Ele diz de repente.
-Antônio achei que daríamos um tempo nesta história de venda de crianças. Eu temo que uma hora alguém descubra o que estamos fazendo e que a polícia nos pegue por isso.
-Eu também pensei, Dana, mas precisamos de dinheiro, já que minha tentativa de negócios com o senhor Spencer não foi pra frente, enquanto eu não arrumo alguém para se associar a mim para que eu consiga lavar o nosso dinheiro, não poderemos parar de fazer isso.
-Eu entendi, mas como faremos com a Melissa, se ela for com a gente, pode fazer perguntas ou mesmo nos seguir, aquela menina está ficando curiosa demais para o meu gosto.
-Ela fica, deixamos ela aqui com as amigas, não tem problema, nós sempre viajamos sem ela desde que ela tinha 12 anos, isso não será um problema.
-Tomara que tenha razão, pra onde iremos dessa vez?
-Para Dubai, tem um casal árabe que está interessado em uma de nossas crianças, ganharemos um bom dinheiro com a venda, se tudo dê certo partiremos na sexta.
-Tudo bem, vou conversar com a nossa filha sobre isso quando ela voltar pra casa.
-Ótimo, vou organizar tudo com o nosso pessoal, te vejo mais tarde querida. Antônio me beija antes de deixar a sala de jantar.
(...)
Antônio Mendes Fernandes:
-Anthony eu preciso que entre em contato com o Nicholas, porque irei precisar de documentos falsos para que aquela criança que irei levar para Dubai passe por meu filho e da minha esposa, eu preciso disso pronto no máximo até quinta-feira, já que estaremos embarcando na sexta.
-Tudo bem senhor Fernandes, vou resolver isso agora mesmo.
-Estarei aguardando, e não esqueça de avisar sobre minha viagem com nosso contato na polícia, porque não quero ser abordado e nem revistado no aeroporto.
-Será feito senhor, algo mais?
-No momento não, mas qualquer coisa eu te ligo outra vez, Anthony, só não quero falhas.
-Não terá senhor, irei cuidar de tudo.
Desligo a ligação, mas ligo para outra pessoa, pois preciso que a criança esteja pronta para seguir viagem conosco.
-Greta, sou eu, preciso que você prepare aquela bebê, porque ele foi vendido e irei levá-lo para Dubai na sexta.
-Devo levá-lo para sua casa, senhor Fernandes?
-Claro que não Greta, ficou maluca, nos encontraremos no aeroporto no dia da minha viagem e você me entrega lá.
-Sim senhor.
Após resolver tudo, eu resolvo pegar um copo de whisky para tomar, começo a pensar em parar com esse meu negócio, pois está ficando cada vez mais arriscado sair com uma criança aqui dos Estados Unidos, tenho medo que uma hora dessa a casa pode cair pra mim, e não posso ser preso, se aquele i****a do Spencer tivesse aceitado fazer negócios, eu poderia me dedicar apenas ao contrabando, seria o disfarce perfeito se a empresa dele fosse associada a minha.
Terei que procurar outra empresa pra isso, ou tentarei convencer o Spencer a mudar de ideia.
Aquele homem me faria ficar ainda mais rico, já que seu nome é muito bem visto no mundo dos negócios, e ele ganha rios de dinheiro, e com ele ao meu lado, ninguém desconfiaria que meus negócios são sujos.
Continua.................