Melissa Fernandes/ Layla:
-Mel, você tem certeza do que está falando?
-Certeza eu ainda não tenho sobre nada, Ingrid, mas como eu posso não me parecer fisicamente com os meus pais, mas ser a cara de uma mulher que eu encontrei por um acaso aqui no shopping? Perguntei desolada, afinal eu a cada minuto que passa eu fico cada vez mais confusa.
-Acho que você devia conversar com essa mulher que você acha que é sua mãe verdadeira, assim você pode tentar descobrir algo que queira saber. Ingrid diz, tomando seu refrigerante, mas não sei se isso é uma boa ideia.
-Eu não sei se vou ter coragem, além do mais o que vou dizer, oi, será que você me deu para a adoção quando eu era apenas um bebê? Não posso nem imaginar tendo essa conversa com ela, Ingrid.
-Podemos pesquisar a vida dessa família Spencer, peraí um pouco, eu trouxe meu tablet, vou pegar. Ingrid diz abrindo sua bolsa.
-O que podemos encontrar pesquisando a vida deles, com certeza não vai está escrito que eles deram uma filha para adoção, provavelmente devem só falar da filha pequena e do bebê que eles esperam, acho que só isso. Digo bem desanimada.
-Como é o nome dos dois? Ingrid perguntou ligando seu tablet.
-Rodrigo e Joyce Spencer, são de Seattle, eu acho, mas não sei muito mais que isso, há, eles são ricos também.
-Acho que isso é o suficiente para começar. Tomo meu suco mesmo sem vontade, enquanto Ingrid fica concentrada nas suas pesquisas.
Fico mexendo no meu celular aleatoriamente, quando percebo que a minha amiga está calada demais, geralmente ela fala pelos cotovelos, mesmo quando ela está digitando.
-Ingrid, está tudo bem aí? E ela olha para mim, um pouco pálida.
De repente ela me mostra a tela do seu tablet, e na tela tem o casal Spencer.
-São esses aqui? Ingrid me pergunta, e eu confirmo com a cabeça.
-Realmente você se parece muito com ela, mas...
-Mas o que Ingrid? Desembucha logo.
-Aqui está escrito que eles perderam uma filha há 15 anos atrás, segundo esse site, o casal Spencer teve a filha primogênita roubada quando ela tinha apenas 6 meses de vida, a pequena Layla Spencer, na época eles não eram ricos, mas o senhor Spencer lutou muito para construir a empresa Spencer House, se hoje eles tem um império é graças a garra do senhor Rodrigo Spencer, que queria ter dinheiro suficiente para encontrar sua filha perdida, eles nunca pararam de procurar por ela.
Assim que Ingrid termina de ler a matéria do tal site, eu pego o tablet da sua mão e procuro por outras notícias.
Se eu tinha dúvidas, agora não tenho mais, eu sou filha dos Spencer, e eu fui roubada.
Mas não posso acreditar que o Antônio e a Dana fariam uma coisa tão sórdida como essa, roubar um bebê de outra pessoa, que coisa absurda.
-Dar pra acreditar nisso, Mel, você de repente descobriu a sua família de verdade, e o melhor é que eles não te abandonaram ou te deram para adoção como você pensava, pelo contrário, você só precisa saber agora se os Fernandes sabiam ou foram enganados também.
Eu não percebi que estava chorando, até sentir minhas lágrimas molhando minha camiseta.
-Melissa não fica assim, você devia ficar feliz, afinal você agora tem uma família grande como você sempre quis, desde que te conheci você dizia que queria ter tido um irmão ou irmã, porque você odiava ser filha única, agora você tem 2 irmãos.
-É difícil ficar feliz ao descobrir que eu estava vivendo uma mentira, Ingrid, fui tirada dos meus pais, fui criada por dois desconhecidos que nunca me disseram que eu era a filha adotiva deles, e se por acaso eles tiverem me roubado dos Spencer? Eu nem sei o que pensar, amiga.
-Isso é outra coisa que você terá que descobrir, Mel, mas fico feliz que você tenha descoberto a verdade, seria muito pior se você confirmasse as suas primeiras suspeitas de que seus pais biológicos teria te dado para adoção, mas não foi esse o caso, eles estão te procurando, talvez até estão aqui em Portland nesta busca, não sei, mas é possível que seja isso, ou a negócios, afinal seu pai gatão é um CEO muito importante, mas a boa notícia é que estão aqui perto de você.
-Não fale assim dele, ele é casado e muito bem casado, Ingrid, além do mais você só tem 15 anos e meu pai é muito velho pra você. Acabei ficando enciumada da forma que ela se dirigiu ao senhor Spencer.
-Ui! Já está com ciúmes do papai, que fofo. Minha amiga zoa com a minha cara.
-Não seja boba, Ingrid, só não fique babando nele, por favor, é esquisito.
-Eu estava só brincando com você, Layla. Ela diz outro nome e fico sem entender, até que ela mostra o seu tablet.
-Aqui diz que seu nome de verdade é Layla Spencer, Mel.
-É tão estranho isso, acho que não vou me acostumar a ser chamada por outro nome, Ingrid.
-Você não precisa mudar se não quiser, mas me diz uma coisa, Mel, agora que você sabe parte da sua história, o que pensa fazer a respeito de tudo o que você descobriu aqui hoje? Essa sua pergunta me pegou de surpresa.
-Eu não sei o que fazer, Ingrid, está tudo uma bagunça dentro de mim, é difícil pensar que terei uma vida totalmente diferente da que eu sempre vivi aqui, com outros pais, irmãos, eu não sei o que fazer. Digo meio que desesperada.
-Acho que a primeira coisa que tem que fazer é falar com os seus pais biológicos, tenho certeza que eles irão preencher algumas lacunas que estejam faltando, e seu o senhor Spencer tem como descobrir se os Fernandes adotaram você enganados ou se de alguma forma eles roubaram você.
-Você tem razão, Ingrid, farei isso, obrigada por estar aqui comigo, minha amiga querida. Dou-lhe um abraço apertado.
-Não precisa agradecer, Mel, sabe que eu faria qualquer coisa por você, conte comigo para o você precisar.
-Te digo a mesma coisa, Ingrid, eu só tenho agora que pensar como vou conversar com os Spencer, principalmente com a senhora Spencer, afinal ela está grávida e não quero que ela passe m*l por isso.
-Você não precisa falar tudo de uma vez, se aproxime dela, deixe que ela te conte como se sente a respeito da filha perdida, dependendo do que ela falar, você conta tudo o que descobriu.
-Amanhã eu irei fazer uma visita pra ela, esqueci de te contar, eles agora moram na mesma rua da minha casa.
-Que maravilha, mas é melhor o Antônio e a Dana não saberem disso ainda, na verdade estou estranhando eles não saberem dessa história toda, já que você se parece tanto com sua mãe biológica. Eu não tinha pensado nisso.
-É verdade, mas meus pais nunca foram ligados nestas coisas da internet, mas você tem razão, preciso ficar atenta e de olho nisso.
-Mas agora chega de falar nisso, que tal aproveitarmos que estamos no shopping e fazemos uma comprinhas?
-Vamos. p**o a conta e depois passamos a tarde toda fazendo compras, foi bom me distrair bastante, fomos embora quando anoiteceu.
Continua.........