Capítulo 5

1295 Words
VINÍCIOS Minutos antes... Para evitar um conflito da qual pudesse nos levar a possíveis lamentações casei o restaurante mais distante da cidade, no entanto, na realidade eu não queria me alimentar, só queria encher a cara e esquecer da dificuldade de convivência que estava vivendo com a Lavínia. Hoje minha esposa se encontrava completamente arredia, afrontosa, jogando letras invés de falar a verdade do problema que ela criou na sua cabeça. Quando esteve internada no mesmo hospital que trabalho fiquei me questionando se ela teria batido de frente com a Laura. O edifício Mega Center é enorme, seria quase impossível esse embate. Mesmo sondando com a mãe do meu futuro filho, ela deixou bastante claro que nada disso havia acontecido. Claro, que não fui indelicado, mas a Lavínia afirmou que tinha ido atrás de mim porque queria falar algo, porém ao chegar lá a pressão deu seu aviso. Precisei acreditar nela para continuar minha vida particular e paralela. Assim eu e a menina dos meus olhos poderemos curtir livremente qualquer lance amoroso entre nós. Me encosto no bar e já vou logo pedindo ao bartender a primeira bebida da noite, não havia comido nada e na certa ficaria bêbado, sorte que cheguei aqui de táxi. Sentei na baqueta ouvindo uma música ao fundo de piano sendo tocada ao vivo. O pianista repousava em um canto do estabelecimento, encostando suas costas eretas numa cadeira confortável, pois provavelmente tocaria a noite inteira. O ambiente era de família, requintado. Tão sofisticado que na certa anos atrás não poderia pagar, nem sentado aqui estaria. - Sua bebida, caro senhor. - Agradecido. Entreguei o voucher pegando o drink azul esfumaçado, bebendo num gole só, assustando o rapaz que apenas disse sim logo após pedir outro, mais forte. Duramente fui ingerindo várias carreiras de intensas bebidas alcoólicas, coisa que nem na minha juventude, na época da faculdade, por exemplo, fiz. Mas isso tudo tinha uma causa por trás, mais profunda do que o medo irracional de fazer minha esposa adoecer mais com o nosso bebê no ventre. Desejava de uma forma bastante amarga ver a Laura, aqui, agora. Nesse exato momento. E ver a figura que me tornei sem o seu amor. Ao beber uma dose aquecida do whisky avistei um casal entrando no restaurante, no início não dei muita bola, o efeito do álcool no sangue começava afetar minha visão, deixando-a meio turva, contudo, algo nela, mais precisamente em sua cabeça, fez-me olhar de imediato. Deparando-me com a menina que roubou meu coração. Laura adentrava sorridentemente, claro, que o seu noivo a tira color Jorge Miguel a acompanhava. Os dois pareciam contentes, chegaram abraçados e isso ocasionou uma fúria descomunal no meu interior, tanto que na hora que ele puxou a cadeira para a sua noiva sentar quase que quebrei o copo de vidro, todavia quando assistir o funcionário tentar tirar da minha mão o coloquei tremendo no balcão, devolvendo o objeto normalmente. Foi então que uma força misteriosamente invisível a fez olhar rapidamente na minha direção, todavia, tendo reflexos mais rápidos virei o rosto a tempo de não a olhar. Queria que me visse, mas ainda não havia decidido qual posição tomar. Pensei friamente em como estragar o jantar romântico dos noivinhos, afinal, a Laura inda era livre e poderia facilmente esquecer desse matrimonio em um passe de mágica... Era só escolher as cartas certas. Com esse pensamento nebuloso de roubá-la na cara dura desse corninho, a olhei, e nossos olhares se cruzaram. De soslaio pude ver o trouxa nos olhando com bastante rivalidade. E quando levantei, indo buscar a mulher que sempre me pertenceu, vislumbrei um pavor em seus olhos profundos, aquilo me deu mais impulsividade para chegar neles. Durante o trajeto, mesmo quase tropeçando, cambaleando as pernas no caminho, tive a certeza que mexia com toda a sua estrutura, e mesmo seu noivo tocando-a para chamar a atenção para ele, falando algo, sussurrando para não olhar pra mim, ela continuava firme, forte... decidida. - Boa noite querida Laura. Cumprimentei olhando-a da cabeça aos pés e retornado ao seu rosto emoldurado com aquele lenço. Não imagina que houvesse guardado depois de tantos anos, pensar nisso desanuviou pensamentos homicidas contra seu acompanhante visivelmente irritado pela presença de um penetra na sua vidinha mais ou menos. A mantive presa no olhar, ela por sua vez tentava dizer alguma coisa, mas ficava balbuciando. Apoiei as duas mãos no encosto do assento para não desabar no chão, tudo agora queria fazer efeito, inclusive me apagar. - Boa noite Doutor Vinícios. Jorge Miguel respondeu, não me deu ao trabalho de olha-lo estava mais que puto por ele ter aparecido décadas atrás e a tirado de mim. Porco sujo! Agora ele veria o que era bom pra tosse. Respirei fundo, fechando e abrindo os olhos, sem desviar os olhos da minha tentação viva, de carne e osso. Perto novamente para termos uma segunda chance. - Falei com a minha funcionária, senhorita Almeida. Então fique na sua. - Hã?! Agora que bebeu virou um crianção?! Se contenha presidente ou logo logo perde até o cargo... Na fúria meus movimentos tomaram contam por si só, e quando me vi minhas mãos estavam agarradas no colarinho daquele homem, ele não reagiu, apenas ouvimos a razão da nossa rixa se queixar, pedindo imensamente para não fazermos cena ou seríamos expulsos do local. Nossos olhares fixos, travando uma batalha sem palavras. Jorge Miguel sabia perfeitamente que a Laura era a minha maior felicidade, portanto deveria pagar pela sua intromissão. - Se vocês não cederem vou embora e deixá-los aqui para resolverem como quiserem, na base da selvageria. - Querida... - A voz dele me dava náuseas. - ... Estou na minha, seu chefe que prefere dar uma de louco, aliás, cadê sua mulher? - NÃO É DA SUA CONTA!!! Berrei fazendo os clientes, garçons, o metre e dono do restaurante, olhando-nos enviesado, podia não os olhar, mas sentia a energia emanada deles. Éramos o espetáculo dessa noite estrelada. - Chega! Conseguiram estragar meu jantar! A miramos no mesmo instante quando se levantou tirando o tecido sobre seus lindo fios compridos e balançou eles de maneira frustrada, ameaçando verbalmente ir embora. - NÃO! Entoamos, acabei o soltando de maneira áspera, quase fazendo-o cair no chão. Cheguei nela depressa, pegando pelos ombros. Sua olhada se amenizou quando notou o meu real estado de espirito. - Por que está nesse estado? Não sabia que bebia assim? Ela tocou meus braços, agindo super preocupada. Ignorando os resmungos do outro indivíduo. - Eu... - Laura! A voz brava do noivo a tirou de mim. Laura acabou se afastando para ir falar com ele. Os dois acabaram discutindo baixinho para não chamar mais holofotes para nós, porém ao ouvi-la dizer que ainda queria comer nesse restaurante porque estava faminta, resolvi sentar de supetão no lugar vago. E logo fui pegando o guardanapo de pano pondo no colo com profundo esmero. Debochadamente peguei o cardápio, solicitando ao metre que passava por ali a refeição escolhida. Ele nem quis saber de mais nada, apenas ouvia o meu pedido cuidadosamente. Ao sair os olhei sorrindo atrevidamente. - O que pensa que está fazendo? Não foi convidado, o jantar é particular. - Jorge ditou lotado de raiva. - Sabe de uma coisa... - Disse a menina linda pondo delicadamente o lenço de volta sobre os cabelos sedosos. Que imagem perfeita, se ela soubesse o quanto esse gesto aquecia meu peito... - Vou sentar e fazer o meu pedido também, depois disso me deu mais fome. Engulam-se. Sentou-se fazendo-me rir da cara de pamonha do seu noivo. Sem mais argumentos, ele mesmo contrariado se pôs no seu lugar, pegando o cardápio deu uma longa bufada e escolheu como sua noiva fazia. Isso é só o começo... Jorge Miguel De Ferraz!
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