**CAPÍTULO 2: O Início do Inferno de JP**
Ver minha mãe ali, abraçada ao maldito Guilherme, foi uma dor profunda. Ela acreditava que eu era o responsável e não se dispôs a ouvir a minha versão, depositando toda a confiança em Guilherme. Aquela situação me destruiu. Quando os guardas me conduziram para fora do tribunal, minha mãe veio até mim e me abraçou. Naquele momento, percebi que aquele seria nosso último abraço. Eu não queria que ela tentasse me procurar durante o tempo em que ficaria preso, pois a única coisa que ela parecia saber era me acusar.
Maribel: Por que, meu filho? Por que você teve que fazer isso?
Percebendo que eu não respondia, ela se afastou do abraço.
Tentou tocar meu rosto, mas eu me desviei.
Maribel: 'Por favor, fala alguma coisa, João Pedro.'
Guilherme: 'Deixa pra lá, mãe. Ele não merece o nosso amor. Estamos aqui, preocupados, e ele nem se importa com os nossos sentimentos. Dez anos não serão suficientes pelo que você fez com a minha noiva, seu maldito.'
Ele se aproximou de mim e me agrediu com um soco.
Os seguranças o contiveram enquanto eu cuspia sangue no chão.
Quando os seguranças me puxaram para fora, antes de eu ir olhei nos olhos do Guilherme.
JP: Um dia eu deixarei este lugar, Guilherme. E quando isso acontecer, esteja preparado, pois irei te procurar em qualquer lugar, até mesmo no inferno. Ao me jogar aqui fez de mim um verdadeiro monstro, não vou ter piedade de você Guilherme.Pega a visão, irmãozinho.
Fui retirado do tribunal de forma brusca e colocado no veículo da polícia como se fosse um animal.
Cheguei ao meu inferno, onde passaria os próximos dez anos de minha vida, em decorrência de uma morte que não cometi.
Recebi as vestimentos e uma sacola para guardar todos os meus pertences, e assim o fiz.
Em seguida, fui conduzido a uma sala onde foram realizados todos os procedimentos necessários, incluindo a coleta de fotografias, assinatura e impressão digital. Posteriormente, fui levado a uma cela que abrigava cinco detentos. Ao chegarmos, a cela foi aberta e fui jogado na cela.
Cadu: E aí moleque fala para os amigos aqui, que tu fez pra tá presso . Algo muito r**m com certeza deve ter feito. Fala aí, engomadinho, o que você fez c*****o? Vou te passar a visão, moleque. Nessa cela, quem manda sou eu, tá ligado?
Preferi não responder o que o deixou mais puto.
O cara, percebendo que eu não estava respondendo, se aproximou de mim e me acertou com um soco na barriga. Tentei reagir, mas outro sujeito veio e me segurou, enquanto o rapaz que se apresentava como o responsável pela cela me agredia. Ele me desferiu um soco no rosto e, em seguida, me chutou, derrubando-me no chão e iniciando uma série de chutes na minha barriga. Quando ele se preparou para chutar meu rosto, coloquei meus braços à frente para me proteger.
Os guardas perceberam a agitação e se dirigiram para separar a briga.
Cadu: Seja bem-vindo, garoto. Da próxima vez que eu fizer uma pergunta, espero que você responda.
Guarda: Cadu e Thiago, vocês dois estão se metendo em problemas novamente?
Como consequência, ficarão em regime de isolamento por uma semana.
Ao passarem ao meu lado, cuspiram em meu rosto.
Com grande esforço, tentei me levantar, até que os três detentos que permaneciam em silêncio se aproximaram para me oferecer ajuda.
JP: Me soltem c*****o,não preciso da ajuda de vocês e de ninguém.
Fred: Calma, cara. Somos da paz, relaxa.
Sentei-me naquele chão, sentindo uma dor intensa pelas agressões sofridas, mas a dor mais profunda era a que carregava dentro de mim.
Eu, aos 26 anos, acusado de um crime que não cometi, pelo meu próprio irmão.
Fred: Olha, é melhor você não ignorar o Cadu. Ele não gosta de ser ignorado. Ele e aquele amigo dele quase já mataram um cara aqui na cela. Apenas um conselho: se você não quer levar uma surra novamente, é melhor evitar fazer isso novamente.
Jp: Não me importo se me mataram; na verdade, isso é o que mais desejo.
Marcos: O que aconteceu, Garoto para ter esse tipo de sentimento?
Lucas: O que você fez para estar nessa situação? Ou vai afirmar que não fez nada e acabou aqui por acaso?
JP: Se eu disser que a pessoa que deveria estar sempre ao meu lado foi a responsável por me incriminar por um crime que não cometi, vocês acreditariam? Certamente que não, já que nem mesmo minha própria mãe confiou em mim.
Fred: Para ser sincero, eu confiaria, pois o que mais existe fora deste presídio são pessoas desejando o m*l umas das outras.
JP: Eu acreditava que isso não ocorria na minha quebrada, mas fui surpreendido pela traição do meu próprio irmão, que me colocou nesta situação para se livrar de um crime que ele mesmo cometeu.
Fred: É impressionante como a inveja pode surgir, muitas vezes, dentro do nosso próprio círculo familiar. Venha deitar aqui no colchão, Cadu e um covarde te machucou pra c*****o.
Assim, eles me apoiaram e me colocaram deitado naquele colchão no chão. Após se afastarem, senti um momento de fraqueza e não consegui conter as lágrimas.