**CAPÍTULO 1 - JP**
Minha vida tem sido um inferno nesta penitenciária. Há dois meses estou preso por um crime que não cometi e estou aguardando a data do julgamento para saber qual será a minha pena. Desde a última vez em que o Guilherme veio me visitar e afirmou ter sido ele quem cometeu o assassinato da Virgínia, não tive mais notícias dele. Ele conseguiu o que desejava: me incriminar por um crime que não cometi, e todas as evidências parecem estar contra mim. Estava na cela quando um policial veio me informar que eu teria visita e, em seguida, seria levado para o julgamento.
Ele me algemou e me acompanhou até a sala de visita. Ao chegar, encontrei minha mãe, que já estava emocionada e chorando ao me ver. Assim que me removeram as algemas, corri para os seus braços.
Maribel: 'Meu filho, por que você agiu assim com a noiva do seu irmão?'
Quando ela proferiu essas palavras, afastei-me do seu abraço.
JP: Não posso acreditar que o Guilherme influenciou você, mãe. Não fui eu quem cometeu o crime, eu juro. Por favor, acredite em mim, mãe.
Eu estava em lágrimas, sentindo-me desolado ao perceber que minha própria mãe acreditava que eu seria capaz de tirar a vida de uma pessoa inocente. Isso me devastou.
Maribel: Como posso acreditar em você, meu filho, se as evidências são todas contrárias a você? Eu realmente gostaria de confiar em você, mas, após o que o Guilherme disse, não consigo. Especialmente considerando que você sempre abominou a violência.
Logo você, que apenas assumiu o controle do morro por conta do último desejo do seu pai, foi capaz de tirar a vida da Virgínia por inveja em relação ao seu irmão.
JP: Eu inveja? Inveja de quê, mãe? Pode me explicar por que eu teria inveja do Guilherme?
Maribel: Você estava apaixonado por Virgínia, mas, como ela não correspondia a seus sentimentos, você a matou. Se você não ia ficar com ela, então seu irmão também não poderia tê-la. Por que, JP, entre tantas mulheres no mundo, você se interessou justamente pela mulher do seu irmão?
Ela tentou tocar meu rosto, mas eu me afastei e golpeei a mesa com raiva.
Jp: Nada do que eu disser fará diferença; você confia mais nas palavras do Guilherme do que nas minhas. Um dia, eu sairei dessa p***a e, nesse dia, apresentarei as provas de quem realmente matou a Virgínia. Nesse mesmo dia, vou me vingar de quem me incriminou por um crime que não cometi. Quando eu tiver as evidências sobre a morte da Virgínia, farei questão de confrontar pessoalmente Guilherme.
Maribel: Para com isso, João Pedro, e assuma sua responsabilidade como um verdadeiro homem. Assuma que foi você que o matou e não tente jogar a culpa em outra pessoa.
Olhei para ela pela última vez.
JP: Não perca seu tempo vindo aqui enquanto eu estiver preso. Dedique seu tempo ao seu querido filho, Guilherme, pois quando eu sair daqui, voltarei ao comando do meu morro, como meu pai sempre desejou. Aquele que tentar me impedir irá se arrepender. Guilherme criou um monstro ao me colocar aqui, então mamãe transmite essa mensagem para o Guilherme. Aproveite o máximo possível da liberdade que ele tem, porque quando eu retornar, irei atrás dele, não importa onde esteja.
Bati na porta onde os guardas estavam do lado de fora.
Maribel: João Pedro...
Os guardas vieram e me algemaram, preferi ignorar os gritos da minha mãe.
Fiquei profundamente magoado, pois ela acreditou que eu poderia cometer uma crueldade com uma pessoa inocente, justo ela sendo minha mãe. Preferiu confiar na versão do Guilherme em vez de na minha inocência.
Mais um dia eu vou sair desse inferno, e nesse dia o Guilherme que se prepare.
Fui levado ao tribunal para o meu julgamento, e optei por não ter um advogado, ciente de que todas as evidências apontavam para mim como o responsável pelo crime. Guilherme arquitetou toda a situação com frieza, a ponto de fazer minha mãe acreditar em sua maldita versão e considerá-lo uma vítima nessa p***a . Caí na armadilha de alguém que sempre me invejou. Durante o julgamento, foram apresentadas as provas, incluindo a arma que foi encontrada com minhas digitais e o fato de eu ter sido flagrado no local do crime, o que agravou ainda mais minha situação. A sentença foi proferida.
O juiz me ordenou que ficasse de pé e assim o fiz.
Juiz: Após avaliar as evidências e considerar o caso de João Pedro Azevedo Lima, que foi encontrado em flagrante e com a arma contendo suas digitais, a pena será de 10 anos de reclusão, sem direito a fiança.
Naquele momento, percebi que meu mundo estava desmoronando ao ser detido por um crime que não cometi. Fui algemado e ouvi os gritos da família da Virgínia me chamando de assassino. Ao olhar para trás, avistei minha mãe abraçada com o desgraçado do Guilherme.
Nunca imaginei que meu próprio irmão seria capaz de assassinar sua própria noiva e me incriminar por um crime que não cometi, tudo isso por um desejo constante de ocupar o meu lugar.