Capítulo 2

1081 Words
Como Letícia não tinha a menor ideia de quais talheres eram exatamente para quê, ela resolveu procurar na internet. Viu alguns vídeos sobre talheres, copos, guardanapos entre outros que também falavam sobre como se sentar e se portar. Já que o patrão era exigente e não gostava de conversar, com certeza não iria querer ensinar. Seu jantar foi servido em seu quarto e com ele chegou uma agenda com caneta e um bilhete que dizia: "Sua ferramenta de trabalho. Já deixei anotado alguns compromissos que terei essa semana e você deverá me acompanhar. Se tiver dúvida ou precisar, chame Samuel." Simples e direto. E é claro que ele não iria tirar as dúvidas dela. Seria melhor que ela chamasse outra pessoa. Curiosa, ela abriu a agenda. No dia seguinte eles teriam um almoço, seguido por um café com outro sócio. Parece que aquilo que ela aprendeu seria testado e posto em prática. Mas antes que ela pudesse começar a comer sua refeição em paz, bateram à sua porta. _ Entre. _ Com licença! O patrão a aguarda para comer na sua mesa de jantar. _ Mas minha comida foi servida aqui. - Letícia quis protestar, afinal, não seria nada agradável jantar com aquele homem. _ Isso é uma ordem. E não precisa vestir seu uniforme para a ocasião. É apenas um jantar para verificar seus modos à mesa. _ Me desculpe. Estarei lá em apenas alguns minutos. Samuel assentiu com a cabeça e saiu. Letícia ficou perplexa com o jeito do homem e pensou se ela também deveria agir daquela forma. Mas depois tirou essa ideia da cabeça. Seu patrão a estava contratando do jeito que ela era. Se tivesse algo a mudar em suas atitudes, então ele quem deve falar. Se arrumou rapidamente e saiu do quarto, anotando na cabeça exatamente como se comportar. Ela chegou até a mesa e o patrão a aguardou. Ela se lembrou que, geralmente, o garçom puxa a cadeira para a mulher ou o próprio acompanhante. Mas não seria possível que seu patrão o fizesse, então esperou Samuel fazer. Assim que ela se acomodou, Samuel empurrou a cadeira de rodas do patrão no seu devido lugar. Letícia permaneceu calada, apesar de que estava quase tendo um treco para falar. O vinho foi servido. Logo depois, a entrada. Letícia parecia se comportar bem. Alguns erros que não seriam difíceis de corrigir. Quando o jantar chegou é que a coisa ficou feia. De prato principal serviram lagosta. Letícia não tinha a menor ideia de como comer esse bicho. E, sendo falastrona como é, não segurou mais a língua. _ Me desculpa, mas eu não vou comer isso não! Seu patrão a olhou com a cara fechada. _ Se é assim que vai se comportar durante um jantar de negócios então não tem como você trabalhar para mim. _ Olha o senhor me contratou para ser sua acompanhante. Serei sua acompanhante. Mas esse bicho eu não como. Primeiro que não tenho a menor ideia de como fazer isso e segundo que eu não tenho coragem de comer esse tipo de negócio de jeito nenhum. E isso é algo importante para saber sobre mim, pois sei que quem pedirá a comida será o senhor. Diante de tal afirmação, ele não teve como corrigir. Mas ainda assim, usou algo contra ela. _ Pois a minha acompanhante deveria comer exatamente o mesmo que eu? _ Então a sua acompanhante deve ser uma mulher de cara fechada que também usa uma cadeira de rodas. Letícia nem percebeu quando soltou essas palavras mas, no instante em que saíram, ela deu um tapa em sua boca. Ela sabia que havia passado dos limites. Mas o patrão não respondeu. Nesse caso, Letícia achou por bem ser ela a falar. _ O senhor me perdoe, eu não quis ser rude e nem usar sua condição. _ Minha condição? Interessante como as pessoas se referem a problemas como o meu usando a palavra "condição". Enfim, você foi muito rude. E também está falando demasiado. _ Me perdoe mais uma vez. Quanto a falar, eu tentarei permanecer em silêncio. O jantar terminou sem maiores problemas. Samuel que assistia a tudo, anotou cada erro cometido por Letícia afim de corrigir mais tarde. Letícia correu para o seu quarto, enquanto o patrão foi direto para o escritório. Samuel o seguiu. _ O senhor quer que eu a demita? _ Hum... - O homem parecia perdido em seus pensamentos. - Não. Ela fica. Vai ser interessante ver como ela vai fazer para segurar aquela língua. E será muito útil no momento oportuno. _ As anotações estão comigo. Eu irei corrigir as gafes em seu comportamento na mesa. _ Deixe que eu faço isso. Seu patrão pegou as anotações e foi em direção ao quarto de Letícia. Ele m*l bateu e já girou a maçaneta. Letícia que estava se trocando novamente se viu diante do seu patrão de calcinha e camiseta de pijama. Ela rapidamente vestiu a calça. O homem permaneceu ali parado, feito estátua. Ele nunca tinha visto uma mulher com um corpo tão deslumbrante. Letícia era perfeita em cada curva. Pernas grossas, bumbum empinado e cintura bem fina. Depois de se permitir esse pequeno devaneio, o patrão então se voltou para o rosto de Letícia. Mas isso também o ajudou a viajar mais um pouco. Ela era linda mesmo sem maquiagem e com o cabelo, muito liso, todo bagunçado. Seu rosto angelical possuía a boca carnuda e bem vermelha. Os cabelos loiros e longos, íam até sua cintura. E seus olhos pareciam ser extremamente no mesmo tom de azul do céu. Letícia, vendo que o homem não falava e constrangida pela situação, resolveu começar ela mesma. _ Serei rude novamente senhor, mas não lhe ensinaram a bater na porta do quarto de uma mulher? _ Oras eu bati. _ Sim, mas nem me deixou responder e já foi entrando. _ Ok. Me desculpe. Eu vim corrigir alguns erros que cometeu durante o jantar. Sente-se por favor e ouça. Samuel que jamais havia visto o patrão pedir desculpas, arregalou seus olhos e se retirou do local, imaginando que talvez ele precisasse de um pouco de privacidade, ou algo do tipo. Terminado as lições, ele foi se retirando quando Letícia falou novamente. _ Sei que o senhor não gosta de muita conversa, mas eu ainda não sei o seu nome e gostaria de saber. _ E para quê? Sou seu chefe e isso já basta! E saiu do quarto a deixando perplexa.
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