ELLA.
- Porque um lobo? - ele questiona sobre a minha tatuagem, bem atrás do pescoço, ela é bem pequena, e eu levanto o meu olhar para ele.
Ele quer conversar comigo agora?
- Porque eu quis. - eu respondo-o e ele suspira ainda me encarando. - Fique calado. - eu digo sem paciência e exausta, e eu vejo ele se esforçar para não cerrar o maxilar em irritação com a minha resposta.
- Eu só quero conhecer melhor a minha esposa. - ele diz sarcástico e eu o observo.
Ele tem uma personalidade complexa.
Ora, decide ser o que aparenta ser, e eu achei ser cem porcento do tempo fora daquela mansão, engraçadinho, instigador, social, sassy, com humor intrigante, o que sempre pareceu ser de todas as vezes que eu lia ou assistia vídeos exibidos pela mídia, dele.
Mas depois ele é, sanguinário, vingativo e sem motivo algum, porque quem colocou as mãos em mim, foi ele quando não devia e extremamente bruto.
A minha cabeça fica extremamente baralhada com ele.
- Você sabe o suficiente, as minhas tatuagens não são da sua conta. - eu falo para ele.
- Elas estão no seu corpo. - ele diz e eu sinto o meu corpo aquecer por alguma razão i****a, enquanto eu observo o seu olhar sem vergonha em mim.
Idiota!
- Você é a minha esposa, isso torna o seu corpo meu. - ele diz e o seu tom possessivo é sarcástico faz-me suspirar fundo revirando os olhos, enquanto o meu rosto queima. - Eu tenho de saber o porquê você o marcou, é um direito meu, não acha? - eu levo o meu olhar novamente para o seu não querendo jogar esse jogo com ele.
- Para início de conversa, eu odeio você. - eu falo para ele e ele sorri, sem retirar o seu olhar do meu.
- Eu sei, e já deixei claro que é recíproco. - ele diz e eu assinto sorrindo tal como ele.
- Ótimo, então entenda que eu também odeio tudo que vem com você, inclusive, a sua voz. - eu falo e ele abre o seu sorriso. - Se puder calar agora, eu agradeceria. - eu deixo claro.
- Está falando da voz que deixa você molhada, Robin Hood? - p***a.
Eu fecho os olhos sentindo o meu corpo ficar arrepiado e o meu rosto explodir de tão quente que estava.
Por quê?
Por que merdas ele tem que deixar o meu corpo desse jeito?
Eu levo as minhas mãos para o meu rosto e suspiro fundo não pretendendo levar o meu olhar para ele novamente.
- Cale a boca. - eu digo e eu consigo sentir ele rir, facto que eu ignoro completamente.
No mesmo instante batem na porta e eu levo o meu olhar até ela.
E quando ela é aberta, eu sinto mais raiva ainda, mas engulo a seco porque eu só preciso que a enfermeira retire essa merda do meu braço, para eu fazer ele pagar como deve ser.
É o Jake.
É a pulguinha babá do Alexander Riina.
O seu rosto já não está labuzento de sangue, com alguns curativos no seu rosto.
O meu sangue ferve dentro das minhas veias, mas ferve tanto que decidi olhar para a TV, para me manter quieta.
- Podemos conversar? - ele questiona ao Alexander que surpreendentemente não parece que o Riina está feliz em vê-lo, mas mesmo assim ele se levanta.
Provavelmente só está chateado, porque supostamente as ordens dele foram desobedecidas pela babá dele.
Ele sai e finalmente fecham a porta, de onde o Jake estava parado já dava para ver os homens daqui, dois parados de frente para a porta, não de lado, de frente.
Nem que eu fizesse a enfermeira desmaiar e trocasse de roupa com ela, eu conseguiria escapar daqui.
Ele montou todo um exército e os distribuiu em pontos-chave.
- Ufff... - eu suspiro fundo, dolorida, realmente o meu corpo dói imenso, e eu estranhamente estou extremamente exausta.
Evitei as mil e uma questões da minha cabeça tentando perceber o que coloquei na TV, mas não funcionou.
Para a salvação do meu tédio, não demorou muito e a enfermeira entrou, bem quando a bolsa de soro acabava.
- Por hoje está ótimo. - ela diz após verificar alguma coisa nas máquinas, e eu assinto aliviada por ela ter retirado essa agulha do meu braço.
- Obrigada. - eu agradeço voltando a puxar a minha manga pelo meu braço e ela me oferece um sorriso.
- Tente descansar... - o que ela fala é interrompido por ela mesma, que tal como eu se assusta com o som de um assobio que deixou o meu coração acelerado.
Esse assobio é específico de alguém que eu conheço, demasiado específico.
Eu ainda estou a alucinar?
Eu vejo a porta ser aberta e o Alexander entrar, e eu simplesmente me levanto.
Eu vou dar a minha possível alucinação o benefício da dúvida…
É muito específico para que eu esteja cedendo a loucura.
- Cuidado... - ela diz para mim ignorando o som, e me segurando.
- O que foi? - o Alexander questiona, me encarando, e eu simplesmente caminho para o banheiro casualmente.
- Eu preciso ir ao banheiro. - eu respondo fazendo pouco causo e ele se senta, enquanto a enfermeira sai. Antes de abrir a porta do banheiro eu suspiro e entro, no mesmo instante eu sinto serotonina tomar conta de todo o meu corpo em doses turbulentas.
A minha barriga gela, e um sorriso toma o meu rosto imediatamente, enquanto fecho a porta atrás de mim.
- James... - o seu nome sai num murmúrio dos meus lábios, vendo o seu rosto suado, e os seus cabelos loiros meio bagunçados enfiado na pequena janela.
- Oh, c*****o! - ele exclama baixo de alívio estampado no seu rosto e visivelmente desconfortável ali, e eu estou incrédula e com uma estranha vontade de chorar.
Ele está bem... isso significa que todos os outros também.
- Ainda bem que você não se esqueceu, caso contrário eu estaria fodido... - ele sussurra e eu desperto sorrindo com o humor travado dele, baixo a tampa da privada e subo para o alcançar e pego o seu rosto incrédula, só para confirmar que eu não estou alucinando e ele observa-me abrindo um sorriso convencido.
- Eu sei que eu sou lindo demais para ser real, mas sou eu mesmo. - ele diz e eu reviro os olhos.
- Você é louco? - eu questiono espreitando pelos guardas que estavam aqui.
- Também. - ele diz e eu sorrio confusa o observando, começando a ficar preocupada, aqueles idiotas podem voltar, o Alexander pode ouvir.
- Como chegou até aqui? Você está bem? O Kaio e a Heyoon? - uma mistura de emoções tomaram conta de mim agora.
- Eles estão me esperando do outro lado… a única que não está bem agora é você... - ele diz virando-se para olhar os guardas.
- Merda... - eu e ele balbuciamos vendo-os a distância.
- A distração acabou. - ele fala com a respiração pesada, e estica a mão me entregando um AirTag. - Se cuide. - ele diz olhando nos meus olhos e eu assinto.
- Vá! - eu exclamo, porque eu não sei o que eles fizeram para tirar os homens do Riina daqui, mas todos eles estão voltando e eles estão mais do que armados.
- Droga... - ele balbucia, e eu estou ficar aflita. - Que droga… - ele fala saltando e nem se eu me arriscasse em fazer o mesmo, daria tempo.
Eles querem ser pegos, que doidos?!
- Eu... nós amamos você. - ele fala alto o suficiente para eu ouvir enquanto corre e eu sorrio, com o meu coração extremamente acelerado querendo que ele saia daqui logo.
- Ele é um louco... - eu falo vendo o maluco do James sumir do meu radar, alguns segundos antes dos homens do Riina chegarem, e eu sou obrigada a fechar a janela e descer da privada.
Ele estava com uma vuvuzela na mão, foi assim que eu escutei o assobio dele…
- Um doido. - eu balbucio comigo mesma.
Eu sorrio com a coragem deles, e vontade de chorar de tanta saudade que eu estou.
- Como eles me acharam? - eu questiono-me, escondendo a AirTag em mim.
Batem na porta e eu suspiro fundo, e jogo água no meu rosto e pescoço para me acalmar, ignorando.
- ... - eu sorrio realmente aliviada, quando a porta é simplesmente aberta e eu suspiro, olhando o Alexander pelo espelho.
O seu olhar oscila de mim para a janela desconfiado, e eu reviro os olhos indo secar as minhas mãos e manter as minhas emoções encapsuladas.
- Se não confia nos seus homens, devia demiti-los. - eu falo e ele me observa.
- Você não respondeu. - ele diz. - Está fraca e eu deduzi que talvez tivesse desmaiado. - ele diz e eu simplesmente passo por ele.
- E por que você se importa? - eu questiono voltando até essa cama. - Não foi você quem me fez vir parar aqui? Sabe há quanto tempo eu não pisava num hospital? - eu questiono-o indignada e ele suspira fundo.
- Você está aqui pelas consequências dos seus atos, Ella. - ele diz e ah! - Dá para parar de embirrar? - ele questiona-me, e eu reviro os olhos. - Eu estou me esforçando, para melhorar isso, caso contrário nada disso resolverá nada. - ele diz.
- Melhorar isso... - eu balbucio. - Você me ameaçou, colocou inúmeros armas apontadas para mim e para os meus amigos que você ainda colocou em cativeiro. - eu falo. - Você colocou as suas mãos em mim, deixou não por uma, mas duas vezes a mercê de cobras e você chama tudo o que fez de isso. - eu falo sorrindo de frustração, impressionante.
- Sejamos sinceros, você colocou as suas mãos em mim primeiro. - ele diz e eu reviro os olhos. - Não apenas as com as mãos, mas com a merda de uma faca, após termos feito um acordo, se eu me recordo. - ele fala irônico e eu reviro os olhos. - Depois ainda assassinou a Laila... - ele diz e eu olho para ele indignada.
- A Laila era a merda de uma cobra, quase do meu tamanho que estava se enrolando em mim enquanto eu dormia e eu disse para você tirá-la. - eu deixo claro e o seu maxilar trava enquanto ele suspira fundo.
- Tudo bem, Ella. - ele diz visivelmente farto. - Tréguas, parecem boas para você, mia cara? - ele questiona e eu o observo um pouco confusa com essa mudança. - A Zanan decidiu começar a procurar pela filha. - ele diz confirmando as minhas suspeitas. - Vai querer continuar a discutir comigo ou fazer o que foi o combinado? - ele questiona e eu assinto suspirando fundo.
- Então tréguas serão elas, Riina. - eu respondo-o enquanto ele se senta também.
- Ótimo. - ele diz e eu deito a minha cabeça, levando as minhas mãos ao meu rosto, tentando assimilar tudo o que aconteceu hoje.
A minha cabeça não está a conseguir acompanhar tudo isso como eu gostaria.
Eu sinto a AirTag no meu top, e eu suspiro só torcendo para que eles não façam mais merda nenhuma.