Capítulo 54

1896 Words
ELLA. - Porque um lobo? - ele questiona sobre a minha tatuagem, bem atrás do pescoço, ela é bem pequena, e eu levanto o meu olhar para ele. Ele quer conversar comigo agora? - Porque eu quis. - eu respondo-o e ele suspira ainda me encarando. - Fique calado. - eu digo sem paciência e exausta, e eu vejo ele se esforçar para não cerrar o maxilar em irritação com a minha resposta. - Eu só quero conhecer melhor a minha esposa. - ele diz sarcástico e eu o observo. Ele tem uma personalidade complexa. Ora, decide ser o que aparenta ser, e eu achei ser cem porcento do tempo fora daquela mansão, engraçadinho, instigador, social, sassy, com humor intrigante, o que sempre pareceu ser de todas as vezes que eu lia ou assistia vídeos exibidos pela mídia, dele. Mas depois ele é, sanguinário, vingativo e sem motivo algum, porque quem colocou as mãos em mim, foi ele quando não devia e extremamente bruto. A minha cabeça fica extremamente baralhada com ele. - Você sabe o suficiente, as minhas tatuagens não são da sua conta. - eu falo para ele. - Elas estão no seu corpo. - ele diz e eu sinto o meu corpo aquecer por alguma razão i****a, enquanto eu observo o seu olhar sem vergonha em mim. Idiota! - Você é a minha esposa, isso torna o seu corpo meu. - ele diz e o seu tom possessivo é sarcástico faz-me suspirar fundo revirando os olhos, enquanto o meu rosto queima. - Eu tenho de saber o porquê você o marcou, é um direito meu, não acha? - eu levo o meu olhar novamente para o seu não querendo jogar esse jogo com ele. - Para início de conversa, eu odeio você. - eu falo para ele e ele sorri, sem retirar o seu olhar do meu. - Eu sei, e já deixei claro que é recíproco. - ele diz e eu assinto sorrindo tal como ele. - Ótimo, então entenda que eu também odeio tudo que vem com você, inclusive, a sua voz. - eu falo e ele abre o seu sorriso. - Se puder calar agora, eu agradeceria. - eu deixo claro. - Está falando da voz que deixa você molhada, Robin Hood? - p***a. Eu fecho os olhos sentindo o meu corpo ficar arrepiado e o meu rosto explodir de tão quente que estava. Por quê? Por que merdas ele tem que deixar o meu corpo desse jeito? Eu levo as minhas mãos para o meu rosto e suspiro fundo não pretendendo levar o meu olhar para ele novamente. - Cale a boca. - eu digo e eu consigo sentir ele rir, facto que eu ignoro completamente. No mesmo instante batem na porta e eu levo o meu olhar até ela. E quando ela é aberta, eu sinto mais raiva ainda, mas engulo a seco porque eu só preciso que a enfermeira retire essa merda do meu braço, para eu fazer ele pagar como deve ser. É o Jake. É a pulguinha babá do Alexander Riina. O seu rosto já não está labuzento de sangue, com alguns curativos no seu rosto. O meu sangue ferve dentro das minhas veias, mas ferve tanto que decidi olhar para a TV, para me manter quieta. - Podemos conversar? - ele questiona ao Alexander que surpreendentemente não parece que o Riina está feliz em vê-lo, mas mesmo assim ele se levanta. Provavelmente só está chateado, porque supostamente as ordens dele foram desobedecidas pela babá dele. Ele sai e finalmente fecham a porta, de onde o Jake estava parado já dava para ver os homens daqui, dois parados de frente para a porta, não de lado, de frente. Nem que eu fizesse a enfermeira desmaiar e trocasse de roupa com ela, eu conseguiria escapar daqui. Ele montou todo um exército e os distribuiu em pontos-chave. - Ufff... - eu suspiro fundo, dolorida, realmente o meu corpo dói imenso, e eu estranhamente estou extremamente exausta. Evitei as mil e uma questões da minha cabeça tentando perceber o que coloquei na TV, mas não funcionou. Para a salvação do meu tédio, não demorou muito e a enfermeira entrou, bem quando a bolsa de soro acabava. - Por hoje está ótimo. - ela diz após verificar alguma coisa nas máquinas, e eu assinto aliviada por ela ter retirado essa agulha do meu braço. - Obrigada. - eu agradeço voltando a puxar a minha manga pelo meu braço e ela me oferece um sorriso. - Tente descansar... - o que ela fala é interrompido por ela mesma, que tal como eu se assusta com o som de um assobio que deixou o meu coração acelerado. Esse assobio é específico de alguém que eu conheço, demasiado específico. Eu ainda estou a alucinar? Eu vejo a porta ser aberta e o Alexander entrar, e eu simplesmente me levanto. Eu vou dar a minha possível alucinação o benefício da dúvida… É muito específico para que eu esteja cedendo a loucura. - Cuidado... - ela diz para mim ignorando o som, e me segurando. - O que foi? - o Alexander questiona, me encarando, e eu simplesmente caminho para o banheiro casualmente. - Eu preciso ir ao banheiro. - eu respondo fazendo pouco causo e ele se senta, enquanto a enfermeira sai. Antes de abrir a porta do banheiro eu suspiro e entro, no mesmo instante eu sinto serotonina tomar conta de todo o meu corpo em doses turbulentas. A minha barriga gela, e um sorriso toma o meu rosto imediatamente, enquanto fecho a porta atrás de mim. - James... - o seu nome sai num murmúrio dos meus lábios, vendo o seu rosto suado, e os seus cabelos loiros meio bagunçados enfiado na pequena janela. - Oh, c*****o! - ele exclama baixo de alívio estampado no seu rosto e visivelmente desconfortável ali, e eu estou incrédula e com uma estranha vontade de chorar. Ele está bem... isso significa que todos os outros também. - Ainda bem que você não se esqueceu, caso contrário eu estaria fodido... - ele sussurra e eu desperto sorrindo com o humor travado dele, baixo a tampa da privada e subo para o alcançar e pego o seu rosto incrédula, só para confirmar que eu não estou alucinando e ele observa-me abrindo um sorriso convencido. - Eu sei que eu sou lindo demais para ser real, mas sou eu mesmo. - ele diz e eu reviro os olhos. - Você é louco? - eu questiono espreitando pelos guardas que estavam aqui. - Também. - ele diz e eu sorrio confusa o observando, começando a ficar preocupada, aqueles idiotas podem voltar, o Alexander pode ouvir. - Como chegou até aqui? Você está bem? O Kaio e a Heyoon? - uma mistura de emoções tomaram conta de mim agora. - Eles estão me esperando do outro lado… a única que não está bem agora é você... - ele diz virando-se para olhar os guardas. - Merda... - eu e ele balbuciamos vendo-os a distância. - A distração acabou. - ele fala com a respiração pesada, e estica a mão me entregando um AirTag. - Se cuide. - ele diz olhando nos meus olhos e eu assinto. - Vá! - eu exclamo, porque eu não sei o que eles fizeram para tirar os homens do Riina daqui, mas todos eles estão voltando e eles estão mais do que armados. - Droga... - ele balbucia, e eu estou ficar aflita. - Que droga… - ele fala saltando e nem se eu me arriscasse em fazer o mesmo, daria tempo. Eles querem ser pegos, que doidos?! - Eu... nós amamos você. - ele fala alto o suficiente para eu ouvir enquanto corre e eu sorrio, com o meu coração extremamente acelerado querendo que ele saia daqui logo. - Ele é um louco... - eu falo vendo o maluco do James sumir do meu radar, alguns segundos antes dos homens do Riina chegarem, e eu sou obrigada a fechar a janela e descer da privada. Ele estava com uma vuvuzela na mão, foi assim que eu escutei o assobio dele… - Um doido. - eu balbucio comigo mesma. Eu sorrio com a coragem deles, e vontade de chorar de tanta saudade que eu estou. - Como eles me acharam? - eu questiono-me, escondendo a AirTag em mim. Batem na porta e eu suspiro fundo, e jogo água no meu rosto e pescoço para me acalmar, ignorando. - ... - eu sorrio realmente aliviada, quando a porta é simplesmente aberta e eu suspiro, olhando o Alexander pelo espelho. O seu olhar oscila de mim para a janela desconfiado, e eu reviro os olhos indo secar as minhas mãos e manter as minhas emoções encapsuladas. - Se não confia nos seus homens, devia demiti-los. - eu falo e ele me observa. - Você não respondeu. - ele diz. - Está fraca e eu deduzi que talvez tivesse desmaiado. - ele diz e eu simplesmente passo por ele. - E por que você se importa? - eu questiono voltando até essa cama. - Não foi você quem me fez vir parar aqui? Sabe há quanto tempo eu não pisava num hospital? - eu questiono-o indignada e ele suspira fundo. - Você está aqui pelas consequências dos seus atos, Ella. - ele diz e ah! - Dá para parar de embirrar? - ele questiona-me, e eu reviro os olhos. - Eu estou me esforçando, para melhorar isso, caso contrário nada disso resolverá nada. - ele diz. - Melhorar isso... - eu balbucio. - Você me ameaçou, colocou inúmeros armas apontadas para mim e para os meus amigos que você ainda colocou em cativeiro. - eu falo. - Você colocou as suas mãos em mim, deixou não por uma, mas duas vezes a mercê de cobras e você chama tudo o que fez de isso. - eu falo sorrindo de frustração, impressionante. - Sejamos sinceros, você colocou as suas mãos em mim primeiro. - ele diz e eu reviro os olhos. - Não apenas as com as mãos, mas com a merda de uma faca, após termos feito um acordo, se eu me recordo. - ele fala irônico e eu reviro os olhos. - Depois ainda assassinou a Laila... - ele diz e eu olho para ele indignada. - A Laila era a merda de uma cobra, quase do meu tamanho que estava se enrolando em mim enquanto eu dormia e eu disse para você tirá-la. - eu deixo claro e o seu maxilar trava enquanto ele suspira fundo. - Tudo bem, Ella. - ele diz visivelmente farto. - Tréguas, parecem boas para você, mia cara? - ele questiona e eu o observo um pouco confusa com essa mudança. - A Zanan decidiu começar a procurar pela filha. - ele diz confirmando as minhas suspeitas. - Vai querer continuar a discutir comigo ou fazer o que foi o combinado? - ele questiona e eu assinto suspirando fundo. - Então tréguas serão elas, Riina. - eu respondo-o enquanto ele se senta também. - Ótimo. - ele diz e eu deito a minha cabeça, levando as minhas mãos ao meu rosto, tentando assimilar tudo o que aconteceu hoje. A minha cabeça não está a conseguir acompanhar tudo isso como eu gostaria. Eu sinto a AirTag no meu top, e eu suspiro só torcendo para que eles não façam mais merda nenhuma.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD