ELLA.
Matar!
Matar!
Matar!
Isso é a única coisa que eu ouço na minha cabeça.
E depois de permanecer no banheiro por um tempo, eu saí e afortunadamente ele não estava aqui, e fiquei sentada no sofá, onde a minha cabeça orbitou por um bom tempo.
A minha cabeça funcionava como engrenagens imparáveis, até quando, eu decidi me levantar, tomar um banho, para o jantar.
Afinal de contas, já deve estar quase na hora e até onde eu sei, a criminalidade deles, vem com muitas regras estúpidas como se sentar ao mesmo tempo, e no mesmo horário para qualquer merda de refeição que eles tiverem.
Se eu quero conseguir fazer alguma coisa, eu tenho que começar agora.
Retirei a roupa, fiz a minha higiene oral, tomei outro banho, não lavei o cabelo outra vez, assim que saí, passei a loção corporal, e vesti a minha roupa interior.
Eu preciso de uma faca.
De calças, eu não consigo trazer uma faca para cá.
Eu preciso de usar um vestido...
- Argh... - eu suspiro, vasculhando alguma coisa aqui para eu vestir. - Eu não me recordo da última vez que eu usei um vestido. - eu falo e recordo-me imediatamente daquela desgraça de vestido de noiva. - Por vontade, própria... - eu falo comigo mesma, quando pego num vestido preto e o retiro.
Ele é meio básico, de cor preta, longo, de alças, com uma f***a.
Pego aqui um acessório de cabelo, aquelas bandas, e subo até a minha anca, do lado onde não tem nenhuma f***a.
Visto-me, e calço os saltos.
Arranjo o meu cabelo e volto para a casa de banho, porque aquele filho da p**a deixou a marca da mão dele tanto no meu pescoço, como no meu rosto, e não que eu queria esconder por causa dele, e sim pela minha dignidade, eu um pouco de maquilhagem, me animei tanto, que até passei batom.
Bem, tenho de seduzi-los para conseguir atacá-los não?
Quanto mais eu conseguir atraí-los mais fácil será eu sumir com cada um deles, um por um, bem mais facilmente.
Eu saio da casa de banho e, ao mesmo tempo, o Alexander entrou.
Inusitadamente o meu coração simplesmente dispara.
Eu não entendo as reações abruptas que o meu corpo anda a ter por causa desse mafioso e eu estou começando a ficar irritada.
Descaradamente, os seus olhos me secaram, os seus olhos literalmente me comem sem vergonha alguma, e o meu corpo aquece abruptamente como reação.
Valha-me, Ella.
Eu faço menção de simplesmente sair do campo de visão dele, mas as minhas pernas simplesmente enfraqueceram.
Por favor, Ella...
- Conhece as regras, isso é bom. - a voz dele, literalmente acaricia os meus ouvidos, e eu sinto vontade de me lançar pela janela.
O meu corpo podia reagir assim com qualquer outra pessoa, menos...
MENOS!
Por ele.
Que droga.
A minha única reação é sorrir da afirmação que ele fez, afinal, eu não atirei na merda da cabeça de côco do pai dele, é porque eu sei mais do que ele pode imaginar.
Eu saio daqui e vou para a varanda buscar aliviar o calor sem sentido e que tomou o meu corpo repentinamente, e fico aqui inspirando ar.
- Está ficando louca, Ella? - eu me questiono pegando no parapeito.
Valha-me.
Após inspirar ar suficiente, eu presto atenção na vista daqui.
Tudo construído na base de dinheiro sujo e sangue de pessoas inocentes.
Os meus olhos passeiam, e consigo ver os seguranças daqui embaixo e eu reviro os olhos.
- Humn... - eu suspiro fundo, eu não devia estar aqui.
Não assim.
Não desse jeito.
Eu não sei exatamente quanto tempo fiquei a perambular na minha própria cabeça, mas despertei com a porta da sacada sendo aberta, e eu me viro imediatamente, pois todo o cuidado é pouco.
Ele pode me lançar sacada afora, e dizer que foi um acidente.
Não estou a tentar ser morta por ele.
- Vamos. - ele diz, e involuntariamente os meus olhos descem por ele.
Ele sabe se vestir, isso é uma verdade.
O cheiro dele... argh, eu imediatamente passo por ele da porta, e caminho até a porta do quarto.
- Você esqueceu isso, Robin Hood. - ele diz num tom atiçador e eu viro-me franzindo o cenho.
O meu olhar vai até a mão dele que segura o maldito do anel, que eu tirei mais cedo e reviro os olhos.
- Eu não esqueci, eu não vou usar. - eu falo e ele me observa.
- Você pensa que tem alguma opção? - ele questiona enquanto o maxilar dele cerra.
- Eu tenho. - eu falo e ele revira os olhos caminhando até mim.
- Eu estou sem paciência, coloque essa merda logo. - ele diz e eu apenas o encaro.
Ele suspira como se clamasse por paciência e segura a minha mão a força, e com a mesma brutalidade, ele enfia ele novamente no meu dedo, com os olhos em mim.
- Experimente tirá-lo mais uma vez. - ele me ameaça e eu reviro os olhos fazendo pouco caso, afasto-me dele e simplesmente abro a porta saindo logo em seguida, e ele veio logo atrás.
- Oh, Ella, Alexander? - o Stefano diz no final das escadas para o segundo andar, e o meu corpo enrijece.
Ele consegue ter um q a mais para que o odeie, talvez um pouco mais do que o Leonardo e o Alexander, provavelmente seja por ele ser não só filho do Riina, como filho da Clarisse.
O meu corpo literalmente enrijece, e o meu coração infla.
É incrível como eu, fiquei sem pai e sem mãe, mas todos eles com, e ele, com aquela que eu chamava de mãe até poucos dias.
- Stefano. - eu saúdo-o engolindo o meu ódio, quando o irmão dele simplesmente não faz questão.
- Nós ainda não tivemos tempo de conversar, lamentamos pelo inconveniente mais cedo, todo mundo estava tenso e como deve saber o meu irmão é uma pessoa muito explosiva. - ele comenta, enquanto eu continuo a descer as escadas, eu sinto a mão do Alexander tomar lentamente, porém, possessivamente a minha cintura, e eu sinto literalmente o meu rosto queimar, me sentindo molhada.
Ah...
- Eu compreendo. - foi o que eu consegui dizer, o meu ar repentinamente sumiu e através do tecido leve, o calor da sua mão.
- Onde está a Chiben? - eu questiono-o, com certeza não interessada.
- Com a minha mãe, na sala de estar. - ele diz e escutar ele falando "minha mãe" fez-me uma coisa.
- Sua mãe? - eu balbucio, me fazendo de desentendida.
- A Clarisse. - ele pontua como se fosse óbvio e eu levo o meu olhar ao dele e sorrio, sorrio com uma vontade de levar as minhas mãos até ao pescoço dele.
- Sim, sim, me desculpe. - eu falo fazendo-me de desentendida. - Eu fico meio confusa com essas coisas... de amante... - eu finjo uma falha e o seu rosto empalidece e os seus olhos tornam-se cortantes na minha direção. - Eu... eu quis dizer segunda esposa, não é algo que estou habituada. - eu falo e vejo o seu rosto fechar minimamente, reação que eu queria, e me alegrou internamente.
- Ainda estou meio desorientada com a vossa... humn, família. - eu falo para ofender mesmo, a minha alma está a pedir por isso e a reação dele, é como combustível para a minha sede de os peneirar.
- Terá de ensinar a sua esposa como falar e a entender isso o quanto antes, Alexander. - ele diz e o mesmo sorri.
- Ela falou a verdade e entendeu tudo perfeitamente, Stefano. - o Alexander fala casualmente enquanto chegamos ao final das escadas, não dando a mínima, tratando o irmão como se fosse um ninguém, literalmente.
- E eu não terei... - o Alexander diz num tom sarcástico e intimidador, olhando nos olhos dele. - Você não me diz, não dirá, jamais falará, o que eu tenho ou não de fazer, principalmente com a minha esposa, Stefano. - ele fala num tom didático debochado, e a vergonha no rosto do Stefano é visível, ele está furioso.
O Alexander bate três vezes no ombro dele, que olha para baixo.
- Deve sempre se recordar do seu lugar, mio fratello. - ele é c***l, mas talvez eu goste desse tipo de crueldade... eu digo, contra o Salvatore, me parece mais do que justo.
É quase inexplicável, ele possui um charme irrefutável até na maldade dele, e o sarcasmo, traz um humor sombrio, que estranhamente me agrada.
Ele parece um vilão que eu mataria, mas me divertiria a assistir do início ao fim, enquanto não chega a hora da morte dele.
Ele literalmente ficou ali após a pequena humilhação, o Alexander puxa-me para fora dali, até a sala de estar onde estão, a Chiben, o Leonardo, a Clarisse, e a Ginevra Riina.
Parece um evento esse jantar pela forma que todas elas estão vestidas, e eu estou vestida de acordo.
O olhar e o sorriso de aprovação da Ginevra, quando nos aproximamos confirma isso.
- Boa noite. - eu e o Alexander saudamos, e eu me apresso a ir ao sofá para me desenvencilhar da mão intrusa desse filho da mãe.
Eu ouço passos do Stefano vindo atrás, e o rosto da Clarisse fica avivado no mesmo instante, eu apenas senti o meu coração apertar, procurando manter a minha postura e ignorando isso.
Eu não consigo.