ELLA.
Eu o observo confusa.
- De que problema está a falar que eu preciso estar com você. - eu o questiono, e ele não levanta o seu olhar do celular e praticamente age como se não me tivesse escutado.
Ele me ignorou.
Não é como se eu quisesse a atenção dele, mas se ele me puxou para cá, eu acho que eu devo ter uma resposta.
- De que problema está falando, Riina? - eu o questiono e ele suspira, levantando o seu olhar azul profundo na minha direção, franzindo o cenho, e me encarando como se quisesse me fazer calar a boca.
E esse sentimento é recíproco.
- Isso não é da sua conta, apenas se comporte. - ele responde e eu conto ovelhas na minha cabeça para conter o fluxo de sangue que aumentou de tanta raiva que eu estou desse filho da mãe.
Eu me encosto a poltrona, e retiro o meu olhar dele, o cheiro dele, está me irritando tanto quanto a presença dele.
Se eu pudesse, eu esganaria esse maldito agora mesmo.
Eu mantenho o meu olhar fixo no vidro, só para não me irritar ainda mais por estar ocupando e respirando o mesmo ar que esse maldito.
A vontade que eu estou de cortar a garganta dele, consegue ser mil e uma vezes maior do que eu habitualmente tenho.
Eu consegui manipular a minha mente e os meus pensamentos voltaram-se para a possível reação deles, quando forem a ver a merda em que eu estou metida.
O senhor Smith…
O meu pai…
Uma grande merda!
Eu só peço que a possível decepção deles, se transforme em percepção quando tudo isso acabar.
Mais antes do que eu imagino, espero eu, porque ele que não pense que eu serei mais um dos capangas dele ou que muito menos ele ache que possa me manipular para o benefício dele.
Trata-se da família que o meu pai morreu tentando levar para a justiça, e a que eu dediquei-me todos esses anos para fazer o mesmo.
E da filha da p**a, desgraçada que eu cria ter me amado e amado o meu pai, e foi presa por eles ou traficada, mas se revelou como alguém tão demente e demoníaca quanto o Salvatore Riina.
E eu farei questão, de fazê-la sofrer e derramar a mesma quantidade de lágrimas que eu derramei por esses quinze anos.
Ela primeiro, e depois cada um deles.
Um por um, se com um tiro no meio da testa ele não morre, eu vou o torturar, tanto, mas tanto, que para além dele ir ao inferno, ele sentirá o gosto do karma, a sensação do inferno na terra.
Ou o meu nome não é, ELLA.
O carro parou, e pelo vidro eu vejo paparazzis aqui fora.
Num hospital.
Eu questiono-me que problema ele estava a falar.
Senão for o pai dele que estiver aqui, porque o cérebro dele decidiu sofrer em retardio, eu não crio problema algum que consiga chegar ao hospital com vida.
Todos eles somem misteriosamente do mapa.
- Oh! O seu pai morreu? - eu o questiono sarcástica e ele passa o seu olhar por mim, por alguns segundos como se estivesse me dilacerando com ele, enquanto abrem a porta.
- Silêncio. - ele fala saindo do carro e eu reviro os olhos, saindo logo em seguida.
O barulho daqui me irrita, esses fotógrafos gritando, e câmeras clicando enfurecem-me.
O ar frio cá de fora, causa-me arrepios por conta do meu cabelo ainda molhado.
Os homens imundos desse filho da mãe, fazem uma barreira protetiva, como se esse i****a precisasse ser protegido de alguma coisa.
Aja paciência.
Eu vejo o Alexander direcionar subtilmente na minha direção, e eu franzo o cenho indignada e viro o meu olhar para os letreiros do hospital, só para ignorar a audácia dele.
Ele é doido se acha que eu vou encostar a minha mão na dele.
Entramos no hospital e eu caminho atrás dele respirando fundo.
Os homens dispersam-se e eu observo o enorme hospital, enquanto o Jake se aproxima do Alexander.
É impressionante como todos aqui estão olhando com admiração um homem como ele.
É penoso.
- Ela está no quarto trezentos e sessenta. - o Jake o informa enquanto caminhamos até ao elevador.
- Paralisada? - o Alexander questiona e humn… será que é a mãe?
Mas se fosse, ele não estaria tão despreocupado.
Se bem que ele não tem sentimentos, não?
- Não, o embate não foi tão forte, ela deve sair daqui a pouco. - o Jake informa, e o Alexander observa-me entrar no elevador de forma fulminante, enquanto eu me encosto a parede de metal.
- Podia ter secado o seu cabelo. - ele fala e eu olho para ele e reviro os olhos, inspirando fundo.
- Não escutou? - esse Jake questiona e gradualmente eu sinto a minha temperatura subir drasticamente de tanta raiva.
Tanta raiva que o meu punho fechou, e sem que nenhum deles esperasse, e inacreditavelmente, nem eu, eu quebrei o nariz dele com um soco.
- OH, MERDA… - ele geme alto de dor tapando o rosto e eu sinto-me repentinamente mais aliviada, vendo sangue verter de entre os seus dedos gradualmente.
- Cazzo… - eu ouço o Riina que me afastou dele no mesmo momento em que eu dei um soco na cara do amigo, falar retirando os seus olhos de mim, para o filho da mãe, fazendo o drama dele na minha frente.
- Sua maluca! - ele exclama voltando os seus olhos para mim, que estão a brilhar por conta de lágrimas, e humn… isso me infesta de alegria.
- Você ainda não me viu ser maluca, não me tente. - eu falo para ele que geme e franze o rosto numa careta, retirando a mão do seu rosto, deixando algumas gotas de sangue pingarem no chão de metal.
- … - o Alexander inspira frustrado como se pedisse paciência, e o elevador sinaliza que vai parar.
- Eu disse para se comportar. - ele diz levando o seu olhar para mim.
- Não é a mim, a quem você deve dizer isso. - eu falo saindo do elevador assim que as portas abrem. - Eduque o seu cachorro primeiro. - eu falo enquanto eles saem logo atrás.
- Psicopata… - o Jake murmura como se isso me afetasse.
- Vá cuidar disso. - o Alexander diz para ele que assente e sai para o sentindo oposto do corredor.
- Devia controlar o que diz e o que fala, mia cara. - a sua voz soa próxima a mim, e eu não sei se é a sua voz, o seu sotaque, ou até mesmo o fato dele integrar italiano falando comigo, mas isso não devia ter tido efeito nenhum sobre mim.
Ewww.
- Eu não sou tão paciente com quem me desrespeita, Ella. - ele fala caminhando do meu lado, e eu vejo toda a sua família aqui.
Inclusive o Salvatore.
Talvez ter ficado naquele chão de banheiro dentro daquele quarto de hotel enquanto ele ficava com aquelas moças, era melhor do que ter que ficar perto deles novamente.
De um momento para o outro os meus batimentos cardíacos aceleraram brutalmente.
Calma, Celleney…
- E eu também não, Alexander. - eu pontuo, e ele não reage, pois já estávamos próximos da sua família.
O meu olhar passeia por eles, enquanto o seu olhar se direciona a nós.
A mãe não foi, ela está aqui.
A Zanan, está aqui também visivelmente preocupada com quem seja lá que está dentro desse quarto.
E por alguma razão que eu prefiro manter desconhecida, o meu peito aperta e eu resolvo ignorar o sentimento que tomou o meu corpo por alguns instantes.
O Leonardo está aqui, o irmão do Alexander, apenas meses, quase um ano mais novo que ele, com uma moça que eu vi ontem.
Os seus sorrisos abrem assim que nos vêm e eu seguro-me, como se estivesse a ser puxada por um tornado, para me manter calma, e usar das minhas habilidades de manejar os meus sentimentos.
O meu pai ensinou-me isso, é essa a única razão pela qual eu estou viva agora.
Mas é tão difícil.
Não matar nenhum deles é mais difícil do que eu achei que seria.