Capítulo 27

1705 Words
ELLA. Eu forço-me para esboçar um sorriso no meu rosto. Eu consigo parecer inocente na frente de um criminoso antes de dar o bote. - Senhor, senhora. - eu saúdo-os como se não soubesse toda a árvore genealógica de cada um deles, e ambos sorriem. Humn… - Querida. - a Kassandra, herdeira da máfia russa, prometida do Don da maior máfia existente, La Cosa Nostra, Salvatore Riina, ignora a minha mão e dá-me dois beijos, e eu me mantive do mesmo jeito. Ignorando a urgia de limpar o meu rosto com sal e vinagre só de estar próxima dessa mulher. O que ela fez comparando-se ao marido? Pouca coisa… ela somente, deu herdeiros para esse monstro, deixou ele ter uma amante, e ainda deixar ele meter ela, dentro da casa dela. - Querida. - o filho da mãe diz apertando a minha mão na sua, estranhamente fria, condizente com o tom de pele pálido dele e eu tenho flashbacks agressivos na minha cabeça. Eu vejo o sangue do meu pai, derramar e escorrer pelo chão na direção onde eu estava escondida, lentamente. Arrepios tomam o meu corpo, e uma vontade imensa de vomitar com o seu contacto ou olhar o seu rosto me dá uma repulsa horrível. Ele está sentado, e eu presumo que obviamente ainda esteja a sofrer devido ao tiro que eu o dei. Devia ter morrido. A sua mão meio trêmula na minha, faz-me questionar inúmeras coisas… Quando eu sinto o cheiro do herdeiro da máfia um pouco mais do que já sentia indicando a sua aproximação. O cheiro dele parece uma sinfonia de masculinidade e opulência. É como se fosse envolto numa aura de luxo, com notas de madeira nobre, bem de nobre ele não tem nada. Estranhamente o cheiro dele tem sensorial para um mundo de poder e desejo, onde a decadência é celebrada e o dinheiro não é obstáculo. O cheiro dele exala virilidade e devassidão, deixando uma impressão duradoura de sofisticação e sedução por onde passa, isso ficou clara desde aquele maldito dia que ele fez os meus amigos de refém bem na frente do meu loft. O cheiro dele condiz perfeitamente com o dono, e eu detesto admitir, mas é um cheiro bom. Com o cheiro dele, eu senti a sua mão deslizar pela minha cintura e tomá-la quando chega a curva lateral da mesma, a minha pele queima, e os meus batimentos cardíacos aceleraram. Eu forço a minha mão a não retirá-la da minha cintura aqui, mas vontade não me falta. Quando ele me puxa subtilmente para longe do pai. Eu inspiro fundo, procurando ignorar a agitação dentro do meu corpo e os meus olhos vão para o Leonardo que sorri. Tão criminoso quanto o irmão e o pai. Mas mesmo assim, eu vi-o como uma escapatória para o toque desse filho da mãe e para desenvencilhar-me dele, eu caminhei até ele estendendo a minha mão. Olá! - eu o saúdo a ele e a moça que pela proximidade, penso ser sua namorada. - Ciao, Ella. - ele diz apertando a minha mão com um sorriso e eu me esforço para corresponder. E depois aperto a mão da moça que sorri também. De quem ela é filha? Eu não sei se devo dizer ela para fugir ou se ela sabe no que está se metendo. Eu simplesmente decidi ignorar completamente a presença da minha… Da Clarisse Zanan Riina. Mas ela mesma veio até mim, para o meu desgosto. - Como está, querida? - ela questiona já vindo me dar dois beijinhos no rosto e eu não sei descrever o que eu senti. Eu não consigo expressar em palavras, nem o seu cheiro, nem o seu contacto, nem a sua voz, eu não consigo descrever como me sinto com nada disso. Pouca coisa me perturba faz muito tempo, mas isso, está conseguindo. - Como está a Chiben? - eu ouço o Alexander questionar e hamn… a esposa do filho dela. É por isso ele não está aqui. - Ela está bem, foi apenas um alarme. - a Kassandra fala como se já estivesse farta de estar aqui. - Um alarme? - a Clarisse questiona franzindo o cenho, corada, e eu me questiono como ela pode se importar tanto, quando não se importou em me deixar completamente abandonada por esse mafioso assassino. Mas a resposta é clara. Ela literalmente só me teve, porque sim. Completamente o oposto do filho dela, é óbvio que ela ficará desse jeito por quem seja que importe para o filho. - O que o senhor faz aqui ainda? - o Alexander questiona ao pai, e a Kassandra simplesmente ignora a Clarisse. - Ela já deve sair, o seu irmão está levando apenas as recomendações dos médicos. - o Salvatore fala, e eu vejo o Alexander sorrir. - Então vocês pernoitaram aqui, por nada? - ele questiona confuso. - Não foi por nada, querido… - imediatamente, como o Flash, a resposta do Alexander veio dada pela Zanan. - Alexander. - ele pontua e eu vejo o rosto da Clarisse ruborizar. Humn, ele não gosta dela. - Alexander, ela está aqui, pelas suas decisões… - ela diz deslizando o seu olhar de maneira desconfortável para mim. - Ela podia ter perdido o bebê. - hamn? Esse monstro vai ser avó? - Que bebê? - o Alexander questiona e o Leonardo sorri. - Eu também gostaria de saber. - o Leonardo comenta e a sua namorada ou noiva sorri discretamente. - Não existe bebê nenhum. - a mãe dos dois fala e humn… - A Chiben esteve com sintomas durante toda a semana. - ela fala e eu olho para o Alexander que me observa. Eu quero entender melhor como foi que ela veio parar aqui, e o que isso tem a ver como as escolhas do Alexander e ainda mais, como isso é um problema causado por mim. - Não devíamos ter a atrapalhado a vossa noite de núpcias, por isso. - a Kassandra fala ignorando completamente a Clarisse. - Mas já poderão instalar-se na mansão. - ela conclui e eu franzo o cenho. O que isso quer dizer? Antes que eu questionasse a porta do quarto foi aberta e ela sai acompanhada de uma enfermeira numa cadeira de rodas. Gesso na perna. O que realmente aconteceu? O seu rosto murcho, levantou de astral quando viu que o Alexander estava aqui também. Aparentemente ela gosta de atenção. O filho da Clarisse, que inclusive é extremamente parecido com ela, sai acompanhado do médico, Stefano Riina. Eu os observo minuciosamente à todos, escutarem o médico. Como se eles simplesmente não dilacerassem pessoas pelo prazer do ato. Como se eles fossem realmente pessoas e não monstros. Isso com certeza é apenas por teatro, e sinceramente, eu já estou farta de cá estar. Talvez eu deva aproveitar-me, e procurar um celular por aqui para falar com a Heyoon e os meninos. Eu distancio-me minimamente deles e quando eu ia virar o meu pé no corredor, eu ouço a voz do Alexander. - Ella. - ele chama-me induzindo o olhar de todos eles até mim. Que filho da mãe. Sem muita alternativa, eu caminho até ele. - Nós nos encontraremos em casa. - ele veio para cá, para nem escutar que merda aconteceu. - Tudo bem, nós seguimos vocês. - a Kassandra diz ajudando o Salvatore e a Clarisse faz o mesmo, enquanto o Alexander literalmente pega na minha mão e puxa-me dali. - Você devia tirar a sua mão da minha imediatamente, Riina. - eu falo assim que o elevador abre. - Eu não teria necessidade de o fazer se você se comportasse. - ele responde, entrando comigo no elevador, soltando a minha mão. - O que aconteceu com a sua cunhada? - eu questiono-o e ele me observa por uns instantes e olha para o relógio no seu pulso me ignorando. Argh, eu não tenho paciência para isso, eu já estou exausta. Eu reviro os olhos e saio na frente quando as portas abrem, e caminho na sua frente em direção à saída. O Jake apareceu bem perto da entrada, com adesivos no nariz, e o seu rosto ao redor do nariz nas cores vermelha e roxa, me fulminando com o olhar. Humn, para um capanga de mafioso ele é bem fracote. Na entrada os homens dele fazem uma barreira contra os paparazzis e eu entro no carro e ele entra logo atrás de mim. Quando eles fecham a porta, o carro parte e eu o encaro. Eu estou cheia de náuseas. - O que foi? - ele questiona me observando. - Eu preciso de álcool. - eu falo querendo limpar a minha mão e o meu rosto com urgência. - Deixe de ser mesquinha. - ele diz e eu estou realmente com o meu estômago revirando. O refluxo vem, e eu seguro-me para não vomitar de tanto nojo que eu estou de estar perto de cada um deles. - … - eu escuto ele suspirar fundo. - Parem o carro. - ele manda e assim o fazem. - Traga álcool. - ele fala com alguém, enquanto eu sinto o meu estômago revirar. - Não ouse vomitar. - ele fala e eu reviro os olhos olhando para ele. A porta do carro é aberta, e eu saio, para o passeio, e sem conseguir segurar mais, eu lanço. - Entregue-a. - eu ouço o Riina falar, e o Jake entrega-me uma garrafa de água que eu uso para fazer a minha lavagem oral. E depois lavo o meu rosto e as minhas mãos, querendo esfregar cada milímetro da minha pele tocada por eles. Eu controlo a vontade de chorar e pego a garrafa de álcool e o pano na mão do outro ao meu lado. E literalmente passo nas minhas mãos e nas minhas bochechas e eles observam-me atentamente. - Leve, eu vou ficar com o pano. - eu falo entregando-o a garrafa de água e de álcool e ele suspira fundo pegando e eu volto a entrar no carro, onde eu me limito em cheirar o álcool, até essa sensação sumir. O carro parte, e o Alexander não fala nada, apenas me observa, e eu não faço questão nenhuma de interagir com ele agora. Eu preciso me acalmar…
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