Capítulo 31

1626 Words
ELLA. O som do enorme portão sendo aberto eletriza os meus ouvidos. A rua obviamente é particular, e a extensão desse lugar também. O meu corpo parece entrar num choque térmico de tão arrepiada que estou, e os meus observam todo e cada mínimo detalhe desse lugar. Eu estou a entrar na toca dos lobos. Exatamente onde o meu pai não queria que eu entrasse. O meu coração está disparado e a minha respiração está pesada, e eu busco, busco todo o controle que eu tenho para manter-me impassível mesmo com o olhar desse criminoso em mim. Lágrimas derramam pelo lado interno dos meus olhos e eu mantenho o meu rosto seco por fora. Os meus olhos observam tudo em tempo real, mas a minha mente vê todas as memórias que eu gostaria de manter presas no meu subconsciente agora. Se concentre, caramba! O jogo começou. O motorista estaciona, e eu vejo outros carros entrarem. Tem toda uma fileira na entrada de funcionários, como se eles fossem o quê? Estão fazendo filas para receber o demônios e os seus filhotes? Abrem a porta e eu saio do carro. Me deu tanta vontade de não respirar, repentinamente. O Alexander desce e para do meu lado e eu faço questão de me distanciar ao menos num passo, enquanto assisto os outros descerem. A namorada ou noiva do Leonardo não veio com ele. - Eu consigo sentir o seu nervosismo daqui, Ella. - a voz máscula entonada no seu sotaque italiana no fundo penetra os meus ouvidos. - Venha, eu não mordo. - ele fala e eu levo o meu olhar para o dele, que demonstra o mesmo estar se divertindo. - Quero dizer, não pretendo morder você, agora. - ah, valha-me. - Cale a boca. - eu falo, me segurando para não revirar os meus olhos aqui, e ele sorri caminhando e eu o sigo evitando o máximo de aproximação dentro dos conformes possíveis. Na frente caminham o monstro e a sua Fionna. Desculpa... A Fionna é legal. Na frente está o Salvatore e a Kassandra Riina, e a Clarisse... Logo atrás a Chiben e o Salvatore que a puxa na cadeira de rodas, eu estou do lado desse mafioso e o outro, que é o seu outro irmão se junta a nós, enquanto os funcionários deles saúdam, todos baixando a cabeça. Só falta beijarem os pés. - Seja bem-vinda, senhorita! - um homem assim que chegamos a entrada diz sorrindo e eu o ofereço o que os meus lábios estiveram dispostos a esboçar e assinto com a cabeça enquanto entro. Todos os olhares estão em mim, eu sou nova por aqui, acho que para além de os aguentar, eu serei a atração desses paspalhos por algum tempo. Eu preciso de paciência. O lugar aqui, é enorme, uma família de cinquenta caberia aqui facilmente. A decoração aqui, tal como o outro não condiz em absolutamente nada com eles. Entra bastante luz, eles são literalmente das cavernas, das trevas, mas não, a decoração e a arquitetura tudo muito limpo, minimalista, com umas surpresas exuberantes e luxuosas aqui e ali durante o caminho. Não se parece como uma toca de monstros de todo, mas nada que me impressione, mas com certeza impressiona a Clarisse. Entramos na sala, e cá está, a mãe do monstro, a bruxa Ramona. Ela não se parece como uma fisicamente, ela é uma idosa elegante, e bonita, porém, por dentro é completamente diferente. Todos a saúdam, e ela é toda carinhosa, e sorri para todos eles, todos estão a falar e sorrindo, mas eu estou tão presa na minha cabeça, que a interação deles, está meio que sendo bloqueada pela minha própria cabeça. Todos a saudaram e só fiquei eu, o Stefano ajuda a Chiben a sentar-se, todos sentaram-se, com exceção do... filho da Clarisse, e do Alexander que está um passo atrás de mim, esperando que eu saúde a avó dele. - Senhora. - eu falo e ela sorri pegando na mão em que eu direcionei a ela para que a mesma apertasse, puxando-me para dois beijos, e eu fecho os olhos, com ânsia. Eu separo-me dela, abrindo os meus olhos e ainda com o pequeno sorriso que consigo manter na sua direção, e a mão do Alexander vai para as minhas costas. - É tão calada... - a Chiben fala num tom de provocação, enquanto eu vou me sentar onde o Alexander me leva e ela recebe um olhar de repreensão da avó e da mãe do Alexander. - Nós atrapalhamos a vossa noite de núpcias, mas foram por causas maiores, tal como a pressa pelo casamento, mas você não se importa com isso. - a avó fala num duplo sentido e eu a observo. - Seja bem-vinda a família! - ela diz e o meu coração falha. - Obrigada. - eu respondo-a, e é como se a minha língua pesasse do tanto que eu faço-a funcionar. - O casamento foi repentino, porém, com a rapidez da escolha do meu neto, eu penso que conhecessem muito bem. - ela diz e eu sorrio, e tento esconder o meu sarcasmo o máximo possível. Não, senhora, o seu neto trouxe para dentro de casa, a suposta razão da sua vinda, uma total desconhecida que irá matar cada um de vocês. - Sim. - eu afirmo e ela assente. - Nós teremos uma conversa assim que se instalarei no vosso quarto. - ela diz e eu assinto. - Como está, Chiben? - a avó do Alexander a questiona, e eu estou me questionando o que aconteceu. - Senhora. - ela diz baixando a cabeça. - Eu estou bem, eu tive apenas uma fratura na perna. - ela responde e a mesma assente. - Nós iremos subir, a noite foi exaustiva. - o Salvatore que me observou a interação esse tempo todo, diz, levantando-se com a ajuda da sua muleta. - Seja bem-vinda a família, essa será a sua casa daqui em diante. - ele diz e os meus músculos nem sequer funcionam para forçar algum sorriso falso, portanto eu só assinto. - A Ella parece exausta. - a Kassandra diz levantando-se também, com um sorriso no rosto observando. - Será melhor se forem ao vosso quarto, o Gerardo já o preparou. - vosso... Esse detalhe escapou da minha cabeça. Provavelmente, por eu ter achado que eu não viria para cá. - Venha, minha esposa. - o Alexander fala levantando-se e estendendo a sua mão na minha direção num tom irônico. Ele é definitivamente um i****a. Eles sorriem e eu faço o mesmo dando a minha mão para ele, contendo os meus olhos, enquanto me levanto. - Nós conversaremos assim que se instalarem, fique a vontade, querida. - a Kassandra diz e eu assinto. - Obrigada. - eu respondo estranhando-a, e estranhando ainda o silêncio da Clarisse. Eu me questiono se é por causa do suposto bebê da nora, já que ela estava completamente diferente ontem. Isso não me importa. Os dois saem, e eu saio com o Alexander, seguidos pelo homem, que nos saudou na entrada, subindo às escadas. - Deixe-me apresentar a você o Gerardo. - o Alexander fala e ele está tão normal, como se ele quisesse isso, como se estivesse feliz realmente. Talvez esteja, já que me meteu onde ele queria. - De todos eles, ele era o mais ansioso para conhecer a minha esposa. - ouvi-lo me chamar de esposa arrepia o meu corpo. Por que ele não cala a boca? - A sua chegada foi muito esperada, senhorita. - o homem mais velho cujo rosto está subtilmente ruborizado diz e eu dou um meio sorriso. O que ele é? Mordomo? Governante? Um dos braços direitos do Riina? De qualquer uma das formas, se serve a essa família, não é boa coisa. - Eu fico feliz por saber. - eu o respondo e ele assente. Chegamos ao último andar, de dois andares e o Gerardo abre a porta e eu entro na frente dos dois. É amplo. Nada condizente com o Alexander, mas ainda assim, bem decorado. - O meu quarto mudou demasiado, não acha Gerardo? - eu ouço o Alexander o questionar, enquanto eu observo somente uma e única cama aqui. - Senhor, essa foi uma decoração escolhida pela sua mãe, adequada para um homem casado, pensamos em deixar a senhorita, mais confortável. - ele diz e eu levo o meu olhar para ele e a minha barriga esfria enquanto ele me observa. - Espero que esteja do seu agrado. - ele diz e eu ignoro o olhar do Alexander. - Sim, obrigada. - eu falo e ele assente. - Poderá sempre informar-nos se quiser fazer alguma mudança. - ele diz, e eu assinto. - Eu não penso que será necessário, mas obrigada. - eu agradeço-lhe novamente e ele assente e baixa a cabeça ao olhar para o Alexander. - Com a vossa licença. - ele diz e sai do quarto, fechando a porta atrás dele. E o meu coração dispara completamente, enquanto eu olho para onde eu estou, com quem estou, com o meu fluxo sanguíneo extremamente acelerado. Eu sinto o olhar dele em mim, queimar a minha pele, mas eu estou demasiado em choque para ligar. - O que está passando pela sua cabeça? - a sua voz soa e eu levanto o meu olhar para ele, meio indignada, e ainda confusa. - Só tem uma cama. - eu falo olhando para ela, sentindo o meu rosto queimar, e levo o meu olhar para ele que está a sorrir de forma provocativa, o seu olhar é dominado de sarcasmo. - Você diz isso como se fosse uma coisa r**m. - ele fala e o meu corpo inteiro queima e o meu coração consegue disparar mais forte ainda. Argh, aja paciência.
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