Capítulo 6

2276 Words
ELLA. - Eles plagiaram o meu primeiro projeto, destruíram o segundo... - eu ouço o Kaio contar enquanto chegamos onde está o carro do James. - Eles destruíram a porcaria do projeto que eu teria de apresentar amanhã. - ele diz nervoso e eu suspiro fundo frustrada. Eu consideraria um exagero se eu não soubesse a importância desse bendito projeto, e ainda mais, senão o conhecesse. - E por que razão você não contou antes? - eu questiono-lhe e ele se vira para mim, indignado. - Você queria que eu chegasse como um menino do ensino médio até vocês, e contasse para vocês que estou sofrendo boicote na faculdade, Ella? - ele me questiona e eu suspiro indignada. - Claro que sim. - eu respondo-o o óbvio e ele olha para o lado frustrado. - Ele confia mais em mim do que em você. - o James diz rindo e eu reviro os olhos. - E deu para ver no que deu. - eu respondo. - Ei, eu sou um ótimo amigo. - o James diz. - Claro... - eu balbucio. - Eu não devia ter escutado você. - o Kaio fala entrando em pânico. - Eu ajudei você, eles boicotaram você, você de qualquer maneira não irá conseguir se apresentar amanhã, então eu fiz você devolver o boicote com algo que doa neles também. - o James fala. - E isso seria? - eu questiono parando o carro me virando para ele. - O yacht deles. - ele responde como se fosse nada, vandalizar o yacht de alunos de Oxford. Sendo sincera, eu faria o mesmo. - Me diga que foi você que fez isso. - eu peço. - Eu fiz... - o Kaio responde e eu suspiro fundo. - Vocês têm noção que existem câmeras, não? - eu questiono. - Eu estou acabado... - o Kaio diz colocando a mão na cabeça. - O seu pai pode pagar a sua fiança, Kaio. - o James não ajuda em nada, as vezes. - Eu matei uma pessoa, c*****o! Você acha que homicídio e invasão de propriedade privada, se paga com fiança, James? - ele questiona aborrecido e eu suspiro fundo. - Uma coisa de cada vez. - eu falo. - Quem você acha que matou, e como isso aconteceu? - eu questiono atirando o maço de dinheiro para o James. - O segurança, ele veio com o Gerard e os amigos dele, e começaram a nos atacar. - ele conta. - Foi tudo muito rápido, um esfaqueou o James, e eu só pensei em arrancar a faca e quando vi, o segurança estava em cima de mim, e eu com a faca travada no peito dele. - que merda, hein. - Eu o matei, ele caiu duro no chão, do yacht. - ele fala e eu suspiro. - E vocês deixaram-no lá? - eu questiono inconformada com a falta de noção deles. - O que você queria que nós fizéssemos, aqueles quatro estavam armados, Ella! - o James exclama. - Não sei, provavelmente tentarem se livrar do corpo. - eu respondo o óbvio. - Ora, lamento imenso, mas nem todos aqui, são filhos de um agente da secreto. - o James fala ironicamente. - O Kaio é. - eu afirmo. - É diferente, o Kaio é um nerd que não mata uma mosca e eu às vezes questiono-me como somos amigos e você uma assassina. - o James diz e tanto eu como o Kaio, paramos para o encarar para ele rever as suas breves falas. - Sem ofensa. - ele diz e basta disso. - Você volta para o seu carro, eu vou com o Kaio para o Porto, a central de monitoramento. - eu falo observando ele sangrando feio, ele precisa de cuidados urgentemente. - Você vai apagar as imagens, enquanto eu verifico se eles não apanharam já o corpo com as suas digitais. - eu digo e vejo o seu rosto numa expressão de pânico. - Eu vou com ele. - o James fala. - Você já se olhou, James? - eu questiono tentando disfarçar o quão preocupada eu estou. - Eu vou ligar para a Heyoon tratar do seu ferimento, antes que você perca a consciência e ela leve você para o hospital. - eu falo, porque daqui não dá para chamar a ambulância, onde decorreu um crime. - Eu estou bem, vamos logo. - como é teimoso. - Você acha que pingos de sangue no chão, não irão chamar atenção? - eu o questiono e ele pega o meu lenço amarrando no seu tronco de maneira forte. - Problema resolvido. - ele diz e eu já estou cansada. - Eu fiz ele fazer isso, eu irei ajudá-lo a sair dessa. - ele diz e eu suspiro fundo. Ele está literalmente morrendo. - Façam o que quiserem. - eu falo. - Apenas não sejam pegos, tem luvas na bagageira. - eu falo, enquanto o Kaio, abre a porta. - Certo. - o James diz saindo. - Qual é o nome do Yacht? - eu questiono. - Eclipse. - enfim. - O Centro de Controle Portuário, é no prédio da central de monitoramento ele está situado perto das áreas de acesso principal ao porto ou próximo aos escritórios administrativos. - eu falo para o Kaio através da janela. - Apague todos os registos, e desligue completamente as câmeras para podermos sair daqui. - eu falo. - Eu faço isso. - ele diz e eu assinto. - Obrigado, Ella. - ele fala e eu o ofereço um meio sorrio. - Vão logo, e tenham cuidado. - eu falo, e ele assente indo para o carro do James, e eu acelero até ao Porto. Eu cheguei e como é óbvio, eu tive que estacionar o meu carro próximo ao yacht que foi muito fácil de encontrar, e são três da manhã, uma coisa que é sabida é que os guardas também adormecem e cochilam um bocado, especialmente com esse frio. Eu só saí do carro depois do Kaio afirmar que conseguiram acessar as câmeras, pois todo cuidado é pouco, e entrei no yacht. Rapidamente encontrei o homem estatelado com a faca presa no peito, sangue cobrindo a sua camisa e o chão do yacht. - Oh... - eu asco. Ele está visivelmente morto. Que merda. Eu procuro a sala de vigilância do yacht e assim que a apanho certifico-me de sumir com todas as imagens anteriores, inclusive, desligar as câmeras. Desço a um dos quartos, e pego os lençóis, que usei para enrolar o homem aqui e para limpar o sangue. Eu estou com luvas, o meu rastro não ficará por aqui, mas eu tenho que sumir com o deles. Eles fazem a bojarda e eu é quem tenho de limpar. Eu uso a minha força para puxá-lo até a bagageira do meu carro, sem chances de atirar ele para o mar, apanhariam o corpo num instante e nem daria tempo para fazer as digitais e evidências forenses sumirem do seu corpo. - O que você comia, hein, grandalhão? - eu questiono pegando o spray, nebulizador dactilar para a limpeza biométrica, e vou para lá, limpar a sujeira deles. Assim que termino, eu regresso rapidamente para o carro, jogo as coisas na bagageira e entro, ligando para o Kaio. - E aí? - eu questiono. - Feito. - ele responde. - Nós estamos cá fora. - ele diz e eu acelero também para fora dali. - Leve o James diretamente para o hospital. - eu lhe digo. - Eu não posso ir para um hospital, Ella. - eu ouço a voz do James. - Você tem que parar de ser tão teimoso, você está sangrando sem parar. - eu falo já nervosa. Ele não está bem, como certeza vai precisar de reposição de sangue. - Eu não sei se você se lembra, mas eu não tenho a ficha mais limpa do mundo e se o meu pai me apanha... - ele diz e eu suspiro fundo. - E o que você pretende fazer? Morrer? - eu o questiono. - Eu vou ter que acordar a senhora Soo. - ele fala e eu suspiro fundo. Filho da mãe teimoso. - Tudo bem, eu vou ligar para a Heyoon. - eu falo. - Tudo bem. - o Kaio responde e eu desligo. A sorte é que a Heyoon e a senhora Soo, moram bem na minha rua. Praticamente na frente da minha casa. - Você está bem? - é a primeira coisa que a Heyoon questiona com a voz sonolenta assim que me atende o celular. - Eu estou, mas o James não. - eu falo. - Meu Deus, o que aconteceu? - ela questiona preocupada. - Ele foi esfaqueado, está quase morrendo, mas se recusa a ir para o hospital. - eu ignoro o exclamar de choque. - A senhora Soo, pode cuidar dele? Nós estamos quase chegando. - eu falo. - Claro... - eu ouço ela descendo as escadas e depois falando em japonês com a senhora Soo. - Hai, mochiron. - eu ouço a senhora Soo, dizer e eu sei ao menos o que isso significa. - Ela já está preparando as coisas. - a Heyoon volta e eu assinto sentindo a minha ansiedade atacar. Que merda aqueles dois foram fazer, que coisa boba! - Se ele perdeu muito sangue, nós iremos precisar repor. - a Heyoon fala e eu suspiro fundo. - Eu cuido disso, até mais. - eu falo extremamente frustrada. - Se cuida. - ela diz e eu desligo o celular fazendo um corta-mato, indo para um ponto socorro que tem aqui perto. Laisa... - De uma duas, ou você está morrendo, ou você está morrendo para ligar para mim. - ela fala assim que me atende e eu sorrio. - Eu falei com você há cinco horas atrás. - eu respondo-a. - Mas você nunca me ligaria a essa hora, o que aconteceu? - ela questiona e eu piso mais fundo no acelerador. - Eu preciso que me dê uma bolsa de sangue. - eu falo, ela é enfermeira, e sempre está de plantão por aqui, além de ser uma amiga. - A positivo, mas O positivo também serve. - eu falo e ela suspira. - Você está ferida? - ela questiona com o seu tom de voz mudando. - Um amigo. - eu digo e ouço ela suspirar fundo. - Está bem, fique na parte de trás. - ela diz. - Certo, eu chego em cinco minutos. - eu a respondo. - Tudo bem. - ela fala e eu desligo o celular. Não demorei muito e lá cheguei, saindo do carro, e abri a porta de trás e esperei por ela, que m*l me olhou e já colocou o cooler para dentro do carro. - Quando você vai parar de se envolver em problemas, Ella? - ela me questiona assim que eu fecho a porta. - Até tudo isso acabar, provavelmente. - eu respondo-a e ela suspira fundo, me observando, e depois me dá um abraço forte. - Tome cuidado, e dê-me notícias, eu preciso entrar. - ela diz apressada, enquanto eu me desenvencilho dela e vou ao lugar do condutor. - Eu dou, fique bem. - eu falo abrindo a porta. - Você também. - assim que ela diz, ambas entramos, e eu acelero rumo a casa. Eu ligo para a Heyoon para avisar que consegui e saber do James e do Kaio, mas o celular dela simplesmente chama e ela não atende. Será que eles já chegaram? - Ela deve estar ajudando a mãe... - eu balbucio discando o número do Kaio. - esse então nem chamou. Isso não deve ser bom... Eu piso fundo no acelerador, e em poucos minutos eu chego na minha estrada, que era suposto estar deserta... Mas tem inúmeros carros, de marca e cheia de homens, o meu coração começa a acelerar, eu sinto a minha temperatura baixar. Eu conheço, esses carros... - Merda! - eu exclamo, colocando a mudança em ré imediatamente, mas no mesmo instante os homens que estavam na estrada explodiram com os meus quatro pneus de uma só vez. Argh! De medo e de raiva eu bato a minha mão no volante. - Merda, merda, merda... - eu balbucio, alcançando a minha arma. Eles estão com os meus amigos, eu consigo ver daqui, eles apontando armas para eles. Eu tinha apenas três medos. Um, perder os meus amigos, que são basicamente a minha família. Dois, perder eles, por conta da p***a da minha, e somente minha vingança. Três, morrer nas mãos da p***a da mesma organização mafiosa que matou o meu pai. E isso, com certeza é um pesadelo, mas um que eu não deixarei ser intimidada, não até eles soltarem os meus amigos. Eles aproximam-se apontando as suas estúpidas armas na minha direção, e eu saio do meu carro antes que eles se aproximem. Com o meu coração batendo forte e rápido contra o meu peito, eu passeio o meu olhar por eles, quando os meus olhos vêm ele. Me observando calmamente bem no centro da estrada. Alexander Riina. Ou o "Il Duce", ninguém mais, ninguém menos, que o herdeiro da maior organização mafiosa do mundo, La Cosa Nostra. Ou, filho do monstro criminoso, que assassinou a sangue-frio e covardemente o meu pai e ainda levou a minha mãe, provavelmente para tráfico humano, destruindo completamente toda a minha vida. Ou, um filho da mãe, mimado, playboy, farsante a homem de negócios para a mídia, quando, na verdade, é o c*****o de um criminoso, assassino, filho de um monstro. Espero que tenha dado para entender que eu estou na frente do herdeiro da máfia.
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