Alexander "Il Duce" Riina.
Passaram-se três dias desde que chegamos e ele continua sendo observado pelos médicos.
O que significa que ele não está morto ainda.
O que é inesperado, mas completamente aceitável da minha parte.
Neste preciso momento estou sozinho no centro de operações de segurança da mansão, tentando encontrar o espertinho, há setenta e duas horas, porque como é óbvio, o Stefano não encontrou absolutamente nada, mesmo tendo aquele lugar na sua responsabilidade.
Se eu não o achasse tão covarde, provavelmente acreditaria que ele tenha ousado fazer isso.
Mas ele com certeza não gostaria de ver eu tirar a vida da sua mãe, e ainda ser morto por mim.
Ele não tem sangue para isso.
Ele é um bastardo, obviamente não tem.
Faz tempo que eu não preciso tentar invadir um sistema por mim mesmo, mas nesse caso eu tive de o fazer, eu preciso devolver a bala de volta a cabeça do filho da p**a que ousou se aproximar o quanto antes.
- Bingo. - eu falo, após conseguir extrair as informações da pequena ratazana que irei torturar.
- Senhor? - eu ouço a voz do Jake, o meu braço direito e levanto o meu olhar para ele.
- Fale, Jake. - eu o respondo. - Ele está morto? - eu questiono-o levando o meu celular assim que todos os dados são exportados.
- Ninguém sabe, o médico quer falar com você. - ele fala e eu assinto, levanto-me e saio da sala.
Os informáticos todos estão aqui, e o simples fato de eu ter passado horas procurando por uma coisa que eles deviam ter me fornecido antes é motivo suficiente para rebentar com o crânio deles.
- Agora não. - o Jake fala, e eu passo frustrado por esse corredor e entramos no elevador.
- Prepare o meu carro. - eu lhe digo e ele volta o seu olhar para mim.
- É perigoso que você saia, Alexander. - ele diz, e eu me questiono se ele ainda acha que eu tenho dezassete anos.
O Jake é bem mais velho que o John, a ordens do meu pai, ele foi mais contratado para me controlar e informar cada um dos meus passos a ele, do que propriamente ser um dos meus seguranças.
Mas foi muito fácil torná-lo um subordinado fiel a mim do que ao meu pai.
Todos eles me adoram.
- Faça o que eu disse. - eu digo-lhe e ele suspira frustrado enquanto eu saio do elevador.
- Eu vou relembrar você, que o Don está em estado crítico por um assassino desconhecido que não só invadiu o nosso sistema de segurança, e ainda através das informações que o John tinha, você com certeza é o próximo alvo. - ele fala.
- Você está me escutando? - ele questiona retoricamente e eu reviro os olhos.
- Porque não se acalma, Jake? - eu o questiono já cheio do fala fala, dele.
- Você é o herdeiro de La Cosa Nostra, se alguma coisa acontecer, você terá que assumir o lugar do seu pai, imediatamente. - me conte algo que eu não saiba. - Se algum coisa acontecer com você, com certeza o seu pai sairá daquele quarto e irá me matar. - ele diz e eu bato no seu ombro impressionado com o seu drama.
- A velhice está a fazer m*l para você, Jake. - eu falo e ele revira os olhos, e suspira e continua me seguindo.
- Só porque você está me envelhecendo. - ele responde, vindo atrás de mim, quando adentramos a sala onde estão todos aqui.
A minha mãe está uma lástima, e eu não quero acreditar, mas a Clarisse parece m*l também.
- Senhor, podemos entrar? - o médico questiona e eu assinto e um dos homens parados na porta, abre, e eu deixo o médico entrar primeiro.
- Faça o que eu disse. - eu falo para o Jake que assente.
- Como quiser. - ele responde e eu entro na sala e a porta é fechada logo atrás de mim.
Fico feliz em vê-lo acordado, ainda com uns fios ligados a ele, mas para um tiro na cabeça, é uma sorte que ainda esteja a respirar.
- O seu sangue sujou o meu carro. - eu falo e ele dá um sorriso fraco retirando a máscara de oxigênio do seu rosto.
O seu rosto está relativamente pálido, seus lábios desidratados, um enorme curativo na testa, eu nunca o vi assim antes.
E eu não sei lidar com a sensação de vê-lo assim.
- Não permita que mais ninguém entre, enquanto eu estiver assim. - ele fala e a sua voz é baixa, e falhada e eu assinto.
- Ninguém entrará se assim não quiser, meu pai. - eu respondo-o, para o confortar e olho para o médico que foi pegar alguns papéis.
- Fale. - eu digo para o médico. - Conseguiu retirar a bala? - eu o questiono e o mesmo assente negativamente.
Era óbvio.
- A bala está localizada numa área do cérebro em que a retirada com certeza será fatal. - ele explica. - Nós conseguimos controlar a hemorragia e garantir a oxigenação ao cérebro. - ele fala.
- E o que afetou? - eu questiono.
- A bala está estável, e não representa ameaça imediata às suas funções cerebrais. - ele diz, e eu jamais vi alguém com tanta sorte como ele é com tanto azar como quem se atreveu a fazer isso.
- Embora, alguém possa sobreviver com a bala dentro da cabeça, existem riscos potenciais associados a essa situação. - Portanto, esse diagnóstico é a sua recuperação é temporária. - ele fala e eu levo o meu olhar para o Salvatore que definitivamente já sabia disso.
- Seja mais específico. - eu digo.
- Ele corre o risco de infecção, inflamação, hemorragia intracraniana tardia, deterioração neurológica progressiva e outros problemas de saúde que podem surgir ao longo do tempo. - ele fala e eu assinto. - O tratamento e o acompanhamento médico adequados são essenciais para maximizar as chances de uma recuperação bem-sucedida e para gerenciar quaisquer problemas de saúde que possam surgir a longo prazo, nós cuidaremos disso. - ele afirma.
- Certo. - eu digo-lhe e ele assente. - Senhor Riina, não deve se esforçar. - ele avisa. - Com a vossa licença. - ele se retira em seguida.
- Eu estou com uma bomba que pode explodir a qualquer momento, na cabeça. - ele fala, e eu suspiro frustrado.
- Eu avisei. - eu o relembro.
- Você não fez nada com o seu irmão, não é, Alexander? - e ainda está preocupado com o aquele incompetentemente.
- Ele não é o meu irmão, ele é o seu filho. - coisas completamente diferentes. - Por causa daquele bastardo você está desse jeito. - eu falo indignado.
- Alexander. - ele sobe o tom, procurando me repreender e acaba tossindo.
- Eu não quero que faça nada com o seu irmão e nem com a Clarisse. - ele está usando o pouco ar que tem para falar desses dois.
- Eu espero que não tenha me chamado para ouvir o senhor me pedir para que eu proteja a sua segunda esposa e o seu bastardo. - eu falo já farto.
Eu tive que ficar nessa mansão por três dias e com certeza não foi para isso.
- Me escute. - ele diz e eu observo-o atentamente, procurando não perder a paciência. - Eu quero que encontre quem está por detrás de tudo isso, e não os mate... - ele diz e eu continuo o encarando. - Eu mesmo os matarei. - ele fala e eu suspiro frustrado.
- Eu não sei se percebeu, meu pai. - eu falo procurando soar o menos sarcástico possível. - Mas por conta de dar espaço para o seu bastardo incompetentemente, está nessa cama e não morreu por sorte, acha que está em condições de o fazer? - eu falo e o mesmo suspiro me encarando sem paciência e visivelmente indignado.
- Eu quero que faça o que eu disse. - ele fala. - Eu posso estar nessa cama, mas eu continuo sendo o seu pai. - ele diz com a voz falha, e eu decido o poupar, ele m*l consegue respirar.
- Como quiser. - eu o respondo. - Mais alguma coisa? - eu o questiono.
- Eu estou com uma bala emperrada na cabeça, eu posso morrer a qualquer momento. - ele fala e eu observo-o, esperando ele falar o que quer. - Você tomará o meu lugar, assim que isso acontecer. - isso é o que me torna o seu herdeiro, mio padre.
Eu acho que essa bala, mexeu mais com os seus neurônios do que o médico afirmou.
- Eu quero que se case o quanto antes, prepare o casamento para daqui a uma semana. - ele diz e eu sorrio incrédulo.
- O senhor sabe que eu não pretendo me casar agora e muito menos com aquela moça. - eu relembro-lhe, provavelmente ele tenha perdido parte da sua memória e o médico como todos aqui não fizeram o trabalho direito.
- Case-se com quem quiser, você pode se casar com ela e ter mais quantas mulheres quiser... - ele tosse e leva a máscara ao seu rosto, inspirando fundo por alguns instantes. - Mas faça como quiser, eu quero que se case em uma semana. - ele diz após retirar a máscara novamente. - Você precisa ter um herdeiro o quanto antes, eu quero ver o meu neto antes que eu morra. - ele fala e é o suficiente.
Motivos não faltam para o quererem morto, e por mais que não tenham conseguido o matar por muita sorte, essa bala conseguirá o torturar por muito tempo.
Ele tosse novamente, o seu peito sobe e desce apressadamente, os seus batimentos cardíacos aumentaram, está visível no painel ao lado dele que emite esse som irritante.
Que merda.
Eu aproximo-me e o ajudo a colocar a máscara no seu rosto novamente, e o médico entra.
- O senhor precisa repousar. - ele fala e eu observo o meu pai retirar a máscara do seu rosto novamente e me encara.
- Ale... - ele tosse novamente e eu fecho os olhos momentaneamente procurando conter a minha frustração e buscando por paciência.
- Eu farei como disse, não se preocupe. - eu afirmo.
- Tome cuidado. - ele diz e eu apenas assinto vendo o médico voltar a colocar a máscara nele.
- Informe-me caso surja algum problema, ele não quer que mais ninguém entre aqui. - eu aviso, e ele assente positivamente com a cabeça.
- As suas ordens serão seguidas, senhor. - ele afirma e eu saio.
- Como o papai está? - o Stefano questiona se levantando como todos os outros e eu retiro os meus olhos dele para a minha mãe que estava com o Leonardo.
- Como está o Salvatore? - ela questiona preocupada.
- Ele está bem. - eu afirmo e ela inspira colocando a mão no peito e voltando a se sentar aliviada.
- E nós podemos entrar? - a Clarisse questiona.
- Devem voltar as suas tarefas, ele não quer nenhum de vocês aqui. - os respondo.
- Mas isso ele precisar de alguma coisa? - a Clarissa questiona.
- A não ser que você seja uma cirurgiã melhor qualificada que o médico que o atende, certamente não é de você que ele precisa agora. - a minha mãe a responde, e a Chiben, esposa do Stefano segura a mão da Clarissa.
Mulheres...
- Senhor, o seu carro está pronto. - o Jake fala e eu assinto.
- Para onde vai? - o Leonardo questiona.
- O Salvatore está bem, eu preciso resolver alguns assuntos. - eu o respondo e ele assente, percebendo.
- Tome cuidado. - a minha mãe diz, e eu deixo-os ali, e saio com o Leonardo e o Jake.
- Agora me diga, como ele realmente está? - o Leonardo questiona.
- A bala terá de permanecer na sua cabeça, mas ele ficará bem. - eu o conto.
- E não dá para fazer uma cirurgia para a extrair? - ele questiona enquanto eu pego o meu celular para ver se as informações que requisitei chegaram.
- Ele irá morrer se o fizerem. - eu o respondo abrindo a porta do meu carro, e o Jake vai para o dele que está logo atrás. - Apenas certifique-se que eles saiam dali e voltem a agir normalmente. - eu digo-lhe e ele assente positivamente e bate o meu ombro.
- E você tome cuidado. - ele diz e eu assinto entrando no carro logo em seguida e saio daqui rumo a localização do i*****l.
- Fale-me mais sobre o que encontrou. - eu falo pelo CarPlay com um dos meus homens que ficou responsável por investigar o infeliz que mora nesse lugar.