Capítulo 41

2252 Words
ELLA. - Está bella, Ella. - a Ginevra elogia, me observando minuciosamente de cima a baixo, e eu forço um sorriso. - Obrigada. - eu agradeço-a, e os olhos dela, continuam a analisar-me detalhadamente, sem receio nenhum, e eu estou a ficar desconfortável e com vontade de arrancar os olhos dela. - Alexander. - ela fala levando o seu olhar para ele, que está servindo whiskey do outro lado da sala com o Leonardo, e eu observo os dedos dele... os anéis nos seus dedos, eu quis dizer. Afff... Eu sinto o meu rosto ruborizar por alguma razão i****a, quando ele dá um sorriso para a avó. - Então, como foi o vosso almoço? - ela questiona. - Foi bom. - eu respondo, já que ela olhava para mim, por alguma razão. - Bom? Mesmo com a ex do seu esposo indo ter a vossa mesa, um dia após o vosso casamento? - a Chiben questiona sorrindo irônica. - Seria esse um problema, Chiben? - por mais que eu não me importe, eu não quero que achem que eu sou uma boba. - Como você mesma falou, supostamente eles estavam noivos, o casamento foi apressado, ela queria conversar, não teve a melhor abordagem, mas foi perceptível. - eu digo-lhe e ela observa-me atenta e depois sorri de ódio. - Hahaha! - ela sorri falsamente. - Eu não sei se você é ingênua ou se simplesmente o Alexander achou a mulher menos ciumenta por ele, na terra. - oh, ela denuncia-se tanto. - O que quer dizer? - assim, eu gosto de atiçar. - Nem todas as mulheres são ciumentas, Chiben. - a Ginevra diz levantando o seu olhar para ela que sorri sem graça. - Talvez seja porque ela mesma tenha mais ciúmes que a própria esposa do meu irmão. - o Leonardo provoca rindo, e o Alexander, simplesmente a observa como se estivesse à espera de uma reação explosiva dela e do Stefano, que está até agora com o semblante odioso e a Clarisse, está ao celular. - Muito engraçado, Leonardo. - ela fala sem graça, e ele observa-a com um sorriso sarcástico no rosto. - Visto que conhece o Alexander a tempo o suficiente para ele decidir deixar a ex-noiva, para casar-se com você... - ela fala com desdém. - Eu assumi que soubesse da fama de mulherengo do meu cunhado. - ela fala levando o olhar dela até ele, que só a observa, dando a mínima para o que ela diz e ainda sorri, levando-o copo de whiskey aos seus lábios novamente. - Devia se calar, Chiben. - a Ginevra diz para ela que ruboriza. - Por que devia? - o Stefano questiona. - Ih... - o Leonardo diz sorrindo com a intromissão do irmão. - A Chiben não contou nenhuma mentira, está apenas deixando a Ella, informada. - ele fala e eu o observo. - Obrigada pela preocupação, mas como disse a Chiben, eu conheço o meu esposo... - eu falo propositalmente para a ver ficar vermelha, e o olhar do Alexander veio até mim, e eu fiz questão de ignorar. - E eu garanto a vocês que eu não sou nenhuma tola. - eu pontuo fazendo todos eles olharem para mim, e a Clarisse desliga o celular com o seu olhar em mim. - Claro que não é. - a Chiben diz num tom irônico e eu ofereço-a um sorriso me levantando, com uma vontade imensa de meter a minha mão na garganta dela, e retirar as cordas vocais dela. Nem engessada ela cala a boca. A voz dela me irrita. Mas eu só me levantei por causa do Gerardo, o mordomo, se ele apareceu aqui... - O senhor Salvatore e a senhora Kassandra já descem, a mesa já está posta. - ele informa, e os outros se levantam, menos a Chiben que obviamente acidentou-se sozinha para chamar a atenção de alguém específico, e está frustrada simplesmente porque não obteve o que esperava. Eu saio na frente, afinal, eu tenho a missão de conseguir uma faca agora, ou eu não faço ideia ainda de como o farei para conseguir outra. Para terem noção, tem homens parados discretamente a cada virada do corredor dentro da casa. O Alexander com certeza não faz questão de me apresentar os cômodos, e eu tenho a certeza que esses homens o devem informar de qualquer coisa aqui. Eu não posso simplesmente apagá-los dentro da casa, seria muito óbvio que fui eu, e não é isso que queremos. Todos vem atrás e eu procuro caminhar o menos suspeita, possível, portanto, chegamos a sala de jantar todos ao mesmo tempo, e a única coisa que deu para fazer sem que nenhum deles se apercebessem foi puxar os meus talheres e os do lugar do Leonardo, mais para a borda da mesa. O Alexander se aproxima e eu faço questão de puxar a minha cadeira para trás, enquanto ele foi afastar a cadeira da avó, e no momento em que o Stefano chegou com a Chiben no seu lugar, eu bati o meu quadril contra a mesa, discretamente, e como é óbvio os talheres que eu havia puxado caíram, e por conta do gesso da Chiben, pela cara dela, nem ela mesma tem certeza se foi ela ou não. - Me desculpem, eu ainda não estou habituada com o gesso. - ela diz sorrindo sem graça sob o olhar deles, enquanto eu me baixo, fingindo que o meu intuito é coletar os talheres e assim que estou de baixo da mesa, apressadamente, pego a faca para carnes, muito bem afiada por acaso, e coloco por depois do acessório na minha perna que está me apertando que só. - Senhorita, nós faremos isso. - uma senhora diz vindo e eu levanto-me, entregando-a um dos garfos só para cena. - Tudo bem. - eu falo para ela me levantando, enquanto ela se baixa. Ótimo. A senhora que apanhou os talheres sai e outra repõe, para o Leonardo e para mim, quando o Alexander senta-se do meu lado, e assim que ela sai, eu e o Leonardo nos sentamos também. Não devia, pois logo em seguida os reis da criminalidade chegaram, e mesmo não querendo, eu tive de me levantar, até eles se sentarem. RAIVA. O meu corpo aquece de raiva e ódio de mim mesma por estar-me levantando e ter de me sentar a mesma mesa que o assassino do meu pai, e dos filhos dele, na companhia da traidora da Clarisse, sem puder fazer merda nenhuma. Eu sento-me, sem fazer questão de olhar para o rosto dele, eu estou com uma faca aqui e a vontade de simplesmente fazer algo que vai me matar em dois segundos é demasiado tentadora. - Está linda, querida. - a Kassandra elogia-me e eu forço um sorriso. - Obrigada. - eu agradeço e ela assente, levando o seu olhar para o filho do meu lado que não lhe dá a mínima agora. Humn... eu estou com a estranha sensação de que alguma coisa não está boa entre os dois. - Nós sairemos amanhã, querida. - ela fala voltando o seu olhar para mim. - Iremos fazer compras, conversar, o que acha? - ela questiona e humn... - Será ótimo. - eu falo, e sinto os músculos do Alexander tensionarem. - Ótimo, eu sairei mais cedo com a senhora Ginevra, eu ligo-a para quando estivermos a voltar. - ela informa e eu sorrio. Ai... como isso é bom. - Claro! - eu exclamo e ela sorri. Os funcionários deixam as estradas, e saem. - Ella. - o meu corpo vibra de raiva quando o Riina chama-me pelo nome. Quando ele diz o meu nome eu fico literalmente enojada. Ele suja o meu nome, eu gostaria de arrancar o meu nome da boca dele. Eu levanto o meu olhar para ele, pois a minha garganta simplesmente trancou. - Espero que não esteja ofendida pelo que aconteceu durante o almoço? - ele está a questionar. AH... Não é como se eu devesse esperar mais. Ele quer que eu diga não, e esse será o pedido de desculpas dele? Não que eu precise de um, pois no final das contas eu não vou perdoar, mas ele podia esforçar-se mais. Eu sou supostamente a esposa do primogênito e herdeiro dele. - Requer muito mais coisa para me ofender, senhor. - eu respondo-o e ele assente, me observando atentamente. - Bem, eu aprecio muito a família, e provavelmente não seja algo que esteja habituada a sentar-se à mesa com tantas pessoas, não deve ter sido um costume para você... - ele fala eu aperto a minha mão contra a cadeira, para gerir a minha fúria enquanto observo esse filho da mãe. VOCÊ TIROU ISSO DE MIM! VOCÊ, CANALHA! - Porém, nessa família todas as refeições para além de serem feitos a horas, são também feitas em conjunto, é algo para além de cultural, é uma regra. - ele tenta falar num tom que soa menos tirano. Como se eu não tivesse visto com os meus olhos o que ele foi capaz de fazer. - Qualquer saída ou pretensão de sair nesses horários devem ser comunicados antes do horário, para evitar desentendimentos, esses momentos são levados muito a sério. - ele diz-me observando e eu ergo as sobrancelhas como quem diz, "é mesmo?". - Não devia se preocupar com as regras, eu garanto que a Ella já as sabe. - o Alexander fala, mas num tom que soa bem superior ao do pai. Bem, o aprendiz se torna melhor que o mestre eventualmente, não? O Alexander passa o seu olhar para ele e depois para mim arregalando subtilmente os olhos e dando um sorriso. - Isso é ótimo! - ele exclama e eu esforço-me para dar meio sorriso, mas duvido que tenha feito isso com sucesso. - Há pouco tempo ela não soube quem é a minha mãe. - o Stefano comenta num tom acusatório. - Eu acho que ela tem muito que aprender. - ele conclui, e eu consigo ver um sorriso de canto no rosto da Kassandra. - Bem, não é desse jeito. - eu falo num tom inofensivo, atraindo a atenção deles. - Eu... - eu finjo estar relutante. - Eu desconhecia da existência da... senhora Clarisse. - eu falo levando o meu olhar para ela, que fecha a cara automaticamente. - Eu conhecia apenas a senhora Ginevra, ela é uma pessoa pública e para além disso o Alexander sempre falou muito bem. - eu falo levando o meu olhar até ela que sorri amistosamente, acho que elevei o ego da Riina. Era o que eu pretendia. - Obviamente a senhora Kassandra, ela é também uma pessoa pública, envolvida em vários... projetos intrigantes. - eu falo e ela sorri. - E bem, ela é a mãe do Alexander e ele também sempre falou carinhosamente da senhora. - eu falo sentindo o cheiro do ego deles inflando. É tão fácil inflar o ego de pessoas idiotas, maldosas e sanguinariamente ambiciosas, com o mínimo dos elogios, por mais disfarçados que eles sejam, incendiam o seu desejo de serem aclamados e vistos num lugar que não lhes é pertencente. - Mas eu desconhecia a senhora Clarisse. - eu falo talvez com uma intonação mais odiosa, olhando para o rosto dela, mas eu não consigo evitar. O seu rosto está obviamente quadrado de tão fula que está e não quer demonstrar. - Bem... - ela fala pigarreando e sorri facilmente. - Eu tenho certeza que o Alexander já falou de mim, alguma vez. - ela pontua e o Alexander ri! Mas um riso, que preencheu a sala toda, um riso gostoso, que fez o Leonardo começar também, e mesmo quem não viu graça, sentiu as bochechas erguerem. A cara dela ficou pior que a anterior, e ela toda vermelha de raiva e vergonha, e eu gosto. As minhas veias gostam porque é exatamente assim que ela devia ficar. É assim que eu a quero deixar. - O que faz você achar que eu falaria de você? - o tom sarcástico e desdenhoso do Alexander, deve ter cortado a alma dela, tal como a do pai. Do outro lado, por mais que educadamente, a Kassandra sorri discretamente. - Eu a desconhecia até ontem. - literalmente. Eu achei que você fosse uma pessoa completamente diferente esse tempo todo... - E acabo por confundir, eu lamento por não saber de quem você é filho, mas é que como eu mencionei anteriormente eu, não estou habituada a... - eu não devo ser tão rude agora. Respire, Ella. - Você não precisa se explicar. - o Alexander diz, fazendo-me levar o meu olhar até ao dele. - Eu penso que é exigir demais da minha esposa entender... isso. - ele fala de forma cortante, e eu gosto disso simplesmente pelo fato do meu corpo vibrar com a cara da Clarisse e do Salvatore. - Não é algo convencional, que ela esteja habituada, e eu não permito que exijam isso dela. - ele fala nem ligando para eles. E eu vejo que o Salvatore está se segurando para não soltar fumos e fogos. - Bem, isso não é motivo de debate, eu concordo. - a Ginevra fala apaziguando tudo. - Bem, desde que a minha nora me conheça, está tudo bem. - a Kassandra diz num tom irônico e de quebra-gelo e eu sorrio, retribuindo o sorriso dela. A cara dos três sentados do outro lado da mesa me satisfaz, e o que vai acontecer mais tarde, com certeza, também o faz.
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