ELLA.
Tudo foi sobre mim!
Sinceramente, fazia muito tempo que eu não mentia.
Mas eu sabia que do início ao fim, a curiosidade deles, especialmente, porque eu sou uma pessoa que não é do círculo deles e está dentro da casa deles, sendo eles criminosos de última categoria.
Basicamente a conversa foi em torno de, não sair de casa, sozinha, ou sem aviso prévio, devido à atenção da mídia, nenhuma informação interna deve ser fornecida, jamais.
A hierarquia enfadonha deles, e obviamente, o facto de quererem saber quem eu sou, de onde eu venho, onde eu estudei.
Coisa nada complicada de responder sendo filha de um agente secreto, que literalmente tem a identidade escondida, fazem anos.
O jantar terminou e eu literalmente, saí de lá prestes a explodir.
A vontade de lançar toda a comida que comi, por melhor que seja, basta vir a minha cabeça, que ela é a comida deles, me dá uma coisa no estômago.
Assim que o jantar terminou, nós fomos até a enorme sala de estar, eles estavam tomando whiskey, e café e eu nada, eu já estava no meu limite, mas as piadinhas da Chiben estavam me irritando mais, que eu simplesmente me levantei.
É exigir demais que eu não só esteja no mesmo lugar que eles, mas também ature uma filha da mãe como ela, e todos os outros.
O meu sangue está a ferver, que eu literalmente vejo-me na necessidade de me levantar.
- Boa noite a todos. - eu falo.
- Já vai para o quarto, não vai aguardar pelo seu esposo? - a Chiben questiona pousando o chá dela de não sei que ervas, e eu a observo.
- Como eu mencionei mais cedo, eu estou um pouco indisposta, Chiben. - eu pontuo e ela desce o seu olhar do meu rosto para a minha barriga, e sorriso no seu rosto some.
Eu não sei o que ela está a pensar, mas se a faz ficar desanimada que ela continue a pensar.
- Boa noite, cunhadinha. - o Leonardo diz levantando o seu copo de whisky na minha direção com um sorriso e eu ofereço-o um mínimo.
Aparentemente ele vai se casar com a moça de mais cedo e ele está animado com isso.
- Boa noite. - o resto deles me despedem e eu assinto saindo logo em seguida, me segurando ao extremo para não gritar de tanta raiva que eu estou sentindo.
Até chegar às escadas os homens discretamente parados em pontos estratégicos me observando minuciosamente, como se eu fosse uma amadora, eles acham que se eu quisesse fazer alguma coisa, eu deixaria vestígio algum...
Idiotas.
Assim que cheguei as escadas eles me deixaram em paz, e eu subi, quando cheguei ao segundo andar, eu escutei passos atrás de mim, e de soslaio vi a Clarisse subir, na minha direção.
Humn...
Eu continuo a subir, quando simplesmente, antes de me virar para subir o resto das escadas, eu sinto a sua mão tomar o meu braço com uma certa força atrás de mim, e puxar-me para o canto no meio do corredor.
A sensação de sentir a pele dela na minha, arrepia a minha pele de forma horripilante.
E o seu contacto foi simplesmente a gota de água para mim, e com a força do ódio eu não só retirei o meu braço do seu aperto, como perdi o controlo e a empurrei, a força foi tanta que as costas dela foram bater contra a parede atrás dela, e nenhuma gota de remorso pingou no meu interior, quando a vi gemer e fazer uma careta de dor.
A minha vontade imediata é de retirar a faca de baixo do meu vestido, e deslizar ela pela pele da sua garganta, e fazê-la pagar pelo que ela fez com o meu pai.
Mas a minha consciência começou a retornar gradualmente e eu me segurei o suficiente para não a matar agora.
- Está louca? - ela questiona ultrajada e os meus olhos apenas observam as suas expressões.
Brincos de diamantes, colares de diamantes...
Ela tinha tudo isso, eu tenho tudo o que era dela no meu loft, se ela quisesse um jato o meu pai compraria para ela, dinheiro nunca foi um problema, o caráter e as intenções dela sim.
Ela prefere dinheiro sujo, pessoas sujas, tal como ela.
- Não vai pedir desculpas? - ela me questiona levantando o olhar que agora, não tem a mesma coisa, que eu via quando era criança.
Eu a observo e inspiro fundo, eu não consigo nem fingir, os meus músculos estão tencionados e olhar para o rosto dela, me dá uma vontade imensa de desfigura-lá por inteiro.
- Pelo quê? - eu questiono-a e a raiva que ela já deve nutrir por mim está nítida no seu olhar.
- Você me faltou com o respeito na mesa, agora atirou-me contra a parede, e acha que não me deve pedido de desculpas, menina? - ela questiona retoricamente.
- O que seria faltar com o respeito para você? - eu questiono-a franzindo o cenho sarcasticamente. - Você veio e sem aviso, pegou o meu braço a força e me puxou para um canto como uma bandida, é óbvio que a minha primeira reação foi empurrar quem quer que fosse. - eu respondo-lhe e ela sorri.
- Você realmente acha que eu sou estúpida garota... - ela fala sorrindo e eu a observo.
- Se puder ser rápida com o que quer. - eu falo e ela perfura o meu olhar com o seu.
- Se quiser permanecer dentro dessa casa, se quiser ter a vida fácil dentro dessa família, e continuar com o Alexander, não deve se intrometer no meu caminho ou em nenhum assunto que não te convenha. - ela fala próxima a mim e a minha barriga revira de nojo.
Quem é ela?
- Eu sou a única pessoa que você deve querer ser próxima aqui, para o seu próprio bem não vai querer me ter como a sua inimiga. - eu sorrio e isso a desconcerta.
Eu sorrio de raiva, raiva de mim mesma por ter chorado por ela, procurado por ela...
Ela está na minha frente, e nem sequer sabe quem eu sou.
- Eu já estou dentro dessa casa, senhora... Clarisse. - eu falo para ela. - E eu ocupo o meu lugar como esposa e nora da Kassandra e do Salvatore, se eu precisar de qualquer coisa eu sei a quem recorrer. - eu falo e o rosto dela fica vermelho.
- Afinal, que poder uma amante teria dentro de uma casa, quando por puro interesse, se rebaixou a aceitar ser segunda esposa? - eu questiono olhando nos olhos dela, e noto o seu tom aumentar gradualmente, e em segundos a sua mão de direcionou até ao meu rosto, onde eu peguei impedindo que ela encoste em mim.
- Eu acho que você, não quer me provocar, Clarisse Zanan Riina. - eu digo-lhe, sentindo o meu coração acelerado. - Não me provoque. - eu deixo avisado e faço menção de sair.
- Quem você acha que é, menina? - ela questiona segurando na minha mão outra vez e dessa vez eu inspiro fundo, sentindo o meu coração descompassado, enquanto olho nos olhos dela.
- O meu nome, é Ella. - eu falo com a fúria vinda da ponta dos meus pés e eu não sei se finalmente o meu nome soou familiar lá, no fundo da subconsciência dela, onde ela esconde os seus crimes e pecados, mas eu simplesmente vi o sangue que estava todo concentrado no seu rosto, sumir.
Eu não faço questão nenhuma de olhar para o rosto dela, por mais tempo nenhum e simplesmente saio desse cubículo dando de cara com o Alexander e do jeito que o meu coração disparou, me assustou.
Também, ele aparece como uma sombra, como as sombras do m*l que fazem parte dele.
- O que está a acontecer? - ele questiona retirando os seus olhos gélidos da madrasta para mim, e eu dou de ombros.
- Pelo que entendi, a sua madrasta quer que você tenha uma segunda esposa, tal como o seu pai. - eu falo. - Mas talvez eu tenha me equivocado, questione a ela. - eu falo irônica e simplesmente subo.
O meu sangue está literalmente fervendo, eu sinto a minha pele quente, todas as minhas veias estão pulsando e eu sinto que vou explodir.
- Como pode? - eu interrogo-me confusa com a pessoa que estava na minha frente instantes atrás.
Isso é tão...
- Que grande merda. - eu falo com a minha cabeça tentando entender como pode essa ser a mesma pessoa que eu chamava de mãe.
Argh...
Eu retiro esses sapatos dos meus pés e lanço em qualquer canto, quando a porta é aberta, fazendo-me fechar os olhos, porque eu, não quero e não devo descontrolar-me mais.
Mas está difícil.
Ele fecha a porta olhando para mim, frio, impassível, e como se fosse dono de todo o mundo.
- O que falava com a Zanan? - ele questiona me observando.
- Eu respondi você lá em baixo. - eu respondo de forma curta, indo na direção do closet - Se ainda estiver curioso, desça e questione a ela. - eu falo indo pegar algum pijama.
- Com quem pensa que está a falar, Ella? - o seu tom de voz soa ameaçador, enquanto ele para na porta do closet, e eu viro o meu olhar para ele com a minha cabeça ferrada.
Tudo meu está ferrado, ele acha que eu terei medo dele?
- Eu estou falando com você, Alexander Il Duce Riina. - eu falo o encarando nervosa. - O que vai fazer? Levantar a sua mão para mim, novamente como o seu pai ensinou? - eu questiono-o com a minha testa franzida de tanta raiva que estou a sentir, caminhando na direção dele.
- Me deixa em paz, caramba! - farta, eu simplesmente deslizo a porta segurando a minha vontade de exercer o meu direito de Maria chorona.
Mas eu não o faço, eu engulo a minha raiva para colocá-la no seu pescoço.
Ele se vai, e vai pagar por ter ousado se meter comigo.
Eu pego um pijama, que é basicamente um conjunto de seda, calças e blusa de cor preta.
Pego uma roupa íntima, e então saio, não o encontrando aqui, para a minha alegria.
Eu entro na casa de banho, retiro a faca da minha perna, e tranco-me, pouso no mármore do lavatório, retiro a maquilhagem, faço a minha higiene oral e faço questão de tomar outro banho.
- Calma, calma, calma, Ella. - eu canto comigo mesma, começando a ficar feliz, com o que vai acontecer daqui a pouco, enquanto me visto, e coloco a faca presa na minha cintura e saio.
- Calma... - eu falo comigo mesma olhando para o quarto e inspiro fundo.
Vou até ao closet buscar uns lençóis e uma almofada para colocar no sofá.
- Ainda tenho de ficar nesse quarto com esse mafioso mulherengo e chato do c*****o. - eu falo sozinha adentrando no quarto.
- Esqueceu de gostoso, inteligente, bonito, charmoso. - eu quase me assusto vendo ele entrar no quarto com os cabelos molhados, os seus cabelos estão bagunçados e o contraste do preto deles e o azul profundo dos seus olhos cativaram os meus olhos.
Sem camisa, gotas de água deslizam pelos seus longos e definidos ombros até ao seu peitoral, meu rosto queima, observando a sua figura esbelta, e mais das suas tatuagens que o acentuam como uma luva...
Que merda eu estou a fazer?
Ele deve ter tomado banho em algum outro sítio, ele está com a toalha por cima do seu ombro esquerdo.
- Humn... - eu finjo um sorriso. - Eu tenho certeza que não. - eu o respondo e ele sorri, me observando.
- Para quê isso? - ele questiona enquanto deixo as coisas que peguei no closet e deixo na poltrona daqui do lado, para estender no sofá. - Eu não irei dormir no sofá. - ele avisa e eu reviro os olhos.
- Não é como se eu quisesse dormir nessa cama. - eu falo.
- Humn, você mente muito m*l para uma pequena assassina, Robin Hood. - ele diz sarcástico saindo daqui, para o closet dele, e eu reviro os olhos.
- Você, blábláblá, blá-blá-blá. - eu falo revirando os olhos, estendendo o lençol, no sofá.
O bom é que ele não terá mais garganta, o para falar.