Capítulo 56

2346 Words
ELLA. Eu realmente estava muito exausta que adormeci em algum momento em que o Alexander saiu do quarto para atender o celular. Ele só recebia chamadas atrás de chamadas, e pelo que eu entendi até antes de fechar os meus olhos, não tinha nada a ver com os seus negócios mafiosos com o pai, então eu simplesmente capotei. Eu despertei com o barulho da porta fechando, e pela luz entrando no quarto, já amanheceu. - Humn... - eu balbucio, me espreguiçando e piscando os olhos algumas vezes até me acostumar com a luz. Eu sentei-me olhando para o sofá, e deduzo automaticamente que o barulho da porta foi o Riina saindo daqui. O meu olhar vai para o chão, talvez ele tenha colocado tarântulas aqui. Eu realmente enfio a minha cabeça por debaixo dessa cama, apenas para verificar se é seguro colocar o meu pé para fora daqui. Fui para o banheiro logo que vi que esse chão era seguro de se pisar após eu ter simplesmente apagado com aquele monstro aqui dentro. - Como eu pude dormir com ele aqui? - eu questiono-me entrando no banheiro, e eu sinto o meu corpo tão leve como papel. Diferente de ontem, o meu rosto está voltando a ganhar cor novamente, mas eu continuo meio fraca para o meu gosto. Eu tranco a porta atrás de mim, me certificando de deixar a AirTag num lugar estratégico no lavatório, faço a minha higiene oral, e espreito a janela logo em seguida, encontrando os homens do Alexander ainda aqui. - Um bando de idiotas... - eu murmuro revirando os olhos. Tem uma mala aqui também, ontem não tinha. Vasculho umas roupas por aqui, e encontro umas calças jeans de lavagem escura, e uma blusa bege, com um detalhe trançado ao redor dos s***s e nas alças, retiro a roupa interior e entro no box. Tomo um banho rápido, obviamente não lavo o cabelo outra vez, passo a loção corporal e o perfume que tinha aqui e visto a minha roupa interior, quando batem na porta. - Ella? - é o Alexander, eu reviro os olhos colocando a AirTag na baia lateral da calcinha, e fecho. Assim não corro nenhum risco de perder. - O que foi? - eu questiono. - Precisa fazer outros exames. - ele diz. - Eu já vou sair. - eu respondo inspirando fundo, vestindo o resto da roupa que escolhi, tinha aqui um secador e como eu dormi com o cabelo húmido, eu aproveito e estilizo ele minimamente. E foi só. Eu saio do quarto e encontro o médico, a enfermeira aqui, com o Alexander, que está obviamente de banho tomado, e eu já tinha noção da sua vaidade, mas a cada dia que passa fica cada vez mais evidente. - Oh, bom dia, Ella! - o médico diz num tom sarcástico, enquanto eu saio do quarto os encarando. - Bom dia! - eu saúdo-os e o médico sorri. - Vejo que não ficou parada desde que despertou, ontem. - ele comenta e eu dou de ombros. - O que eu posso dizer. - eu respondo-o. - Eu já posso sair daqui, certo? Eu estou bem. - eu lhe digo, e ele sorri. - Nós veremos isso após alguns exames. - ele diz e eu espero que isso seja rápido, eu não estou mais suportando ficar aqui. - Sente-se bem? Fraca? Sede? Dificuldade ao respirar? - ele questiona-me. E eu estou me sentindo fraca, mas eu não preciso mencionar isso, ele vai fazer exames em mim, e me dirá o que estiver errado. - Eu estou bem. - eu afirmo para ele que tal como o Alexander me observa atentamente. - Tudo bem, podemos ir. - ele diz e eu acompanho-o, ignorando completamente a presença do Alexander. Tréguas... É no que estamos supostamente, mas eu não pretendo deixar nem ele e nem o cão de guarda dele saírem em pune com o que me fizeram. Posso não agir agora, porque tem algo mais urgente e do meu interesse que isso agora, mas... Eles irão pagar por se meterem comigo desse jeito. Fizemos os tais exames, eu regressei para o quarto e aproveitei para tomar o pequeno-almoço que até era bom, enquanto o Alexander não estava. Comi, aqui no quarto sozinha, quando depois de um tempo o Alexander entrou com o médico e eu enfio todo o resto da melancia na minha boca o encarando ansiosa pela liberação, e passando o dedo pelos meus lábios, limpando a água da melancia que verteu, movimento esse que foi minuciosamente acompanhado por ambos. Homens... - E então? - eu questiono, me levantando e o médico sorri. - Você é demasiado energética, para quem esteve com quase todo o corpo sucumbindo por um veneno, mortal. - ele diz me observando e eu olho para o Alexander que também sorri. - Energética demais, diria eu. - ele afirma e eu reviro os olhos, porque ele falou de forma extremamente sugestiva que o médico sorrio, e o rubor tomou conta do rosto dele. Que vagabundo. - Bem, eu estava a comentar com o senhor Riina, que teve um desenvolvimento excelente para o seu caso. - ele fala. - Ainda possui um certo nível de desidratação, terá de beber muitos líquidos. - ele diz e eu sorrio, isso significa que eu já posso bater as minhas pernas para fora daqui. - O seu corpo sofreu algumas lesões internas por conta do veneno, nada que não passe com o tempo, pode sentir ainda alguma dor no corpo, ou simplesmente sentir-se cansada, ou com dificuldades de respirar. - ele diz. - Se tiver algum problema com a respiração, o que acho que não deve acontecer, por conta dos seus resultados, deve voltar imediatamente ao hospital. - ele diz e eu já estou cansada de blablabla. - Eu tenho pulmões fortes, não se preocupe. - eu falo para ele pegando algumas uvas, enfiando na minha boca. Eu já estou satisfeita, mas eu simplesmente perco tanto a razão como o apetite naquela mansão, que eu estou procurando não morrer de fome lá. - Eu notei, pratica exercícios físicos? - ele questiona-me e o Alexander sorri, respondendo. - Extremamente radicais. - ele diz, me observando sugestivo. - Ela ficará bem. - ele responde ainda me olhando, minuciosamente de cima a baixo e o médico assente sorrindo. - Eu concordo, estou liberada? - eu questiono já sabendo da resposta. - Com certeza. - ele responde irônico e eu assinto, pegando outro pedaço de melancia, enquanto o Alexander assina o papel que o médico tinha. Ele não parece ser qualquer médico, os dois parecem se conhecer. Eu já estou pronta, portanto eu só termino as frutas. - Eu estimo-lhe as minhas mais rápidas melhoras, Ella, tenha uma ótima recuperação. - o médico deseja e eu sorrio para ele. - Obrigada. - eu o agradeço, ele despede-se do Alexander e sai. - Acabou? - ele questiona m*l o médico fecha a porta parando de bancar o impaciente, mas eu também já quero ir. - Vamos. - eu o respondo me levantando e ele sorri me observando. - O que está a sorrir, seu doido? - eu o questiono. - Então como foi o seu sonho? Bom? - ele questiona e eu sinto o meu rosto ruboriza. E eu juro, juro que não me recordava até agora com o meu sonho, quando o meu rosto simplesmente ruborizou brutalmente. Eu não acredito nisso! Sabe quando você sonha e quando acorda simplesmente se esquece, porque o sonho fica misturado com outros novos... Sinceramente, eu achei que era apenas uma ilusão da minha mente. O seu olhar penetra no meu agressivamente, e o sorriso provocativo dele, causa um incêndio inesperado no meu corpo. - Do que você está falando? - eu questiono retoricamente disfarçando e retirando o meu olhar do dele, e pegando mais uma fruta, sem saber primeiro como e por que razão eu tive um sonho desses, e outra... como ele sabe o que eu estava a sonhar. O que está a acontecer comigo? - De como você estava gemendo o meu nome no meio do seu sono, se contorcendo, ficando vermelha, e pedindo por mais... - a sua voz soa e a minha respiração pesa. A minha única e genuína vontade agora era de estar literalmente morta, com a minha cabeça enterrada metros debaixo da terra. Por que razão maldita isso aconteceu? - Você fica linda implorando por mais. - a voz dele penetrando o meu ouvido no seu tom provocante e sarcástico acaba comigo, enquanto eu olho para os seus olhos azuis, que me observam com um olhar zombeteiro. - Eu? Implorando? - eu questiono defensiva. - Cara, você é tão iludido. - eu falo colocando o meu cabelo para o lado procurando parecer calma, literalmente suando de calor e ele continua com o mesmo sorriso no rosto dele. Socorro. Por que razão eu estou me sentindo, molhar? Por que eu estou sentindo isso? E por causa dele? Caralho... - Ah, Alexander... Não para... Alexander... - eu explodi, por dentro e por fora com ele me imitando, e o pior é que a medida que ele fala, não só o meu corpo sente, mas eu também me recordo avidamente do sonho. Que p***a! - E você é o único Alexander no mundo? - eu questiono defensiva, sentindo a minha temperatura subir. - Eu sou o único Alexander que você conhece. - ele afirma certo disso, e o meu coração simplesmente falha, quando ele se aproxima de mim, e eu simplesmente caminho até a porta. - Eu quero sair daqui. - eu falo e escuto ele sorrir vindo atrás de mim. Eu estou quente, extremamente quente, como jamais estive antes e isso está acabando com a minha sanidade. - Não precisa sentir vergonha, eu posso tornar os seus sonhos realidade, Robin Hood, é só pedir. - ele fala bem próximo ao meu ouvido enquanto saímos, e eu sinto-me perdendo completamente o controle e as forças da minha perna e simplesmente paro inspirando fundo, achando que eu vou literalmente cair. Eu sinto a sua mão na minha cintura e eu simplesmente bato nela a tirando de mim, e me forço a caminhar. - São tréguas, e ainda assim você não irá tocar em mim. - eu deixo claro caminhando e sentindo ele, que é bem mais alto que eu ao meu lado. - Eu acho que você está a dizer o contrário do que quer. - ele diz num tom sarcástico, com a sua postura cativante, e sem olhar para mim, caminhando do meu lado e eu odeio como ele está me fazendo sentir. Odeio. - Cale a boca. - eu falo irritada já, acho que comigo mesma do que outra coisa. - Está sendo demasiado antipática. - ele diz apenas para pirralhar e fica claro no seu tom enquanto caminhamos pelos corredores. Os homens dele está atrás de nós, e eu tento ignorar a eles e o olhar de alguns pacientes. - Eu cuidei de você a noite inteira... - ele diz num tom dramático, e nem um agradecimento. Dormiu porque queria, ninguém pediu. Ele mesmo falou que só não foi por causa dos paparazzis, o que também é problema dele. - Normalmente é normal dizer "bom dia", e procurar saber como o esposo está ao seu acordar, sabia disso, Ella? - ele questiona, me provocando e eu levanto o meu olhar para ele, e respondo-lhe no mesmo tom. - É... - eu falo oscilando os meus olhos nos seus azuis profundos. - Mas eu não sou a sua esposa. - eu digo-lhe e ele basicamente ignora o que eu disse. - Você tem o meu sobrenome, o meu anel no seu dedo, e sabe que é minha, por mais que negue, mia cara. - ele diz e eu olho para frente sentindo o meu corpo e o meu rosto queimarem. Que merda... - Você consegue ficar calado? - eu o questiono irritada, vendo a porta de entrada do hospital, um nojo, de tão cheio que está. Isso é tão i****a e tão fútil, eles estão literalmente na porta de um hospital onde pessoas estão morrendo, por causa de um Riina. Por fofoca. Eu nunca estive no meio disso, e me recuso a acreditar que eles estão fazendo essa merda, na frente de um hospital. É nojento. A imagem que os Riina colocaram para a sociedade é bem estruturada, eles os veneram e não tem um pingo de consciência sobre quem eles realmente são é insano. Na frente da merda de um hospital, é insalubre. - Dá para ficar calado? - eu o questiono ebulindo por dentro, caminhando até lá. - O seu gosto é bom. - a minha cintura recebe descargas de arrepios indecentes quando ele se aproxima mais e eu procuro manter-me impassível. - Você não sabe qual é o meu gosto. - eu respondo defensiva, escutando o barulho que esses aqui estavam a fazer assim que passamos pelas portas do hospital e flashes são disparados com perguntas, encadeando os meus olhos e acabando com os meus tímpanos. - ... - eu murmuro olhando para baixo, tentando escapar dos flashes, quando eu sinto a mão dele roçar delicadamente as minhas costas e tomar a curva da minha cintura de forma possessiva, puxando-me para ele, e levando-me noutra direção, acompanhados pelos seguranças até ao carro. - Ainda não. - eu ouço a sua voz bem próxima ao meu ouvido, e eu estou fula, com o efeito obsceno que o toque e a voz dele tem sobre o meu corpo. Que merda, esse i****a pensa que está a fazer? Assim que chego até a porta, sentindo a minha calcinha molhada, eu o afasto de mim agressivamente, entrando no carro, sentindo fogo em cada milímetro do meu corpo e ódio. Mais de mim do que dele agora. - Argh… - eu suspiro levando as minhas mãos até ao meu rosto quando um dos homens aqui fecha a porta do meu lado. Que grande filho da mãe. Eu inspiro fundo, me ajustando na poltrona, e procurando retomar o controle do meu próprio corpo. Insano.
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