Capítulo 62

3288 Words
Kaio Smith. Depois do plano, obviamente não tão bem planeado do Kent, nós retornamos a casa. Deixamos a Heyoon, o mais engraçado, é que a senhora Soo, consegue ser a mais controlada e menos medrosa do que ela… Talvez mais do que nós. Mas com o esposo que ela tinha, o padrasto da Heyoon, ela já sofreu o pão que o d***o amassou, e nada a surpreende mais. Todos nós ficamos aliviados em saber que ao menos um de nós a viu, e supostamente, ela está bem. Supostamente, senão ela não estaria na merda de um hospital, tão pálida, igual uma zombie como disse o Kent. Ele veio comigo até a minha casa e para mim é melhor assim. Não está ninguém aqui, só os funcionários. Mal entramos e fomos verificar o funcionamento da AirTag da Ella, e bem, embora ter a dado um maldito de um celular, a arma dela, ou até dinheiro fosse ser mais inteligente, ele até que pensou. Sabendo onde a Ella está, talvez poderemos montar um plano para resgatá-la. Eu apenas mandei uma mensagem para o meu pai, ele está numa missão agora. O clima está minimamente mais leve que o anterior, talvez por sabermos e confirmarmos que ela ainda está viva, mesmo que claramente impotente. Se nem toda a base consegue chegar até eles, infelizmente, nem a Ella, mesmo ela sendo a pessoa mais astuta que conheço, ela não tem como fazer absolutamente nada, estando lá, e sendo controlada daquela forma. Ela não tem. Eles têm olhos e ouvidos em tudo quanto é canto, não é uma luta justa quando eles tem todos os recursos e ela tem somente a ela, e mais nada. Nenhum sistema para embater com as dele, nenhuma arma para combater com eles e nem seria justo, mesmo ela tendo todas as habilidades para tirar todos os órgãos de qualquer um, o que ela já provou mais de uma vez que pode fazer, são centenas, milhares, contra ela. Impossível! Nós ficamos horas observando o monitor até tarde da noite com ele. Eu despertei com o meu alarme tocando. - … - eu murmuro desligando ele, me dando conta de que eu dormi aqui do nada. A luz entra aqui e eu suspiro fundo passando a minha mão no rosto sonolento. - Porque você não me acordou? - eu questiono com um olho fechado e com o minimamente aberto observando o Kent, aí escorado da porta da sacada. - Você não dorme há dias, devia dormir mais. - ele fala num tom que não é do seu costume. Ele inspira fundo olhando para o monitor e eu levo o meu olhar para ele também. - Merda… - eu balbucio atordoado vendo que a localização mudou. - Ela saiu do hospital, a levaram para a porcaria daquela mansão. - ele fala e eu suspiro fundo. - Ei, fique calmo. - eu falo, me levantando e me espreguiçando. Eu dormi na merda da minha poltrona. - Se ela saiu do hospital, é porque ela deve ter melhorado de seja lá o que tiver acontecido. - eu digo e ele suspira. - O que se passa com você? - eu questiono porque ele não se comporta assim normalmente. - Nada. - ele diz e eu observo-o minuciosamente. - Ela disse para você alguma coisa que você não me contou, Kent? - eu o questiono desconfiado. - Ela não falou merda nenhuma, Kaio. - ele diz nervoso e eu inspiro fundo. Isso tudo é uma merda. - Ela não falou quase nada, ela está lá cativa, por minha causa, e não pode fazer e nem sequer consegue falar merda nenhuma. - ele diz e sinceramente eu não sei mais o que pensar e nem fazer mais. - Se continuarmos desse jeito, em solução nenhuma iremos chegar. - eu falo para ele que suspira fundo passando as mãos no seu cabelo e entrando no quarto completamente, fechando a porta da sacada. - Porque o seu alarme tocou essa hora? - ele me relembra e o meu cérebro acorda. - p***a… eu tenho que ir deixar um trabalho na faculdade. - eu falo tirando a camisa e caminhando até ao banheiro. - Você não vai? - eu o questiono de borla, afinal, ele só pisa lá quando o convém. - Está realmente me perguntando? - ele diz enquanto eu coloco a escova elétrica na minha boca, retirando os meus calções e indo deixar na roupa suja. - Eu não quero me cruzar com o… Marconi. - eu falo com a escova na boca, fazendo xixi. Eu não posso me atrasar. Que merda. - Eu vou tomar banho. - ele diz e humn… - Ok. - acho que posso usar o Marconi como desculpa agora. Eu escuto-o sair do quarto, e eu vou até ao box e tomo banho de uns dez minutos. Visto-me rápido, e na mesma velocidade organizo o trabalho, e encontro o Kent aqui em baixo comendo. - Bora, cara. - eu falo vendo ele ali, comendo. - Senhor Kaio, devia comer antes de sair. - a Ceci diz, me vendo. - Não dá, eu estou atrasado. - eu respondo-a. - Vamos logo, Kent. - eu falo já caminhando até a porta olhando para o relógio, e escuto a cadeira afastar. - Estava tudo muito bom, Ceci. - eu escuto ele dizer. - Deixe-me acompanhar esse nerd para a faculdade. - eu escuto ele dizer e eu reviro os olhos saindo e desbloqueando o meu carro. - Você age como se não tivesse aulas também. - eu falo colocando os documentos guardados, enquanto ele entra sem material algum. Mal eu acelero para fora dali, o celular dele toca. - É a Heyoon. - ele diz atendendo. Ela estava muito nervosa ontem. O caminho inteiro a faculdade nós falávamos com ela, enquanto ela ajudava servindo as mesas do restaurante. Eu cheguei a tempo a faculdade, e fui direto atender os requisitos da submissão do meu trabalho, e eu gostaria de dizer que o James foi para a aula dele, mas m*l entramos e ele já estava flertando com uma menina qualquer. Com certeza foi extravasar a raiva dele no meio das pernas dela, em algum lugar da faculdade se eu bem o conheço. Desde que não seja fazendo outra loucura, para mim está de bom tamanho. Eu prossegui com as minhas aulas tranquilo. Essa merda até a última aula, quando eu vi o Marconi entrar e na mesma hora a minha concentração some e o meu coração descompassa. As minhas mãos começam a soar, sentindo o olhar desse filho da p**a em mim, porém, tento manter-me impassível. Que merda! Medo, Kaio? Não, eu não tenho medo daquele i****a. Bem, nem tanto. Não dele especificamente, porque eu tenho a capacidade de matar ele se assim… a minha coragem, o quiser. Eu tenho medo porque ele pode destruir a minha vida, se ele abrir a boca. Ele me viu matar o maldito do segurança dele. Se ele fala eu estou fodido, a minha bolsa estará fodida, tal como o meu currículo, a minha reputação, o meu futuro emprego, a minha vida inteira ficará fodida. Eu fico fecho os olhos, e mesmo assim as imagens… o sangue que eu derramei naquele maldito yacht, o cadáver daquele homem, voltam a atormentar a minha cabeça. - Kaio? - eu escuto a voz do docente chamar por mim, e eu abro os olhos assustado sentido o olhar de todos em mim. - Algum problema? - ele questiona e eu sinto uma vontade absurda de me matar também. Que porcaria foi que eu fiz? - Eu… - Kaio, merda. - Eu não estou bem, senhor. - eu falo e ele me observa preocupado. - Eu posso dizer. - ele afirma, me encarando. - Pode se ausentar se assim preferir. - não, isso vai manchar a merda do meu currículo. - Pode ir, não terá ausência. - ele diz e eu assinto com a sua confirmação. - Obrigado. - eu falo, me levantando e pegando as minhas coisas saindo da merda da sala, me sentindo a merda de um falhado. Eu não ouso olhar na direção dele, eu simplesmente saio escutando o docente prosseguir com a aula. - … - eu suspiro frustrado comigo mesmo. Como a Ella consegue fazer uma coisa dessas? Como ela conseguiu pensar, limpar a cena do crime, como ela conseguiu? Como eu não consigo? Por que eu não consigo? Eu sou uma merda, uma decepção de filho. De raiva eu esmurro a porta da sala de limpeza na minha frente, e logo em seguida a minha cabeça. Eu bato, mas as imagens simplesmente não somem. Eu levo os meus olhos até as minhas mãos e só consigo ver sangue, o sangue do homem que matei, e o sangue do James que se feriu me protegendo. - Que p***a! - eu esbravejo fulo comigo mesma batendo a porta com o meu pé. - Oh calma, Smith. - merda. Eu escuto a voz do Marconi atrás de mim. E eu me viro olhando para ele, furioso. Porque tudo é culpa dele. Tudo o que está a acontecer é culpa dele. Ele sorri, me encarando e eu sinto raiva. - É matar uma pessoa pela primeira vez nos deixa desnorteados. - ele fala e instantaneamente clica o fato de que a Ella avisou que ele era perigoso. - Saia da minha frente. - eu falo querendo sair daqui, mas ele simplesmente se coloca na minha frente. - Oh, calma… - ele diz e o tom de voz dele irrita-me. - Eu não quero matar você. - ele diz sugestivo e eu o observo. - Não aqui pelo menos, eu não quero me denunciar. - ele diz e eu o encaro. Que vontade de esmurrar a cara dele. Mas eu não posso. - Olha se eu não tenho razão de matar você. - ele diz, e eu franzo o cenho. - O Kent, irá fazer companhia a você, não se preocupe. - ele diz batendo no meu ombro e eu empurro a sua mão. - Calma… - ele diz sorrindo levantando as mãos dele. - Ainda tem a moça estupidamente atraente que veio salvar vocês, já que os meninos não conseguiriam se safar sozinhos. - ele fala. - Ela é a mesma que apareceu por aqui algumas vezes não? - ele questiona e eu não suportei ele descrever a Ella, que a minha raiva se apoderou da minha racionalidade e eu levei a minha mão até ao seu pescoço, mas imediatamente ele retira e coloca a dele no meu empurrando-me contra a porta. - Ella, é o nome dela, não? - ele questiona e eu inspiro de raiva, retirando o braço dele e o empurrando. - Tire o nome dela da sua boca. - eu falo furioso, e ainda bem que ninguém está nesse maldito corredor. - Ela me amarrou numa maldita árvore. - ele diz, me empurrando de volta. - Atirou nos meus pneus e roubou o meu dinheiro para entregar a vocês. - ele diz apertando o meu pescoço nervoso. - E ainda… está casada com o ex-noivo da minha irmã. - ele fala entre os dentes e eu fico embasbacado com essa notícia, quando eu vejo o James aparecer e no mesmo instante, não só tira o Marconi de cima de mim, como desfere um soco nele deixando ele cair no chão. E entro no meio antes que uma briga comece. - Oh… - o Marconi diz sorrindo, limpando os seus lábios que rasgou com o murro e se levanta do chão. - A surra que levou não foi o bastante? - o James o questiona querendo partir para cima dele, e eu o empurro para longe. Ele cheirou, obviamente se drogou. Porra, Kent. - Eu quase mandei você e o seu amigo para o inferno e você acha que me deu uma surra, Kent? - o Marconi questiona. - Cale a merda da sua boca. - eu falo puxando daqui o James. - Podem fugir, eu entregarei a vocês a cabeça da vossa linda e corajosa amiga, antes de mandar vocês para o inferno, seus filhos da p**a! - ele exclama agressivo e eu respiro enraivado, e tanto eu como o Kent o mandamos o dedo do meio, e sem que eu parasse de empurrar com o meu corpo o James. - O que aquele desgraçado está falando? - ele questiona ameaçando voltar para lá. - Cale a boca, c*****o! - eu exclamo puto e extremamente preocupado. - Ele estava a falar da Ella, c*****o! - ele diz enraivado, e eu o empurro me livrando dele. - Exatamente, eles estavam falando da Ella. O que vai fazer, espatifar a cara dele, f***r a primeira garota que vir na frente ou cheirar mais pó? - eu questiono furioso comigo mesmo, e com medo do que eu causei para a Ella. - Pare de agir como um i****a pela primeira vez e pensa c*****o. - eu falo, frustrado e caminho para a merda do meu carro. PORRA! Eu mando uma mensagem para o meu pai, contando o que acabei de descobrir. A Ella está reclusa numa organização mafiosa, a mais poderosa, e supostamente, fez a organização aliada se tornar inimiga. Ela tem duas putas organizações comandadas por criminosos extremamente protegidos e de alto escalão contra ela. E tudo por minha causa. E nem uma morte que causei e que ela me acobertou eu consigo superar. - Que merda. - eu falo chutando a merda do meu pneu segurando a vontade i****a de chorar. - O que aconteceu? - eu escuto a voz do James atrás de mim, e isso só me revolta. - Eu sou uma merda de filho, uma merda de amigo, o que você acha que aconteceu? - eu o encarando e o questiono nervoso. - Porque está a falar uma merda dessas agora? - ele questiona ainda na sua plena consciência, mas ele obviamente se drogou. - O meu pai é um homem condecorado pelo governo, pelo mundo, e eu não consigo nem sequer ver a p***a de sangue. - eu falo. - Eu não consigo nem sequer ficar na merda de uma sala de aulas, dormir ou comer sem pensar na merda que fiz e que pode me destruir. - eu falo. - Se me destrói, eu serei de uma vez por todas uma decepção para o meu pai, por não ser merda nenhuma, nem sequer metade e prestígio da honra dele, reconhecido apenas pelo sobrenome dele, e sem merda nenhuma. - eu falo com isso me atormentando dia e noite. Eu estudo dia e noite para o fazer esquecer que ele tem um filho incapaz de deitar sangue, para ele se alegrar de ao menos dizer que o filho dele é um gênio. Mas eu estou bem longe disso. - Você fala como se o seu pai alguma vez tivesse cobrado isso de você. - ele diz e eu olho para o lado nervoso. - Ele não falou, mas eu sei! - eu exclamo. - Nem a minha melhor amiga que se arriscou por mim, eu consigo pensar na merda de uma solução para a salvar, eu sou uma merda… - eu falo não me suportando. - Ei… - ele diz, me puxando para um abraço que eu não quero. Mas quero. - Você fala isso como se não conhecesse a merda do pai que eu tenho. - ele fala e eu suspiro. - O seu pai está e é orgulhoso de você, e você sabe disso, devia parar de se cobrar desse jeito senão ficará louco. - ele fala numa tranquilidade, que só o pó o poderia dar. - Eu é quem sou a grande decepção, a grande merda aqui, e todo mundo sabe. - ele diz enquanto eu me desenvencilho dele, ele bate nas minhas costas. - E sabe qual é o segredo quando se é assim? - ele questiona dando a volta para o lado do passageiro. - Ser bom em fazer merda. - ele diz e eu reviro os olhos. - Claro. - eu respondo-o entrando no carro, e ele faz o mesmo. - E o que mais? - eu o questiono, iniciando o carro. - Cheirar pó, é bom para começar. - ele diz e sinceramente, a esse ponto não me parece uma má ideia. Não foi uma má ideia de todo para mim, porque assim que chegamos em casa, eu o fiz. - Essa é a calmaria… - eu falo leve e solto, calmo e apreciando a luz do luar. - Que eu precisava. - eu completo deixando o meu corpo voar pelo céu, até cair na minha cama. - A lua é tão formosa, não é? - eu questiono para o Kent, olhando para ela, e eu sorrio. - Tem cara da Heyoon. - eu falo rindo e apreciando a formosura da lua. ••• - Oh… - eu gemo sentindo uma p**a de dores de cabeça me dando conta que adormeci, e depois de olhar para a cabeceira com pó, eu me viro para o lado entendendo o porquê. Que merda… O som da porta sendo batida ecoa pelas partes mais profundas da minhas cabeça aumentando ainda mais a dor. - Já vou… - a minha língua está pesada ainda. Eu saio desleixadamente da cama sentindo as minhas pernas leves como e pesadas simultaneamente. Batem na porta novamente e eu faço careta ignorando o fato de ver a porta perto e longe ao mesmo tempo, quando finalmente alcanço a maçaneta e abro a porta. E vejo a Heyoon. Oh, merda! Eu ia fechar a porta para não deixá-la me ver assim, mas ela já viu mesmo. - Que merda hein, Kaio. - ela diz entrando e eu fecho a porta. - Oi, Heyoon… - eu falo sem graça e obviamente grogue. - É por isso que nenhum de vocês atendeu as minhas chamadas. - ela diz olhando para a mesinha e eu dou de ombros me lançando de volta para a cama. - Você me ligou? Eu nem escutei… - eu falo e ouço ela suspirar de frustração. - Onde está o James? - ela questiona e eu dou de ombros. - No chão, no banheiro, comendo a Ceci… quero dizer, a comida da Ceci. - eu falo, me virando de barriga para cima passando as minhas mãos pelo meu rosto incomodado com a luz. Ficou dia rápido. - Ele não está aqui, e não está na casa da Ella e muito menos na dele. - ela fala preocupada, e eu dou de ombros. - Ele deve estar com alguém, relaxa… - m*l eu falo, alguém bate na merda da porta novamente como se fosse o fim do mundo. - Oh… - eu reclamo, enquanto vejo a Heyoon abrir a porta. - Senhor Kaio! - eu ouço a Ceci exclamar e eu levanto o meu olhar para ela grogue. - O que houve? - a Heyoon a questiona. - O senhor James! - ela exclama e a minha visão fica nítida repentinamente. - Os seguranças o encontraram lançado na estrada todo ensanguentado. - ela fala preocupada e eu me levanto imediatamente, sóbrio. Quando foi que ele saiu? - Merda. - eu falo. - Merda. - a Heyoon diz e saímos todos apressados até lá para baixo. - Chame o médico, Ceci. - eu já mando e ela assente indo para o outro lado e entrando na sala, para encontrá-lo realmente todo ensanguentado. - James? - a Heyoon chama por ele preocupada correndo até ele e eu sinto fúria, ele está inconsciente, mas o seu peito ainda sobe e desce. - c****e. - eu falo, ele foi espancado, brutalmente espancado e eu tenho a imediata sensação de saber por quem. O que você fez, James? MERDA.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD