Capítulo 65

2087 Words
ELLA. Entorpecida. Presa na minha própria mente, eu tomei outro banho, fiz a minha higiene oral, estilizei o cabelo e fui para o closet, não me encontrando com o filho da mãe aqui, afortunadamente. Eu visto a minha roupa interior, umas calças jeans de lavagem escura, uma blusa simples, de cor branca, umas sapatilhas, de cor preto e branca, coloquei apenas uns brincos e prontos. A minha cor retornou, então, eu não fiz questão nenhuma de colocar maquilhagem, apenas um gloss, passei o perfume e saí desse quarto. Com a minha cabeça entorpecida como se eu tivesse me dopado, e simultaneamente voltando a funcionar, como parou depois daquela madrugada que esse filho da p**a apareceu no meu bairro. Eu desço as escadas, curiosa para saber, como é porque nenhuma das mil e uma pessoas dessa mansão desceram após terem escutado os três tiros que o Alexander deu, assim que chegou. Eu vejo o Jake parado no final das escadas me observando, e eu decido ignorar a cara deformada dele. Uma bela obra de arte que eu fiz, mas se eu olhar por mais tempo que o devido, eu vou acabar por fazê-lo pagar pelas cobras, e oh, eu não serei discreta o suficiente se o fizer aqui. Eu ia passar por ele o ignorando, mas o atrevido encaixa a sua mão no meu braço, e eu inspiro fundo, torcendo o meu pescoço, sem fazer questão de olhar para ele. - Você não cansa de causar problemas, não é? - ele questiona falando baixo e eu sorrio. - Se tivesse sido esperta teria deixado que as cobras picassem você mais vezes, elas foram simpáticas com você, mais simpáticas do que alguma vez o Alexander e qualquer outro m****o dessa família será com você. - ele fala e eu faço uma careta debochada olhando para ele. - Zzzzz. - eu imito o som das cobras levando as minhas unhas para a cara dele e ele afasta-se minimamente me observando confuso e talvez um pouco assustado e eu sorrio. - É… - eu falo assentindo positivamente e sorrindo debochadamente para ele. - Eu sou bem menos simpática que qualquer um deles, Jake. - eu falo olhando nos olhos dele, e ele morde o seu maxilar. - Agora com veneno de uma cobra no meu sistema, você devia ter mais cuidado ainda, você precisa proteger o seu dono e não pode fazê-lo, com os seus órgãos fora do seu corpo, não é mesmo? - eu o questiono me aproximando dele e olhando para o lado, arfando de raiva, e retirando a sua mão do meu braço ele se afasta e eu sorrio. Homens… Não merecem misericórdia e nem compaixão. - Não vejo a hora de acabar logo com você… - eu murmuro comigo mesma saindo dali e caminhando até a sala. Idiotas. Estão todos aqui com exceção do Salvatore. Eu fico feliz de não ter de olhar para o rosto horrível dele, de imediato, mas o facto das suas aparições serem visivelmente estratégicas está coçando os meus neurônios e está mais do que na hora de eu descobrir isso. Eu acho que voltei para os meus sensos, o suficiente, para ignorar esse filho da p**a e o mostrar que eu não preciso de ninguém faz tempo para merda nenhuma, e não preciso dele agora, para fazer o que o meu coração mais quer. Trata-se da mulher que eu chamava de mãe até uns dias atrás, eu não sei quais são as razões exatas dele para p***a nenhuma, e também não me importo. Eu me limitarei apenas em fazer o que sempre fiz, fazer o que eu quero, o que a minha consciência sempre me guiou a fazer. Morrer… desde que eu esteja morta depois de enterrar cada um deles e me vingar pelo meu pai, nem que seja ao mesmo tempo, por mim tudo bem. Assim que notam a minha presença a sua atenção desse volta para mim, inclusive o olhar gélido e indiferente do Alexander: A Kassandra desceu o seu olhar para a minha mão direita que está enfaixada, e depois dela, eles olharam curiosos, enquanto eu os ofereci um sorriso, caminhando até a Ginevra para a dar dois beijinhos no rosto, coisa que a fez sorrir. - Bom dia! - eu falo para todos, passando para saudar a Kassandra que me encara com um sorriso vazio, confuso. - Bom dia! - eles respondem com um tom mais animado. Eu faço questão de engolir a minha repulsa e encostar a minha bochecha no rosto dessa v***a traidora que infelizmente me pariu e isso surpreendeu-a e eu a ignorei, tal como ignoro o olhar obviamente confuso e surpreso dele, disfarçado pela sua indiferença. Eu vou a engessada que ficou meio assustada, mas eu prossigo com isso, eu esfrego o meu rosto depois, eu fiquei submersa por cobras subindo pela minha perna, e elas não tem muita diferença com eles. Eu engulo a minha repulsa ao fingir um abraço rápido com ele, e rapidamente passo para o Leonardo, que sorri. Argh… - Alguém despertou animada. - a Clarisse comenta, me observando e o meu coração falha. “Alguém despertou animada!” Ela falava isso o tempo todo quando eu acordava mais cedo que o meu alarme para alguma atividade, e a maioria das vezes ela falava isso estando na cozinha com um sorriso, naquela época eu era extremamente energética… Antes da minha alma ter se dissociado de mim, depois daquele dia. E a minha cabeça entra em atrito com essas imagens falhando e combatendo com o que veridicamente é a realidade. Eu engulo a minha frustração, nojo e indignação com um sorriso falso retribuindo o comentário dela, me sentando do lado do Alexander, ignorando o olhar dele e como o meu corpo simplesmente reage. - O que houve com a sua mão, foi a mesa? - a Chiben questiona observando-a e não é só ela que está curiosa. Então eu finjo um sorriso sem graça. - Foi. - eu afirmo de forma sugestiva. - Eu me questiono o que podiam estar a fazer a ponto daquela mesa simplesmente cair. - a Clarisse comenta. - E porque isso seria da sua conta? - a Kassandra a questiona de forma ousada. - Eu também estou curioso. - o i****a do Stefano diz, me encarando de forma sugestiva e eu sorrio, tal mãe, tal filho. - Se passaram apenas dois dias, três dias, e eu estou começando a ficar preocupado. - ele fala para provocar o Alexander, e antes mesmo que o irmão responda, eu faço, agindo da forma mais inocente existente. - Eu não sei o que você está a sugerir, Stefano, mas as suas insinuações estão me deixando desconfortável. - eu falo fingindo inocência. - Não aja como se fosse algo demais o meu esposo questionar o que todos aqui estão a pensar, não é normal que uma mesa daquelas simplesmente caia. - a Chiben diz e eu dou de ombros. - Bem, infelizmente um acidente aconteceu. - eu falo. - Eu estava apenas me divertindo com o meu… esposo. - ewww. - E o acidente aconteceu, eu não sabia que eu devia dar satisfações a vocês. - eu falo atuando. - Não deve. - a Ginevra diz nos observando, e todas elas estão com os rostos vermelhos, e o Leonardo com o sorriso mais largo e sugestivo que eu já vi. - Está tudo bem, esse tipo de acidentes acontecem, querida. - a Ginevra fala tentando acalmar a situação de forma dócil, quando nem parece que ontem ela fez e falou as coisas mais absurdas que eu já vi. - E bem, é meio ferrado você achar que o seu irmão faria algo de m*l comigo, não? - eu continuo pisando na tecla e eu vejo ele fechar o rosto. - Não o ligue, o Stefano é meio invejoso. - o Leonardo diz para mim e a Chiben revira os olhos, enquanto o rosto da Clarisse fecha. - Cale a boca, Leonardo. - o mesmo diz, e eu finjo demência, sentindo o Alexander me assistir, e eu tento ignorar o facto de que eu estou a sentir a minha pele queimar com o olhar dele. - E como está a sua mão? - a Kassandra questiona-me. - Bem, não foi nada grave. - eu estou habituada. Ela assente, e eles se entreolham. - Ah, a senhora vai sair hoje com a Natalie? - eu a questiono e ela sorri, aparentemente entusiasmada com a minha curiosidade. - Sim, gostaria de vir? - ela convida e eu sorrio. - Será um prazer. - eu digo-lhe e ela sorri. - Eu não acho que seja uma boa ideia. - o Alexander diz, e eu já sabia que isso viria. Ele não vai me soltar tão facilmente, não é? Eu levanto o meu olhar para ele me fingindo intrigada com a sua resposta. - Ah, e porquê Alexander? - a Kassandra questiona. - Caso tenha se esquecido, é suposto estar de recuperação, Ella. - ele diz, olhando nos meus olhos, e eu não faço a mínima questão de desviar. - Mas eu estou ótima. - eu falo. - Pela sua animação, parece mesmo. - a Chiben diz. - Não devia se preocupar tanto, Alê. - ela diz para ele. - É. - eu afirmo voltando a olhar para ele. - Eu estou perfeita, e um pouco entediada. - eu falo e eu vejo o seu olhar gélido receber um vestígio de irritação. - Nós sairemos essa noite, com o Leonardo e a Natalie, eu não quero que se canse. - uma nova informação, interessante. - E eu não sabia de nada? - a Chiben questiona ultrajada. - Até onde é sabido por nós, você está engessada, não, Chiben? - a Ginevra a questiona visivelmente sem paciência. - Eu irei retirar o gesso hoje. - ela responde, e ninguém liga. - Eu ficarei bem, não se preocupe. - eu falo recebendo um olhar que cativou a minha alma em questão de segundos, mas eu ignorei. - Ótimo, um dos motoristas levará você diretamente para a loja. - ela diz e eu assinto. - Tudo bem. - eu afirmo. - E quanto a invasão hoje de madrugada. - a Clarisse diz. - Acha que realmente seja prudente que saiam, essa noite? - ela questiona para o Alexander que se levanta. - Não acha que ficaremos trancados nessa mansão para sempre, por causa dos Marconi? - o Leonardo questiona retoricamente e imediatamente o clima fica tenso, enquanto todos olham para ele como se ele tivesse falado algo que eu não devia saber. - Oh! - eu exclamo, me levantando também. - Eu estava acordada ontem, e também escutei o que aconteceu. - eu afirmo, me dando conta que ele fez isso tudo se fazer passar por alguma invasão que envolvia os Marconi, e não o James. Ele não fez isso para safar a minha pele obviamente e sim a dele, mas boa… - Eu sei o que se passa. - eu afirmo para eles inocentemente e eu consigo sentir o Alexander perder a cabeça, enquanto eles assentem se entreolhando aliviados porém, não tão confortáveis. - Oh, ótimo. - a Clarisse diz sorrindo. - Espero que aja de forma consciente e se recuse a sair. - ela fala e eu franzo o cenho. - E eu preciso que repense antes de falar qualquer merda para a Ella, Clarisse. - o Alexander diz e eu suspiro fundo, vendo todos os outros se levantarem. - A mansão foi invadida por causa das suas ações, e vocês pretendem sair daqui, como se… - obviamente querem acerto de contas. - Tudo começou devido à incompetência do seu filho. - ele fala. - Devia começar a colocá-lo no lugar dele e ficar quieta quando não o consegue fazer. - o Alexander diz, de forma rude, e o rosto dela fica a cara de um tomate, enquanto eu caminho, sentindo o meu cérebro funcionar como sempre. Eu acho que eu não estou tão a mercê dessa família quanto eu achava. - Para onde nós vamos? - eu questiono, fingindo estar animada para o Leonardo. - Eu espero que goste de dançar, cunhadinha. - ele diz e eu o ofereço o mínimo dos sorrisos. Bem, eu tinha coisas mais importantes para fazer do que dançar, mas uma balada me parece o local perfeito para muitas das coisas planejadas na minha cabeça. - Eu adoro. - eu pontuo sorrindo e sinto o Alexander olhar para mim de soslaio e eu sorrio mais com a sua indignação.
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