Capítulo 18

1194 Words
ELLA. Eu inspiro fundo olhando para a parede, e sentindo uma vontade imensa de gritar. O meu coração está descompassado, e o meu corpo arrepiado. - Que merda… - eu murmuro indignada, me virando para eles, ainda me segurando a árvore e ele está ali. O meu sangue ferve de raiva ao vê-lo. Ele está literalmente vestido como um noivo, e humn… o terno assentou perfeitamente nele. O seu rosto… Ele parece a personificação de um deus, o deus em questão na minha opinião seria o Poseidon, ele não tem nada de bom, porém, ele possui uma beleza irritante, irreal, que é difícil acreditar que ele tem os genes físicos daquele monstro, porque de personalidade, é mais do que óbvio. Os seus olhos azuis intensos, observam-me num misto de irritação e sarcasmo. O seu fiel cão de guarda está um passo atrás dele, me encarando com raiva e uma arma apontada na minha direção, com os outros homens atrás deles. Eu respiro fundo discretamente, sem saber o que será mais humilhante, eu tentar alcançar a berma de um murro há literalmente um metro de distância do topo dessa árvore e levar um tiro pelas costas, ou descer ramo por ramo, com as armas do filho de assassino do meu pai apontadas para mim. Não existe melhor opção, eu cheguei a essa triste e humilhante conclusão. - Veja só, ela é uma selvagem… - eu ouço o Jake comentar, me observando horrorizado atrás do seu dono e eu suspiro descendo. Eu não tenho outra opção, mesmo por dentro soltando um grito que ensurdece até a minha raiva. - Achei que fosse mais inteligente que isso, Bourne. - o Riina fala e eu inspiro fundo quando os meus pés encontram o chão. - Qual dos seus amigos eu devo mandar para a cova primeiro? - ele diz e um dos seus homens vem com um iPad exibindo imagens de todos eles. O Kaio, a Heyoon, o James… o James parece estar bem, e a senhorita Soo. Eu sinto o meu coração ameaçar cair. Eles estão os monitorando, como se fossem presas, como se fossem alvos prestes a serem acertos por um dardo. E tudo por minha culpa. Eu levanto o meu olhar com toda a minha raiva concentrada nos meus olhos e ele me observa. - Eu mato o filho do Smith, o filho do amiguinho do seu pai, e entrego o corpo do filho a ele ou o da japonesinha a sua mãe? - ele questiona irônico. - Não me parece que o seu amiguinho ferido deixará alguém preocupado com o seu sumiço. - respire Ella, apenas respire. - Eu me questiono porque insiste em me deixar viva, depois disso, Alexander. - eu falo e ele sorri. - Realmente acha que eu simplesmente matarei uma pequena e inconsciente rebelde, que ousou apontar uma arma para quem não devia, sem que ela pagasse, lentamente. - ele questiona como se isso fosse um absurdo. Como eu o odeio. - Humn… - eu murmuro sorrindo e esfregando a minha mão uma na outra, para tirar a sujeira que peguei nos ramos. - Você acha que é capaz de fazer-me pagar por alguma coisa? - eu questiono-o e ele não retira o pequeno sorriso do seu rosto. - Não só eu sou capaz, como irei fazê-lo. - ele fala. - Levem a moça. - ele ordena para um dos homens que no mesmo instante pega no celular. - NÃO! - eu grito sentindo o meu coração agitar-se, e o medo tomar-me completamente. - Não faça isso. - eu peço caminhando até ele e ele não parece ligar, que eu esteja literalmente pedindo alguma coisa para ele. Mas eu imploro se for necessário. - Eu suplico para você, não toque nela. - eu falo arrastando os meus olhos nos seus, frios e impiedosos, em suplica, e a única coisa que ele faz é olhar para o Jake, que pega no meu braço e me puxa. - Me solta! - eu grito tentando desenvencilhar-me do seu aperto, e eu sinto o metal gelado na minha têmpora. - Você vai querer permanecer calada agora, mocinha. - ele diz, falando com a sua voz num tom baixo, encaixando o seu indicador no gatilho. Maldição, maldição, maldição… Eles fazem-me entrar por uma porta traseira, e eu consigo sentir a presença desse demônio atrás de mim. Eu escuto música enquanto sou forçada a subir as escadas, e eu só consigo pensar na Heyoon. Eu juro, que eu aniquilarei essa família se ele realmente tocar num só fio de cabelo da Heyoon que seja, ou eu não me chamo Ella. Os guardas que com os olhos arregalados de medo ao ver o filho da mãe atrás de mim, abrem a porta e o cão de guarda lança-me para dentro do quarto em que fugi. E por sorte, eu não caí ao chão. Esse seria o cúmulo da humilhação, eu não pretendo me ajoelhar para nenhum Riina. Nem por cima do meu cadáver. - Oh, céus! - a moça que estava aqui antes exclama, me observando de cima abaixo com os olhos arregalados. - O que fez? - ela questiona indignada e levanta o seu olhar para o Riina horrorizada. O seu rosto instantaneamente ruboriza e ela assente saindo do quarto de cabeça cabisbaixa, e fecham a porta logo atrás da mesma. - Eu puniria você nesse momento, mas eu não pretendo perder mais do meu tempo com isso. - a sua voz soa como nada nos meus ouvidos, a minha mente está completamente perdida com a possibilidade de que eles podem fazer algo com a Heyoon, e eu simplesmente não consigo, eu não tenho como fazer p***a nenhuma sendo que eu causei tudo isso. - Eu não quero que toque nela. - eu repito o encarando nos olhos. - Você acha que tem algum querer por aqui? - o tal de Jake questiona e eu levo o meu olhar furiosa até ele. Ele já me irritou o bastante, eu cuidarei dele… quando me certificar que nenhum dos meus amigos morrerá por minha causa. - Comporte-se e faça o que foi combinado, não vai quer ver-me irritado, Bourne. - o seu tom de ameaça, inexplicavelmente me intimidou. Não era suposto eu sentir-me intimidada por alguém como ele. Deve ser porque eu tenho medo que alguma coisa aconteça com a minha amiga, e por minha causa. Ele tem tudo o que me deixa vulnerável e tornou toda a minha vida mais fácil não estalar dos seus dedos. O filho do assassino do meu pai tem a minha vida e de todos que eu amo na palma da sua mão. Encurralada, eu assisto os dois saírem do quarto e no mesmo instante todos os homens e a moça entrarem no quarto novamente. Os gritos dela foram abafados pelas vozes na minha cabeça. O aperto que sinto no meu peito, faz-me sentir a mesma sensação de impotência que tive quando vi o meu pai ser morto diante dos meus olhos. A minha mente escuta vozes como se eu tivesse me drogado e agora estivesse alucinando, e os meus ouvidos, escutam como se estivessem debaixo de água. O que eu faço?
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