ELLA

Capítulo 17

ELLA.

Os meus olhos passeiam por esse quarto, e o meu coração falha, literalmente.

Maquiagem, toda uma equipa de casamento não confiável aqui.

Tem seguranças aqui dentro também, armados, não é como se eu pudesse ameaçá-los a todos e sair em pune agora.

- As minhas felicidades, senhorita. - uma das moças diz segurando um robe. - O seu banho está pronto. - ela fala e eu franzo o cenho.

Ah-ah...

O que esse filho de mafioso quer com tudo isso?

Qual é o plano que ele achou na cabeça dele?

Eu olho para o robe e suspiro fundo.

Eu posso ir à casa de banho, nua, ninguém deve estar lá, pois não?

Eu pego no robe e ela vem logo atrás de mim e eu inspiro frustrada, silenciosamente.

A casa de banho é enorme, e tem uma banheira toda preparada na minha frente.

Os meus olhos circulam pelo lugar e aqui tem uma sacada, e por que razão tem uma justamente numa casa de banho me é desconhecida.

Eu afino discretamente o meu olhar até a fechadura e aparenta que ela esteja trancada, a minha curiosidade é saber para que lado ela está.

- Vai ficar aqui? - eu questiono para a moça, que facilmente retirou o seu sorriso do rosto e levantou discretamente a arma do bolso das suas jeans, e eu inspiro fundo revirando os olhos.

- Eu vou. - ela fala e eu assinto, pensando no que irei fazer.

Eu deixo-me ser arrumada por eles e eles sairão, pois não?

Daí eu tento escapar daqui.

Eu tenho de conseguir, nem por cima do meu cadáver eu ficarei na presença desses filhos da mãe e ainda assinarei uma certidão de casamento com aquele mafioso.

Eu estou nauseada só de estar aqui.

Antes que eu receba ordens dessa mulher, eu tiro a minha roupa, na sua frente e o seu olhar me acompanha minuciosamente.

Idiota.

Eu entro na banheira, e ela aproxima-se.

- O que está a fazer? - eu questiono quando a sua mão toca no meu ombro.

- Eu vou ajudá-la. - ela fala e eu fecho os olhos procurando manter o controle.

Não dá para arriscar ser morta e ainda por cima nua por aqui.

Ela fica esfoliando a minha pele e eu a deixo, fico apenas arquitetando o meu caminho para fora daqui.

Terminado, o meu cabelo foi lavado, e uma lingerie me foi dada.

Eu me questiono o que eles estão achando para me dar uma coisa dessas?

Sem muita alternativa de roupa interior eu vesti isso, o robe e depois adentramos no quarto novamente.

- Tem algum pedido de como gostaria o seu penteado? - o moço questiona e eu encaro-o através do espelho.

- Eu penso que vocês receberam ordens para isso também. - eu falo e os seus falsos sorrisos minimizam. - Terminem logo. - eu falo sem paciência.

E eles fazem o que lhes foi ordenado.

Os meus dedos, tanto dos pés, quanto os das mãos, estão a ser pintados, enquanto o meu cabelo está a ser puxado e o meu rosto pintado.

Pelo amor de Deus.

Quanto mais eu me olhava nos espelho, mais decepcionada eu fico comigo mesma, e mais o meu coração dói.

O meu pai não gostaria de absolutamente nada do que está a acontecer aqui.

Nada!

Que raiva!

Eu ouço barulho lá fora e eu tenho a sensação de que quem sejam os convidados dessa palhaçada, eles chegaram, o que significa uma coisa, que eles também já estão aqui.

E isso é tudo o que eu menos queria.

- Devemos apressar-nos. - a mulher que me acompanhou até a casa de banho diz observando o seu relógio, enquanto eu me levanto, literalmente acabando com a minha cabeça, procurando uma escapatória.

Entramos no closet e os outros já tiravam o vestido do manequim.

Eu senti o meu coração literalmente sair do lugar e cair num buraco n***o quando o vi, a minha cabeça ganha uma anestesia temporária e os meus ouvidos são incapazes de escutar o que falam.

O meu corpo fica arrepiado e eu só pondero controlar a minha respiração e não demonstrar o estado em que eu estou.

ELLA.

Delicada e cuidadosamente eles vestem-me a porcaria desse vestido, que tal como as roupas que o cão de guarda do Alexander trouxe, serviram.

Eu questiono-me como eles sabem das minhas medidas, porque não existe uma filha sequer.

- Está deslumbrante. - eu ouço eles comentarem e eu não faço nem sequer a mínima questão de me olhar ao espelho, enquanto eu sou posta nesses saltos, e eu inspiro fundo saindo de lá assim que eles concluem.

- O senhor Jake a virá buscar quando for a hora, tenha um belo dia. - a mulher fala e eu limito em observa-lá apenas.

Como pode uma mulher fazer isso, e ajudar a outra a ser cativa por essas pessoas.

Ela sai, seguida dos outros e fico apenas com os homens desses desgraçados parados na porta feito estátuas.

Ótimo.

Eu tenho como sair daqui ainda, antes que aquele cão não vacinado venha para cá.

Não pela porta, obviamente, mas do banheiro eu devo conseguir.

Eu caminho como quem não quer nada para a casa de banho e nenhum deles me impede.

Provavelmente é porque eles têm noção que para além da sacada, estar fechada, a altura daqui para baixo, é considerável.

Eu não tenho medo de altura.

Eu tranco a porta e retiro um dos inúmeros ganchos colocados para prender a maldição desse véu.

- Ah… - eu suspiro frustrada, retirando o véu de metros, também, deixando-o no chão, e eu vou até a fechadura.

- Humn… - eu balbucio, afinando os meus olhos e ajoelhando-me no chão para enfiar o ganho na pequena a******a da fechadura.

Click.

- … - eu sorrio silenciosamente, abrindo as portas de vidro, e entro na sacada.

Os meus olhos observam o imenso jardim, essa parte é traseira.

Caminho para o lado esquerdo da sacada para observar o que tem por detrás desse murro, e parece ser outro terreno, mas quem liga?

Tem algumas árvores cheias de flores cor de rosa, aparentam serem cerejeiras, eu devo conseguir subir elas e saltar para o outro lado.

O importante agora é descer antes que alguém entre.

Eu entro passeando o meu olhar de cima a baixo pelo banheiro a procura de alguma coisa e corro para os armários.

Lençóis.

- Humn… - eu murmuro os tirando a todos do armário. - Velho, mas bom truque. - eu falo sozinha abrindo-os o mais rápido que consigo com a p***a desse vestido.

Abrir os lençóis consegue deixar-me mais ofegante que correr uma maratona.

- Aff… - eu arfo silenciosamente, começando a atar um ao outro.

Batem na porta assim que eu termino de verificar os nós.

- Senhorita? - uma voz gutural do outro lado da porta soa e eu levanto-me indo até a pia, abrindo a torneira.

- O que foi? - eu questiono.

- Precisa de ajuda? - bem, ele não é tão bruto quanto os que estavam naquele apartamento.

- Não, eu estou apenas enjoada, eu já vou sair. - eu invento, deixando a água cair, e vou até a sacada.

- Que merda. - eu balbucio afastando a saia desse vestido do meu campo de visão, enquanto amarro a barra de ferro, que compõe o parapeito dessa sacada, e sem pensar duas vezes, coloquei os meus pés um por um para o lado de fora da sacada e alcancei a minha corda de lençóis.

Ela obviamente não chegou até ao chão, mas eu consigo saltar e não morrer.

Eu desço e assim que chego ao fim, eu salto para a relva, ofegante.

- Argh… - eu gemo de dor quando sinto o meu pé entortar. - Que merda! - eu exclamo vendo que o salto partiu-se.

Eu elevo o meu pé, e quebro na totalidade o salto atirando-o, para um canto e faço o mesmo com o outro.

- Além de serem desconfortáveis, são de má qualidade. - eu murmuro chegando à árvore bem próxima ao murro.

Esse murro é extremamente alto, mas eu preciso sair daqui.

Eu encaixo a minha mão num ramo, e pouso o pé no tronco, e avanço, seria tudo menos complicado se eu não estivesse com esse vestido.

- p***a… - a maldição do vestido prendeu no ramo.

Sem pensar duas vezes eu r***o o tecido e continuo a trepar a árvore e quando chego no topo, não consigo alcançar a barra do murro ainda.

Eu estou ofegante e sentindo calor e sentindo o meu coração acelerar mais que o devido, porque eu não sei se já não descobriram que eu não estou com náuseas nenhumas.

Olho para o lado a procura de alguma coisa que eu possa alcançar quando a minha nuca fica arrepiada, e o meu corpo paralisa, quando a voz gutural que os meus ouvidos reconheceram na hora.

- Para onde acha que vai, Robin Hood? - a potência e masculinidade da sua voz, soa num tom sarcástico, acompanhado do barulho de trave de segurança de armas atrás de mim, e eu mordo os meus lábios para não gritar de frustração.

Merda!