Capítulo 36

1643 Words
Alexander "Il Duce" Riina. Nada mudou. Nada mudou desde a época que aquela p**a e o bastardo dela chegaram nas nossas vidas. Continua tudo a mesma merda. Eles querendo ocupar um lugar que não lhes pertence, e nós sendo obrigados a aceitar um absurdo desses, com a justificativa mais esfarrapada existente. O Leonardo, sempre foi mais obediente, esse lado, de forma penosa, eu sei que ele levou da Kassandra, e é onde eu descobri que eu sou mais parecido com o Salvatore, nesse quesito. "Eu levantei-me de madrugada, sem sono e desci as escadas para comer alguma coisa na cozinha, todos os empregados com certeza já estão a dormir. Gritos, gemidos, respiração pesada. São sons do qual eu estou familiarizado, e com certeza não me importaria se eu não reconhecesse a voz da minha mãe por debaixo da do meu pai, sons vindos do seu escritório. Uma coisa é ele tocar em qualquer outra pessoa, outra, completamente diferente, é ele tocar na minha mãe. Eu caminho até lá, com receio de que ele realmente esteja levantando a voz para ela. Ninguém levanta a voz para ela, nem ele mesmo, e isso só começou por causa daquela p**a que chegou aqui, e aparentemente mexeu com a merda dos neurônios dele. - Não complique as coisas, Kassandra... - a sua voz é ameaçadora e baixa. - Se você quiser viver, e cuidar dos seus filhos, você irá aceitar a Clarisse, ou eu devolverei a sua cabeça para a merda da sua família! - ele diz e foi nesse momento que abri a porta, e se eu fiquei fulo com o que eu ouvi, os meus olhos, virão a merda da arma dele, na boca da minha mãe. A arma na sua boca a fazia calar e chorar silenciosamente, os seus olhos estão semicerrados de medo, e ela é a Kassandra Riina, herdeira de Bratva, ela não devia estar assim. A mão do Salvatore está no seu pescoço, e raiva é o que o seu olhar transmite, é algo comum. Apenas não, quando ele olha para a minha mãe. Ela está pálida e o seu indicador está no gatilho. E a minha única reação é sorrir, sorrir de nojo, de desgosto e de raiva chamando a atenção deles. - Toda essa merda, por causa de uma p**a de merda, Salvatore? - eu o questiono fechando a porta atrás de mim. E a minha mãe que estava quieta rebate-se silenciosamente, como quem me manda sair. E ele me olha inspirando fundo e frustrado. - O que faz aqui? E com quem pensa que está a falar desse jeito, rapaz? - ele questiona sem ter a mínima decência de retirar a arma de dentro da boca da minha mãe, que a faz engasgar. - Com você. - eu pontuo, com uma vontade imensa de rebentar com a cabeça dele nesse momento, uma sensação diferente e demasiado forte para sentir pelo meu próprio pai, mas ele simplesmente despertou isso em mim, e oh, ele deveria ter medo. - Vai soltar ou não a minha mãe? - eu questiono-o e eu o vejo confuso, talvez um pouco assustado, apenas um pouco. Fim ao cabo, eu sou o filho dele, ele e todos os outros devem ter medo de mim. - Saia daqui. - ele ordena, e de raiva que eu não sei conter, eu jogo a merda da decoração de vidro do lado da porta e a mando para o chão assistindo tudo se estilhaçar. - Você a mata aqui e agora, e eu... - com um pedaço de vidro que peguei corto a palma da minha mão, para amenizar a vontade imensa que eu estou de fazer o proibido, rebentar com a cara dele. - Vou matar o Leonardo, e depois atiro em mim mesma, e gostaria de ver se o bastardo que você trouxe poderá assumir a merda do seu lugar. - eu falo nervoso, dilacerando lentamente a palma da minha mão, para não levar esse pedaço de vidro para o seu pescoço. Aparentemente, isso o atormentou o bastante para retirar a arma de dentro da boca da minha mão, e retirar a mão do seu pescoço, onde desesperadamente ela procura por ar. - Ah... - eu murmuro o observando. - Bastardos não tem lugar nessa porcaria, pois não, Salvatore? - eu o questiono nervoso. - Alexander... - a minha mãe fala atordoada vindo, m*l se mantendo em pé, quando o meu pai veio até mim, com pretensão de arrancar o pedaço de vidro da minha mão e agindo por impulsividade, eu perfurei a sua mão antes dele conseguir tirar o pedaço da minha mão. - Que merda você está a fazer? - ele questiona frustrado e eu levo os meus olhos até aos dele sentindo os meus músculos tensionarem de raiva pelo meu próprio pai. - Jamais faça isso outra vez! - e ele acha que pode mandar em mim. - Coloque as suas mãos na minha mãe outra vez e eu mostrarei ao senhor o que eu posso fazer. - eu falo, peitando o homem que aterroriza todo o mundo sem medo nenhum. - Alexander... - ele tenta falar comigo, e eu observo os vidros nos meus pés com o meu sangue pingando neles. - Venha, querido. - a minha mãe diz, me puxando para fora do escritório, e um grunhido do meu pai, ecoa pelo corredor. Fúria. Até agora eu não tinha sentido esse sentimento nesse nível de intensidade. Não pelo meu próprio pai. - Dói? - eu ouço a minha mãe questionar enquanto passa álcool nos cortes que fiz e eu levanto o meu olhar para os dela. - Não. - eu a respondo ainda a observando. - Não faça mais isso, Alexander. - ela fala com o mesmo tom que devia ter falado com o meu pai. - Eu deveria ter deixado que ele rebentasse a sua cabeça por causa de uma mulher que veio, de sei lá onde e trouxe aquele menino que ele chama de filho? - eu questiono-lhe indignado e ela suspira. - O seu pai não me mataria, Alexander. - ela afirma e eu arqueio as minhas sobrancelhas a observando. - Pois, foi isso que pareceu. - eu falo e ela desvia o seu olhar do meu, enfaixando a minha mão. - Eu não entendo como pode permitir uma coisa dessas, mamãe, por que não liga para o vovô? Porque a senhora permitiu que ele trouxesse aqueles dois para cá? - eu questiono e pela segunda vez, hoje, por todos os meus doze anos, eu vi os seus olhos azuis serem preenchidos de lágrimas. - Pare com isso, Alexander! - ela exclama irritada. - Eu sei o que eu faço e esse assunto é entre mim e o seu pai, eu não quero que se intrometa mais nisso. - ela exige e eu afasto-me dela. - Claro que sabe, quer saber... - eu falo saindo da sua casa de banho. - Vá para lá e deixe ele rebentar com a sua cabeça. - eu falo nervoso caminhando até a porta, frustrado. - Alexander. - ela chama-me e eu só quero que ela cale a boca e fecho a porta do seu quarto atrás de mim. A falta de vontade de me cruzar com o meu pai, ou com os interesseiros que ele trouxe para cá, frustrado, eu subi novamente para o meu quarto. E a imagem que eu vi no escritório, me atormenta tanto, que eu quebrei a regra, e simplesmente chorei, mas de raiva. Ele já rebentou a cabeça de outros na minha frente, e eu fiz o mesmo ensinado por ele, tem uns dois anos atrás, quando eu devia ter nove ou dez anos, e eu sei que é assim que ele fica quando tem pretensão de realmente puxar o gatilho. Ele ia explodir com a cabeça da minha mãe? Na nossa casa? E ainda por causa de uma mulher claramente invejosa, interesseira, e aquele bastardo que ela trouxe. QUE RAIVA." Eu não pude matar o bastardo e a p**a de diversão do meu pai, por motivos, meio óbvios, como regras que jamais devem ser quebradas. Mas bem, o plano dela deixou rastros, rastro esse que ela devia ter se certificado de sumir antes que viesse para fazer aquilo que eu não posso fazer. Ela é filha dela, e de igual forma eu a detesto, mas ao menos ela será útil antes de pagar por ser tão intrometida como a mãe. - Para onde está me levando? - ela questiona, fazendo-me suspirar procurando paciência. Ela não teme pela própria vida, pois não? - Retire os seus pés do painel do meu carro. - eu a ordeno, e ela nem sequer se move. A audácia dela é intrigante, e tão irritante. - Oh, os meus pés conseguem ser mais atraentes do que olhar para a sua cara, devia estar agradecido, tem quem pagaria por eles. - ela fala sarcástica referindo-se ao que eu disse mais cedo, e eu sorrio com a sua ousadia. É um belo par de pés. - Se quiser os manter junto às suas pernas é melhor que não me faça repetir. - eu a aviso. - Se quiser que eu as tire, me devolva o meu carro, Riina. - ela fala e eu riu, tirando os pés dela do painel. - O que mais quer? Quer que eu deixe você naquele bairro horrível a que você pertence, quer que eu atire na cabeça do meu pai, para completar o que falhou, Bourne? - eu questiono-a retoricamente e sem nem sequer olhar para a cara dela eu vejo ela rolar os olhos. - Saiba que lugar você ocupa, e não me irrite. - eu pontuo exausto. Surpreendentemente, ela não revidou, e não fez questão o caminho inteiro, incomum para o que se espera dela, porém, com a boquinha dela fechada, ela fica até suportável.
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