ELLA.
Calma.
Eu estou calma...
Eu estou calma...
Eu estou calma...
Eu repito isso internamente.
Quando eu tinha seis anos, perto do meu sétimo aniversário, o meu pai me soltou na trajetória que ele fazia comigo todos os dias, e insistia que se alguma coisa acontecesse com ele, eu deveria seguir o mesmo caminho.
Mas daquela vez, era diferente.
"Nós não estávamos na nossa antiga casa, nós estávamos na casa nova!
Pois o meu pai, quis se distanciar de toda a história das suas investigações e a minha mãe queria mais calmaria.
Então ele comprou uma casa, num lugar distante, onde eu não precisava mais andar com tantos seguranças na minha cola.
Ele deixou-me, e disse que me encontraria do outro lado.
Mais um dia que a minha mãe estava ocupada com a decoração da nova casa e eu estava apenas com o meu pai, que me obrigou a sair do lugar novo, que eu m*l conheço, e chegar até o outro ponto, que são inúmeros quilômetros de distância.
Fique calma, era o que ele sempre dizia quando ou eu ficava com medo, ou quando ficava nervosa por não conseguir fazer algo.
Eu repeti isso comigo o caminho inteiro, com muito medo de me perder, exausta, mas não podendo parar, pois não tinha ninguém que pudesse levar-me para casa ou ao meu pai.
Ele me proibiu de falar ou me aproximar de qualquer outra pessoa que não sejam pessoas selecionadas a dedo por ele.
Eu cheguei lá, exasperada.
Extremamente assustada e exausta, quando eu vi o meu pai, e chorei de alívio e de desentendimento do porquê ele faz isso comigo.
Nenhum dos meus amigos fazem isso com os pais, eu sei que o meu pai é diferente dos outros pais, mas o pai do Kaio é igual ao meu, e nem uma corrida ele consegue ganhar.
- Por que choras, filha? - ele questiona quando eu soluço assim que chego, e ele acaricia os meus cabelos da mesma forma delicada e carinhosa que só ele sabe fazer.
- Eu... eu fiquei com muito medo. - eu choro, pois eu tive medo de não conseguir, e de errar, e consequentemente não vê-lo nunca mais se eu me perdesse.
- Não precisa ter medo, Ella. - ele diz limpando o meu rosto com os seus polegares, sorrindo para mim docilmente.
- Eu achei que ia me perder e jamais viria o senhor, papai. - eu falo inconsolável e ele abre ainda mais o seu sorriso.
- Mas a minha filha jamais se perderá. - ele afirma e eu não tenho tanta certeza. - Sabe por quê? - ele questiona e eu abano a cabeça negativamente. - Pois, você sabe o caminho, e tem conhecimento de tudo que deve saber, e ao ter conhecimento, Ella, por mais assustadas que as pessoas estejam, elas fazem aquilo que sabem que devem fazer. - ele fala, me encarando com os seus bonitos olhos.
- O segredo para deixar o cérebro guiar-nos, é a? - ele questiona, e eu inspiro fundo.
- A calma. - foi isso que eu o respondi e o que ele sempre me ensinou."
- Ella! - eu ouço a voz da avó deles me chamar, e eu desenvencilho-me do meu transe.
Ainda nervosa, eu levo o meu olhar para a mesma.
- Senhora. - eu falo.
- Não tocou na comida. - ela afirma e eu desço o meu olhar para o prato que nem sequer vi que foi colocado na minha frente. - Algum problema? A nossa refeição não lhe agrada? - ela questiona, me observando, e eu tento controlar a minha perna que mexe incontrolavelmente debaixo da mesa.
Nada aqui me agrada.
- Não. - eu falo tentando formular uma resposta menos agressiva, quando eu sinto uma mão deslizar lascivamente pela minha perna, e o meu rosto queima...
A mão do Alexander deslizou de forma completamente inconveniente a parte interna da minha coxa, fazendo a minha respiração trancar, levar a minha mão para debaixo da mesa, empurrando a mão dele para longe de mim, tentando manter o meu olhar na Ginevra.
Ele retira e eu pigarreo procurando me acalmar.
- Eu estou apenas um pouco indisposta, senhora Ginevra. - eu respondo-a e ela me observa por um momento, e depois abre um sorrisinho.
- Não me diga que está grávida, querida? - ela questiona e o meu coração falha.
Eu hein!
- Não, claro que não. - eu afirmo.
- Porque afirma com tanta certeza, querida? Devemos fazer o teste primeiro. - a Kassandra fala e o jeito que elas falam me arrepia.
- Faria sentido do porquê estar casada com o Alexander agora, Ella. - a Clarisse diz, mas ao contrário das outras ela nem sequer parece feliz com a ideia.
- Eu ficaria feliz com um neto. - o Salvatore comenta e eu sinto a minha cabeça girar orbitalmente.
- Vocês estão a constranger a Ella. - o Leonardo fala, e eu pigarreo.
- Se está omitindo isso devido a mim, não se preocupe. - a Chiben fala com um ódio presente na voz.
- Eu não estou grávida. - e jamais tenho pretensão de ficar, principalmente... ewww.
- Eu e o Alexander nunca fomos íntimos antes. - eu deixo claro, e eles entreolham-se e depois riem.
Mas riem como se eu tivesse contado a maior piada da história da humanidade, e eu nem faço questão de olhar para o Alexander do meu lado.
- Por favor, Ella... - o Stefano diz como se pedisse que eu parasse.
- Não precisa ter vergonha, querida. - a Kassandra diz e eu franzo o cenho.
- Eu não estou com vergonha, eu estou apenas dizendo a verdade, senhora Kassandra. - eu afirmo séria, e eles oscilam os seus olhares de mim para o Alexander.
- Eu não estou grávida, é biologicamente impossível. - eu pontuo e levo o meu olhar para a Clarisse. - Eu não precisei envolver-me de maneira íntima com o Alexander ou engravidar, para que ele me pedisse em casamento, Clarisse. - eu pontuo para ela que ruboriza ardentemente.
Aparentemente ela teve flashbacks.
Eu não sou que nem você e tão pouco faço questão de me sentar a essa mesa, Clarisse Zanan.
- O que pretendeu sugerir, Ella? - ela questiona.
- Ela não precisa sugerir nada, para você se sentir atacada, Clarisse. - a Kassandra fala olhando para ela.
- Chega. - o Salvatore intervém.
- Seja como for, precisa comer, Ella. - a Ginevra diz, e eu inspiro fundo, assentindo só para me deixarem em paz.
- Bem, isso é uma surpresa. - o Stefano comenta passeando os seus olhos em mim, ele está com um sorriso provocativo. - Eu estou curioso agora, onde conheceu o meu irmão, Ella? - ele questiona, me observando atentamente.
- E, porque isso seria do seu interesse? - o Alexander o questiona.
- Eu gostaria de saber mais da minha cunhada, não posso, meu irmão? - o tom do Stefano é sarcástica e eu sinto a tensão do Riina bem do meu lado.
- Irmão? - o Alexander questiona sorrindo, mas de maneira humilhante.
- Você querendo como não é o meu irmão, Alexander. - o Stefano pontua e eu não entendo porque isso me deixou meio indignada também e o Alexander sorri.
- É melhor ficar quieto, Stefano. - o Leonardo diz do meu lado, e eu os observo.
Humn...
Isso vai ser interessante.
O Alexander se levanta do meu lado.
- Venha. - ele diz autoritário para mim, e mesmo eu querendo fazer o oposto eu levanto-me.
- Alexander. - a Ginevra fala num tom de repreensão que não o intimida, mas claramente intimida os restantes na mesa. - Para onde vai? - ela questiona.
- Eu vou sair para almoçar com a minha esposa. - ele diz e... ele me chamou de quê? - Ela precisa comer e com a presença de algumas pessoas nessa mesa, é normal que ela esteja sem apetite algum. - ele é irreverente, ousado e atiçador, ele faz questão de mostrar isso.
Isso o torna mil e uma vezes pior.
- Por favor, Alexander, sente-se a mesa. - o Salvatore diz e eu controlo-me para não franzir o cenho.
Esse monstro disse, por favor?
Oh, ele tem esse poder sob o pai?
Bom saber.
- Se quiser que eu permaneça aqui, o senhor terá de colocar cada um deles no seu devido lugar. - ele diz pegando na minha mão e eu mordo a parte interna da minha bochecha para não gritar.
Porque merdas, ele está me tocando?
- Alexander. - agora ele falou em tom de repreensão, mas o homem ao meu lado, não o deu a mínima, e puxou-me para fora de lá.
Mal cruzamos o corredor, eu não precisei me esforçar para retirar a minha mão da dele, ele fez por ele mesmo, como se eu é que tivesse pego a mão dele.
Ele é muito i****a.
- Senhor. - os homens parados na entrada saúdam baixando a cabeça e eu inspiro fundo, esperando o trazerem o carro dele aqui.
Eu encaro-o tentando decifrar o que se passa na cabeça dele, e não é fácil.
Não parece que ele esteja furioso, zangado, ou irritado...
Talvez ele só quisesse sair daqui.
- Se quiser manter os seus olhos na sua cara, é melhor que tire o seu olhar de mim. - ele diz sem olhar para mim, enquanto estacionam um Aston Martin aqui na frente.
E eu faço careta, esse garoto se acha, não?
- Eles não estão tendo nenhuma visão agradável, agora eles não fariam falta nenhuma. - eu comento descendo com ele, até ao carro dele e o mesmo sorri.
- Os seus olhos nunca foram tão abençoados antes, devia parar de mentir desse jeito para si mesma, Robin Hood. - ele fala entrando no carro dele, e eu reviro os olhos entrando do lado do passageiro onde um dos homens dele abriu a porta.
Quero ver se essa autoestima dele continuará intacta quando eu deformar o rosto dele.