O clima está tão gostosinho, pagodinho rolando, a carne assando na churrasqueira, um calorzinho gostoso, chuva caindo lá fora, eu e o Lobão bebendo e jogando baralho na parte coberta da lage, tudo do bom e do melhor acontecendo.
Ele está sem camisa, só com uma bermuda, ambos descalços, aquele pique que a gente gosta, eu estou amando ficar aqui na casa dele, esse único dia sem o Polegar já está me fazendo um bem desgraçado.
Lobão: namora, mas adora um proibido, eu que sou culpado, e eu que sou bandido, prefere um romance escondido, sai na madrugada pra dar lancinho comigo- canta animado quando ganha a partida.
Eu: comemora mesmo, ganhou uma depois de perder três- falo e ele faz careta.
Lobão: seja uma boa perdedora Rebequinha- fala e eu dou risada.
Eu: eu sou uma boa perdedora, só estou falando a verdade, você ganhou uma depois de perder três partidas- falo e ele me mostra o dedo do meio.
Lobão: vai se f***r- fala levantando para ir ver a carne- tem pão de alho pronto, vai querer?- pergunta e eu confirmo com a cabeça também levantando.
Eu: vou, acho que não precisa nem perguntar né?!- falo indo para a caixa de som, pego o celular dele que está conectado e já começo a olhar o Spotify- vou trocar a música, tem preferência?- pergunto e ele dá de ombros.
Lobão: não, fica a vontade aí Rebequinha- fala e eu já procuro uma que eu gosto- linguiça apimentada?- pergunta me olhando e eu faço apenas um jóia com a mão para ele.
Eu: preta, lembra de quando o frio extremo transpassava as paredes de madeira, tu lembra? E quando pelas palafitas caminhávamos com nosso amor no colo, f**a, né? Eu largadão, nem aí pro compromisso, e você mulher guerreira- canto junto com o som.
Lobão: desculpa se a voz falhar, mas quando eu lembro do nosso passado eu choro, e oro, para espantar os demônios da tal tentação, pois sei que exala ferormônios e ostentação, mas traição com quem me conduziu ao pódio é vacilação, não pode não- canta entrando na minha.
Eu: essa é um hino- falo me aproximando dele.
Lobão: essa música eu escutava desde moleque- fala e eu dou risada.
Eu: tu tem quantos? Vinte e nove?- pergunto e ele já me olha se fazendo de ofendido.
Lobão: oloco, trinta? Tenho vinte e nove c*****o- fala e eu dou risada.
Eu: nossa, mudou muita coisa Hugo- falo e ele me mostra o dedo- mas enfim, essa música é de dois mil e dezessete, se você tem vinte e nove, você é de noventa e quatro- falo e já começo a fazer as contas na minha cabeça- você tinha vinte e dois anos, você chama isso de moleque?- pergunto e ele dá de ombros.
Lobão: não tinha a cabeça que eu tenho hoje, imaturo para c*****o, achava que a vida era dinheiro, droga, bebida e p**a, vivia luxando, ostentando, vida de moleque emocionada que entrou para o crime- fala me olhando.
[...]
Aqui estamos nós, ainda jogando baralho, só que dessa vez na sala enquanto assistimos Harry Potter, a lage da casa dele já está limpa e organizada, na real, toda a casa dele está limpa e organizada, tudo graças a mim né?!
Eu não sei se é porquê eu passo muito tempo trancada em casa ou algo assim, mas eu amo organização e fico doidinha com a bagunça de casa, fico maluquinha, coisa que não acontecia antes de tudo isso, eu acho que acabo descontando tudo na limpeza, o que acaba fazendo muito m*l para mim.
Eu: pode passar para cá- falo animada quando ganho mais partida.
Estamos jogando poker, e as nossas fichar são nada mais e nada menos do que ouro branco, compramos dois sacos no mercado, um para cada um, e agora estamos usando eles como fichas de poker.
Lobão: c*****o, tu não deixa eu ganhar uma, tomar no cu, tu tá com sorte em Rebequinha, eu sou o melhor no poker- fala e eu dou risada enquanto embaralho as cartas.
Eu: segundo melhor Lobão- falo já dividindo as cartas para nós dois.
[...]
Parece que nem mesmo longe o Polegar me dá paz, agora está me enchendo de mensagens, e está em ligação com o Lobão para saber como eu estou, se eu estou me comportando, mandando o Lobão arrumar algo para eu fazer, do tipo fazer comida, limpar a casa e os caralhos a quatro.
Eu estou deitada no sofá respondendo o meu "maridinho", o Lobão sentado em uma pota do sofá com as minhas pernas em seu colo, porquê sim, eu sou folgada para c*****o, ainda bem o Lobão já está muito mais que acostumado com isso.
Eu: me livrei- falo levantando do sofá e já vou subindo as escadas.
Lobão: ele demorou mais contigo do que comigo- fala e eu dou de ombros- bora comer fora?- chama enquanto sobe atrás de mim.
Eu: pode ser, mas eu tô precisando de um banho antes disso- falo e ele apenas confirma com a cabeça.
Subo para o meu quarto, vulgo quarto de hóspedes, já entro indo direto para o banheiro, tomo o meu banho e quando termino, saio com a toalha em volta do meu corpo, passo os meus produtos corporais, visto uma calcinha de renda branca, um vestido curto, colado e tomara que caia azul Royal, e um dank da mesma cor.
Passo perfume, desodorante e arrumo o meu cabelo o deixando solto mesmo, passo uma maquiagem leve, arrumo o quarto e tcharam, tudo pronto.
Deixo o meu celular na mesinha de cabeceira e saio belíssima, o meu celular tem rastreador, na cabeça do Polegar eu não vou andar sem celular, só na cabeça dele mesmo que isso vai acontecer né?! Enfim, o meu "marido" sendo o burro que ele sempre foi.
Eu: como vamos fazer para você me tirar de casa e o meu Polegar não ficar sabendo?- pergunto descendo as escadas enquanto vejo o Lobão sentado no sofá.
Lobão: tenho tudo esquematizado já, vou deixar uns caras aí na ordem já, de ficar na segurança da casa que tu tá dormindo e eu vou precisar sair, que não é para ninguém entrar na casa- fala levantando e pegando o celular e a chave do carro- e tu vai sair do morro no porta-malas, facinho assim, só não vai fugir, porquê aí o plano vai todo por água abaixo- fala e eu dou risada.
Eu: vamos logo.