Eu não sabia o que pensar sobre a ideia de meu marido me amar de verdade, não tinha sentido pois ele não me conhecia nenhum pouco, eu só era uma garota esquisita que não gosta dele.
Nando o carregou nas costas e ninguém m*l nos leva, já que pegamos o elevador e pela discrição de todos os empregados, acho que o próprio pai do Amin pede.
- o que você acha que devo fazer agora Nando? - pergunto meio sem norte.
- acho que deve dar uma chance pra ele, depois do chute de duas pernas se ele ainda te querer. É um amor de verdade, e também ele pode ter certeza, que não há nada pior pra você mesmo fazer - ele diz e eu poderia pensar sobre isso.
Pra uma adolescente a aparência é tudo, eu era pouco madura demais para observar como qualidades do meu marido, sem contar o privilégio que é ter alguém tão bom ao meu lado.
- eu posso tentar - digo e ele me olha satisfeito. Acho que uma i****a única que não sabia que eu gostava dele, era eu.
- vou indo nessa - ele diz e eu vou tomar banho.
Olhando no espelho do banheiro eu via uma mesma garota de todo o dia, os cabelos longos, lisos e escuros totalmente virgens, os grandes olhos proporcionam a minha boca e principalmente o meu nariz, a minha afro-descendência suavizava o padrão Árabe em mim, eu era incomum em meu país.
Minha irmã estava como eu hoje, em uma cadeira de rodas mas como eu, isso é muito frustrante, há certas vantagens em ter uma irmã gêmea idêntica.
Até que eu vejo um vulto no espelho de uma menina, eu imagino que fosse uma criada e já ia dizer "oi", mas ai eu percebi que era ... Eu? ou melhor não era eu! aquele vestido não era meu, era da Svitlanna!
Eu respirei fundo e fui para o lado enquanto ela sorria pra mim e coloquei os braços pra frente como forma de p******o e fui indo para trás sem olhar, por isso acabei tropeçando no vaso sanitário.
No vulto eu via os cabelos da minha irmã e o sorriso, ela não foi embora, e eu estou ficando maluca ... legal!
- penso que você ia morrer, mas acho que não já que está levantando - Svitlanna falava comigo como se fosse algo comum, e isso me deixava ainda mais apavorada.
O vestido com flocos de neve tinha crescido junto com ela, que incrível! Eu me lembrava dos laços que nossa mãe definiu em nós duas.
- eu - eu como a gente está se falando? - se está louca, entre na vibe, ser louca e infeliz não dá.
- é simples irmã, você fala com gente morta - como assim? Da onde ela tirou isso?
- eu não me lembro de já ter conversado com pessoas que já morreram - a afronto.
- pra isso as pessoas mortas têm que conversar com você, isso é óbvio - eu não devo parecer muito amigável para as almas penadas.
- mas por que você nunca falou comigo? E outra! Por que está andando ?!
- a primeira pergunta é porque eu tenho algo a falar muito importante, ou você acha que eu tenho vontade de ver a minha irmã quebrar o pescoço tropeçando em um vaso sanitário? Seria um jeito bem original de morrer, já até imaginei a manchete no jornal ...
A segunda pergunta é: eu não sou mais como você, doenças e deficiências humanas não me pegam mais, ah? e por favor levanta do chão do banheiro, que nojo!
Eu acho que não vou conseguir levantar do chão do banheiro até o ano que vem, era só piscar os olhos que já doía tudo, incluindo uma ideia de morar em um hospício.
- acho melhor eu dizer logo antes que o seu marido acorde. Bem que eu queria ter tido um namorado ... mas isso não vem ao caso, você têm que achar o nosso irmão, ele mora na França.
- tá legal, primeiro: meu marido está longe de um dom Juan, segundo: que irmão?
- digamos que o nosso pai teve um bastardo antes da gente.
- por que eu deveria procurar um irmão desconhecido?
- porque lá está o seu destino - ela diz e mais uma vez eu tento me levantar, sem sucesso.
- Por que todo mundo tenta adivinhar o meu destino? - no futuro acho que eu vou ser alguém muito notável, só pode!
- desviar olhar para o lado, seu marido é um cara legal - ela diz e dá uma piscadela e alguns.
As pessoas falavam isso com muita frequência.
- o chão do banheiro têm seu charme, mesmo cheio de germes e sujo - Amin diz com os braços cruzados, me assustando.
Eu deveria fazer uma tutorial no f*******: de como não tropeçar no vaso.
- mais um pra me encher - digo sem pensar.
- mais um quem? - se eu te falar, você vai me mandar para o hospício.
- sua esposa é doente mental, agora me ajuda a levantar - ele me dá a mão e me puxa.
Doía tudo mas eu consegui ficar em pé.
- acho justo você ter caido, agora somos recém-casados doloridos por motivos falsos, porque os verdadeiros ninguém nunca vai saber - sinceramente eu tinha que rir de situação.
Amin ainda estava se recuperando da última, mas ainda sim ele insistiu em mim.
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Dias atuais - suspeito que foi por causa desse seu namorado que você está aqui - ele me diz e colocações o cigarro na minha boca e segura por causa das álgemas.
- em tese sim, eu devo isso a ele, mas já que você faz tantas perguntas ... Quero saber o quanto a minha imagem está vazada para o mundo? - eu tinha que perguntar por causa dos meus filhos.
- se quer saber, o governo como pedido de desculpas pelo m*l entendido está te transformando em uma lenda, mas onde seu rosto foi não há como voltar - se essa era minha única esperança, reclamar não ia adiantar.
- o que mais te influenciou a ser tão diferente da maioria dos seres humanos? Incluindo os libaneses com certeza, o mundo ou sua doença?
- o mundo é doente, pra nós dois só há salvamento com morte. Eu tinha que morrer no meu, muitas pessoas muitas pessoas que morrem - digo me referindo aos terroristas.
- e o que você acha que vai fazer no futuro? - a palavra "futuro" já dói bastante.
- tentar parar de me prender no passado, mas isso vai ser a coisa mais difícil que eu vou fazer.
- entendo, você sabia que eu vou ficar com o lugar do seu chefe? - seis por meia dúzia, maravilha!
- nós estamos parecendo duas comadres fofocando. Você sabe que antes desses agentes me alcançarem eu me solto dessas algemas e ainda separo sua cabeça do corpo - ele engole seco e segura na garganta.
- você pode continuar o que começou? - eu já estava impaciente, mas meus filhos não precisavam mais de uma dessas.