Ao chegarmos no hotel, a Helena vai para o meu quarto enquanto o Gabriel vai buscar roupas para ela passar a noite ali comigo.
- O que você queria falar? - Helena pergunta.
- Não quero que fique chateada comigo por causa daquela mulher. - digo indo me sentar na cama ao lado dela - Não gosto de brigar com você. Eu aceito ela na equipe, mas você não pode me obrigar a me dar bem com ela.
- Eu só disse que não precisava ser grossa com as pessoas. - minha irmã diz acariciando meu rosto - Eu não sei o que está acontecendo com você...
- Eu também não. - digo abraçando ela.
- Eu nunca ficaria contra você. - Helena acaricia meus cabelos - Mas você poderia tentar fazer um esforcinho. O trabalho dela é muito bom, você não pode negar isso. E ela está tentando ser gentil com você.
- Tudo bem. - acabo cedendo - Prometo tentar. Mas não fica me obrigando a ser amiga dela. Vou fazer do meu jeito, no meu tempo!
- Tá bom! - Helena sorri - Agora posso tomar um banho quentinho e ir pra cama? Amanhã a gente vai cedo para Brasília.
Sorrio e beijo as bochechas dela.
- Deixa eu ir primeiro? - peço - O Gabriel nem trouxe suas roupas ainda.
- Tá! - ela concorda.
Vou para o banheiro, tiro a roupa e tomo um banho rápido.
Ouço batidas na porta.
- Nena?! - grito do banheiro pois as batidas não paravam - Helena, abre a porta!
Vejo que não havia roupão no banheiro, nem toalhas.
- Tá de brincadeira! - exclamo rindo de nervoso.
O Gabriel sabia que eu não gostava de usar toalhas do hotel, então ele pedia para não colocarem. Por algum erro da equipe, não haviam colocado minhas toalhas ali também.
Aquelas batidas na porta não paravam e isso estava me deixando irritada.
Encontro uma toalha de rosto pendurada perto da pia. Tento me enrolar nela, mas é obvio que era pequena demais. Ela m*l cobria meus s***s e não chegava à minha coxa. Também não dava a volta em meu corpo. Ou seja, eu estava nua atrás.
Assim saio do banheiro. Percebo que a Helena não estava ali.
Caminho até a porta e abro uma fresta, mas porta é empurrada e a fotógrafa entra segurando uma bolsa.
- O Gabriel me pediu para tra... - só então ela olha para mim e deixa a frase sem terminar - Uau! - ela dá um sorrisinho sacana.
- Dá pra parar de me olhar assim? - pergunto apertando ainda mais a toalha contra meu corpo.
A toalha era pequena e aquele olhar dela fazia eu me sentir ainda mais nua.
Ela tenta não me olhar, mas eu sabia que estava sendo difícil.
- Aqui está a mala da sua irmã e a sua toalha que o Gabriel esqueceu de colocar no banheiro. - ela diz olhando para a sacada - Caraca! - ela morde o lábio e sorri, depois me encara - Você é muito bonita, apesar de ser uma grossa!
Reviro os olhos.
- Sai do meu quarto! - exclamo.
- Foi um elogio. - ela sorri e percorre meu corpo com os olhos - Você deveria dizer obrigada.
- Heloisa, eu... - Helena entra no quarto com o celular na mão - Que trajes são esses? - ela pergunta rindo.
- As duas poderiam sair para eu poder colocar uma roupa? - pergunto apontando a porta enquanto seguro a pequena toalha com uma mão - Eu estou constrangida!
- Não tem nada aí que eu nunca tenha visto! - Helena ri e pega a bolsa da mão da fotógrafa - Obrigada, Sarah!
- Não tem de quê, chefinha! - Sarah sorri, dá uma piscadinha para mim e sai do quarto - Boa noite meninas! - ela exclama do corredor antes de fechar a porta.
A Helena vai para o banheiro me deixando sozinha. Me seco com aquela toalha minúscula e visto meu pijama.
Quando ela termina o banho, já estou quase dormindo.
Ela deita pertinho de mim, me abraça e dormimos assim.
Pela manhã, somos acordadas pelo Gabriel.
Temos um café da manhã tranquilo. Eu ficava me controlando a maioria do tempo para não cair nas provocações da fotógrafa. Ela sempre dava um jeitinho de me alfinetar quando a Helena estava distraída. Eu havia prometido para a minha irmã que iria tentar conviver em harmonia e não mediria esforços para cumprir minha promessa. Apesar de querer esganar aquela mulher insuportável a maioria do tempo.
Chegamos em Brasília perto do meio dia e vamos almoçar.
Passei a tarde no quarto, trabalhando em algumas composições.
À noite, vamos para o show. Eu estava com um vestido extremamente curto naquele dia e percebi que a Sarah não tirava os olhos de minhas pernas. Preciso confessar que eu gostava de me sentir bonita e desejada. Então, apesar de odiar ela, começo a provocar.
Sento em uma poltrona que havia no camarim, bem de frente com ela e cruzo as pernas de um jeito que permitia que ela visse algo da minha calcinha. Ela morde o lábio descaradamente e me olha com desejo.
Tento não demonstrar que estou analisando ela, nem que sei que dava para ver algo embaixo do vestido.
- Heloisa! - Helena chama.
- Oi? - pergunto aérea.
- O contratante do show quer uma foto antes que a gente entre no palco. - Helena diz ao lado de um homem alto que usava chapéu de Cowboy.
Levanto e vou tirar a foto. Depois dou alguma atenção à ele.
Quando estou voltando para meu lugar, pois ainda faltavam uns minutinhos para entrar no palco, alguém esbarra em mim. Sinto que algo gelado havia molhado minha barriga.
- Desculpa! - Sarah diz com uma cara aflita forjada, obviamente.
- Olha por onde anda, sua tapada! - exclamo irritada.
- Heloisa, calma. - Helena segura meu braço - Foi um acidente. Por favor.
Olho para a minha irmã que tinha uma carinha assustada.
Respiro fundo e olho para o Gabriel.
- Calma, eu providencio outra roupa em um minuto! - ele diz já andando pelo camarim.
Não demorou nada para que ele estivesse me entregando outro vestido.
- Preciso de ajuda. - digo ainda irritada.
Meu vestido tinha fecho atrás. Eu não conseguia abrir sozinha.
- Eu faço questão de ajudar. - Sarah diz me encarando, depois olha para a Helena - Queria me desculpar. Foi sem querer, eu juro!
- Heloisa... - Helena começa a dizer.
- Tá bom! - exclamo interrompendo e saio do camarim para me trocar no banheiro que havia do lado.
O banheiro tinha a parte da pia, espelho e três portas com os sanitários.
A Sarah abre meu vestido na frente do espelho. Então eu entro na cabine fechada do banheiro para tirar aquela roupa molhada e colocar a seca. Mas para o meu azar, o zíper daquele vestido também era atrás.
Abro a porta.
- Preciso de ajuda. - digo contra a minha vontade.
Ela estava encostada na pia e tinha um sorrisinho peculiar no rosto. Ela dá os três passos necessários para chegar até mim. Então me viro de costas e sinto os dedos dela em minha pele. Ela sobe meu zíper, mas, ao invés de se afastar, ela se aproxima mais, colando nossos corpos.
Sinto a mão dela deslizando por minha barriga. Ela dá mais um passo para frente, me fazendo entrar para dentro da cabine do banheiro. Depois fecha a porta e me encurrala contra a parede.
- O que você pensa que.. - começo a dizer, mas ela me interrompe.
A boca dela se choca com a minha e sinto aquela língua intrusa ultrapassando os limites de meus lábios.
Ergo a mão para dar uma bofetada nela, mas ela a segura e a prende contra a parede. O corpo dela me pressiona ainda mais e sua língua ganha espaço se movendo numa agilidade que faz meu desejo despertar...
Com a mão livre, ela sobe por minha barriga numa carícia meio bruta e aperta meu seio esquerdo com uma certa força, me fazendo arfar.
Droga! Droga! Droga! - repito em pensamento enquanto sinto meu corpo implorar pelo toque dela - Reassuma o controle! Se recomponha! - imploro para mim mesma.
Ela ainda segurava minha mão direita acima de minha cabeça, a pressionando com força contra a parede.
Empurro ela com a esquerda e, assim que ela solta a minha mão, lhe dou uma bofetada com a direita.
- Eu vou me vingar por esse tapa. - ela coloca a mão no rosto e sorri.
- Eu juro que demito você se me tocar novamente! - exclamo e limpo a boca.
Destranco a porta e saio do banheiro sentindo meu corpo tremer... Eu só não sabia se era de raiva ou de desejo. Prefiro acreditar na primeira opção.