12 - Leito de Esperança

2075 Words
Não me diga que não há mais nenhuma esperança. Juntos nós resistimos, separados nós caímos. — Pink Floyd — Vejo dois Louis! — Resmungou Hipólita e voltou a fechar os olhos com força, quando os abriu novamente a imagem de Louis á sua frente voltara ao normal, mas a cabeça ainda lhe doía — Ahh, maldição! Eram os resquícios da noite passada, exagerou na comemoração, Hipólita bebera bem mais do que estava acostumada, agora estava pagando por sua imprecisão. — Tu estás bem? — Questionou Louis enquanto vestia-se com seus trajes dentro da pequena tenda. — Não quanto eu gostaria. — Resmungou sentindo uma pontada na cabeça. Parecia que havia uma grande trombeta lá dentro e que um demônio muito maligno estava tocando-a somente para atormenta-la — Tenho a sensação de que minha cabeça explodirá. Que inferno! — Tudo bem se não quiser treinar. — Ele lhe estendeu sua garrafa, Hipólita desrosqueou e bebeu um gole de água, apesar de aliviar um pouco o enjoo que estava sentindo, o embrulho no estômago ainda estava lá. — Ah, nossa, estou péssima. — Lamentou dramaticamente cobrindo-se da cabeça aos pés com as cobertas — Só irei descansar mais um pouquinho, prometo. Daqui a uns minutinhos estarei bem melhor e poderei treinar. Não queria ser tratada de forma diferente dos outros homens, e se quisesse isso, não deveria ter privilégios. Todos iriam treinar, era seu dever juntar-se ao grupo também. — Minha primeira embriaguez fora aos quinze, bebi até desmaiar, quando acordei meu pai fitava-me furioso, ele bronqueou e depois me fez beber mais. — Louis lhe confessara. Desembrulhou o rosto e mirou Louis. Nesse momento ele fitava intensamente o teto da tenda, parecia estar com os pensamentos longe. — Bem precoce! — Exclamou ela — Então quer dizer que tens um pai? Perguntou prudentemente, queria saber mais dele, sobre sua vida, infância, Louis nunca falava disso com ela, eles conversavam, compartilhavam seus propósitos, mas nunca sobre sua vida na Escócia e o motivo estarem como andarilhos na Inglaterra. Parecia que faltava algo, tinha a sensação de que alguma coisa os distanciava. — Claro, ou acredita nas historietas das donzelas de que os bebês são trazidos pela cegonha? — Respondeu sorrindo. Não era exatamente isso que Lady Hallwick pretendia ouvir, mas se contentou com a resposta, ele só a deixou mais curiosa — Descanse. Disse ele antes de beija-la e sair. O sol brilhava no centro do horizonte quando Hipólita acordou desnorteada, vestiu-se e deixou a tenda a procura dos homens. Encontrou todos reunidos durante a refeição, aproveitou para se alimentar um pouco, por mais que não tivesse fome tinha que se manter forte. Depois de seu desjejum descansou embaixo de uma árvore até quando os homens retornaram o combate. Pegou a sua lança, sua haste era de madeira poldada, mas suas duas pontas tinham lâminas de aço. Darth quem a ensinou a lutar com lanças, Louis era muito bom com espadas, mas com lanças Darth se sobressaia entre os outros, cada um deles tinha um talento, Louis o mais forte, Uriah era tão rápido quanto um gavião, Zarbon era silencioso, o assemelhavam a uma seperte em plena caçada, Conan tinha a melhor pontaria. Sempre tinha algo a aprender com cada um deles e isso a deixava mais fascinada. Pensava no treinamento como uma forma de espantar os males. Era a maneira que encontrou para manter a paz e o equilíbrio mental, exercitava o corpo e a mente. Era lá onde ela todos os dias fazia com que todos os fantasmas que a atormentava se esvaissem. E através da exaustão ela sentia como se tudo ficasse bem. Mandava embora toda insegura e pensamento negativos, ajudava a tirava o foco da sua mente de futuros problemas. Agora Hipólita tinha habilidade e técnica de luta, era rápida, sua pontaria era ótima, seu tamanho lhe dava uma certa vantagem na hora da luta, fez desse empecilho seu poder. A parte mais difícil em todo o treinamento fora quando Louis exigiu que ela duelasse vendada, fora extremamente dificultoso, teve que buscar forças de seu interior para conseguir lutar. Depois de um longo tempo em combate Hipólita sentia que suas forças estavam dissipando-se enquanto os grunhidos dos homens em aprovação a batalha se tornavam menos audíveis. A sensação era de que estava cada vez mais longe daquele lugar. Conan lhe gritou algo, não ouviu som algum, apenas seus lábios gesticulavam, no entanto foi impossível lhe compreender. Sua visão ficou turva enquanto parecia estar em um sonho, soltou a lança que carregava, e quando seus joelhos faltaram Hipólita estatelou-se no chão. Conan rangeu os dentes e suspirou em aliviou antes de soltar um palavrão. Hipólita esborrachou-se bem a sua frente no exato momento em que a lança de um dos homens quase lhe partira ao meio. Sim, ela fora afortunada com muita sorte, pois quase presenciora sua morte diante dos seus olhos. — Pensou Conan nervoso. — Parem! — Vociferou Louis ferozmente enquanto correu entre os homens na direção em que Hipólita caira. — Perdão senhor! — Radrick clamou aflito, ele parecia soar frio assim como Louis. As mãos do homem tremiam — Estavamos lutando, ela caiu de repente. Louis estava horrorizado, maldita hora que havia concordado em deixa-la treinar, ela não estava bem, passara a manhã toda deitada sentindo-se m*l. Mas Hipólita era teimosa o suficiente para contrariar suas ordens caso ele a proibisse de treinar. Talvez ele mesmo a matasse caso ela sobrevivesse do que quer que ela tivesse, ela devia estar doente. Um pouco de alívio se apossou de seu ser ao constatar que ela ainda estava respirando, talvez fosse somente um desmaio, ela era frágil. Mas não deixou de rosnar um só momento, estava furioso com ela. Tinha certeza que a qualquer momento aquela mulher o mataria do coração! — Ela morreu? — Uriah perguntou, sua expressão era de pavor. — Não! —Sor Jamie respondeu ao amigo. — Então ela desmaiou? — Dessa vez foi Lanceloth quem inquiriu. — Sim Lanceloth, ela apenas desmaiou. — Conan tentou apaziguar o desespero de todo o clã. Os homens estavam envolta de Hipólita que continuava desfalecida. Eles realmente estavam preocupados, suas expressões indicavam isso. Hipólita conquistara o coração de todos aqueles guerreiros cruéis, todos tinham respeito por ela e a tratavam como uma deles. — Ela estar muito fraquinha senhor. — Dath resmungou num suspiro. — Acho que tens exigido demais dela Louis. — Sor Jamie bronqueou. — Coitada, pobre Hipólita, ela é muito frágil para esta vida. — Zarbon lamentou com pesar. — Ela estar doente? Será que Hipólita irá morrer? Eram tantas perguntas que enfurecera Louis, já estava preocupado e sentia-se culpado, não precisava de mais aquelas importunações. — Saiam todos! — Gritara Louis — Estão sufocando-a. Tocou o rosto de Hipólita, ela não reagira ao seu toque, mas seus s***s subiam lentamente enquanto ressonava. Sempre quando acontecia algo a ela, Louis tinha certo receio, sentia aquela sensação de que não era suficiente, de que era incompetente de mais em sua tarefa de protegê-la. Afinal, aqueles sintomas não eram apenas de uma embriaguez, ela poderia estar doente, e se estivesse, o que faria? — Acho que irei leva-la a Imogen, ela mora perto daqui talvez possa ajudar. — Enunciou Louis pegando-a no colo seguindo em direção ao seu garanhão. Os homens concordaram e o acompanharam durante o percuso pela boscagem. Conhecia a Inglaterra como a palma de sua mão, mais do que qualquer inglês, desde sua infância apreciava conhecer lugares novos, se aventurar pelo desconhecido. A primeira aventura fora quando saiu sozinho em direção ao bosque para lá dos muros de sua casa, Louis passara três dias perdido na mata, mas vivenciara experiências incríveis e descobriu sozinho como sobreviver como um andarilho. E logo quando tivera idade suficiente para tomar as próprias decisões Louis sempre se aventurava vagando de cidade em cidade, país em país e nunca mais se perdera, aprendeu a conhecer o caminho que percorria, a terra, a posição do sol, o vento, o mar. Cavalgaram por poucos mais de trinta minutos até encontrarem uma cabena feita de palha por dentro da floresta na saida de Chipping Campden, o local era isolado e longe de qualquer civilização, apenas Imogen morava ali. Deve ter escutado os relinchar dos cavalos pois saira na porta da pequena cabana fitando-os surpresa. — Imogen. — Louis falou ao descer de seu cavalo, ela anuiu e curvou-se em uma breve reverência. Ela atentou-se na mulher que Louis carregara nos braços, Hipólita ainda estava desfalecida e estranhamente ainda não havia acordado, fora o desmaio mais longo que ja vira. Imogen lhe deu passagem e ele adentrou em sua simples moradia pondo Hipólita deitada em uma cama improvisada, feita com troncos de madeiras e fora colocado cobertores por cima. Tudo na casa de Imogen era muito simples, era uma dama que vivia sozinha na floresta, sem pais, irmãos ou parentes para que pudesse protegê-la. Desde que fora banida da sociedade, ela vivia reclusa na floresta. Louis explicou a ela tudo o que havia antecedido ao delíquio de Hipólita, ela apenas assentiu e pedira que ele se retirasse deixando-as sozinhas. Imogen esperou que moçoila despertasse e quando isso aconteceu Hipólita olhou envolta do compartimento de sua casa com os olhos esbugalhados, haviam diversos fracos de vidro com tantos líquidos diferentes, recipientes com variados tipos de plantas, ervas medicinais, algumas eram conhecidas por ela, outras não. Mirou Imogen com um olhar interrogativo, imaginou que ela fosse uma espécie de curandeira ou algo do tipo. — Quem tu és? Quem me trouxeste a este lugar? — Retorquiu ela. — Meu nome é Imogen, senhorita e, esta és minha casa. — Imogen exclareceu complacente e andou aproximando-se de Hipólita — Louis e seus a trouxeram aqui, desmaiastes durante o treinamento. Como se sente? Hipólita entreabriu os lábios um pouco confusa, depois fitou as próprias mãos. Naquela manhã acordara indisposta, imaginou que fosse consequência de sua embriaguez, lembrava-se que havia apagado durante o treino. — Sonolenta e enjoada, acho que tomar tanta cerveja me fez muito m*l. — Concluiu pensativa e tentou levantar mas Imogen foi mais rápida e a impediu. — Louis estava demasiadamente preocupado contigo, na verdade todos estavam, no entanto ele agiu diferente. — Imogen proferiu. Ela era uma linda mulher, Hipólita notara isso, tinha longos cabelos ruivos, era tão branca quanto a neve e tinha encantadores olhos azuis, percebera também que ao lado esquerdo de sua face tinha uma grande cicatriz. Foi interrompida de seus pensamentos quando ela estralou os dedos chamando sua atenção — Entre tu e Louis acontecera algo? Digo, ele... a desaflorou? Porque diabos aquela mulher desajava saber isso? Sobre a relação que ela tinha com Louis? Seria Imogen alguma de suas amantes? Esperava que não, caso descobrisse que ele a tivesse levado justo na casa de uma de suas conquistas ela o mataria com as próprias mãos. Hipólita franziu o cenho de repente irritada, nem estava acreditando que justo ela estava sentindo-se enciumada. Aquela constatação deixava mais e mais furiosa, não queria sentir ciúmes de Louis, pois esse fato fazia a crê que se importava com ele e que tinha sentimentos por aquele bárbaro. — O que tem haver isso com minha indisposição? — Questionou rispidamente, a donzela a sua frente se assustara com o tom de voz usado por Hipólita — Nós ficamos juntos. Muitas noites. — Perdoe-me, só estou tentando entender. Tu podes retirar sua camisa? Nunca antes alguém que a examinara pedira que retirasse suas roupas, aquela fora a primeira vez. — Precisará mesmo disso? Imogen assentiu. Mesmo exitante Hipólita o fez, pediu ajuda para retirar o espartilho, despiu-se de sua camisa, ironizou o fato de enrusbecer por uma mulher ver seus s***s. Louis já vira mais que isso e nunca se importou. Ela afagou seus s***s com dedos suaves, eles estavam doloridos e isso a fez sentir certo incômodo. A mulher a sua frente analisava-a todo seu corpo com cuidado, tocou seu abdômen examinando com destreza. — Seus m*****s estão inchados. — Apurou depois voltou sua atenção a Hipólita — A quanto tempo não sangra? Mau lembrava-se da última vez em que suas regras vieram, na verdade, haviam coisas importantes de mais para perder tempo preocupando-se com isso. Mas fez um grande esforço mental para tentar lembrar-se da última vez em que sangrou. Suas regras nunca eram regulares, isso fazia com que ela se negligenciasse, mas agora que Imogen perguntou. Céus, nem se quer lembrava qual fora a última vez. — Não sei... — Gaguejou — Mas... acho que faz algum tempo. Imogen lhe sorrira amavelmente. — Estás de esperança Hipólita. — Revelou dando-lhe dois tapinhas no ombro, em seguida acariciou sua barriga — Carregas um bebê em teu ventre.
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