Vinte e dois ARYELA Eu queria tanto que tivesse sido diferente. Queria que minha mãe fosse a mulher perfeita que o senhor sempre acreditou que fosse. Queria ter tido a vida de princesa que você pensou que eu tive. Mas eu te entendo pai, na maioria das vezes nos fingimos de cegos e optamos por acreditar no que nos convém, no que não machuca. Eu sinto muito por tudo. Coloquei a rosa branca sobre o túmulo e segui adiante, evitando olhar para trás e me dar conta de que só poderia vê-lo ali, debaixo de um túmulo, se decompondo dentro de um caixão. Depois da morte dele, visitar o cemitério se tornou uma rotina, eu vinha aqui todas as manhãs, conversar… desabafar… me sentir importante já que ele era a única pessoa que se importava de verdade comigo. Nunca me senti tão só e vulnerável