CAP 01 GAIA SPANOS

1378 Words
Gaia Spanos — Hoje será um dia maravilhoso, não tem por que estar em pânico. — Falo me olhando no espelho do meu quarto enquanto minha irmã gêmea resolveu invadir meu closet, para pegar alguma coisa, mas quando passa por mim ela nota que não estou tão bem. — O que houve, porque está com essa cara de quem comeu e não gostou. — Ela me fala. Atena é a mais velha de nos duas e fomos educadas entendendo o nosso lugar na organização, sendo que é herança dela a cadeira do meu pai na máfia, então o seu marido será muito bem escolhido. Eu por minha vez aprendi a me apaixonar pelo trabalho da nossa mãe no museu, mas diferente dela não serei uma arqueóloga, estou estudando para ser uma administradora, sei que assim que mamãe pedir demissão, porque como ela diz, ela quer descansar, voltar a viajar pelo mundo e conhecer novas culturas, e com o novo método de escolha do diretor-geral do museu posso tentar quem sabe um dia a vaga, assim como minha mãe que conseguiu a dela. Mas hoje é um dia complicado para mim, meu pai insisti que devo ter um casamento arranjado, ele escolheu para mim o Joaquim que cuidará da comunidade que o pai cuida, depois que ficou responsável quando o tio Bruno decidiu sair da comunidade e ficar somente como o CEO da SMOKE. — Houve que não suporto olhar para o Joaquim Garcia e não sentir uma ânsia quando ele me olha. — Ela revisa os olhos e se senta na minha cama. — Gaia já falou com a mamãe sobre isso, quem sabe ela não convença o nosso pai deixar que você fique livre desse compromisso. — Suspiro olhando para a minha irmã que é idêntica a mim, a única coisa que nos faz diferente hoje é a roupa que escolhermos e nossas joias, porque fora isso somos iguais. — Já tentei falar sim com ela, apenas me disse que não gosta de se meter nos negócios do papai e que há muitos anos eles tiveram uma briga muito feia sobre isso. — Me sento ao lado da minha irmã que me abraça e solto a respiração que nem percebi que estava prendendo. Ela faz um carinho em minha costa enquanto eu seco uma lagrima antes que ela borre a minha maquiagem, enquanto nos olhávamos no espelho que estava de frente para a minha cama, ouvimos a porta se abrir e quando damos por nos, nosso irmão Apollo começa a pular na minha cama tirando risadas da gente ele está com dez anos e quando nossa mãe descobriu que estava grávida dele quase matou o nosso pai, todos achávamos engraçado e quando descobriu que era somente um ela ficou mais aliviada e tranquila. Apollo entra no nosso meio e percebe o quanto estou triste e me abraça assim como Atena, sei que se eles pudessem mudar alguma coisa eles fariam, de tudo para que mudasse meu humor e minha sina, mas não tem mais como evitar isso, então é melhor descer e enfrentar o problema que está me esperando lá fora. Me levanto da cama e meus irmãos me abraçam, Apollo seca minha última lagrima e minha irmã como sempre unida comigo segura a minha mão como sempre me dando apoio, descemos a grande escadaria da mansão e tinha vista para a sala de estar onde estavam a minha família e os pais do Joaquim e Talles. Assim que entramos na sala observo o motivo de meu descontentamento, a sua mãe se levanta e vem ao nosso encontro, fica um pouco em dúvida quem é quem, o que me tira um pequeno sorriso. — Sou a Gaia. — Atena fala rindo e nosso pai olha feio. — Nunca ensinei vocês a mentir, porque começaram agora. — Ouvimos a nossa mãe nos repreendendo. — Desculpa, tia Tânia não quis ofender nenhum de vocês. — Minha irmã se desculpa, então ela se vira na minha direção, me abraça e retribuo. — Você se mantém exatamente iguais, com os anos Joaquim e Talles ficaram diferentes, mas vocês não. — O rosto fica um pouco curioso com o que ela acabou de pensar. Ela me puxa para mais perto do seu filho e meus irmãos vão se sentar perto dos meus avós, ouço Atena sussurrando com a minha vó Maitê que apenas n**a com a cabeça e coloca a mão em seus joelhos, minha mãe se aproxima e segura a minha mão, continuo de pé olhando para o Joaquim que ainda estava sentado ao lado de seu pai e se irmão, que me dava um sorriso gentil. — Júlio sempre fomos todos muitos amigos, acho justo que nossa amizade se estreite mais ainda, como sabe sempre prometi a minha primogênita para o Matheus e até então estamos com esse acordo firmado. — Ele se levanta e se aproxima do meu pai e inicia uma conversa que vai definir meu futuro. — Sabe que o que tenho a oferecer para a sua filha é apenas o meu Joaquim que vai comandar a comunidade no futuro e seu irmão estará com ele. — Olho para o Joaquim que me olha com uma cara de nojo, ele sussurra algo para o irmão que também o repreende, mas ele parece ser, mas corajoso que eu, ou pelo menos não respeita os pais como respeito os meus. — Já disse que não quero me casar com ela, que m*l fala o nosso idioma, é apenas uma menina mimada criada para ser uma princesinha e não uma rainha, ao meu lado, não aceito esse casamento. — Ele continua a me olhar com repulsa e minha única reação é virar de costa e sair daquela sala e ir para o jardim que fica no lado oposto do mar, vejo Alice lendo algum romance em seu dispositivo. Ela acha estranho minha presença ali, já que todos sabiam o que deveria estar acontecendo agora, me sento perto do seu pé enquanto ela larga seu dispositivo e me abraça, sinto que minhas emoções explodem enquanto me sinto acolhida naquele abraço, queria que minha irmã estivesse aqui fazendo isso, me ajudando enquanto choro e penso em tudo o que o Joaquim me disse. — Alice acha que sou uma princesinha metida, que não tenho a capacidade de ser uma rainha. — Ela me faz com que eu a olhe para ela. — Não importa o que te falaram Gaia, você é a pessoa mais nobre e gentil que conheço, meus tios criaram muito bem você e tenho certeza que aquele i****a vai se arrepender muito do que ele disse a você. — Olho para a minha prima que mais uma vez me abraça e me puxa para dentro do seu quarto e me ajuda a limpar a maquiagem borrada do meu rosto. Depois de uns bons minutos somos surpreendidas pela minha tia Selma que entra no quarto e se assusta a me ver, mas assim que passa pela porta ela a fecha para que ninguém entre. — Estão todos procurando por você meu amor, soube o que aconteceu na sala e vim olhar para ver se estava aqui. — Ela se senta ao meu lado e me abraça. — Como está o clima lá tia? — Ela não faz uma cara muito boa. — Seu pai está irritado, o Júlio deu um tapa no Joaquim enquanto sua mãe e a Tânia tentam apaziguar as coisas entre eles para resolverem o que devem fazer. — Não imaginei que tudo isso iria acontecer depois que saísse da sala. — Alguma chance que o meu pai mude de ideia e cancele esse compromisso tia, eu não quero ficar atrelada a um compromisso que ele me ache uma menina mimada. — Ela respira fundo e faz um carinho em meu rosto. — Minha doce Gaia, a última coisa que ninguém pode falar sobre você é que é mimada, eu sempre quis que você fosse a minha filha. — Caio na gargalhada, depois que a Alice faz uma cara muito feia. — Muito obrigada, mãe, por me falar que não me ama. — Abraço a minha prima e seguimos conversando até que minha tia me encoraja em enfrentar tudo o que está me esperando lá na sala.
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