PRÓLOGO
Gaia Spanos
Estava no escritório do meu pai e mais uma vez tentava convencer ele que o Joaquim não era o homem que queria casa, mas conseguia ver que ele já estava ficando sem muita paciência para me ouvir e segurava meu choro mais uma vez.
— Por favor, papai não quero ficar noiva do Joaquim, não gosto como ele acha que deve mandar em mim. — Meu pai continua sentado em sua cadeira e meu avô olhava para mim sem expressar suas emoções, sei que se meu avô Marius pudesse interceder ele faria isso, me viro de costa assim que ouço a porta sendo aberta e logo vejo minha mãe entrando com Atena.
— Gaia, minha doce menina, você sabe que tenho um acordo com o Júlio, durante toda a sua adolescência dei a oportunidade de se apaixonar pelo filho dele... — Eu nem o deixo terminar o que iria dizer.
— Não gosto do Joaquim, me recuso me envolver com ele. — Cruzo meus braços na altura do meu peito e minha irmã se aproxima do meu lado e sussurra em meu ouvido.
— Faço isso por você irmã. — Meu pai se levanta da sua cadeira fazendo que ela tombe para trás e soca a mesa nos assustando.
— Negativo, existe regras nessa família e na organização, Atena é a herdeira da minha cadeira, você deveria se casar com o Matheus e não fazer as vontades da sua irmã. — Meu pai nunca gritou dessa forma comigo e nem com a Atena, seguramos uma, na mão da outra.
— Saiam meninas, preciso conversar com o pai de vocês. — O olhar dela para o nosso pai foi de reprovação, não que ela esteja ao meu lado, mas não aceita que nosso pai fale com a gente como se fossemos algum de seus soldados, antes de herdeiras da máfia gregas somos família.
Do lado de fora do escritório vou andando para o meu quarto e minha irmã vem logo atrás de mim, sei que ela está preocupada e subimos correndo para o meu quarto e me jogo na cama chorando.
— Amo o Arthur Atena, por que nosso pai não me deixa ficar com ele? — Ela arruma os meus cabelos que estavam bagunçados ao redor do meu rosto.
— Sei disso Gaia, mas vamos encontrar um jeito para que vocês dois possam ficar juntos, não me importo de ficar com o Joaquim, talvez quem sabe possa até mesmo me apaixonar por ele. — Minha irmã faz uma careta feia, ela sabe que o Joaquim não é um homem fácil, ele cresceu cercado de homens brutos e cruéis enquanto ele tinha seu treinamento, o tio Júlio tentou muito fazer com que o caráter dele melhorasse, mas não deu muito certo.
Enquanto minha irmã ficava deitada ao meu lado, ouvimos a porta sendo aberta e nosso pai com uma fisionomia mais tranquila e acompanhado da única mulher que consegue domar a sua raiva entram em meu quarto.
— Tudo bem, meninas, mais iremos ao Brasil todos nós, conversei com o seu pai e ele tentará um novo acordo com o Júlio, então peça a Deus que eles aceitem. — Olho para a minha mãe e sinto que minhas esperanças desceram pelo ralo agora.
— Então não vou poder escolher meu marido? — Pergunto com a esperança que meu pai aceite que eu me case com o Arthur, que nunca se envolveu no nosso mundo.
— Meu rubizinho, seu marido precisa ser do nosso mundo. — Olho para minha irmã e minha mãe, e decido confessar o que eles dois ainda não sabiam.
— Amo o Arthur e quero me casar com ele. — Vejo meu pai ficar vermelho de raiva e minha mãe entra no nosso meio, para evitar que meu pai faça algo.
— Iremos resolver tudo isso, tenha paciência Gaia. — Bonnie Spanos fala.